quarta-feira, 30 de julho de 2014

Através da Bíblia Gênesis 12

Gênesis 12
Olá amigo, estamos novamente iniciando mais um programa da série "Através da Bíblia". É com grande alegria que estamos mais uma vez junto com você para compartilharmos aquilo que Deus tem nos dado na Sua Palavra. Você que tem nos acompanhado sabe que temos estudado o livro do Gênesis. É gratificante percebermos como o estudo que fazemos tem contribuído para o seu crescimento espiritual. Nós sabemos disso através das cartas que recebemos de cada um de vocês. Hoje, por exemplo vamos ler uma carta da cidade de Conceição dos Ouros, do estado das Minas Gerais. Esse irmão nos diz o seguinte: "Ouço o Através da Bíblia na Rádio Transmundial e em outras rádios. Aprecio muito as explanações bíblicas feitas com sabedoria e clareza. Sinto-me abençoado pelas mensagens que ouço em cada programa. Agradeço a Deus pela vida do irmão que tem sido um instrumento nas mãos de Deus para proclamar o evangelho de Cristo através do rádio".
Querido amigo, quantas palavras elogiosas e quanto carinho. Somos gratos a Deus por nos conceder esta oportunidade de entrarmos na sua casa, no seu local de trabalho, enfim, de entrarmos onde você está para compartilharmos esta Palavra Eterna. É grande a nossa responsabilidade e, por isso é que necessitamos firmar essa parceria na expectativa de que você interceda em favor desse programa, sendo o nosso compromisso orar por você!
Por isso, quero convidá-lo a orar agora: "Pai de amor, tu conheces os nossos corações. Tu conheces a necessidade de cada um de nós nesse momento. Em nome de Jesus te suplicamos que a tua boa mão repouse sobre as nossas vidas. Abençoa-nos Senhor e concede também iluminação do teu Santo Espírito para entendermos a Tua Santa Palavra. Pai, oramos em nome de Jesus, Amém"!
Querido amigo, quero convidá-lo a abrir a sua Bíblia no capítulo 12 do livro de Gênesis. É aqui que vamos começar o nosso estudo de hoje. Este é um dos textos mais importantes da Bíblia. Nesse texto temos, de certa forma, o início da história de todos os que crêem a de Abraão, chamado posteriormente de "Pai da fé" pois, todos os que crêem são filhos de Abraão. Então é o início da nossa história. É o início da sua história.
Mas, recordando o nosso estudo dos 11 primeiros capítulos de Gênesis vale a pena voltarmos um pouco para lembrar os quatro eventos que estudamos: a Criação, a Queda, o Dilúvio e a Torre de Babel. Estes foram eventos marcantes na história bíblica e correspondem a um período de mais de dois mil anos. Deus tratou durante este período com todas as raças e com o mundo todo. Mas aqui no capítulo 12, vemos uma mudança no tratamento de Deus com a humanidade. Até o fim do Gênesis nós vamos perceber isso ainda mais. Deus passa tratar com quatro homens formando por meio deles uma nação para cumprir seus planos redentores. Perceberemos que desse ponto em diante o livro de Gênesis não enfatiza mais os eventos, mas, a partir deste capítulo a ênfase é nos homens. Deus queria formar uma nação para que dela todos os povos da terra fossem abençoados. Então, nesta segunda parte de Gênesis, dos capítulos 12 a 50, vamos encontrar a ação de Deus em formar o caráter de quatro homens para deles formar um povo que deveria ser abençoador. Num programa anterior dissemos que a ênfase de Gênesis recai sobre a segunda parte, do capítulo 12 até o 50. E, você se lembra da razão de fazermos essa afirmação? É que a primeira parte de Gênesis trata do começo da criação. Mas, a partir da segunda do Gênesis encontramos uma ênfase maior na redenção do homem. Dissemos, então, que Deus estava mais interessado nas pessoas do que em todo o universo criado por Ele. E podemos dizer que Deus está mais interessado em você e dá mais valor a você, do que no universo inteiro. Por que? Porque Ele nos ama de uma maneira incompreensível a nós e, isto foi demonstrado pelo envio de Jesus Cristo para nos salvar dos nossos pecados! Que grande privilégio! Não é mesmo? Você tem experimentado esse amor?
Mas, observando esta segunda parte de Gênesis, temos nos capítulos 12 a 25.11 o relato sobre a vida de Abraão, um homem de fé. Nos capítulos 21 a 26, com uma sobreposição de histórias, temos a narrativa da vida de Isaque, o filho da promessa. Nos capítulos 27 a 36 há o relato da vida de Jacó, que depois tornou-se Israel. E então, nos capítulos 37 a 50 temos o relato da história de José, conhecido como José do Egito. Estes são os patriarcas que deram origem ao povo de Israel. Assim, desse ponto em diante, até o final de Gênesis veremos Deus tratando com estes quatro patriarcas especificamente, e não mais com a raça humana de um modo geral e global.
O pecado separou o homem de Deus e assim Deus lançou o seu eterno plano para salvar o homem. Como vimos nos exemplos de Adão e Eva; de Caim; da geração de Noé; e, no evento da torre de Babel; o ser humano sempre pretendeu dirigir a sua própria vida sem depender de Deus. É esta a atitude permanente do homem. O homem procurando fugir de Deus e Deus sempre oferecendo oportunidade de reconciliação ao homem. A mensagem da misericórdia e graça de Deus sempre foi levada ao homem de uma forma ou de outra. E, assim, depois de 2000 anos de rebelião do homem, sem que revelasse genuíno interesse pelo Criador, Deus passou a usar uma estratégia diferente. Deixou de lado o tratamento global da raça humana, da humanidade em geral, e começou a tratar com pessoas, com indivíduos, para deles formar uma nação, através da qual pudesse se revelar à própria humanidade. Esse foi o plano divino. Isso é o que Deus resolveu fazer e, que veremos à partir desse capítulo de Gênesis.
Deus, decidiu formar uma nação por meio de um homem e, por meio desta nação, trazer à humanidade aquele que seria o Redentor. Deus usou Abrão, para formar a nação judaica, e por meio dela trazer Jesus, o Salvador do mundo. Abrão foi um instrumento importante nas mãos divinas.
Querido amigo, você sabia que as três principais religiões mundiais, tiveram sua origem de alguma forma em Abraão? É isso mesmo! O judaísmo, o cristianismo e o islamismo são as religiões mundiais que reconhecem a importância de Abrão.
Deus apareceu a Abrão sete vezes e, em cada uma delas procurou desenvolver a sua fé. Abraão não era perfeito. Ele, como nós, teve os seus fracassos e os seus erros. Mas, como no caso do apóstolo Pedro, ele começou novamente, ele se levantava e seguia com Deus. Quando Deus se revela ao homem, esse homem pode cair, mas sempre se levanta.
Bom, amigo, depois dessas palavras introdutórias a respeito de Abrão vamos ver o que os três (3) primeiros versículos do capítulo doze (12) nos mostram. Diz assim o texto: "Ora, disse o Senhor a Abrão: Sai da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai e vai para a terra que te mostrarei; de ti farei uma grande nação, e te abençoarei, e te engrandecerei o nome. Sê tu uma bênção! Abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; em ti serão benditas todas as famílias da terra".
Querido amigo, você está diante de um relato precioso demais. Temos que entende-lo corretamente em toda a sua abrangência. Com Abrão começa a história da formação de Israel. Essa história maravilhosa revela alguns aspectos do nosso Deus: 1) revela a sua liberdade em ser misericordioso para com os que nEle crêem e lhe obedecem; 2) revela a sua santidade em trazer juízo sobre quem quebra a Sua aliança; 3) revela a sua fidelidade em restaurar o arrependido; e, 4) revela a Sua absoluta soberania sobre a história humana, sobre a sua história!
Mas, sobre essa chamada especifica de Abrão, esta narrativa é muito significativa também porque apresenta a sua partida de uma cidade humana, Ur dos caldeus, para, em obediência, buscar, pela fé, a cidade "da qual Deus é o arquiteto e o edificador" (conforme Hebreus 11.10). Esse chamado de Abrão como um agente da graça redentora é paralelo ao papel de Noé como o instrumento escolhido para trazer a mensagem de salvação à sua geração.
Conforme o relato de At 7.2-3, Deus já tinha chamado Abrão, estando ela ainda na Mesopotâmia, em Ur dos caldeus, antes de morar em Harã. Abrão deveria deixar o local em que habitava, pois os seus habitantes eram idólatras, conforme lemos em Josué, em 24.2: "Antigamente, vossos pais, Tera, pai de Abraão e de Naor, habitaram dalém dos Eufrates e serviram a outros deuses". Aquele povo era idólatra, adoravam o Sol, a Lua e as estrelas e, Abrão deveria sair daquela convivência e seguir em peregrinação para a terra que Deus lhe mostraria. Querido amigo, perceba que nesse chamado inicial duas ordens ficaram claras: 1) Abrão deveria deixar a sua terra e, 2) Abrão deveria deixar a sua parentela. É... mas, alguns estudiosos têm argumentado que aqui Abrão cometeu o seu primeiro erro, pois ao deixar a sua terra natal, Ur dos caldeus, junto com sua esposa Sarai, ele saiu com seu pai e com o seu sobrinho Ló, conforme vimos no capítulo 11 versículo 31. Abrão era um homem de fé, mas era um homem frágil também, cometia seus erros. Abrão obedeceu mas não completamente. Não é isso que as vezes acontece conosco? Graças a Deus porém que Ele é um Deus de novas oportunidades!
Então, querido amigo, sobre a chamada a Abrão devemos destacar ainda que ela estava sustentada na promessa divina que continha cinco (5) elementos: 1) de ti farei uma grande nação; 2) e te abençoarei; 3) e te engrandecerei o nome; 4) abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; 5) em ti serão benditas todas as famílias da terra. Que promessa especial, não é mesmo? Mas essa promessa tinha um requisito muito importante: "Sê tu uma bênção", isto é, você deverá ser uma bênção. Esse era o requisito. Era esse o senso de missão que Deus infundiu a Israel, mas que infelizmente não foi desenvolvido pelo povo escolhido.
Querido amigo, encaminhando-nos para o final do programa chegamos aos versículos quatro (4) a nove (9) e nele encontramos algumas verdades fundamentais:
Em primeiro lugar, no versículo 4 percebemos a prontidão de Abrão em obedecer a ordem divina, mesmo aos setenta e cinco anos e ele viveria ainda mais cem anos. Abrão obedeceu, fundamentado pela fé e, tornou-se assim o pai e o modelo de todos os crentes.
Em segundo lugar, nos versos 4 e 5 encontramos novamente Ló, bem como os servos que ele tinha adquirido em Harã, acompanhando a Abrão. Mas, você deve se lembrar que a ordem divina era de que ele deixasse a sua parentela, portanto mais uma vez Abrão desobedeceu a Deus.
Em terceiro lugar, nos versos 6 e 7 são mencionados Siquém e o carvalho de Moré. Siquém era uma antiga cidade situada entre os montes Ebal e Gerezim e um importante centro político e religioso dos cananeus. Mas, Siquém ficou famosa porque tempos mais tarde, ali, os israelitas, dirigidos por Moisés, deveriam reunir-se para escolherem entre a bênção e a maldição, conforme Dt 11.29-30. E, também foi ali que Josué, mais tarde ainda pronunciou a sua última exortação ao povo de Israel, conforme Js 24. O carvalho de Moré, provavelmente era uma grande árvore ou um pequeno bosque que servia como lugar de culto, talvez o "carvalho dos adivinhadores" que é mencionado em Jz 9.37. Mas, nesse ponto, querido amigo, é importante percebermos que, mesmo sendo um centro de adoração a falsos deuses, foi ali que Deus revelou sua gloriosa presença e, numa demonstração de Sua soberania, demarcou a terra que deu ao Seu servo Abrão e a toda a sua descendência. É importante percebemos também que, embora fosse um centro idólatra cananeu, depois do aparecimento de Deus, que prometeu dar a sua descendência aquela terra, Abrão edificou-lhe um altar e prestou-lhe culto, provavelmente em gratidão e consagrando a Deus aquela que seria conhecida como Terra Prometida.
Em quarto lugar, no verso 8, a frase no verso: "armou a sua tenda", deve ser traduzida por um modo contínuo, literalmente significando: indo sempre, ou caminhando e tirando as estacas mostrando a vida nômade do primeiro patriarca hebreu. Também no verso 8 encontramos Betel, cujo nome em hebraico significa "casa de Deus". Betel era um outro centro cananeu a uns 15km ao norte de Jerusalém. Foi em Betel que, séculos depois, no tempo da monarquia israelita o reino do Norte ergueu um dos seus santuários. Diz o texto bíblico que ali em Betel Abrão edificou um altar ao Senhor e invocou o nome do Senhor, conforme 4.26. Em um certo sentido com essa atitude Abrão coloca de novo e em definitivo o nome do Senhor no centro da Terra Prometida.
E, finalmente, em quinto lugar, no verso 9 Abrão se dirige ao Neguebe, na região desértica do sul da Palestina, como que tomando posse de toda a Terra que Deus estava prometendo à sua descendência.
Querido amigo, além das lições que já destacamos nesses versículos, podemos perceber que é possível aplicar essas verdades em nossas vidas. De que maneira? É possível perceber nesse início de relato da vida de Abrão o quanto esse homem de fé era instável em sua vida de obediência. Mas, isso não acontece conosco também? O que precisamos aprender é que Deus valoriza aquele que persevera na fé e na confiança na Sua promessa. Falhamos. Todo o homem erra e peca, mas se persistirmos olhando para o autor e consumador da fé, chegaremos lá!
Mas, amigo, perceba agora os versos seguintes. Abrão falhou e falhou várias vezes. Nestes versos encontramos mais falhas do patriarca. Vamos ler as próprias palavras do texto, versos 10 a 13: "Havia fome naquela terra; desceu, pois, Abrão ao Egito, para aí ficar, portanto era grande a fome na terra. Quando se aproximava do Egito, quase ao entrar, disse a Sarai sua mulher: Ora, bem sei que és mulher de formosa aparência; os egípcios quando te virem, vão dizer: É a mulher dele, e me matarão, deixando-te com vida. Dize, pois, que és minha irmã, para que me considerem por amor de ti e, por tua causa me conservem a vida". Você percebeu, prezado amigo quais foram as falhas de Abrão? Vamos alistá-las: 1) Preocupou-se com a fome e não confiou na promessa divina (possuir Canaã), v.10; 2) Procurou uma solução humana e assim foi para o Egito sem que Deus o tivesse mandado para lá, v.10; 3) Pensou egoisticamente em salvar a si mesmo, v.11; 4) Iludiu Sarai com palavras elogiosas, v.11-12; 5) Propôs a sua esposa mentir em seu favor, v.13; e, 6) Expôs sua esposa a uma situação vexatória e pecaminosa, v.14; 7) refugiou-se e usou erroneamente a beleza de Sarai, obtendo vantagens ilegítimas, v.15-16.
Amigo, você está acompanhando? Esse é o nosso herói da fé! Que egoísta! Mas, vamos continuar no texto. Nos versos 17 a 20 encontramos mais uma vez a ação de Deus em fazer convergir todas as coisas para o bem daqueles que O amam, conforme lemos em Rm 8.28-29. Você percebe a bondade e o amor de Deus?
Como Abrão falhou! A última vez que Deus havia aparecido a ele, disse: "Darei à tua descendência esta terra. Mas, como estamos vendo, Abrão não creu plenamente na promessa divina, deu esses sete passos distanciando-se de Deus e Deus teve que intervir. Deus puniu com grandes pragas a casa do cobiçoso Faraó, por causa do pecado de Abrão.
O Faraó aprendendo a lição devolveu Sarai a Abrão; lhe passou uma descompostura e; mandou-o embora para outras terras com tudo o que possuia. Que situação! Tudo porque Abrão, o pai da fé estava começando a andar com Deus pela fé.
Não é assim mesmo que acontece conosco? Quanto menos conhecemos a Deus, mais frágil será a nossa fé. Quanto mais andamos com Ele e o experimentamos, mais podemos confiar no seu poder, no seu amor, no seu caráter que é santo! Que Deus nos abençoe na aplicação dessas verdade!
Prezado amigo e querido ouvinte. Assim chegamos ao final deste estudo em que vimos a primeira parte da vida de Abrão. Com certeza, pudemos aprender algumas verdades, não é mesmo? Portanto, querido amigo, chegamos ao final de mais um programa. Anote o nosso endereço e escreva compartilhando conosco suas experiências. Espero por você no próximo programa. Deus te abençoe.

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