quinta-feira, 31 de julho de 2014

Através da Bíblia - Êxodo 25

Êxodo 25
Olá amigo, estamos iniciando mais um programa da série "Através da Bíblia". É com grande alegria que retomamos o contato com você com o propósito de estudarmos a Palavra de Deus com profundidade e aplicá-la em nossas vidas. Somos gratos a Deus pelo privilégio de podermos conhecer mais a sua vontade adequando as nossas vidas ao Seu querer. Por isso quero incentivá-lo a essa prática, pois o alvo desse programa é estudar toda a Bíblia aplicando-a às nossas vidas. Quero aproveitar a oportunidade para agradecer aqueles que têm nos escrito compartilhando sobre o programa e sobre as suas vidas pessoais e ministeriais. Hoje, por exemplo, registramos a carta que vem da cidade de Cambé no estado do Paraná. Este irmão nos escreve as seguintes palavras: "Através dessa carta conta da minha alegria em poder ouvir este maravilhoso programa Através da Bíblia. Tem sido uma bênção na minha vida, cada dia aprendo mais da Palavra de Deus. Tenho orado pelo programa. Que as bênçãos do nosso Deus estejam cada dia sobre este programa e sobre quem o faz". Querido amigo, muito obrigado por suas palavras. Quero cumprimentá-lo pela disciplina de reservar diariamente um tempo para o estudo da Palavra de Deus e agradecer por suas orações em nosso favor. De fato necessitamos da oração de cada um de vocês. Por isso mesmo, convido-o nesse momento a elevar nossas orações a Deus: "Pai de amor, obrigado por podermos abrir a Tua Palavra e ouvirmos a Tua voz. Senhor que a prática de estudarmos a Bíblia atraia muitos amigos para que possam desfrutar dessa comunhão contigo. Pai, nos oriente no estudo de hoje. Que haja edificação e glória ao teu nome. Oramos em nome de Jesus, Amém!"
Querido amigo, hoje temos diante de nós a tarefa de concluirmos o estudo do cap.25 do Êxodo. Vamos estudar os versos 10-40. Neles encontramos as orientações para a construção de alguns dos utensílios do tabernáculo: da arca, do propiciatório, da mesa dos pães da proposição e do candelabro. Portanto, aqui vamos encontrar o desenho, o modelo, ou o esquema traçado de cada utensílio.
Vimos no programa passado que o Senhor disse que não habitaria em casas feitas por mãos humanas. Porém o tabernáculo e mais tarde o templo serviram para chamar a atenção do povo para fato de que o Senhor se achava entre eles e particularmente, que a sua presença era infinitamente santa pelo que também o acesso a ele só podia ser efetuado num ambiente de santidade e daí a necessidade dos sacrifícios expiatórios para o povo e também para o sumo-sacerdote. O modelo do tabernáculo foi dado possivelmente através de uma visão. Os objetos sagrados descritos nesses capítulos tinham um valor espiritual real, ainda que temporário. Vamos ver então, cada um dos móveis do tabernáculo.
1)Cf. os vs.10-16, a arca da Aliança, ou arca do Testemunho, tinha o formato de uma caixa ou de um cofre. Suas medidas eram 1m15cm de cumprimento por 69 cm de largura e 69 de altura. O seu principal propósito era guardar as duas tábuas da lei; guardava também 1 pote de maná; e a vara de Arão, cf. Hb 9.4. Deveria ser feita de madeira de acácia e forrada por dentro e por fora de ouro. Foi usado apenas o mais puro ouro para cobrir a estrutura da madeira da arca, provavelmente em chapas muito finas. Tanto pelo lado de fora quanto pelo lado de dentro a beleza desse nobre metal deveria ser vista. E isso nos ensina que a parte interna da vida do povo de Deus deve ser tão pura e tão bela como aquilo que é visto exteriormente. Na arca deveria haver um bordado de ouro, isto é, uma beirada ao longo de cada um dos lados da superfície externa. Deveriam ser colocadas argolas nos quatro cantos da base da arca para que quando fosse carregada ficasse elevada acima dos ombros dos carregadores e não tocasse em seus corpos. As tábuas de pedra que continham a lei eram chamadas de o Testemunho porque prestavam contínuo testemunho acerca de sua instituição divina e acerca da promessa de obediência feita pelo povo. O fato importante é que o sagrado santuário não continha qualquer imagem, mas apenas as tábuas da lei relembrando-os que o Deus deles era ao mesmo tempo espiritual e santo. As tábuas de pedra da aliança sinaítica eram o testemunho das condições dessa Aliança. Assim também a Bíblia não é um testemunho humano falível sobre o nosso Deus, pelo contrário, a Bíblia é o testemunho infalível do amor de Deus aos homens.
Querido amigo, esses planos tão bem elaborados dados pelo Senhor revelam a sabedoria divina em dar os detalhes dessas peças, mas apontam também para as realidades espirituais futuras, cf. Hb 9.24. De todos os moveis do Tabernáculo, a arca foi mencionada em 1º lugar, provavelmente, porque simbolizava o trono do Senhor Deus (cf. 1Sm 4.4), o grande Rei que se dignou habitar entre o seu povo.
2)Cf. os vs.17-22, o propiciatório, ou a tampa da arca da Aliança, ou ainda literalmente “a tampa da expiação”. Suas dimensões eram as mesmas da arca, isto é, media 1,15cms por 69cms. Era considerado como um estrado para os pés ou o trono do Senhor, um lugar onde as inimizades terminavam, onde as partes em contenda se acertavam, se harmonizavam. Expiação é a tradução da raiz hebraica que significa “apagar”, “cobrir”, “encobrir” a culpa do pecado de diante dos olhos de Deus com vistas à reconciliação com o próprio Deus. Nos dias do AT, a propiciação, que significa: fazer retroceder a ira divina era realizada através de sacrifícios com derramamento de sangue. Esse derramamento de sangue demonstrava o custo do perdão, custava uma vida, e assim, ao mesmo tempo anunciava a morte sacrificial do Senhor Jesus na Cruz do Calvário pelos nossos pecados. Paulo diz que Jesus foi a propiciação pelos nossos pecados, cf. Rm 3.25.
Em certo sentido o propiciatório teve vida própria, independente da arca, pois foi mencionado sozinho diversas vezes. Ele simbolizava o local onde Deus foi propiciado. Mas, querido amigo é importante sabermos que a propiciação ou reconciliação é o ato da graça divina através do qual Deus atrai para si mesmo aqueles que estavam em desarmonia com Ele. A Septuaginta, a versão grega do AT usa a expressão: "sede de misericórdia" para referir-se ao propiciatório. Embora o propiciatório tivesse exatamente a mesma área que a superfície superior da arca, não é correto considerá-lo apenas como uma cobertura, uma tampa da arca. Em 1Cr 28.11 o santo dos santos é chamado de casa do propiciatório. No Novo Testamento quem faz a propiciação é o sangue de Jesus, derramado uma vez por todas, tornando-se assim plenamente suficiente para perdoar qualquer pecado ou pecador. Ele era de ouro puro e tratava-se de uma única peça de ouro puro e não de madeira recoberta de ouro, pois o seu grande valor indicava a posição suprema que este objeto tinha entre todos os móveis do tabernáculo.
Cf. o vr.18 temos também dois querubins. A forma daquelas figuras é desconhecida, embora, no texto de Ez 1.5-14 poderíamos ter uma idéia sobre a sua aparência. Mas, no momento é suficiente sabermos que tinham duas asas com as quais cobriam os seus rostos. Estavam nas duas extremidades do propiciatório não como peças separadas deste, mas formando uma única peça com o propiciatório. Suas asas eram levantadas e encurvadas para frente afim de cobrir o propiciatório, enquanto que seus rostos estavam inclinados para baixo como que a olhar para o centro do propiciatório. Tão santo é Deus que nenhum olho humano podia olhar ao menos para aquilo que representava sua presença. Por isso as asas daquelas figuras protegiam a representação do olhar até mesmo do sumo-sacerdote. Os querubins tinham algumas funções: eram os guardiões do jardim do Éden, eram suportes do trono do Senhor e portadores do veículo no qual se manifestava a glória divina.
E, cf. o v.22 Deus disse a Moisés: Ali virei a ti. No propiciatório onde Deus se mostrava propício e misericordioso, Deus aceitava o representante do povo, o sumo sacerdote quando este se aproximava mediante o sacrifício expiatório e ali respondia as suas perguntas referentes à Sua vontade para com o povo. Visto que este encontro entre Deus e o seu povo era o objetivo supremo do tabernáculo, este também foi chamado de tenda da congregação.
Como sabemos, querido amigo, o tabernáculo também devia marchar pelo deserto, quando o povo se movimentava. No momento inicial de começar uma nova marcha ele era carregado. Quando chegarmos ao livro de Números, veremos como o tabernáculo era carregado com todos os seus utensílios em ordem. Os próprios sacerdotes carregavam o tabernáculo nos ombros pelo deserto. Esta era uma tarefa deles. Havia um cuidado especial com o tabernáculo como não podia ser diferente. Mas havia um cuidado especial também em relação ao propiciatório. A finalidade do propiciatório era tremendamente importante. “Ali, virei a ti e, de cima do propiciatório, do meio dos dois querubins que estão sobre a arca do Testemunho, falarei contigo acerca de tudo o que eu te ordenar para os filhos de Israel". Essa importância pode ser percebida exatamente por essas palavras. Deus se comunicava com o povo e, o lugar que escolhera para essa comunicação, para esse dialogo era exatamente o propiciatório. Mas temos mais peças do tabernáculo para analisar.
3)Cf. os vs.23-30, a mesa dos pães da proposição, também é apresentada com detalhes. Se você está com o texto aberto, perceba a que minúcias chegou o nosso Deus. Além de designar o material com que deveria ser construída essa mesa, isto é com madeira de acácia e recoberta de ouro puro; além de dar as medidas, que equivalem a 90X32X68cm., Ele também deu a orientação para que ao redor da mesa houvesse uma moldura, e nessa moldura houvesse uma bordadura, isto é, Deus estava embelezando a mesa, deixando-a bonita. Esses detalhes são ricos para mim e demonstram o cuidado do nosso Deus com cada faceta da nossa vida. Ele se preocupa com tudo, nada passa desapercebido dEle. Ora, querido amigo, se Deus não descuidou de fazer pequeno e belos enfeites para esta mesa, será que Ele não está atento a todos os detalhes da nossa vida? Com certeza sim!
Mas, ainda deveriam ser construídos com a mesa, vários outros utensílios menores: deveriam ser construídas e fixadas argolas de ouro; deveriam construir varais de acácia e revesti-los de ouro, para que através deles a mesa fosse carregada; deveriam ser feitos pratos e recipientes de ouro puro para o incenso, além das galhetas, isto é, das tigelas, também copos para a libação, isto é, para as ofertas de vinho.
Esta mesa era o local onde se colocavam os 12 pães da proposição, simbolizando as 12 tribos de Israel. Eram 12 pães achatados, redondos colocados em 2 pilhas de 6, também chamado o “pão da presença”, isto é, o pão colocado na presença de Deus, como demonstração de cada uma das 12 tribos da sua consagração dos frutos da terra em reconhecimento que suas necessidades eram supridas por Deus. Esses pães só podiam ser comidos pelos sacerdotes, os representantes das tribos, lembrando então a cada tribo a constante dependência da presença vivificadora de Deus entre o povo.
Querido amigo certamente o simbolismo desse utensílio é significativo. Essa mesa tão bem elaborada e com toda a riqueza de detalhes aponta para o principal, isto é, para os pães da proposição, para os pães da presença divina, significando o Senhor Jesus como nosso alimento espiritual, nosso verdadeiro pão da vida. A pergunta a ser feita e respondida por todos nós é a seguinte: temos tido em Jesus o verdadeiro alimento espiritual de nossas vidas? É Ele o nosso maná celestial? É Jesus a nossa propiciação? Jesus tem sido a satisfação que temos oferecido a Deus, ou julgamos que temos algum mérito diante de Deus? Assim como o propiciatório era lugar da misericórdia, exatamente no topo da arca. Os pães da presença apontavam para a necessidade constante que o povo tinha de Deus. Assim também aqui temos a manifestação da misericórdia divina. Foi a morte de Cristo na cruz que nos deu o direito de vida eterna. Foi por causa desse pão partido representando o corpo de Jesus ferido na cruz pelos nossos pecados que temos o perdão dos pecados.
4)Cf. os vs.31-40, o candelabro de ouro é a outra peça da mobília do tabernáculo que encerra o nosso estudo de hoje. Esse candelabro de ouro puro batido, que ficava defronte da mesa dos pães da proposição, no Santo dos Santos. Ele deveria ser feito pesando1 talento de ouro, numa peça só, sugerindo uma amendoeira que crescia. Um talento era uma medida bem conhecida na ocasião e, assim o candelabro equivalia a aproximadamente 35 kg de ouro. Ele era uma haste vertical, de cujos lados saiam três braços, formando assim ao todo sete pontas com sete cálices onde se podia colocar azeite para com o fogo servir de luminária.
Provavelmente simbolizando uma nova vida, a amendoeira florescia no final de janeiro, antes das outras árvores e assim seu caule central e seus ramos, 3 de cada lado, e suas flores e frutos foram usados como modelo para essa peça tão importante do tabernáculo, que simbolizava Jesus, a Luz do mundo, cf. Jo 8.12, a verdadeira luz que vinda ao mundo ilumina a todo homem, cf. Jo 1.9. As sete pontas com suas lâmpadas destacavam a perfeição, indicada no número sete dessa iluminação. A luz, vinda a mundo em Jesus Cristo deixa a mostra as obras más daqueles que não querem submeter-se a Deus. E, embora a luz tenha vindo ao mundo na pessoa de Jesus, os homens amaram mais as trevas do que a luz; porque as suas obras eram más, cf. Jo 3.19.
Sim, querido amigo, infelizmente é essa a realidade. E, João nos explica a razão da maioria dos homens preferirem mais as trevas do que a Luz de Jesus. Ele diz: “pois todo aquele que pratica o mal, aborrece a luz e não se chega para a luz, a fim de não serem argüidas as suas obras” Jo 3.20. Mas, por outro lado é o próprio João quem mostra uma outra verdade: “Quem pratica a verdade aproxima-se da luz a fim de que as suas obras sejam manifestas, porque feitas em Deus”, Jo 3.21. Querido amigo permita-me fazer essa pergunta de aplicação. Você tem procurado mais as trevas ou a luz? Você tem desejado esconder as suas obras ou tem permitido que eles sejam vistas? Veja bem, quem esconde suas obras, as esconde porque são obras más. Quem pratica boas obras em nome e na capacitação de Deus, permite que suas obras sejam vistas, pois elas glorificam o nosso Pai que está nos céus.
Querido amigo, esses foram alguns utensílios que Deus descreveu a Moisés para que fossem construídos para a celebração do culto que deveriam prestar a Ele, os filhos de Israel. No tabernáculo, lugar central da adoração todos esses utensílios tinham o seu valor real, apropriados para os sacrifícios e para as celebrações daqueles dias, mas cada um desses utensílios tinha também um simbolismo, um significado especial que apontavam para o NT, apontavam para Cristo, quando tudo nEle se concretizou.
Paulo disse em Cl, em 2.17, que tudo isso era sombra das coisas que haviam de vir, e de fato quando Jesus veio tudo foi colocado às claras, tudo foi exposto sob a Luz de Cristo.
Nele temos a benção da aproximação com Deus. Veja o exemplo da arca, feita de madeira e ouro. Ela nos fala de Cristo, ela é símbolo perfeito de Cristo, de sua divindade e de sua humanidade. Cristo era Deus e homem. Jesus Cristo tinha as duas naturezas, a divina e a humana. Era uma união perfeita. Jesus era e é Deus e ao mesmo tempo homem. Vemos em Jesus essas duas naturezas perfeitas e distintas. Vemos Jesus humano, tendo fome, sede, cansaço, e sono. Vemos comendo, bebendo, descansando, dormindo, sofrendo e chorando. Do outro lado vemos o Jesus divino no qual não se viu qualquer pecado, nem mesmo os seus inimigos. Vemos Jesus vivendo como Deus, com uma vida santa, com uma vida pura, reta, justa, poderosa. Assim querido amigo temos que perceber que todos estes detalhes do AT aponta para Cristo, indicando que nEle temos a possibilidade de nos relacionarmos corretamente com Deus. Você tem experimentado isso em sua vida pessoal?
Querido amigo, chegamos assim ao final de mais um tempo de estudos na Palavra de Deus. É para nós um grande privilégio poder compartilhar com você esses princípios tão fundamentais de Deus para cada um de nós.
Obrigado por sua companhia e espero você no próximo programa. Anote o nosso endereço ou envie-nos um e-mail. Será um grande prazer corresponder-nos com você.
Deus te abençoe,

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