quinta-feira, 31 de julho de 2014

Através da Bíblia - Êxodo 10

Êxodo 10
Olá amigo, estamos iniciando mais um programa da série "Através da Bíblia" com nossos corações cheios de alegria, aquela alegria que só o Senhor Deus nos dá. Alegramo-nos pela maneira carinhosa que temos sido tratados por você, pois, através das cartas que recebemos percebemos essa comunhão que só existe quando pertencemos a mesma família. E hoje, quero registrar o e-mail que vem de um irmão da cidade de Flamboyant, Cuiabá, no estado do Mato Grosso. Essa é parte da sua mensagem: "Prezado pastor lembro-me quando o Sr. Fazia a Radio Escola Boas Novas. O radio desde que recebi Jesus em meu coração tem sido o meu discipulado e como tem sido bom pois há diversidade de interpretações e opiniões. Parabéns, o programa tem sido uma bênção. Eu e minha família somos ouvintes há mais de 20 anos". Querido amigo, somos gratos por essas palavras tão bondosas. De fato, temos pedido a Deus que use o que aqui é transmitido para moldar o nosso caráter ao caráter de Jesus Cristo. Assim, como recebemos essa correspondência gostaríamos de receber também a sua. Escreva-nos e compartilhe suas experiências conosco. Agora, te convido para aquele momento especial em que elevamos os nossos pensamentos para falarmos com Deus. Vamos orar: "Pai querido, chegamos à tua presença agradecidos porque a tua misericórdia dura para sempre. Agradecidos porque a tua misericórdia se renova constantemente sobre as nossas vidas. Agradecidos porque pela tua misericórdia o Senhor apaga de nós as nossas transgressões. Senhor, conforme a tua vontade, atende a necessidade de cada um de nós que te buscamos nessa hora. Senhor, conceda-nos também a iluminação do teu Espírito para essa hora de estudo. Nós oramos, em nome de Jesus, Amém!".
Querido amigo estamos iniciando o estudo do capítulo 10 e o nosso propósito é estudarmos todos os seus 29 versos. Nestes versos encontramos a 8ª praga, a dos gafanhotos e a 9ª praga, a das trevas.
Nos versos 1-2 encontramos uma palavra dura e muito objetiva de Deus dirigida a Moisés a respeito do Faraó. Deus diz que endureceu o coração do Faraó e fazia isso para que todos soubessem que Ele era e é o Senhor e esses sinais em meio aos egípcios serviriam para que os israelitas contassem aos seus filhos e aos seus netos como Senhor menosprezou os egípcios.
Essa era uma clara afirmação do plano divino que envolvia o Faraó. Os sinais que Deus operava, as pragas com que julgava o Egito tinham o objetivo de ensinar a Israel deixando para a sua descendência a marca do Seu poder sobre os falsos deuses egípcios. Deus pretendia que ao serem contados os Seus atos miraculosos a fé das posteriores gerações dos israelitas fosse estimulada, mantendo viva a lembrança dos Seus atos remidores .
Uma outra razão dessas manifestações poderosas de Deus foi demonstrar ao próprio Faraó, a sua personalidade e a dureza de seu coração. Era ele um homem ímpio. Deus poderia ter tirado os filhos de Israel imediatamente da terra do Egito sem fazer nenhum contato com Faraó. E se Deus o tivesse feito, muita gente o criticaria de qualquer forma. Porém, Deus falou diversas vezes com Faraó e insistiu com ele para deixar o povo sair, porém Faraó não quis deixar, o que deu lugar as pragas. Se Faraó tivesse deixado o povo sair, logo no primeiro contato que Moisés teve com ele, então nada disso ocorreria. Deus, entretanto, já sabia que a atitude de Faraó seria de endurecimento de coração, e assim antecipadamente avisou a Moisés, que o coração de Faraó estaria fechado. Agora o endurecimento de Faraó contribuiu para a glória de Deus, porque Deus nunca tem prejuízos. A ira do homem é uma oportunidade para a glorificação do nome de Deus. Ao ver as manifestações poderosas de Deus no Egito, o povo de Israel conheceria ainda mais e melhor o seu Deus e assim estariam se preparando para a grande jornada em direção da terra prometida.
Nos versos 3-6 encontramos Moisés e Arão detalhando como seria esta próxima praga se o Faraó não deixasse os israelitas saírem do Egito. Os ventos orientais trariam grandes nuvens de gafanhotos migratórios com um vigor feroz e voraz e não poupariam nada do que restou sobre a terra do Egito.
No verso 7 encontramos uma atitude de prudência por parte dos oficiais egípcios. Eles disseram ao Faraó: Até quando nos será por cilada este homem? Deixa ir os homens, para que sirvam ao Senhor seu Deus. Acaso, não sabes ainda que o Egito está arruinado? Querido amigo, o que temos aqui? Ora, encontramos uma constatação por parte dos conselheiros do Faraó de que a terra do Egito estava sendo completamente destruída. Toda a terra estava sendo destruída por meio das pragas enviadas por Deus. Mas o coração do Faraó era duro e incrédulo, e revelava bem a situação do coração do homem em geral.
Diante dessas considerações, nos versos 8-10 Moisés e Arão foram conduzidos à presença do Faraó. E ouviram da parte do Faraó uma nova proposta para o pedido da libertação da escravatura. Deixaria os homens partirem, mas sem as esposas e os filhos, acusando Moisés de má intenção, pois privaria os egípcios da mão de obra escrava. Embora Moisés tivesse exigido a liberação de todos do povo, o Faraó só permitiu saírem os homens e fechou a questão expulsando os dois da sua presença.
Que aplicação podemos fazer desse detalhe? Aqui vemos Faraó procurando mostrar ao povo de Deus o que deveria ser feito para adorar o Senhor. Faraó representa muito bem o mundo, o homem incrédulo. E o mundo está dizendo ao povo de Deus como é que se deve servir ao Senhor. O Faraó disse que os homens, os adultos, poderiam deixar o Egito, porém, deveriam deixar as esposas e os seus filhos no Egito. Deveriam sair sem eles. Naturalmente Faraó suspeitava que se o povo saísse levando as esposas e os filhos, para três dias de adoração no deserto, não voltaria mais. Porém, se deixassem as crianças no Egito, o Faraó teria uma garantia de que eles voltariam para os seus filhos. Para o Faraó 1)as mulheres, as crianças e os rebanhos israelitas ficariam como reféns e 2)em geral só os homens é que participavam plenamente do culto.
Isto é semelhante ao que o mundo está fazendo hoje com a igreja. Sob vários aspectos o mundo está ditando o que a igreja deve fazer hoje. O mundo quer que façamos as coisas para Deus sem deixar de seguir as suas determinações. Seja um cristão, mas não seja um cristão muito apegado a Bíblia. O mundo diz que não é necessário sermos muito chegados a igreja, nem interpretar as coisas da Bíblia tão literalmente. Existe em nossos dias um conflito muito grande no lar, entre os pais que deixaram o Egito e os filhos que ainda estão no Egito, no mundo. Muitos pais crentes estão preocupados apenas com a educação dos filhos nas faculdades e universidades, mas que estão deixando de prepará-los para Deus. Querem que seus filhos sejam ricos, ganhem bastante dinheiro, sejam famosos. E muitos desses filhos, de um modo geral, têm sofrido grandes desastres nas suas vidas.
Mas, voltemos ao texto, no v.12, diante da proposta do Faraó, Deus ordena a Moisés que estendesse a sua mão sobre a terra do Egito para que viessem gafanhotos e devorassem tudo o que tinha sobrado da chuva de granizo. Cf. o v.13 Moisés obedeceu a Deus e durante aquele dia e aquela noite o Senhor fez soprar um vento oriental trazendo os gafanhotos sobre o Egito. E os vs 14-15 nos dão conta que os gafanhotos vieram, cobriram toda a terra e devoraram a erva e o fruto das árvores deixando toda a área agrícola do Egito tremendamente devastada.
Esses gafanhotos são insetos com grande poder de destruição. Cf. alguns estudiosos, uma nuvem pode ter 50 milhões desses insetos por quilometro quadrado. O seu poder de destruição é tão grande que em poucas horas eles podem devastar centenas de quilômetros, trazendo horror, desespero e terríveis conseqüências econômicas aos povos que tem sido por eles atacados.
Querido amigo, diante desse quadro, cf. o v.16 o Faraó tem uma mudança de atitude das mais interessantes. A arrogância mostrada até agora perdia para a humilhação e a confissão de pecado. "Pequei contra o Senhor vosso Deus, e contra vós outros" foram as palavras do Faraó. Se foram sinceras ou eram uma confissão superficial não Deus sabia e. Mas, estando apavorado com a destruição acontecida diante dos seus olhos o Faraó pediu perdão pelos seus pecados e pediu que intercedessem em seu favor diante de Deus para que tirasse dele aquela destruição, aquela morte, cf. v.17.
Mas, antes de continuarmos vale a pena considerarmos a maneira de interpretarmos esta praga dos gafanhotos. Vamos interpretar esta praga como um acontecimento natural? Não! Certamente não! Foi um milagre, foi a mão de Deus que fez isto. Um vento oriental levou aqueles gafanhotos em nuvens, em enxames para o Egito. Era um milagre sim. Claramente este vento oriental levou aqueles gafanhotos das partes da Ásia para o Egito, pois eles existiam em grande quantidade naquelas localidades. Eles vieram para o Egito com muita fome e devoraram tudo o que havia de verde no Egito, eles destruíram tudo. Querido amigo, os gafanhotos, são usados na Bíblia como símbolo da pior peste ou praga, são símbolo inclusive do julgamento final. O profeta Joel se referiu ao julgamento por meio de gafanhotos, em 1.1-2.11. E, no Ap. eles aparecem em 9.2-11. Assim, voltando ao texto, vimos que a grande praga de gafanhotos arrazou tudo, destruiu tudo de verde no vale do Nilo. Os gafanhotos foram usados como instrumentos do juizo divino sobre o Egito. Nenhuma praga devastou tanto o Egito quanto a praga de gafanhotos.
Nos vs. 18-19 Moisés orou pedindo ao Senhor que livrasse Faraó e o Egito daquela praga e Deus o atendeu enviando um fortíssimo vento ocidental que lançou os gafanhotos no Mar Vermelho. O Egito estava livre dos gafanhotos. É ... querido amigo, mas o v.20 nos diz que mesmo diante desse livramento o coração do Faraó continuou endurecido. O verso diz que Deus endureceu o coração do Faraó, mas sobre essa afirmação é importante ressaltar mais uma vez que Deus apenas deixou, Deus apenas permitiu que a tendência do coração do Faraó fosse concretizada, Deus permitiu que a vontade do Faraó fosse realizada. E nós sabemos que a tendência do coração humano sem Deus é para o mal.
Querido amigo, quando Deus permite ao ser humano cumprir a sua própria vontade, podemos ter certeza que os resultados não serão bons. A conseqüência do coração endurecido do Faraó foi a manutenção de Israel no regime da escravidão.
Chegamos então aos versos 21-29 que nos relatam a nona praga, a praga das trevas. Essa 9ª praga ocorreu, como já tínhamos dito antes, na 3ª e 6ª pragas, sem qualquer aviso prévio.
Os vs. 21-23 nos contam que o Senhor disse a Moisés para estender a mão para o céu para que viessem trevas sobre a terra do Egito, trevas que pudessem ser apalpadas. Os egípcios celebravam ao nascer do dia o deus Rá, o deus-Sol, pois conforme eles criam, ele vencia a serpente das trevas hostis da noite. Portanto, essas trevas tão densas eram um ultraje contra Rá, o deus-Sol, uma das divindades mais conhecidas e adoradas pelos egípcios.
Alguns céticos têm tentado explicar essas trevas de modo natural. Quando o v.21 diz que as trevas poderiam ser apalpadas, entendem eles que era uma referência a forte tempestade de areia que podia ser sentida. Ah!, querido amigo, essas trevas certamente foram provocadas por muito mais do que uma forte tempestade de areia ou um eclipse do Sol. Essas trevas foram sobrenaturais, provocadas por Deus, como serão aquelas trevas que acontecerão no dia do Senhor, cf. Is 8.22; Jl 2.2; Am 5.20 e Sf 1.15.
Quando Moisés estendeu a sua mão para o céu houve trevas tão espessas que os egípcios não se viram e nem se movimentaram por três dias. Mas, por todo o Egito somente um pedaço do seu território tinha luz. Você pode imaginar qual era este local? É isso mesmo! O local iluminado era a terra de Gósen. É ... o território em que habitavam os filhos de Israel. E isso para provar a bondade de Deus!
Diante dessa situação tão drástica, cf. o v.24 o "Faraó chamou a Moisés, e lhe disse: Ide, servi ao Senhor. Fiquem somente os vossos rebanhos e o vosso gado; as vossas crianças irão também convosco.
Querido amigo, esta era a 5ª tentativa de solução que o Faraó oferecia a Moisés. Na 1ª vez, em 8.25, na 4ª praga, a das moscas, Faraó sugeriu que a adoração fosse feita no próprio Egito; na 2ª vez, em 8.28, nesta mesma praga das moscas o Faraó sugeriu que os israelitas fossem ao deserto para adorar, mas recomendou que não fossem longe demais; na 3ª vez, em 9.28, na 5ª praga, a da saraiva, o Faraó prometeu deixá-los ir e eles não ficariam mais no Egito, na 4ª vez, em 10.11 o Faraó sugeriu que saíssem para adorar o Senhor apenas os homens. Mas, como nas outras ocasiões essa também era uma solução inaceitável. Pela 5ª vez o Faraó fazia uma proposta, tentava uma solução que era impossível de ser aceita. A proposta era para que o povo saísse, porém sem os seus rebanhos.
Querido amigo, cf. os v.25-26 Moisés foi claro em rejeitar tal proposta. Ele disse ao Faraó: "Também tu nos tens de dar em nossas mãos sacrifícios e holocaustos, que ofereçamos ao Senhor, nosso Deus. E também os nossos rebanhos irão conosco, nem uma unha (ou nenhum casco de animal) ficará; porque dele havemos de tomar (isto é, do rebanho devemos escolher animais), para servir ao Senhor, nosso Deus, e não sabemos com que (ou com os quais) havemos de servir ao Senhor até que cheguemos lá". Moisés foi o grande libertador de Israel e assim era um tipo de Cristo, o nosso real libertador. Assim como Moisés resistiu a todas as sugestões, propostas ou tentativas do Faraó e seguiu em frente libertando Israel do Egito; Cristo resistiu todas as tentações de Satanás e libertou-nos do pecado.
Veja bem, querido amigo, o pedido de Deus era muito claro. Ele queria que o seu povo saísse do Egito para ir ao deserto para adorá-lo, para celebrar a sua lembrança da aliança feita com os patriarcas Abraão, Isaque e Jacó. Deus não queria uma saída parcial. Deus exigia uma saída completa do seu povo para que o adorasse e O servisse. E, assim também como este era o propósito divino para o povo de Israel, também o propósito divino para conosco, os cristãos, é que tendo sido libertos do pecado, fomos libertos para adorá-lo e para servi-lo. Nós não podemos nos esquecer desse alvo divino para conosco.
No v.27 novamente temos o relato que Deus endureceu o coração do Faraó, diante do seu nítido desejo de não deixar o povo sair. Com essas tentações, com essas propostas inaceitáveis, com essas sugestões que não atendiam o desejo de Deus o Faraó demonstrava que sua disposição não era libertar a Israel. Portanto, diante dessa disposição para o mal, o Senhor deixou-o com o seu próprio desejo e assim o coração duro e insensível mais uma vez ficou mais endurecido.
E, a prova desse sentimento insensível é percebida no v.28 que conta: "Disse, pois, Faraó a Moisés: Retira-te de mim e guarda-te que não mais vejas o meu rosto; porque, no dia em que vires o meu rosto, morrerás". Neste verso o Faraó declarou que nunca mais concederia a Moisés a oportunidade de uma audiência. A frase: no dia em que vires o meu rosto, dita em meio às densas trevas parecia irônica e demonstrava a total insensibilidade do monarca egípcio.
E, finalizando o capítulo, no verso 29 Moisés confirma que de fato eles não se veriam mais e, de fato isso ocorreu até que em 12.31 o Faraó finalmente chamou Moisés para que ele liderasse a saída completa de Israel do Egito.
E, assim querido amigo, terminamos o nosso encontro de hoje. Minha oração é que esse estudo tenha sido útil para a sua edificação. Que Deus fortaleça a sua fé e o seu caminhar.
Você sabe que somente quando nos transformamos pela renovação da nossa mente é que experimentamos a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.
Lembre-se de anotar o nosso endereço para escrever compartilhando suas experiências com Deus.
Conto também com a sua audiência no próximo programa.
Um grande abraço e que Deus o abençoe!

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