segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Deuteronômio 9.1-29 - (através da Bíblia)

Deuteronômio 9.1-29
Olá amigo estamos iniciando mais um programa da série Através da Bíblia, quero saudá-lo, desejando sobre você e toda a sua família as mais preciosas bênçãos do Senhor. É um prazer estar junto com você nesse encontro em que temos estudado a Palavra do Senhor e especificamente o livro de Deuteronômio. Como temos repetido, para nós é muito bom saber que você está dedicando um tempo específico para a meditação da Palavra de Deus. Sabemos disso pelas correspondências que recebemos de vocês e por isso, no início desse programa quero convidá-lo para a conversa que hoje teremos com a irmã VCE da cidade de Varginha em MG. Ela diz: "Pr Itamir estou entrando em contato para que me envie o estudo deste mês, estou acompanhando pela BBN no horário das 12h30. Estou aguardando ansiosa este estudo”. Querida irmã, muito obrigado por suas palavras. Como respondi seu e-mail, estamos nos esforçando para que os nossos 1ºs livros GN e MT sejam colocados à disposição dos que quiserem adquiri-los. Dentro em breve vamos publicá-los e assim todos os livros da série. Será um privilégio compartilhar também assim a Palavra de Deus. Diante disso quero convidar a todos vocês e você especificamente a colocar esse projeto e as nossas vidas diante do Senhor. Vamos orar: "Querido Deus e Pai, chegamos à tua presença reconhecendo tua soberania, teu poder, tua onisciência. Reconhecemos que tudo conheces e sabe que necessitamos da iluminação do teu Espírito para o nosso estudo de hoje e a tua benção para as nossas vidas pessoais e para esse projeto de divulgação da Tua Palavra. Pai, te pedimos então a tua graça sobre nós. Dê-nos a capacitação para te obedecer. Pedimos isso em nome de Jesus Cristo, Amém"!

Querido amigo, hoje vamos estudar o capítulo 9 de DT, com seus 29 versos. Este é um texto que faz parte da segunda divisão: “Perigos da idolatria” que abrange os capítulos 7-11 que concluiremos no próximo programa.
Estes versos quando estudados de modo geral nos sugerem como título: A vitória divina diante do fracasso humano. Como temos visto nos últimos programas Moisés deixava claro à 2ª geração que o fato deles estarem a um passo de conquistarem a terra prometida era resultado da graça de Deus. Israel não deveria ter um mal entendimento sobre isso. Israel não deveria se achar digno ou merecedor de herdar uma terra para si, ele que tinha sido um povo escravo e a quarenta anos vivia como nômade no deserto. Deus dissera que o povo de Israel herdaria a terra prometida, não porque fosse um povo justo. Não porque a justiça própria o conduzisse àquela conquista. Todos os acontecimentos eram resultados do plano de Deus e por causa das promessas feitas aos antigos patriarcas, Abraão, Isaque e Jacó. E por outro lado, ao mesmo tempo, os povos que foram destruídos daquela terra foram destruídos como um julgamento de Deus devido aos seus muitos pecados e completa corrupção. Há mais de quatro séculos Deus vinha tolerando pacientemente a vida completamente entregue a idolatria e devassidão daqueles povos. Até que o cálice da ira de Deus chegou a transbordar. Assim, se de um lado Deus estava castigando os povos ímpios por causa da completa idolatria, corrupção e devassidão, do outro Israel estava sendo colocado naquela terra, com a afirmação de que não era por justiça própria, ou por merecimento que recebiam aquela bênção. Era a misericórdia de Deus, era a fidelidade divina às promessas feitas aos patriarcas.
Diante dessas constatações podemos perceber que a mensagem deste texto nos lembra a graça de Deus, pela qual somos salvos ainda hoje. Em todas as partes da Bíblia, o Espírito Santo de Deus lembra ao pecador esta grande verdade, porque o homem tem a tendência e é tentado a pensar que recebe a salvação de Deus por causa dos seus méritos, por causa das suas obras e virtudes. A Palavra de Deus diz que não. Ninguém pode se salvar por esforços pessoais, por obras que realiza, por justiça própria. E é exatamente neste ponto onde há o equívoco religioso mais perigoso e de conseqüência espiritual mais lamentável e fatal. Porque quando a pessoa pensa que pode por seus próprios meios merecer ou ganhar a salvação, então, muitas vezes sem saber, está abandonando o único meio de salvação, o único caminho para a salvação proposto por Deus. Deus nos revelou que é por meio da fé na graça Dele mesmo, revelada em Cristo e na sua morte na cruz, que somos salvos. O apóstolo Paulo foi levado pelo Espírito de Deus a escrever sobre isto, porque muitas pessoas, no primeiro século, tinham a tendência de pensar como muitos pensam hoje: que o homem pode salvar pelos seus próprios méritos. Então escrevendo aos efésios o apóstolo disse: [Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie] (Ef 2.8-9), e já no final da sua vida ao escrever para Tito, seu filho na fé foi ainda mais enfático ao dizer: [Porquanto a graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens] (Tt 2.11). Ora, fica claro que a salvação é de graça. É de graça para qualquer pecador. Porém, esta salvação que nos é oferecida gratuitamente a todos, que nos é apresentada como o dom gratuito de Deus a todos os homens, custou um grande preço, um preço de valor infinito. Custou o preço da vida do próprio Filho de Deus, quando na cruz derramou o seu sangue para nos salvar, livrando-nos da condenação e nos oferecendo perdão e a completa e perfeita salvação. Hoje o homem que é salvo, é salvo por meio da fé em Cristo, pois em Cristo a graça divina se manifestou a todo ser humano.
Assim, Israel estava sendo salvo, do Egito, da escravidão e do deserto por causa da graça de Deus. E, assim este texto pode ser resumido de modo desafiador com a seguinte frase: Todos nós somos desafiados a perceber na graça de Deus a razão de sermos abençoados. E, se em resumo este texto nos faz essa afirmação, quando o detalhamos, encontramos sete verdades que devemos perceber sobre a graça divina:

Em 1º lugar, nos vs.1-3 as conquistas alcançadas são obra divina e não humana.

Esses versos são enfáticos:
1)nações maiores;
2)nações mais fortes;
3)cidades grandes;
4)cidades amuralhadas;
5)povo grande;
6)povo alto; e 7) filhos dos anaquins; isto é, os primeiros habitantes de Canaã, sempre considerados como gigantes, conf. Nm.13.32 e Dt 2.10.

Diante dessa descrição Israel só conquistaria a terra da promessa através das claras ações divinas:
1)Deus passaria adiante deles;
2)Deus seria fogo que consumiria;
3)Deus os destruiria;
4)Deus os subjugaria;
5)os desapossaria;
6)os faria perecer;
7)Deus estava comprometido com as Sua promessas.

Temos que ter bem claro em nossas mentes que somente pela graça divina é que diante de tantos obstáculos que as circunstâncias levantam contra nós podemos alcançar qualquer vitória. Na verdade Deus é quem alcança essas vitórias e nos dá graciosamente. Essa é uma verdade da qual não podemos nos desviar. Não há força em nós para sermos vitoriosos, mas da vitória divina podemos nos apropriar!

Em 2º lugar, nos vs.4-6 a justiça divina e não a humana revelam-se nas conquistas.

Um outro aspecto que deve ser ressaltado, enfatizado e destacado refere-se a causa, a razão pela qual podemos desfrutar dessas vitórias divinas. Nos versos 4-5 Deus claramente disse, através de Moisés: [...não digas no teu coração, por causa da minha justiça é que o Senhor me trouxe a esta terra para a possuir... Não é por causa da tua justiça, nem pela retitude do teu coração que entras a possuir a terra,]. Não era por Israel ser um povo justo que herdaria a terra. Israel deveria se lembrar sempre que estava sendo usado com um instrumento de punição nas mãos de Deus. Nos vs.4-5 temos essas palavras: [...porque, pela maldade destas gerações, é que o Senhor as lança de diante de ti... mas pela maldade destas nações o Senhor teu Deus, as lança diante de ti...]. Sim, Israel, eu e você não temos justiça suficiente para apresentarmos diante de Deus para merecermos alguma dádiva divina. Temos que nos lembrar, como disse Isaías: [Mas todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças, como trapo de imundícia; todos nós murchamos como a folha, e as nossas iniqüidades, como um vento nos arrebatam (64.6)]. Nós não temos nada de bom a apresentar para Deus. Tudo o que temos ou recebemos são resultados da Sua graça e da Sua misericórdia! Pela Sua graça e diante dos seus planos, temos o privilégio de sermos usados como instrumentos divinos para cumprir com os seus propósitos para com aqueles que não temem e não se submetem ao Senhor. Temos que nos lembrar que Deus realizou aquelas bondosas ações para com Israel, e realiza boas ações para conosco porque Ele está comprometido com a Sua Palavra. Deus está comprometido com as suas promessas. Israel estava desfrutando das promessas que Deus tinha feito a Abraão, Isaque e Jacó (v.5) e, talvez você e eu estejamos desfrutando das promessas que Deus fez aos nossos antecedentes, ou a irmãos que oraram, que intercederam por nós! Eu mesmo sou testemunha de quantas orações minha mãe elevou a Deus em favor de nós, seus filhos, e resultado disso é que dois de nós quatro estamos diretamente envolvidos nesse ministério sagrado. Tudo é graça divina, pois a nossa condição, como era a de Israel é exposta na última frase do v.6: [pois tu és povo de dura cerviz]. Aos olhos de Deus, por nossa própria vontade somos um povo obstinado. Temos que reconhecer essa condição e pedirmos a misericórdia e o perdão divinos.

Em 3º lugar, nos vs.7-17 a tendência humana é provocar o Senhor.

Nestes versos, como quê para comprovar essas duas verdades iniciais, Moisés recordou com a 2ª geração os acontecimentos de ocorreram em Horebe, no Sinai há quatro décadas passadas. Enfatizando de forma positiva, “lembrai-vos” e de forma negativa “não vos esqueçais”, Israel foi convocado a constatar a dureza do seu coração, a sua incredulidade, que surgiu desde o começo, logo depois que foi liberto e firmou a aliança com Yahweh. Israel provocou a ira de Deus pela maneira como agiu quando Moisés estava recebendo a Lei do Senhor. Nos versos 9-10 Moisés recordou: [Subindo eu ao monte a receber as tábuas de pedra, as tábuas da aliança que o Senhor fizera convosco, fiquei no monte quarenta dias e quarenta noites; não comi pão, nem bebi água. Deu-me o Senhor as duas tábuas de pedra, escritas com o dedo de Deus; e, nelas, estavam todas as palavras segundo o Senhor havia falado convosco no monte, do meio do fogo, estando reunido todo o povo].
Ao recordar esses acontecimentos, muitos dos israelitas que estavam ouvindo Moisés certamente se lembravam deles. Talvez fossem pequenos, adolescentes ou jovens, mas tinham uma lembrança muito forte daquela manifestação gloriosa de Deus. Mas, Moisés continuou mostrando-lhes como eles tinham provocado ao Senhor, conforme os vs 11-17:[Ao fim dos quarenta dias e quarenta noites, o Senhor me deu as duas tábuas de pedra, as tábuas da aliança. E o Senhor me disse: Levanta-te, desce depressa daqui, porque o teu povo, que tiraste do Egito, já se corrompeu; cedo se desviou do caminho que lhe ordenei; imagem fundida para si fez. Falou-me ainda o Senhor, dizendo: Atentei para este povo, e eis que ele é povo de dura cerviz. Deixa-me que o destrua e apague o seu nome de debaixo dos céus; e te faça a ti nação mais forte e mais numerosa do que esta. Então, me virei e desci do monte; e o monte ardia em fogo; as duas tábuas da aliança estavam em ambas as minhas mãos. Olhei, e eis que havíeis pecado contra o Senhor, vosso Deus; tínheis feito para vós outros um bezerro fundido; cedo vos desviastes do caminho que o Senhor vos ordenara. Então, peguei as duas tábuas, e as arrojei das minhas mãos, e as quebrei ante os vossos olhos]. Esse foi o pecado de Israel, um pecado que feriu o coração de Deus. Um pecado de precipitação, de impaciência e de imprudência. Esta foi uma grande afronta, uma provocação do povo ao seu Deus. Lá no Egito o povo daquela terra adorava os animais e principalmente o boi, o touro. E aqui Moisés relembrou daquele bezerro que o povo de Israel fez para adorar, depois de haver saído do Egito. O povo havia saído do Egito, mas o Egito não havia saído do povo. Os pecados e os vícios pagãos do Egito ainda estavam presentes nos seus corações. Israel havia sido tirado da escravidão egípcia pelo poder de Deus, mas se lembrava ainda das comidas e dos ídolos do Egito revelando o desejo de terem permanecido lá. Esse perigoso pensamento pode vir à mente e ao coração do novo convertido. Diante de certas circunstâncias, essa tentação pode atacar um cristão de mais tempo e ele pode até cair numa fraqueza tal, a ponto de fazer também o seu bezerro de ouro. Se isso ocorrer será uma grande afronta a Deus, que é Deus zeloso, que não divide a sua glória com ninguém. A advertência, pois é que não provoquemos o Senhor à ira!

Em 4º lugar, nos vs.18-21 constata-se a necessidade de um intercessor.

Nesses versos Moisés continuou o seu relato e contou como tinha servido como intercessor. As palavras desses versos nos dão uma idéia do que representa o pecado para Deus. Pouca gente tem uma idéia do que significa o pecado aos olhos de Deus. Moisés chegou a ficar na presença de Deus durante quarenta dias orando e intercedendo em favor do povo e, especificamente por Arão. Deus poderia ter destruído todo o povo naquele momento. Mas, graças à oração intercessória de Moisés o povo foi salvo. E, em relação a nós, Cristo é o nosso intercessor. Se Cristo não tivesse vindo ao mundo para morrer na cruz em favor dos nossos pecados, não haveria salvação para ninguém. Jesus é o nosso intercessor. Jesus é quem nos abre a possibilidade de comunhão com Deus. Assim, temos que ter estes dois pontos muito claros, na mente e no espírito.

Em 1º lugar, de fato, o pecado ofende a Deus. A prova disto foram os grandes julgamentos que têm sido enviados do céu contra os homens em tempos de incredulidade e de corrupção.
E em 2º lugar, precisamos lembrar que a intercessão tem grande poder. E a grande bênção nessa área é que além da intercessão do Espírito Santo (Rm 8.27), temos também a intercessão de Jesus (Rm 8.34).

Em 5º lugar, no v. 22 percebe-se a tendência humana de desobedecer a Deus.

Moisés continuou relembrando as ações de Israel. São essas as palavras deste verso: [Também em Taberá, em Massá e em Quibrote-Hataavá provocastes muito a ira do Senhor]. Nessas ocasiões as atitudes de Israel também provocaram a ira de Deus. Em Massa, conf. Êx 17.7 Israel contendeu com Deus por causa da falta de água. Em Taberá, conf. Nm 11.3 Israel murmurou contra Deus e a ira divina se manifestou com fogo contra as extremidades do arraial do povo. E, em Quibrote-Hataavá, conf. Nm 11.34 Israel tinha murmurado pedindo carne e Deus enviou cordonizes e uma praga para puni-los. Essa tendência de desobedecer é natural do homem, por causa da nossa natureza pecaminosa. Eu e você somos assim. Temos que depender constantemente da graça divina.

Em 6º lugar, nos vs.23-24 percebe-se a contínua queda humana de desagradar a Deus.

Moisés ainda alistou mais uma afronta de Israel contra Deus. Essa afronta pode ser colocada dentre as mais graves ou foi a mais grave que Israel fez contra o Senhor. Conforme as palavras literais desses dois versos: [Quando também o Senhor vos enviou de Cades-Barnéia, dizendo: Subi e possuí a terra que vos dei, rebeldes fostes ao mandado do Senhor, vosso Deus, e não o crestes, e não obedecestes à sua voz. Rebeldes fostes contra o Senhor, desde o dia em que vos conheci]. Em Cades-Barnéia Israel entristeceu o coração divino com a sua incredulidade, conf. Nm. 13-14. Desacreditaram das promessas e da palavra de Deus e creram na palavra de dez espias medrosos e incrédulos. Desacreditaram da palavra de dois espias corajosos e crentes, Josué e Calebe, para crerem na impossibilidade que as circunstâncias levantavam.
Mas, nós também, em muitas ocasiões somos assim e agimos assim. Não cremos nas palavras, nas promessas divinas. Preferimos crer nos impossíveis, esquecendo-nos de que para Deus não há impossíveis.

Em 7º lugar, nos vs.25-29 novamente se vê a necessidade de um intermediário.

E, terminando o relato desses episódios, depois de alistar mais esses exemplos da rebeldia, da desobediência e da incredulidade de Israel que provocou a ira do Senhor, Moisés voltou ao caso do bezerro de ouro e relembrou à segunda geração como ele teve que intervir como intercessor, diante da ameaça divina de que iria destruí-los. Conforme ele mesmo registrou em Êx 32.11-14 e 30-35, Moisés se recordou da sua oração.
Moisés queria que esta 2ª geração tivesse consciência de que só quando há intercessão, quando há arrependimento, há perdão, e há salvação. Por isso Israel estava nas campinas de Moabe, pronto para entrar, conquistar e possuir Canaã, a terra prometida. Assim como os israelitas tinham que perceber essa verdade, nós também devemos nos convencer desta verdade.
Bom, chegamos assim ao final de mais um tempo de estudos. Agradeço a Deus por sua capacitação e pela iluminação do Espírito Santo. Agradeço a você a sua companhia e minha oração é que você possa colocar em prática os ensinamentos que vimos durante esse programa.
Que o Senhor te abençoe.
Um abraço.
© 2015 Através da Biblia