quinta-feira, 31 de julho de 2014

Através bíblia - Levítico 11

Levítico 11
Olá amigo, estamos iniciando mais um programa da série “Através da Bíblia”. Quero saudá-lo em nome de Jesus, desejando que esse tempo juntos possa servir para a sua edificação e para outros que porventura estejam com vocês ouvindo nossos comentários sobre a Bíblia. Quero estimular você a nos escrever compartilhando qual o valor dos nossos estudos. Para nós é importante esse retorno, por isso quero registrar logo no início do programa um e-mail que recebemos da querida ouvinte L. da cidade de SP, no estado de SP. São essas as suas palavras: “Quero parabenizar a Transmundial pela ótima programação diária que muito tem me edificado. Tenho aproveitado meu horário de almoço no trabalho para alimentar minha alma com os estudos do Pr. Itamir Neves. Que Deus os abençoe e os faça prosperar cada vez mais em todos os sentidos. Abraços fraternos”. Querida ouvinte, parabéns pela sua prática: alimentar-se física e espiritualmente. Essa prática tem sustentado os cristãos que reconhecem o poder da Palavra Divina. Por isso, oramos e pedimos suas orações para que Deus nos abençoe na preparação e apresentação de cada programa. E, assim, chegamos ao momento de buscarmos a bênção de Deus, especificamente para este programa. Convido-a e a todos que nos ouvem, a orar comigo: “Pai amado, pedimos a Sua direção e a iluminação do teu Espírito para que aquilo que aqui for comentado sirva para edificação de muitos irmãos e amigos. Pedimos Senhor a tua bênção para a vida familiar, ministerial e social de cada um de nossos ouvintes, e, Senhor ajuda-nos a testemunhar sempre do Seu gracioso amor. Pai, oramos em nome de Jesus, Amém”.
Querido amigo, estamos diante dos 47 versos do capítulo 11 de Levítico. Neste capítulo iniciamos a 3ª parte de LV. que cobre os caps.11-15 que tratam sobre as Leis sobre a purificação. E especificamente neste capítulo temos as leis que regiam a alimentação dos israelitas, as leis sobre os animais puros e impuros. Para melhor analisar essas leis vamos dividi-las em 10 partes.
Antes, porém de iniciar esse detalhamento temos que fazer alguns esclarecimentos sobre estas orientações:
Devemos notar que esse cap. é paralelo com Dt 14, onde veremos Moisés orientando a 2ª geração que iria entrar na terra prometida. Essas leis que em Dt aparecem de forma mais concentrada, neste cap. 11 de Lv são mais explicitadas. Por quê? Porque é importante reconhecermos que Israel, quando comparado com outras nações, era um povo pequeno em número, vivendo numa situação transitória e insólita, pois a vida no deserto exigia muitos cuidados. Além disso, temos que lembrar que as condições climáticas do deserto eram duras e ameaçadoras para qualquer povo. Era a presença e a ação de Deus que lhe favorecia a subsistência. E, assim, temos que reconhecer que essas leis foram dadas com o intuito de preservar o povo de Israel, mantendo-lhe com boa saúde e completamente disponível ao serviço do Senhor.
As grandes questões que se levantam sobre estes capítulos e principalmente sobre este capítulo referem-se às razões pelas quais Deus deu essas orientações. Essa legislação vai muito além das questões de saúde. Sendo assim devemos apontar por quais razões Deus deu essas ordens aos israelitas.
1)A 1ª razão é que esses princípios ensinam verdades morais e espirituais básicas. Se alguns dos animais e aves comiam carne com o seu sangue, o que era proibido para o israelita, então esses animais também eram proibidos.
2)A 2ª razão é que esses princípios ensinavam a distinção entre os israelitas e os gentios. Havia uma intenção clara por parte de Deus que os israelitas não se assemelhassem com qualquer ritual de sacrifício pagão. Assim, os animais limpos representavam os israelitas enquanto os impuros representavam os gentios.
3)A 3ª razão desses princípios era ensinar que somente os animais domesticados e limpos poderiam ser oferecidos em sacrifício, pois esses animais representavam o ofertante, o israelita adorador.
4)Uma outra razão dessas determinações para separar os animais em limpos e impuros era relembrar aos israelitas que Deus os tinha escolhido dentre as nações fazendo deles povo de Sua propriedade exclusiva. Ao serem proibidos de se deliciarem com certos alimentos os israelitas deveriam ser convictos de que pertenciam a um povo especial, um povo distinto, escolhido por Deus.
5)E a 5ª e última razão que podemos perceber nesses princípios, certamente relaciona-se à questão de saúde, de higiene e questões dietéticas pois constata-se que os animais proibidos eram animais mais suscetíveis a serem contaminados por vírus e parasitas e, se essa carne fosse manuseada e servisse de alimento, certamente transmitiria doenças epidêmicas ao povo.
Agora, é bom antes ainda de analisarmos as diversas orientações desse capítulo afirmarmos que essas leis, essas determinações já não tem valor em nossos dias. Veja bem. Essas leis perderam seu valor quando a nova aliança foi estabelecida no sangue de Jesus, o verdadeiro cordeiro de Deus.
Ao trazer a salvação, o evangelho, as boas notícias de Deus para os homens, Jesus trouxe a mensagem da salvação universal, e assim os gentios também poderiam usufruir da salvação divina, não tendo mais sentido essas comparações entre gentios e judeus, pois em Jesus tudo o que era sombra, que mostrava o futuro, tudo se desfez, ou melhor, tudo se concretizou.
Os mandamentos cerimoniais perderam o valor, mas, o que sempre tem valor são os princípios morais, éticos e espirituais, pois Deus é e continua santo!
No Novo Testamento estas leis perderam o seu efeito quanto a letra da lei, porém em relação aos princípios que motivaram as leis, esses permanecem com valor. Por isso a obediência à esses princípios trazem como conseqüência a necessidade de santidade e consagração de nossas vidas a Deus.
Deve-se notar também que o nosso corpo sendo o instrumento pelo qual manifestamos as atitudes que se originam em nosso interior, ele deve ser valorizado e cuidado corretamente. A saúde de um cristão fiel deve merecer sua atenção pois, o nosso corpo é santuário do Espírito Santo!
Lembrando ainda que para os israelitas, a exigência de serem santos, não era algo abstrato, como para muitos de nós hoje, que entendem a necessidade da santidade, como algo bonito, mas inatingível. Para os israelitas, ao contrário, a santidade seria demonstrada por uma realidade palpável e observável, que podia ser atingida, que afetava a prática do seu dia-a-dia. Pelo fato dessas determinações não se basearem em folclore ou na sabedoria ou nas observações populares, mas basearem-se sim nas palavras de Deus, essas leis tinham o mesmo peso e deveriam ser respeitadas tanto quando as leis sobre os sacrifícios. Vamos então aos detalhes dessas ordenanças...
Em 1º lugar nos vs.1-8 temos a descrição dos animais limpos e impuros. Essas palavras que foram ditas diretamente de Deus para Moisés e Arão começam com um tom positivo, pois mostram os animais limpos, aqueles que seriam aceitos. Nos vs.1-3 se define que os animais que eram considerados limpos e poderiam servir de alimento deveriam ter essas características: deveriam ser quadrúpedes, deveriam ter unhas fendidas, o casco dividido em dois e deveriam ruminar. Esses animais estavam liberados para a alimentação e certamente para serem apresentados em sacrifícios. Por outro lado, qualquer outro mamífero que não preenchesse esses requisitos era inaceitável.
Assim, nos vs.4-6 são alistados os animais considerados impuros destacando-se o camelo, v.4, o arganaz, v.5 e a lebre, v.6. Todos esses embora ruminassem não tinham unha fendida, portanto eram impuros. Em relação ao arganaz é importante notarmos que ele aparece em outras traduções como um coelho, provavelmente selvagem ou um tipo de rato ou ratazana silvestre. Em relação a esse coelho e a lebre deve-se notar, de fato, que eles não são ruminantes. Alguns que não crêem na Bíblia e procuram detalhes para apontar seus erros vêem na afirmação de que são ruminantes um erro bíblico grave. Mas, explica-se essa colocação sobre o coelho e a lebre mostrando que ao se observar visualmente esses animais, de modo prático e não de modo científico, pela constante movimentação dos maxilares na mastigação popularmente sempre foram confundidos como ruminantes. Mas por outro lado, através de estudos mais recentes tem-se constatado que esses animais não eram próprios para o consumo humano sem a higenização que se faz hoje.
E, nos vs.7-8 relaciona-se o porco, cujo parente selvagem era o javali, e embora tenha unha fendida não ruminava. Certamente uma das razões pelas quais o porco era considerado impuro era a sua capacidade de transformar qualquer tipo de alimento, até aqueles desprezados por outros animais em sua própria carne que seria então ingerida pelo ser humano. Sabe-se hoje que o porco é hospedeiro de vários parasitas dentre os quais a TeniaSolium que passando ao ser humano podem provocar crises no cérebro do ser humano.
Sabedor dessas realidades que ainda não estavam disponíveis ao conhecimento do ser humano, e sendo o criador desses animais, Deus ao ordenar todas as proibições demonstrou grande cuidado para com seu povo.
Em 2º lugar nos vs.9-12 temos as orientações sobre as espécies aquáticas. De modo geral os animais aquáticos, dos mares e dos rios, considerados limpos eram os que tinham barbatanas e escamas. Os animais aquáticos que não satisfizessem esses requisitos não seriam aceitos como próprios para o consumo humano. Além dessas diferenças visíveis a olho nu, uma outra diferença interessante que deve ser mencionada é a relativa a profundidade do habitat desses animais aquáticos. Os animais com barbatanas e escamas normalmente habitam águas profundas enquanto que os outros, e aqui se incluem os crustáceos – caranguejos, camarões e lagostas habitam as águas mais rasas e se alimentam até de outros pequenos animais mortos. Portanto, não eram aceitáveis diante do Senhor.
Em 3º lugar nos vs.13-19 temos uma relação sobre as aves impuras. As aves consideradas impuras foram alistadas tanto em forma de espécies como de forma individual. São vinte nomes relacionados e, embora, as versões bíblicas tenham diferença entre si em relação aos nomes dessas vamos mencioná-los conforme a tradução que normalmente usamos, isto é, a Almeida Revista e Atualizada: 1a águia, 2o quebrantoso ou urubu, 3a águia marinha, 4o milhano, 5todas as espécies de falcão. 6Toda espécie de corvo, 7o avestruz, 8a coruja, 9a gaivota, 10toda a espécie de gavião. 11O mocho, 12o corvo marinho, 13a íbis ou o corujão, 14a gralha, 15o pelicano, 16o abutre, 17a cegonha, 18toda espécie de garça, 19a poupa e 20o morcego. Quantos nomes não é mesmo? E, certamente se incluíam entre as razões porque essas aves de rapina eram consideradas imundas é que várias delas comiam carne com sangue ou comiam carniça e normalmente a sua carne além de não ser saborosa exalavam um cheiro muito ruim, sendo por isso consideradas impuras. E, mais uma vez vemos o cuidado de Deus com o seu povo e também a ênfase de que o sangue de modo algum deveria ser ingerido.
Em 4º lugar nos vs.20-23 temos as orientações sobre os insetos. Nesses versos temos aparentemente um problema, pois os insetos normalmente possuem seis pernas. Mas, o que está em vista aqui é uma definição bem interessante. Os insetos que se moviam aos saltos, apoiando-se nas duas pernas traseiras mais longas, eram considerados limpos. Os outros insetos que andavam em quatro patas e não tinham as pernas traseiras mais longas foram considerados impuros. Nesse grupo estavam incluídos todos os insetos que se alimentavam de esterco, de lixo ou de carne putrefata, sendo transmissores potenciais de doenças graves que dizimariam o povo. Assim podemos perceber aqui o cuidado higiênico que Deus tinha com o seu povo.
Em 5º lugar nos vs.24-28 temos as orientações sobre o contato com animais mortos. Certamente aqui estava em foco a santidade ou a contaminação cerimonial. A imundícia causada pelo contato com cadáveres deve ser bem entendida, pois o fato de trabalhar com o camelo que era um animal impuro não deixava o israelita impuro. Então, a questão aqui, nos vs.24, 25 e 28 era ter contato com cadáveres, pois quem tivesse contato com esses poderia se contaminar e reter em seu corpo ou nas suas vestes uma série de germes, vírus e outros organismos que habitam nos corpos em estado de putrefação. Lembrando-nos que os israelitas estavam num clima tropical, vivendo no deserto e indo depois para a Palestina, certamente essa legislação era profilática e visava a saúde dos israelitas. Mas é interessante notarmos também a ordem dos vs. 26-27 onde se lê: “ todo animal que tem unhas fendidas, mas o casco não dividido em dois e não rumina, vos será por imundo ...todo animal quadrúpede, que anda nas plantas dos pés, vos será por imundo”. Que animais estavam em foco aqui? Não podemos relacionar todos, mas certamente os mais conhecidos eram os gatos e os cachorros. Interessante é o fato da Bíblia não fazer qualquer referência aos gatos e na grande maioria das 47 vezes que menciona o cachorro poucas referências são elogiosas a esses animais. Mas, mais interessante ainda é notar que hoje muitos casais substituem os filhos, que são herança do Senhor por esses animais, gastando com eles uma grande soma em dinheiro, que poderia ser aplicado de outras maneiras, como por exemplo, na ajuda às crianças abandonadas. Querido amigo, como os costumes mudam não é mesmo? Mas, vamos continuar, estamos apenas na metade das determinações...
Em 6º lugar nos vs.29-38 temos as orientações sobre os seres que rastejam ou enxameiam. Aqui, além dos insetos rejeitados nos vs.20-23 temos uma série de rastejantes ou enxames que não poderiam servir como alimento. Mas, se observa que também depois de mortos traziam imundícia para que os tocasse. Aqui temos a menção de vários répteis com a inclusão de alguns roedores. Esses animais, mortos tornavam impuros não só as pessoas mas também os objetos e aqueles ou aquilo que tivessem contato com eles. Esse deveriam ser lavados e ficariam impuros até a tarde.
Pergunta-se por que seria imundo até a tarde? Muito provavelmente essa prescrição era necessária para que se respeitasse um tempo, pois após ser lavado e exposto à secagem ao sol o utensílio em questão já poderia ser usado novamente no dia seguinte. Mas em relação ao israelita que se tornasse impuro, não temos aqui uma legislação preocupada com a saúde, mas, sim uma legislação que servia para demonstrar a importância da pureza para se manter o relacionamento com Deus. Deus é santo e exige que aquele que o adora também seja santo.
Em 7º lugar nos vs.39-40 temos as orientações sobre o contato com cadáveres de animais limpos. Aqui esta prevista a proibição de se alimentar de um animal puro que tivesse morrido por causas naturais. Aquela carne não seria admitida como alimento para os israelitas. Mas além disso, aquele ou aqueles que manuseassem o cadáver desses animais, talvez para enterrá-lo ou queimá-lo, também deveria se purificar e ficaria imundo até o entardecer.
Em 8º lugar nos vs.41-43 temos as orientações sobre enxames e rastejantes. Aqui se incluem outros seres que ainda não tinham sido relacionados: outros tipos de insetos, cobras, lagartos, minhocas, lagartas e outros semelhantes. O uso da palavra abominação no v.42, como aparece anteriormente em 7 ocasiões neste capítulo, nos vs. 10,11,12,13,20,23,41 reforça o conceito de que aquilo que ofende e fere o coração de Deus no seu plano de prover uma vida saudável ao seu povo é algo que deve ser considerado imundo. Mas é interessante que outras práticas eram também abominação, como por exemplo: a idolatria, cf.2Rs 23.13, a prostituição, a desonestidade, e o orgulho, cf. Lc 16.15, demonstrando mais uma vez a necessidade de santificação e integridade no relacionamento com Deus.
Em 9º lugar nos vs.44-45 temos as razões dessa separação. De modo geral essas leis deveriam refletir a consagração dos israelitas a Yahweh, o Deus santo e redentor. Por duas vezes Deus enfatiza que o seu povo deveria ser santo porque Ele é Santo! E, finalmente...
Em 10º lugar nos vs.46-47 temos o resumo dessas prescrições: Sendo Deus santo como é queria que todo israelita fizesse distinção, percebesse a diferença entre o limpo e o imundo. Portanto, ao terminarmos o estudo desse capítulo vale mais uma vez relembrar que Lv, e principalmente os cap. 11-15 são um manual de santidade, que exigia do povo de Deus uma vida santa, pois Deus é santo.
É...mas, essa exigência vale também para nós cristãos: “Sede santos porque eu sou santo”,cf.1Pe1.16; “apresenteis o vosso corpo como sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional...”,cf.Rm12.1; e ainda: “acaso não sabeis que o vosso corpo é santuário do Espírito Santo?”cf.1Co6.19). Sim! Cada cristão deve ter essa exigência bem clara em sua mente: “Segui ... a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor”(Hb 12.14). Que Deus nos ajude a andarmos em santificação para agradarmos o Seu coração!
Bom, chegamos ao final desse estudo. Peço a Deus que você tenha sido edificado.
Escreva por e-mail ou carta, sempre é bom recebermos notícias dos nossos ouvintes.
Deus te abençoe,
Um abraço.

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