quinta-feira, 31 de julho de 2014

Através da Bíblia - Êxodo 18

Êxodo 18
Olá amigo, estamos iniciando mais um programa da série “Através da Bíblia”. Quero saúda-lo em nome de Jesus, nosso Senhor desejando que esse tempo juntos possa servir para a sua edificação e para outros que porventura estejam com vocês ouvindo nossos comentários sobre a Bíblia. Quero estimular você a nos escrever compartilhando qual o valor dos nossos estudos. Para nós é importante esse retorno, por isso quero registrar logo no início do programa uma carta que recebemos de um querido ouvinte da cidade de Congonhinhas, no estado do Paraná. Esse irmão nos dirige as seguintes palavras: “Sou ouvinte deste programa e quero dizer que são muito confortadoras as mensagens que vocês transmitem. Minha vida espiritual mudou muito depois que comecei a ouvir os seus programas. Quero parabenizar este programa que é voltado para a edificação pessoal. Estou feliz por Deus ter preparado um programa assim, que tem me dado forças para viver e tirado minhas dúvidas. Fiquem com Deus”. Querido irmão, obrigado por suas palavras fraternas. Que o Senhor te abençoe. Agradecemos a Deus porque Ele tem usado os nossos programas para a sua edificação e para despertar o interesse de outros queridos amigos nas verdades que encontramos na Bíblia Sagrada. Por isso, oramos pedindo que Ele nos abençoe na preparação e apresentação de cada programa para que haja edificação e o Seu nome seja glorificado. Convido-o, então, e a todos que nos ouvem, orar comigo, especificamente para este programa: “Pai amado, pedimos a Sua direção e a iluminação do teu Espírito para que tudo aquilo que aqui for comentado sirva para edificação de muitos irmãos e amigos. Pedimos Senhor a tua bênção para a família de cada um de nossos ouvintes, e, Senhor ajuda-nos a te obedecer continuamente. Oramos em nome de Jesus, Amém”.
Querido amigo hoje temos diante de nós a responsabilidade de estudarmos os 27 versos do capítulo 18 do Êxodo. Neste capítulo encontramos dois fatos: 1)o retorno da família de Moisés e, 2)a orientação de Jetro a Moisés para que estabelecesse auxiliares na tarefa de julgar e conduzir Israel.
Em 1º lugar, nos versos 1-12 temos reencontro de um sogro com o seu genro quando Jetro trouxe para Moisés a sua mulher Zípora e seus filhos Gerson e Eliézer, sua filha e seus netos. Os versos 1-4 nos dão conta que Jetro tinha ouvido notícias de tudo quanto Deus tinha feito a Moisés e a Israel. O reencontro foi amigável e cheio de comentários edificantes. Jetro trouxe a sua filha Zípora, que significa pássaro, pardal, e os seus netos Gérson, que significa “Fui peregrino em terra estrangeira” e Eliézer, que significa “O Deus de meu pai foi a minha ajuda”. Muito provavelmente Moisés tinha deixado sua esposa e os filhos com Jetro logo depois do incidente relatado em 4.24-26, quando teve que circuncidar o pequeno Eliézer sob o protesto e a rejeição de Zípora, antes da libertação de Israel do Egito.
Provavelmente Zípora não estava no Egito por ocasião do Êxodo, da saída do povo do Egito. A Bíblia relata que Jetro, cf. o v.5, trouxe para Moisés a sua família para juntar-se a ele, agora que ele se achava novamente em Midiã, com o povo de Israel já liberto, acampado no deserto junto ao Monte de Deus, indo na direção do Sinai.
Nos versos 6-8, o que se destaca é o relacionamento entre Moisés e seu sogro Jetro. Quando se encontraram tiveram a oportunidade de se abraçarem e se beijarem perguntando pelo bem estar um do outro. Como tudo indica, eles estavam em paz, e tinham grande respeito um pelo outro. Não havia entre eles conflito ou incompreensão. Tudo indica que eles tinham boa amizade. Moisés então contou tudo o que lhe aconteceu no Egito e como Deus libertou o seu povo, tirando-o da escravidão do Egito. E Jetro, da sua parte, revelou grande interesse pelo assunto.
Mas, querido amigo, você reparou bem nesses versos? É interessante destacar que o texto não diz que Moisés tenha beijado sua esposa e seus filhos. Pode ser que isto seja tão óbvio que não tenha sido necessário fazer esse registro. Talvez Moisés, que é o autor do próprio livro do Êxodo tenha desejado destacar apenas o seu relacionamento com o seu sogro Jetro mostrando como os dois se davam bem. Por outro lado, esse silêncio pode também indicar que havia algum problema no relacionamento entre Moisés e Zípora, sua esposa, como muitas vezes acontece com tantos outros casais. O relacionamento entre o casal provavelmente não estava muito bom, pois como mencionamos Zípora tinha chamado Moisés de sanguinário, por ocasião da circuncisão de um dos seus filhos.
Mas, querido amigo, também é possível que Jetro, não tivesse dado muito crédito à missão que Moisés desenvolveria no Egito. Talvez tenha dito aos seus vizinhos: Eu não sei o que está acontecendo com o meu genro. Ele tem umas idéias muito estranhas. Ele tem pensado que Deus o chamou para libertar os filhos de Israel do Egito. Eu não creio que Deus lhe tenha dado uma missão como esta. Querido amigo, se Jetro cria ou não, não era importante. Porque tudo aconteceu como Moisés lhe havia dito. E quando aconteceu, os fatos chegaram ao conhecimento de Jetro, que então foi ao encontro de Moisés, que lhe contou a respeito do que Deus fizera no Egito.
Cf. os vs.9-11, estes fatos levaram Jetro a alegrar-se pelo que Deus fizera e, assim ele bendisse ao Senhor, reconhecendo que Deus era maior que todos os deuses demonstrando assim um conhecimento salvador de Deus. A frase do verso 11 “agora sei que o Senhor é maior que todos os deuses...” provavelmente indica o início da fé de Jetro no Senhor como o único Deus.
E, cf. o v.12, este reconhecimento fez com que Jetro oferecesse holocaustos e sacrifícios a Deus como expressão da sua fé salvadora e participou com Moisés, Arão e todos os anciãos de Israel da cerimônia em que honravam a presença e a direção de Deus. Jetro, então resolveu passar um pouco de tempo com Moisés, certamente para ouvir maiores detalhes dessa grande libertação que ocorrera.
Mas, querido amigo, será que temos lições para aplicar em nossas vidas? Creio que sim: em 1º lugar uma lição negativa que não devemos praticar. O relacionamento entre Moisés e Zípora aparentemente não era um relacionamento saudável e exemplar, pelo menos o texto bíblico não mostra que eram harmoniosos e se dedicavam mutuamente para o bem um do outro. Essa situação nos mostra como podemos nos envolver tanto com o trabalho de Deus e descuidar de algo fundamental: dar atenção prioritária e necessária para a nossa família, para com o nosso cônjuge, cf. lemos explicitamente em 1Tm 3.1-7 que nos dá recomendações sobre o tratamento com nosso cônjuge e nossos filhos. Assim como Eli errou com seus filhos; assim como Samuel também errou com seus filhos e assim como Davi cometeu numa mesma situação, vários pecados, esse caso de Moisés e Zípora também serve para nossa advertência afim de que não tenhamos o mesmo procedimento desses homens, que embora sendo usados por Deus, descuidaram das suas famílias. Portanto, a relação entre Moisés e Zípora não são um bom exemplo para nós. Mas, em 2º lugar temos uma lição muito positiva, através da atitude de Jetro, o sogro de Moisés. Ao ouvir dos feitos maravilhosos do Senhor, e ao ouvir que o povo de Deus estava bem próximo de sua terra, deixou tudo e foi se encontrar e, querer saber detalhes de toda aquela bonita história da graça e da misericórdia divina para com Israel. O detalhe mais importante nesse episódio é o fato de que ele reconheceu que Deus era o único Deus e maior que qualquer outro Deus e ao reconhecer dessa maneira a Deus, a Ele ofereceu holocaustos e sacrifícios demonstrando assim sua fé genuína. Veja querido amigo, que os holocaustos vinham em 1º lugar, pois eram demonstração de confissão de pecados e só depois se ofereciam os sacrifícios pacíficos. Então esse é um exemplo positivo que deve ser seguido por cada um de nós. É assim também que você testemunha de Cristo em sua vida? Você tem convidado outros para celebrarem com você as experiências que você tem tido com Deus? Minha oração é que você não perca as oportunidades que o próprio Senhor te concede de servi-Lo e de testemunhar de modo correto e agradável.
Mas, vamos adiante. Vamos à 2ª parte do texto, aos versos 13-27.
Nos versos 13-16 encontramos um retrato de como era o dia-a-dia de Moisés na condução do povo de Israel no deserto. Questões de discórdia e conflitos que ocorriam entre o povo deviam ser acertadas. Mesmo sendo todos pertencentes ao povo de Deus os israelitas tinham discórdias e os problemas se acumulavam. A maneira pela qual os diversos casos eram solucionados, quando não havia acerto entre as partes era levarem a pendência até a presença de Moisés para obterem uma solução. Só que havia um grande problema. Moisés era um só e o povo era uma multidão de pelo menos 3 milhões de pessoas. Você já imaginou como era impraticável essa maneira de solucionar os diversos casos? O povo ficava desde a manhã até a noite diante de Moisés para a solução dos seus problemas e para que Moisés consultasse a Deus e lhes declarasse os estatutos de Deus e suas leis.
Essa expressão: “estatutos de Deus e as suas leis” provavelmente significava os regulamentos permanentes de as leis, as decisões sobre casos semelhantes. É provável que já nessas ocasiões tivesse começado a compilação e a sistematização das leis que serviriam de parâmetro governamental para a nação. Certamente esses estatutos e leis, essas disposições legais seriam codificadas posteriormente como veremos nos capítulos subseqüentes.
Jetro que ainda estava em visita a Moisés e ao povo de Israel, sendo um homem com experiência de vida, pela sua idade e certamente pela sua função sacerdotal, agora já um adorador do Deus verdadeiro, vendo aquela pratica tão cansativa, confirmou com Moisés se esse era o procedimento normal para a solução das diversas questões e, tendo a confirmação de que esse era a pratica habitual, cf. o v. 17-18 advertiu a Moisés: “Não é bom o que fazes. Sem dúvida, desfalecerás, tanto tu como este povo que está contigo; pois isto é pesado demais para ti; tu só não o podes fazer”.
Querido amigo, devemos considerar que de acordo com alguns estudiosos este sistema de organização sugerido por Jetro não foi o melhor, pois as conseqüências posteriores revelaram muitas dificuldades. Segundo esses estudioso foi este método ensinado por Jetro que, muito tempo depois, deu origem ao sinédrio, um tribunal constituído por setenta judeus para julgar as causas das pessoas. Você se lembra também que muitos séculos depois, por ser constituído de judeus que embora fizessem parte do povo de Deus, não O temiam verdadeiramente, numa noite, 15 séculos depois, indo contra as suas próprias normas, este sinédrio se reuniu e condenou à morte o Filho de Deus. Portanto, conforme esses estudiosos esta conseqüência tão funesta mostra que de alguma maneira foi um erro Moisés ter aceitado o sistema sugerido pelo seu sogro. Em outras palavras, Moisés não precisava daquilo. Deus estava lhe dando a sabedoria e o poder necessários para o desempenho de sua missão. Aqueles setenta homens não seriam mais eficientes do que um homem preparado e usado por Deus. É o Espírito de Deus que faz a obra e não a capacidade do homem. Deus não está interessado primordialmente em método, ou organização, ou em sistema, ou em números ou em coisas que possam se colocar entre Ele e o seu servo. A sabedoria de Deus põe tudo isto de lado. E não deve haver nada entre o servo do Senhor e Deus, o seu Senhor. A sabedoria do mundo e a sabedoria de Deus estão em oposição. São contrárias, são opostas. A sabedoria do homem é loucura diante de Deus. Aquilo que o homem acha fenomenal pode ser loucura diante de Deus. A loucura de Deus é mais sábia do que a sabedoria do mundo, diz o apóstolo Paulo. Assim, se dependermos somente dos nossos esforços e metodologias, certamente complicaremos a comunicação direta que Deus quer ter conosco. Temos que ter muita cautela, em nossas vidas particulares e em nossas vidas como igreja com as decisões que tomamos afim de não prejudicarmos e impedirmos a nós mesmos de ouvir a clara voz do Senhor. Muitas vezes as novas técnicas, as novas metodologias podem ser um complicador entre nós e o nosso Deus.
Portanto, o conselho de Jetro por um lado pode ter feito um mal muito grande a causa de Deus e Moisés pode ter errado em ter aceitado sem mais nem menos a sugestão do sogro. Moisés deveria ter consultado a Deus como fazia Davi, o salmista e rei de Israel, até nos mínimos detalhes de sua administração. Não podemos nos esquecer de que a sabedoria deste mundo é loucura diante de Deus. É da sabedoria divina, da sabedoria de cima, do alto, que precisamos para dirigir a nossa vida. O que de fato necessitamos, é ouvirmos a voz de Deus para dirigirmos as nossas vidas.
Mas, querido amigo, considerando os versos finais deste capítulo e, preparando-nos para o final do programa, baseando-nos nos versos 19-27 podemos alistar alguns princípios que podem nos ajudar equilibrar o nosso procedimento e assim alcançarmos aquilo que todos desejamos, isto é, vivermos de modo a agradarmos o nosso Deus. Mas quais são esses princípios? Quero sugerir que você os anote:
Em 1º lugar, cf. o v.19, fazendo parte do Corpo de Cristo, temos que ter disponibilidade para ouvir outros membros que possam nos aconselhar. No Novo Testamento temos a ordem clara de nos instruirmos mutuamente, cf. Cl 3.16.
Em 2º lugar também no v. 19, ao tomarmos qualquer decisão é necessário ansiarmos e ter certeza da presença de Deus conosco. E foi isso que Jetro desejou a Moisés, quando disse: Deus seja contigo.
Em 3º lugar, ainda no v. 19, temos o privilégio e o dever de levar diante de Deus os nossos irmãos, em oração, intercedendo por eles.
Em 4º lugar, cf. o v.20, temos o privilégio e o dever de ensinar os caminhos do Senhor a outros membros do Corpo de Cristo, orientando-lhes como agir na sua prática diária.
Em 5º lugar, cf. o v.21, temos a clara orientação de nos associarmos, de trabalharmos juntos, de repartimos a nossa tarefa apenas com irmãos capazes, irmãos que realmente temem a Deus, e irmãos que aborreçam a avareza. É..., o padrão que Deus exige daqueles que querem se colocar disponíveis para o seu serviço é um padrão alto; é um padrão que deve revelar um caráter irrepreensível, cf. as normas claramente expostas também no Novo Testamento por Paulo, em 1Tm 3 e Tt 1. Querido amigo, veja bem, se temos que nos associarmos com cristãos com esse padrão de conduta, você concorda comigo que também nós devemos ter essas mesmas características? É ... eu e você somos chamados a ter um procedimento exemplar se quisermos ser bênçãos nas mãos de Deus no meio do seu povo.
Mas, em 6º lugar, cf. o v.21 temos a orientação de delegarmos tarefas aos que estão envolvidos conosco no ministério, sabendo que não somos só nós a trabalharmos, pois somos um corpo e assim o nosso trabalho será mais fácil e também esses irmão terão o privilégio e a oportunidade de se demonstrarem úteis nas mãos de Deus.
Em 7º e último lugar, cf. o v.23 temos a clara orientação de submetermos todos os nossos planos, qualquer método que utilizarmos, toda e qualquer estratégia disponível diante do Senhor Deus e buscarmos dele a nítida convicção e aprovação para a sua utilização. Quando tivermos certeza dessa aprovação divina, os resultados serão os melhores possíveis e o povo de Deus experimentará, viverá em paz.
Finalizando o nosso estudo, os versos 24-27 nos dão conta que Moisés atendeu as palavras de Jetro e escolheu auxiliares dignos dessa tarefa de ajudá-lo na condução do povo. O v.27 conclui o capítulo dizendo-nos que Jetro, depois dessas coisas retornou à sua terra, transformado por ter conhecido a Deus e certamente satisfeito por ter podido colaborar com Moisés e o povo de Israel.
Querido amigo, chegamos assim, ao final de mais um tempo de estudos agradecidos a Deus pela oportunidade de estudarmos a sua Palavra e agradecidos a você por sua companhia.
Dentro em breve informaremos o nosso endereço. Anote-o e escreva para nós, ou então se for mais fácil, envie um e-mail para nós. Teremos muito prazer em nos corresponder com você.
Desejo sinceramente que os comentários feitos possam ajudá-lo na compreensão da Palavra de Deus e que as lições que vimos possam edificar a sua vida.
Que Deus te abençoe continuamente.
Um abraço e até o próximo programa.

Nenhum comentário:

Postar um comentário