quinta-feira, 31 de julho de 2014

Atraves da Bíblia - Êxodo 19

Êxodo  19
Olá amigo, estamos iniciando mais um programa da série "Através da Bíblia". Você que tem nos acompanhado sabe que temos por propósito estudar toda a Palavra de Deus, num projeto longo, mas que nos dará melhor e maior compreensão da vontade do Senhor para que através da sua capacitação possamos aplicar as suas verdades em nossas vidas. Fazemos isso porque Deus quer que Sua Palavra seja proclamada com integridade e porque muitos de vocês têm escrito compartilhando e perguntado sobre o significado de determinados textos. O que desejamos é que esse programa seja uma bênção para você em sua vida pessoal, familiar e ministerial. Quero incentivá-lo a anotar no final do programa o nosso endereço e escrever sobre suas dúvidas em relação à interpretação ou sobre suas boas experiências no estudo da Palavra. Hoje vamos registrar o e-mail que recebemos da cidade de Mococa, no Estado de São Paulo. A nossa irmã escreve as seguintes palavras: "Olá pastor conheci este programa no ano passado quando estava passando por momentos muito difíceis em minha vida. Sou evangélica, mas sempre sofri com pequena depressão e pânico também, mas já estou me tratando. No fim do ano passado consegui sintonizar o Através da Bíblia. As suas palavras eram como um bálsamo em minha alma. Fique sabendo que Deus o usou para falar ao meu coração. Um abraço". Querida irmã, obrigado por suas palavras, a nossa oração é que sejamos sempre canais das bênçãos de Deus para cada um de vocês. Por isso quero convidá-la a buscar a presença de Deus: "Senhor, estamos diante de ti suplicando a sua bênção e direção para este programa. Que ele seja feito para a edificação de cada ouvinte e sirva para a sua honra e glória. Pai fortalece e anima cada um dos nossos queridos ouvintes. Oramos em nome de Jesus, Amém!".
Querido amigo, hoje o nosso objetivo é estudar todo o conteúdo de Êxodo 19. Entramos em mais uma divisão importante do livro. Entramos na seção que estuda a lei, que apresenta os mandamentos de Deus. Esta parte do livro abrange os caps.19-24.
Neste capítulo 19 encontramos o cenário dessa nota etapa; nos capítulos 20 a 23.19 encontramos a doação das leis; em 23.20-33 encontraremos as promessas e finalmente no capítulo 24 encontraremos a resposta do povo de Israel às colocações feitas por Deus.
Aqui no capítulo 19 vemos o povo chegando ao monte Sinai e podemos dividir o seu conteúdo em 5 partes, que estudaremos a seguir:
A 1ª parte do texto engloba os versos 1-6, onde encontramos relatos que precisam ser bem entendidos. Em 1º lugar, o v.1 destaca que no 3º mês da saída de Israel do Egito o povo chegou ao deserto do Sinai, isto quer dizer que já completavam 75 dias de viagem e, enfim chegaram ao Monte Sinai, onde Deus tinha marcado um encontro com o povo. Em 2º lugar, o v.2 acrescenta que saindo de Refidim, onde tiveram a experiência de beberem águas vindas da rocha e a batalha e a vitória contra Amaleque, o povo chegou ao deserto de Sinai e acampou em frente ao Monte Sinais. Sobre essa informação é importante sabermos que esse acampamento durou mais de 11 meses, pois o povo somente saiu dali em Nm. 10.vs.11-12. Assim, a permanência neste local engloba tudo o que nos é relatado nos próximos capítulos do livro de Êxodo, todo o livro de Levitíco e o início de Números até o cap. 10.v10.
Em 3º lugar, no v.3, a expressão, “subiu Moisés a Deus” deve ser destacada, pois Moisés esteve em contato, alternadamente, com Deus no alto do monte, onde recebeu as Palavras do Senhor, tornando-se assim o intermediário entre Deus e o povo e entre o povo e Deus.
Em 4º lugar, nos versos 3-6 as palavras de Deus resumem a Sua fidelidade para com Israel, ao oferecer-lhes a aliança. O v. 4 é uma convocação do próprio povo como testemunha, diante da bondade e da misericórdia de Deus. Deus apresenta as suas ações em 3 etapas, usando a expressão: “tendes visto”: 1)o que fiz aos egípcios”; 2)como vos levei sobre asas de águia; e 3)vos cheguei a mim. Assim Deus deixa claro a Israel que o seu livramento da escravidão não foi apenas libertação, não foi apenas de condução pelo caminho do deserto, mas sobre tudo foi também adoção, recebendo Israel como seu primogênito.
E em 5º lugar, nos vs.5-6 Deus propôs uma aliança a Israel. Lembrando que as alianças podem ser estabelecidas entre pessoas situadas no mesmo plano de igualdade, ou então com parceiros em condições diferentes. Neste 2º caso, o parceiro superior exige lealdade do seu aliado, mas ao mesmo tempo, ele se obriga a protegê-lo em toda e qualquer circunstância. A aliança que Deus propôs a Israel é essa, do segundo tipo. Deus apresentou-se como aquele que já tinha agido em favor de Israel, como vimos no v.4 e então convidou o povo para estabelecer uma aliança consigo. O povo foi chamado a fazer uma escolha, a tomar uma decisão no Monte Sinai. As condições dessa aliança ficaram bem claras: diante das ações bondosas de Deus, Israel deveria se comprometer em 1)ouvir a voz do Senhor e 2)guardar a Sua aliança. Por outro lado, as conseqüências do estabelecimento da aliança também ficaram bem esclarecidas: 1)Israel seria a propriedade peculiar dentre todas as nações, porque a terra é do Senhor. Essa expressão indica algo muito precioso que alguém reservava para si com muito cuidado; 2)Israel se tornaria um reino de sacerdotes, não apenas servindo como proclamador das boas novas às outras nações, mas sobretudo, a idéia que todos os israelitas seriam sacerdotes, com acesso direto a Deus; e 3)Israel seria uma nação santa, isto é, consagrada e devotada somente ao Senhor.
Querido amigo, você percebeu que privilégio tinha Israel de receber esse convite para firmar essa aliança com Deus? É ... era um grande privilégio. Mas, hoje nós temos privilégio maior ainda, pois temos participado da Nova Aliança, estabelecida pelo Senhor Jesus Cristo, o próprio Deus encarnado, que derramou seu sangue na cruz para perdoar todos nossos pecados! Você, querido amigo, participa da Nova Aliança? Já foi lavado pelo sangue de Jesus? E, você, uma vez que já participa dessa Aliança, você tem usufruído das bênçãos da libertação, da direção e da filiação que só tem quem é de Jesus? Mas, vamos adiante.
A 2ª parte do texto, nos versos 7-9 temos 3 momentos interessantes: Acompanhe comigo: Primeiro, no v.7 é Moisés quem fala: Ele diz ao povo, através dos anciãos, isto é, através dos representantes do povo, ele diz exatamente as palavras que Deus tinha lhe dito no alto do Monte Sinai. Segundo, no v.8 é o povo quem fala: Assumindo a sua parte na aliança proposta, Israel responde: tudo o que o Senhor falou faremos, cf. verificaremos ainda em 24.3. E, terceiro, no v.9 o Senhor é quem fala, dizendo que todas aquelas palavras ditas de ambas as partes: de Deus e de Israel, bem como as palavras de Moisés, como tradutor entre o povo e Deus, todas essas palavras seriam confirmadas com a Sua voz surgindo em meio a uma nuvem escura para o povo cresse em Moisés como servo do Senhor!
Querido amigo, que privilégio deve ter sentido Moisés, pois, Deus se dignava a confirmar diante do povo a sua missão de libertador e porta-voz do Senhor Deus, para que o povo cresse nele, para que o povo desse crédito à sua direção. É... assim age o nosso Deus! Querendo nos estimular, nos encorajar e confirmar as Suas ações em nossas vidas ele mesmo se manifesta para que sejamos acreditados pelos que nos ouvem! Querido amigo, você já experimentou essas manifestações, essas confirmações divinas? Posso testemunhar que eu professor Itamir já tive por diversas vezes o privilégio de ver Deus confirmando a palavra que saiu de meus lábios.
Querido amigo, o povo de Israel, mesmo sendo murmurador não podia esquecer-se das 7 provas das libertações que Deus lhes proporcionou demonstrando a sua boa intenção de conduzi-los livremente e protegê-los durante a sua jornada até Canaã. Você se lembra das libertações proporcionadas por Deus? Recordemos. 1)Deus lhes deu água para beber quando essa lhes faltava; 2)Deus transformou águas amargas em águas doces para poderem saciar a sua sede; 3)Deus lhes atendeu o pedido por carne, dando-lhes cordonizes para se alimentarem; 4)Deus lhes deu pão, o maná vindo do céu para que pudessem matar sua fome; 5)Deus lhes deu maná em dobro no 6º dia para que pudessem descansar no 7º dia; 6)Deus lhes deu água vinda da rocha para que pudessem matar a sua sede; e em 7º lugar Deus lhes concedeu a vitória sobre Amaleque, através da intercessão de Moisés. Ora, querido amigo, diante de tantas garantias de amor e bondade para com Deus, era esperado que Israel ao se aliançar com Deus também cumprisse a sua parte da promessa, mas, infelizmente, como veremos no cap.32, por Moisés ter demorado 40 dias diante do Senhor, o povo pediu e Arão atendeu e lhes fez um bezerro de ouro. É ... amigo, assim somos nós, seres humanos. Na primeira dificuldade, quebramos nossa palavra e agimos de acordo com as circunstâncias.
Querido amigo, ainda sobre esse conteúdo dos versos 7-9 temos que perceber a motivação do coração divino para com o seu povo. O que Deus estava propondo ao seu povo? Qual era o seu plano? Deus está levando o povo a fazer uma opção: escolher entre a graça ou a lei. E é essa escolha que ainda temos que fazer hoje. Nós vivemos nesse tempo em que a salvação é pela graça. Deus não salva pela lei, na verdade a lei nunca salvou ninguém. Existe um contraste muito grande entre a lei e a graça. A lei ordena, enquanto a graça dá. A lei diz: fazei, enquanto a graça diz: crede. A lei diz: trabalhai, a graça diz: descansai. A lei ameaça pronunciando condenação. A graça encoraja, pronunciando bênção. A lei diz: faze e viverás. A graça diz: vive e farás. A lei condena o melhor dos homens, enquanto a graça salva o pior dos homens. A lei revela o caráter de Deus e mostra o caráter fraco e a miséria do homem. A graça revela o caráter de Deus e mostra a possibilidade do homem confiar e usufruir da misericórdia divina.
Mas, querido amigo, eu sei que você deve estar perguntando, então por que a lei foi dada? Paulo reponde em Gl 3.24: “...a lei nos serviu de aio para nos conduzir a Cristo, a fim de que fossemos justificados pela fé”. Esta palavra “aio” no original é pedagogo e seu significado é diferente em português. Pedagogo era um escravo que cuidava da criança. O aio ou o pedagogo cuidava da criança, preparando-a para as atividades diárias. Mas chegava o dia em ela devia ir para a escola. E era o aio ou o pedagogo que a levava para a escola. Pedagogo quer dizer literalmente aquele que toma a criança pela mão e a conduz para a escola. A lei é comparada por Paulo com um pedagogo, com um aio. A lei nos toma pela mão, como se nós fôssemos crianças, e nos leva até a cruz de Cristo, e nos diz: vocês precisam de um salvador. A lei nos diz que precisamos ser salvos e nos leva até Cristo onde temos a salvação. Assim, querido amigo, quando o povo respondeu, cf. o v.8: Tudo o que o Senhor falou faremos, o povo não sabia o que estava dizendo. Deus lhes perguntou: Vocês quererem viver de acordo com os meus mandamentos? Querem viver debaixo da lei? Eles responderam: Nós guardaremos os teus mandamentos. Eles foram arrogantes. E esta é a atitude de muita gente ainda hoje. Muitos ainda dizem que podem agradar a Deus, que podem se salvar por meio de seus próprios recursos. Mas, o homem natural não pode agradar a Deus. Só quando temos Jesus Cristo em nossas vidas e com Ele o Espírito Santo podemos, de fato, viver de modo agradável a Deus. Mas vamos continuar examinando o texto.
A 3ª parte do texto, nos versos 10-15 encontramos verdades importantíssimas. Essas verdades se referem à preparação do povo para manifestação do Senhor. Seriam necessárias 3 ações para que o povo estivesse pronto para mais uma teofânia, para a manifestação do Senhor, cf. o v.11. O Senhor concedeu um prazo de 3 dias para que todo o preparo fosse feito. 1)Deveria haver a purificação do corpo e das vestes, cf. o v.10; 2)Deveria haver retenção do povo ao acampamento, colocando-se barreiras em volta do monte para que não houvesse invasão aos lugares proibidos, cf. os vs. 12-13. A penalidade pela desobediência seria a morte e somente ao ouvirem o som da trombeta é que poderiam subir ao monte. O som da trombeta ou da buzina, do hebraico shofar tinha um caráter cerimonial e posteriormente foi tocada nas grandes festas religiosas de Israel. Infelizmente alguns cristãos dos nossos dias, esquecendo-se de que as velhas práticas eram apenas sombra que apontavam para a realidade de Cristo, estão introduzindo algumas dessas práticas nos cultos atuais em que celebramos o Senhor Jesus Cristo, o cordeiro que foi morto e nos dá a nova vida; e 3)Deveria haver abstinência sexual, cf. o v.15, não porque o sexo fosse algo considerado algo pecaminoso, mas porque cerimonialmente os participantes do culto deveriam estar completamente puros, cf. veremos posteriormente em Lv 15.18 e 1Sm21.4-5.
Querido amigo, você percebe como temos requisitos sérios para estarmos na presença de Deus? É lógico que aqui esses requisitos eram cerimoniais, mas o significado era espiritual. No NT, em Hb 10.19 lemos que só podemos estar na presença de Deus, no “santo dos santos” e podemos estar com ousadia, com liberdade, somente porque o sangue de Jesus foi derramado e sua carne foi ferida, abrindo-nos um novo e vivo caminho através do véu que nos separava de Deus. Portanto, ainda hoje é necessário santidade para vermos a Deus.
A 4ª parte do texto, nos versos 16-19 temos o relato da manifestação de Deus, naquele momento tão significativo para o povo, naquele momento em que se estabelecia a aliança. O v.16, nos dá conta que ao amanhecer do 3º dia a manifestação divina ocorreu através de sete ações: 1)trovões, 2)relâmpagos, 3)uma espessa nuvem cobriu o monte, 4)um forte som de trombeta se ouvia, 5)o monte fumegava, 6)havia fumaça como de uma fornalha e, 7)o monte tremia. O povo que estava no arraial estremeceu e Moisés o levou para fora ao encontro com Deus, ao pé do monte. O Senhor descera sobre o monte em forma de fogo e o clangor da trombeta ia aumentando cada vez mais. A cena certamente era impressionante. Havia um clima de temor e tremor no ar. Você é capaz de dizer que foi bonita a entrega da lei ao povo de Israel? O povo provavelmente estava temeroso diante da grandiosa manifestação divina. E ainda, cf. o v.19 Moisés falava e Deus lhe respondia nos trovões.
Que impressionante é o nosso Deus, não é mesmo? Esse grandioso Deus, é o Deus que nos ama e nos dirige, é o Deus que nos deu Jesus seu filho amado. Esse grandioso e portentoso Deus é tão maravilhoso que nos permite chamá-lo de Pai, chamá-lo de Papai. Você, querido amigo, tem tido o privilégio, tem tido a satisfação de chamar a Deus de Pai, de Papai?
A 5ª e última parte do texto nos coloca nos versos 20-25. Cf. os vs.20-22, Deus estava no alto do monte Sinai e chamou Moisés para o alto do monte e Moisés subiu. Deus recomendou a Moisés que advertisse o povo para não ultrapassar o limite imposto e não subisse ao Monte. O Senhor também orientou aos sacerdotes que se consagrassem para que o Senhor não os ferisse. Moisés respondeu a Deus que o povo já estava avisado e que os limites colocados ainda permaneciam onde tinham sido colocados. Mas Deus mesmo assim insistiu e ordenou-lhe que descesse para esses avisos e depois subisse com Arão, e os sacerdotes com o povo não poderiam ultrapassar os limites para que não Ele não os ferisse.
O capítulo 19, termina no v.25, que nos diz que Moisés obedeceu relatando ao povo todo o seu diálogo com o Senhor. E, detalhadamente Moisés apresentou todas as palavras que Deus tinha lhe dado, mas isso é assunto para o próximo programa.
Querido amigo, chegamos assim ao final de mais um tempo de estudos.
Somos gratos a Deus e a você pela oportunidade de juntos refletirmos sobre as verdades divinas.
Dentro de alguns momentos daremos o nosso endereço. Anote-o e escreva para nós ou nos envie um e-mail. Será muito bom sabermos quais tem sido suas experiências com o Senhor.
Um grande abraço para você.
Que Deus o abençoe.

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