sábado, 29 de fevereiro de 2020

Os primeiros discípulos

Os primeiros discípulos 

(JO)  No dia seguinte João estava outra vez ali, com dois dos seus discípulos e, olhando para Jesus, que passava, disse: – Eis o Cordeiro de Deus! Aqueles dois discípulos ouviram- no dizer isto e seguiram a Jesus. Voltando-se Jesus e vendo que o seguiam, perguntou-lhes: – Que buscais? Disseram-lhe eles:– Rabi (que, traduzido, quer dizer Mestre), onde pousas? Respondeu-lhes: – Vinde e vede. Foram, pois, e viram onde pousava. E passaram o dia com Ele. Era cerca da hora décima. 

👉 Notas JO 1:35-39📝

 (1)JOÃO ESTAVA OUTRA VEZ ALI, COM DOIS DOS SEUS DISCÍPULOS. Estes dois discípulos eram André, irmão de Pedro, e João, irmão de Tiago. É significativo que João Batista tenha sido a primeira pessoa na face da Terra a anunciar que Jesus é o Filho de Deus, o Batizador com Espírito Santo, o Cordeiro, e também o primeiro a dar seguidores para Jesus. E que seguidores! João se tornará um dos doze apóstolos e será também o autor da parte do Evangelho que leva o seu nome, bem como o único a seguir Jesus desde o primeiro até o último dia, permanecendo com Ele até a Sua morte na Cruz (Jo 19:34-35). André não aparecerá muito na história do Evangelho, mas fará algo da maior importância para o Reino de Deus: será ele quem levará Pedro a ter um encontro com Jesus. 

(2)ERA CERCA DA HORA DÉCIMA. O sistema de marcação de horas, naquela época, funcionava assim: das seis às sete horas da manhã era a hora primeira. Das sete às oito horas, a hora segunda. Das oito às nove, a hora terceira e assim por diante. Portanto, a “hora décima” seria, aproximadamente, quatro horas da tarde.

(2) ANDRÉ LEVA PEDRO ATÉ JESUS. (JO)  André, irmão de Simão Pedro, era um dos dois que ouviram João falar, e que seguiram a Jesus. Ele achou primeiro a seu irmão Simão, e disse-lhe: – Havemos achado o Messias (que, traduzido, quer dizer Cristo). E o levou a Jesus. Jesus, fixando nele o olhar, disse: – Tu és Simão, filho de Jonas, tu serás chamado Cefas (que quer dizer Pedro). 

👉 Notas JO 1:40-42📝

(3) CEFAS. O nome de nascimento de Pedro era Simão Barjonas (Mt 16:17), em que bar quer dizer “filho” e Jonas quer dizer “João”. Jesus lhe mudou o nome para Cefas, uma palavra aramaica que quer dizer “Pedra”. Em grego e latim, é transliterado como Petra. 

(4)JESUS ENCONTRA FILIPE (JO)  No dia seguinte Jesus resolveu partir para a Galileia. E achando a Felipe disse-lhe: – Segue-me. Ora, Felipe era de Betsaida, cidade de André e de Pedro. 

(5)BETSAIDA. Uma das aldeias mais pobres do norte da Galileia. Betsaida quer dizer “Casa de pesca”. Ficava às margens do Mar da Galileia. 

(6)FELIPE ENCONTRA NATANAEL (JO)  Felipe achou a Natanael e disse-lhe: – Acabamos de achar Aquele de quem escreveram Moisés na Lei e os Profetas: Jesus de Nazaré, filho de José. Perguntou-lhe Natanael:– Pode vir alguma coisa boa de Nazaré? Disse-lhe Felipe:– Vem e vê. Jesus, vendo Natanael aproximar- se dele, disse a seu respeito:–Eis um verdadeiro israelita, em quem não há dolo! Perguntou-lhe Natanael:– Donde me conheces? Respondeu-lhe Jesus:– Antes que Felipe te chamasse, eu te vi, quando estavas debaixo da figueira. Respondeu-lhe Natanael:– Rabi, tu és o Filho de Deus, tu és o Rei de Israel! Ao que lhe disse Jesus:–Porque te disse: Vi-te debaixo da figueira, crês? Coisas maiores do que estas verás. E disse-lhes: Em verdade, em verdade vos digo que vereis o Céu aberto, e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem. 

👉 Notas JO 1:45-51;JO 1:43-44📝

(7)LEI E OS PROFETAS. Trata-se de uma coleção de rolos escritos durante um período de mil anos, por vários escritores diferentes, começando por Moisés, em 1450 a.C., e terminando com Malaquias, em 430 a.C. Além dos cinco primeiros Livros: 1– Gênesis, 2- Êxodo, 3- Levítico, 4- Números e 5- Deuteronômio, considerados a Lei, inclui ainda os Profetas Anteriores: 6- Josué, 7- Juízes, 8- Samuel, 9- Reis, e os Livros dos Profetas Posteriores: 10- Isaías, 11- Jeremias, 12- Ezequiel, 13- Os Doze, também chamados de Profetas Menores, incluindo Oseias, Joel, Amós, Obadias, Jonas, Miqueias, Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias, e ainda aos Escritos: 14- Salmos ou Louvores, 15- Jó, 16- Provérbios, 17- Rute, 18- Cântico dos Cânticos, 19- Eclesiastes, 20- Lamentações, 21- Ester, 22- Daniel, 23- Esdras-Neemias, 24- Crônicas. Assim, para os judeus, a Lei e os Profetas contêm vinte e quatro Livros. Os “Profetas” são chamados de Nebiim (incluindo os Livros históricos) e os demais Livros são chamados de Ketubim (os “Escritos”). É comum, no judaísmo, designar a Lei e os Profetas pela palavra TaNaK, formada pelas primeiras letras de Torah, Nebiim e Ketubim. Jesus Cristo usou a Bíblia hebraica, assim como os demais apóstolos, já que o Novo Testamento ainda não havia sido escrito. Esta relação de livros hebraicos é conservada até hoje pelos judeus modernos. Para os católicos, a Lei e os Profetas contêm ainda os livros de Tobias, Judite, I e II Macabeus, Baruque, Sabedoria e Eclesiástico, bem como os acréscimos no Livro de Daniel 3:2;4.9 (o Cântico de Azarias e dos três jovens), Daniel 13 (Susana), Daniel 14 (Bel e o Dragão) e a Carta de Jeremias (Baruque 6). Estes Livros e acréscimos de textos já existiam nos tempos de Jesus, mas eram recusados pelos judeus da Palestina e pela comunidade cristã nos primeiros séculos por serem considerados apócrifos – obras sem autenticidade e sem inspiração divina, e também por não existir originais em hebraico. A Igreja Católica os chama de Deuterocanônicos, porque foram admitidos posteriormente. Para os Ortodoxos, a Lei e os Profetas é a versão grega dos Setenta, ou Septuaginta, também conhecida pelo símbolo LXX. Trata-se de uma versão do hebraico para o grego, feita por ordem do rei macedônio Ptolomeu Philadelpho, que ocupou o trono do Egito entre 285 e 247 a.C. É chamada de Septuaginta porque a tarefa foi dada a setenta escribas judeus, na então próspera e cultural cidade de Alexandria, no Egito. Também contém os apócrifos, e mais alguns, assim distribuídos: III e IV Esdras, III e IV Macabeus, Odes, e Salmos de Salomão, também considerados apócrifos pela Igreja Católica. Foram estes setenta tradutores judeus que substituíram o Tetragrama Sagrado YHVH pela palavra SENHOR, costume que acabou sendo adotado pela maioria das versões da Bíblia. Os Protestantes adotaram a Lei e os Profetas tal e qual ela está no cânon hebraico, apenas separando alguns livros para melhor organizar a leitura, como os Doze, um a um, e ainda dividindo em dois os Livros de Samuel (I e II), Reis (I e II), Crônicas (I e II), Esdras e Neemias. Esta organização feita pelos reformistas aumentou a quantidade de Livros da Lei e os Profetas para 39, mas nada foi acrescentado ao conteúdo hebraico. O Novo Testamento, que não é aceito na Bíblia hebraica, contém os mesmos 27 livros tanto na Bíblia Católica como na Protestante e na Ortodoxa e, apesar das diferentes traduções, o sentido é o mesmo. Foi escrito em grego – a língua universal da época –, com exceção do livro de Mateus, escrito originalmente em hebraico e posteriormente vertido para o grego. A palavra Bíblia não aparece na Lei e os Profetas, nem no Novo Testamento, e foi usada pela primeira vez por Clemente, no ano 150 d.C. Este termo vem do grego byblos, o papiro, em referência ao porto fenício de Biblos, que controlava o comércio mundial desta planta egípcia, da qual se fabricavam folhas para a escrita. Daí derivou a palavra grega Biblia que quer dizer Livros. Posteriormente, a difusão da palavra latina Biblia acabou singularizando o termo como O Livro, tratando todos os livros como se fossem um só.



O início do ano 25 d.c. A primeira pregação de Jesus

O início  do  ano 25  d.c. 
A primeira pregação de Jesus

“arrependi -Vos! ” 

(MT)  Desde então começou Jesus a pregar e a dizer:– Arrependei-vos, porque é chegado o Reino dos Céus. 

👉 Notas MT 4:17📝

 (1)ARREPENDEI-VOS.  O Arrependimento é um ato íntimo, onde a pessoa reconhece que é pecadora, sente tristeza por ter ofendido a Deus e ao próximo, e se dispõe a evitar futuros pecados. É condição essencial para se entrar e permanecer no Reino dos Céus
👉 a genealogia de Jesus, segundo Lucas (LC)  Ora, Jesus, ao começar o Seu Ministério, tinha cerca de trinta anos; sendo (como se cuidava) filho de José, filho de Eli; Eli de Matate, Matate de Levi, Levi de Melqui, Melqui de Janai, Janai de José, José de Matatias, Matatias de Amós, Amós de Naum, Naum de Esli, Esli de Nagai, Nagai de Maate, Maate de Matatias, Matatias de Semei, Semei de José, José de Jodá, Jodá de Joanã, Joanã de Resa, Resa de Zorobabel, Zorobabel de Salatiel, Salatiel de Neri, Neri de Melqui, Melqui de Adi, Adi de Cosã, Cosã de Elmadã, Elmadã de Er, Er de Josué, Josué de Eliézer, Eliézer de Jorim, Jorim de Matate, Matate de Levi, Levi de Simeão, Simeão de Judá, Judá de José, José de Jonã, Jonã de Eliaquim, Eliaquim de Meleá, Meleá de Mená, Mená de Matatá, Matatá de Natã, Natã de Davi, Davi de Jessé, Jessé de Obede, Obede de Boaz, Boaz de Salá, Salá de Naassom, Naassom de Aminadabe, Aminadabe de Admim, Admim de Arni, Arni de Esrom, Esrom de Perez, Perez de Judá, Judá de Jacó, Jacó de Isaque, Isaque de Abraão, Abraão de Terá, Terá de Naor, Naor de Serugue, Serugue de Ragaú, Ragaú de Faleque, Faleque de Eber, Eber de Salá, Salá de Cainã, Cainã de Arfaxade, Arfaxade de Sem, Sem de Noé, Noé de Lameque, Lameque de Metusalém, Metusalém de Enoque, Enoque de Jarede, Jarede de Maalalel, Maalalel de Cainã, Cainã de Enos, Enos de Sete, Sete de Adão, e Adão de Deus. 

👉 Notas do Autor: LC 3:23-38📝

👉a genealogia de Jesus, segundo Mateus (MT)  Livro da genealogia de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão. A Abraão nasceu Isaque; a Isaque nasceu Jacó; a Jacó nasceram Judá e seus irmãos; a Judá nasceram, de Tamar, Perez e Zerá; a Farés nasceu Esrom; a Esrom nasceu Arão; a Arão nasceu Aminadabe; a Aminadabe nasceu Naassom; a Naassom nasceu Salmom; a Salmom nasceu, de Raabe, Boaz; a Boaz nasceu, de Rute, Obede; a Obede nasceu Jessé; e a Jessé nasceu o Rei Davi. A Davi nasceu Salomão da que fora mulher de Urias; a Salomão nasceu Roboão; a Roboão nasceu Abias; a Abias nasceu Asa; a Asa nasceu Josafá; a Josafá nasceu Jorão; a Jorão nasceu Uzias; a Uzias nasceu Joatão; a Joatão nasceu Acaz; a Acaz nasceu Ezequias; a Ezequias nasceu Manassés; a Manassés nasceu Amom; a Amom nasceu Josias; a Josias nasceram Jeconias e seus irmãos, no tempo da deportação para Babilônia. Depois da deportação para Babilônia nasceu a Jeconias, Salatiel; a Salatiel nasceu Zorobabel; a Zorobabel nasceu Abiúde; a Abiúde nasceu Eliaquim; a Eliaquim nasceu Azor; a Azor nasceu Sadoque; a Sadoque nasceu Aquim; a Aquim nasceu Eliúde; a Eliúde nasceu Eleazar; a Eleazar nasceu Matã; a Matã nasceu Jacó; e a Jacó nasceu José, marido de Maria, da qual nasceu JESUS, que se chama Cristo. De sorte que todas as gerações, desde Abraão até Davi, são catorze gerações; e desde Davi até a deportação para Babilônia, catorze gerações; e desde a deportação para Babilônia até o Cristo, catorze gerações. 

👉 Notas MT 1:1-17📝

(2) LIVRO DA GENEALOGIA. Lucas e Mateus traçaram a genealogia de Jesus para provar que Ele, carnalmente, é descendente do Rei Davi e, portanto, o Rei aguardado. Os pesquisadores dizem que a diferença entre as duas genealogias é que Lucas mostra que Jesus descende de Davi, pela família de Maria, enquanto Mateus o faz pela família de José. Assim, tanto da parte de mãe como da parte do pai adotivo, Jesus é o Legítimo Herdeiro do Trono de Davi, cujo Reino jamais terá fim (Is 9:6-7). O apóstolo Paulo, instrumento da conversão do médico Lucas e profundo conhecedor da Torá, escreveu ao jovem Timóteo, dizendo: “Não se deem a genealogias intermináveis, que mais produzem questões do que edificação de Deus, que consiste na fé” (I Tm 1:4). Paulo está certo. Afinal, para quem tem fé, não há necessidade alguma de genealogia. Cremos que Jesus é o Filho de Davi. Mas, para quem não crê, até os registros originais seriam colocados em dúvida.

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020

A Tentação de Cristo

a  Tentação  de  Cristo 

( MT)  Então Jesus foi conduzido pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo Diabo. E, tendo jejuado quarenta dias e quarenta noites, depois teve fome. Chegando,  então,  o  Tentador, disse-lhe: – Se tu és o Filho de Deus manda que  estas  pedras  se  tornem  em  pães. Mas Jesus lhe respondeu:– Está escrito:  Nem só de pão viverá o homem, mas, sim, de toda palavra que sai da boca de Deus. Então o Diabo o levou à Cidade Santa, colocou-o sobre o pináculo do  Templo, e disse-lhe: – Se tu és o Filho de Deus, lança-te daqui abaixo; porque está escrito:  Aos seus anjos dará ordens a teu respeito; e eles te sustentarão nas suas  mãos,  para  que  nunca  tropeces em alguma pedra. Replicou-lhe Jesus: –  Também está escrito:  Não tentarás o Senhor teu Deus. Novamente o Diabo o levou a um monte muito alto. E mostrou-lhe todos os reinos do mundo e a glória deles. (LC)  E disse-lhe o Diabo:– Dar-te-ei toda a autoridade e glória destes reinos, porque me foi entregue, e a dou a quem eu quiser. (MT)  Tudo isto te darei,  se, prostrado, me adorares. Então, ordenou-lhe Jesus:–  Vai-te,  Satanás,  porque  está escrito:  Ao Senhor teu Deus adorarás e só a Ele servirás. (LC) Assim, tendo o Diabo acabado toda sorte de tentação, retirou-se dEle até ocasião oportuna. ( MT)  E eis que vieram os anjos e o serviram.

 👉 Notas do  Autor: MT  4:1-8; LC 4:6; MT  4:910; LC 4:13; MT  4:11b 📝

(1)DIABO.  Esta palavra vem do  grego Diabolos  e quer dizer “Acusador, Difamador, Enganador”.  Em hebraico e latim seu nome é  Satan, e quer dizer “Adversário, Inimigo”. A  origem do Diabo  e dos  demônios. Deus  criou todas as coisas. Sejam elas visíveis ou invisíveis:  “Porque nEle foram criadas todas as coisas nos Céus e na  Terra, as  visíveis e  as  invisíveis,  sejam  tronos, sejam dominações, sejam principados,  sejam potestades.  Tudo foi criado por Ele e para  Ele”  (Cl  1:16). Portanto, o maior Inimigo de  Deus e  da raça humana também foi criado pelo próprio Deus! Porém, o Senhor não o criou mal, tal e qual ele é hoje. No princípio, o Inimigo era um belíssimo e perfeito querubim, criado por Deus com  a  finalidade  de  proteger.  O  texto sagrado  diz:  “Estivestes  no  Éden, jardim de Deus. Toda pedra preciosa era  tua cobertura: a sardônia, o topázio, o diamante, a  turquesa, o ônix,  o  jaspe,  a  safira,  o  carbúnculo, a esmeralda e o ouro. Em ti se faziam os teus tambores e os pífaros; no dia em que foste criado, foram preparados. Tu eras querubim ungido para proteger e te estabeleci. No Monte Santo de Deus estavas, no meio das pedras afogueadas andavas. Perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia em foste criado, até que se achou iniquidade em ti. Pela abundância do teu comércio o teu coração se encheu de violência, e pecaste” (Ez 28:13-16a). Por este texto vemos o magnífico esplendor do querubim na Antiguidade e também concluímos que os instrumentos de louvor foram preparados no mesmo dia em que ele foi criado. No princípio, o formoso querubim desfrutava de honra, glória, riqueza, poder, posição, mas foram justamente estas coisas que corromperam o seu coração e prejudicaram o seu entendimento e resplendor. O texto diz: “Elevou-se o teu coração por causa da tua formosura, corrompeste a tua sabedoria por causa do teu resplendor” (Ez 28:17a). O querubim ficou obcecado pelo poder. Ele dizia consigo mesmo: “Eu subirei ao Céu; acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono. E no Monte da Congregação me assentarei, nas extremidades do norte. Subirei acima das alturas das nuvens e serei semelhante ao Altíssimo” (Is 14:13-14). Estar acima das “estrelas” é uma linguagem figurada para se referir aos outros anjos (Jó 38:7; Is 14:12; Ap 1:20). E o querubim, ainda, tornou- se ególatra. Repare: “Eu subirei... Eu exaltarei o meu trono... Eu me assentarei... Eu serei...”. Deus já tinha estabelecido um trono para o formoso querubim, mas ele, ambicioso, queria colocar o seu trono no Monte Santo de Deus e ser “semelhante ao Altíssimo”. Mas no Monte Santo só havia lugar para Um Trono. Para assentar-se ali, somente se Deus fosse destronado. Por isso, para atingir o seu objetivo, o querubim passou a aliciar os outros anjos, dizendo que não concordava mais com muitas coisas que Deus tinha estabelecido. Habilidoso, convenceu-os de que o governo de Deus era injusto e autoritário. Foi assim que o querubim maligno se tornou o “Diabo”, o Acusador, pois difamou e acusou injustamente o próprio Deus. A liberdade com que o querubim rebelde transitou nas várias regiões celestiais, falando mal do Criador às outras castas de anjos, arcanjos, querubins, serafins, tronos, dominações, potestades e principados, comprova o caráter generoso de Deus que, Onisciente, viu a maldade brotando no seu interior e permitiu que ele agisse livremente, expondo suas novas ideias. Fosse Deus um ditador, não teria consentido que o querubim rebelde circulasse com tal liberdade. Com sua pregação, o “querubim protetor” conseguiu enganar e corromper a terça parte dos anjos do Céu (Ap 8:12; 12:4). A pretensão do formoso querubim chocou-se direta mente contra os Princípios da  Unidade  e  da  Obediência  à  Autoridade, vigentes no Reino de Deus. Por isso, acabou por haver guerra no Céu. Foi uma batalha tão devastadora que, até onde a Ciência pode contemplar, esterilizou  todos os sistemas e  planetas do Universo. Deus se defendeu do  ataque do querubim rebelde e dos anjos que o acompanharam, preparando o Abismo para recebê-los, conforme está escrito:  “Pelo que te lancei, profanado, fora do Monte de Deus, e o querubim da guarda te expulsou do  meio  das pedras afogueadas”  (Ez 28:16b);  “O Sheol desde o profundo se turbou por  ti, para sair ao teu encontro na tua vinda; [...] Está derrubada até o Sheol a  tua  pompa, com o som dos teus alaúdes; os bichinhos debaixo de ti se estendem e os bichos te cobrem.  Como  caíste  do  Céu,  ó  estrela da  manhã,  filha  da  alva!  Como  foste lançado por terra tu que prostravas as nações! E tu dizias no teu coração: Eu subirei... Contudo levado serás ao Sheol, ao mais profundo do  Abismo” (Is 14:9, 11-13a,15). Os anjos, arcanjos, querubins, seraf ins,  tronos,  dominações,  potestades e principados que foram enganados e o seguiram perderam a Glória e a Luz de  Deus e  se  transformaram em várias castas  de  demônios  (Mt  17:21).  Foram também lançados no  Abismo,  que  é a  região que  separa  o  Sheol  (Hades em grego) do  Paraíso  (Lc 16:26).  É um lugar terrível  (Lc 8:31), árido e sem repouso  (Mt 12:43). Desde que a  “estrela da manhã”  –  Lúcifer,  em latim, “o portador da  Luz”  – ali  foi lançado, o  Abismo  se  tornou  o lugar de morada dos anjos caídos.  Com o tempo, os demônios aprenderam a sair dali (Mt 12:44). Satanás  se  tornou  também  “Adversário”  do  ser  humano,  criatura  menor em poder, porém criado à imagem e semelhança do Criador. E, desde que o Homem Jesus nasceu, Satanás tentou destruí-Lo  porque imaginou que Deus criado à imagem e semelhança do Homem seria  muito mais fraco. Satanás  usou  Herodes,  o  Grande, para tentar matar Jesus ainda bebê e não conseguiu. Porém,  na  Terra,  a  batalha estava apenas começando... JESUS FOI CONDUZIDO PELO ESPÍRITO AO  DESERTO.  Note  que  foi  o próprio Espírito Santo que O conduziu ao deserto, e não o Diabo.  Ali Jesus terá de travar o  primeiro  confronto na  carne  com  o  Adversário,  antes  de começar  a  pregar  a  chegada  do  Reino dos Céus.  Ao contrário do primeiro homem, que foi derrotado por Satanás num jardim de fartura e delícias, Jesus – o segundo  Adão – enfrentará a antiga serpente num lugar árido, sem comida e sem água. Será um teste difícil, porque Jesus estará no mais alto  grau  da  necessidade  humana:  com fome e sede. Se Jesus não passar pelo teste,  Se  tornará  prisioneiro  e servo do Diabo. E como um prisioneiro poderia libertar os demais prisioneiros? Todos sabem que Jesus vencerá esta tentação no deserto. Por isso, vale a pena acompanhar e aprender de que maneira o Senhor, como Homem, vai fazer isso: TENDO JEJUADO QUARENTA DIAS E QUARENTA NOITES. Teria Jesus, nestes quarenta dias, bebido água ou não? Muitos afirmam que Jesus apenas se absteve de comida, porque o corpo humano não resiste a uma desidratação tão prolongada. Vejamos algumas coisas: a Torá diz que Moisés, ao subir ao Monte Horebe, ficou quarenta dias sem comer e sem beber (Êx 34:28). Em outro caso, quando os habitantes de Nínive ouviram a pregação de Jonas, fizeram um jejum nacional para que a cidade alcançasse o perdão de Deus. Naquele jejum, todos se abstiveram de comida e de água, inclusive os animais (Jn 3:6-10). Também, quando foi decretada a morte de todos os judeus pelo rei Assuero, Ester convocou um jejum de três dias e noites, no qual ninguém comeu ou bebeu coisa alguma (Et 4:16). Seria muito depreciativo se Jesus, o Filho de Deus, tivesse feito um jejum menor do que o jejum dessas pessoas. Os escritores do Evangelho não detalharam a questão da água porque todos sabiam e praticavam o jejum como abstinência total. Ademais, naquele deserto não havia água e, se houvesse, Jesus não a beberia porque a primeira intenção do jejum é enfraquecer a carne para fortalecer o espírito. Jesus jejuou para enfrentar o Adversário e, com a primeira vitória, iniciar o Seu Ministério aqui na Terra. 

(2)ESTÁ ESCRITO. A estratégia que Jesus usou, como Homem, para enfrentar o maior representante do Reino das Trevas, foi uma combinação da Fé com as três mais poderosas armas do Reino: 1- A Palavra de Deus 2- O Jejum 3- A Oração. Todas as respostas que Jesus deu ao Diabo foram citadas da Torá, nesta ordem: Deuteronômio 8:3; 6:16 e 6:13. LANÇA-TE DAQUI ABAIXO; PORQUE ESTÁ ESCRITO. Note que, enquanto Jesus usa uma estratégia, o Diabo contra-ataca usando um estratagema – um artifício hábil e astucioso para fazer a outra pessoa cair numa armadilha. Fingindo boa intenção, Satanás cita o Salmo 91:7, distorcendo o seu sentido e aplicação. Nisto se vê que o Enganador não mudou: afinal, não foi assim que ele fez com o primeiro casal? Manipulou com sagacidade a Palavra que saiu da boca de Deus e ludibriou a mulher e o homem (Gn 3:1-6). Satanás conhece bem a Escritura e usa esse conhecimento para desvirtuar o seu sentido e enganar os símplices. Pela citação que o Inimigo fez do Salmo 91, vê-se que é inútil a prática de deixar a Bíblia aberta na quele Salmo, na intenção de afastar o Adversário.

(3) ME  FOI ENTREGUE.  Jesus  não  contestou o Inimigo quando ele lhe fez esta  afirmação.  O  “pai da mentira” (Jo 8:44)  estava dizendo a verdade. Quem lhe entregou tudo isto? Deus? Ora, Deus jamais daria a Sua mais bem  feita Obra a este ser  maligno.  Quem deu  este  mundo de  mão beijada a Satanás foi o  próprio  ser humano! Explicando melhor: quando Deus criou o homem, entregou-lhe o Domínio  do Planeta (Gn 1:27-28). O Domínio, juridicamente, é um direito real alienável,  transmissível aos herdeiros, e que confere a alguém o  pleno  gozo  do  bem, mediante a obrigação  de pagar  ao  proprietário um numerário ou frutos. No mundo espiritual, os “numerários e frutos” que  o ser humano deveria  pagar a Deus  são  “obediência  e  fidelidade”. Ao dar ouvidos à tentação e atender à simples sugestão do  Adversário, o primeiro casal, enganado, transferiu o  Domínio  do mundo às mãos do Inimigo.  Tornou-se, assim, servo  de Satanás. Jesus disse:  “Em verdade, em verdade vos digo que todo aquele que comete pecado é escravo do pecado” (Jo 8:34). Paulo  escreveu sobre este princípio  da Servidão Espiritual:  “Não sabeis que daquele  a  quem  vos  apresentais  como servos para lhe obedecer, sois servos desse mesmo  a quem obedeceis, seja do pecado para a morte, ou da obediência para a justiça?” (Rm 6:16). É interessante que, tantos milênios depois, o  Adversário  empregue com Jesus a mesma tática: sugere-Lhe que  “transforme  pedras em pães”. Desafia-O,  com  isto,  a  provar  que  é o Filho de Deus.  Tenta provocar em Jesus aqueles sentimentos que lhe sobejam: o orgulho e  a  vaidade.  A humilde resposta do Senhor Jesus foi uma decepção  para Satanás: o  SENHOR não se  posicionou  orgulhosamente como Deus e, sim, como um simples homem que  se  alimenta  da  Palavra que sai da boca do Pai. Se em algum momento  Jesus tivesse aceitado qualquer uma das três  sugestões  de Satanás,  teria  transferido  a  ele  o  Domínio  da Sua própria vida e repetido o erro de  Adão e Eva. Jesus mesmo teria se  tornado escravo do Diabo  e não  haveria  nenhuma  esperança  para a humanidade. Foi assim que Jesus triunfou sobre o Adversário: buscou forças na fraqueza do Seu jejum, na Oração, na Palavra, na Obediência e na Humildade. 

(4)VAI-TE, SATANÁS.  Jesus  chama o Diabo  de  Satanás.  Estes dois nomes deixam bem clara a natureza do Inimigo:  Acusador e  Adversário de Deus e do  ser  humano  (Ap 12:10). Por  causa desta tentação ao Senhor, nos mesmos moldes  da  tentação  feita  ao  primeiro casal, Satanás também é chamado de “Tentador” (Mt 4:3).

(5)RETIROU-SE DELE ATÉ OCASIÃO OPORTUNA. O Inimigo nunca desiste. Retira-se estrategicamente, para voltar com mais força, em ocasião oportuna. Jesus ensinou que ele assim faz com qualquer pessoa (Mt 12:43-44). Sabendo disso, cabe ao ser humano ser mais perseverante ainda que o Inimigo. Tiago, chefe da Igreja em Jerusalém, escreveu na sua carta: “Sujeitai- vos, pois, a Deus; resisti ao Diabo, e ele fugirá de vós” (Tg 4:7). Foi o que Jesus fez.

O Testemunho de João

O Testemunho  de  João 

(JO)  E João deu testemunho, dizendo: –  Vi o Espírito descer  do Céu como pomba e repousar sobre Ele. Eu não o conhecia; mas O que me enviou a batizar com água, Esse me disse: “AQUELE SOBRE QUEM VIRES DESCER O ESPÍRITO, E  SOBRE  ELE  PERMANECER, ESSE É O QUE BATIZA COM O ESPÍRITO SANTO”. Pois todos nós recebemos da Sua  plenitude  e  graça  sobre  graça. Porque a Lei foi dada por meio de Moisés; a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo. Ninguém jamais viu a Deus.  O  Deus Unigênito,  que está no seio do Pai, Esse O deu a conhecer. Eu não O conhecia; mas, para que Ele fosse manifestado a Israel, é que vim batizando com água. Este é Aquele de quem eu disse:  Depois  de  mim  vem  um varão que passou adiante de mim, porque antes de mim Ele já existia. Eu mesmo vi e já vos dei testemunho de que Este é o Filho de Deus! Ele é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo! 

👉 Notas  do  Autor:  JO 1:32-33;  1:16-18,  31, 30, 34, 29 📝

(1)O CORDEIRO DE DEUS. Cerca de 1440 a.C.,  quando  os  filhos  de  Israel  foram libertados da  escravidão no Egito, cada  família  sacrificou  um  cordeiro perfeito e espargiu o sangue sobre o madeiro de cada porta, para que a Morte não entrasse na casa (Êx 12). Em comemoração àquele livramento e libertação, Deus deu ordem para que o povo anualmente celebrasse a Páscoa, sacrificando um cordeiro perfeito. Desde a saída do Egito até João Batista, cerca de 1.440 Páscoas haviam sido celebradas ou lembradas, de modo que a figura do sangue do cordeiro que livra da Morte e liberta já estava bem arraigada no consciente coletivo do povo de Israel. João fez uma declaração perfeitamente compreensível para os seus ouvintes. Mesmo assim, tal declaração soou um tanto estranha: Como um Homem poderia ser o Cordeiro? O maior profeta já nascido de mulher estava profetizando, três anos antes, que Jesus seria sacrificado como Cordeiro Perfeito para libertar o ser humano da escravidão do pecado e, com o Seu sangue puro que foi espargido no madeiro da Cruz, livrar da Morte toda a pessoa que tem a cobertura do Seu sangue. 

(2)QUE TIRA O PECADO. O Profeta Isaías viu, setecentos anos antes, o Homem sendo oferecido como Cordeiro pelos pecadores e escreveu: “Mas Ele foi ferido por causa das nossas transgressões e moído por causa das nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre Ele e pelas suas pisaduras fomos sarados. Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas, cada um se desviava pelo seu caminho; mas o Senhor fez cair sobre Ele a iniquidade de nós todos. Ele foi oprimido e afligido, mas não abriu a boca. Como um cordeiro que é levado ao matadouro, e como a ovelha que é muda perante os seus tosquiadores, assim Ele não abriu a boca. Pela opressão e pelo juízo foi arrebatado. E quem dentre os da sua geração considerou que Ele fora cortado da Terra dos viventes, ferido por causa da transgressão do meu povo?” (Is 53:5-8). Como se vê, Jesus estava destinado como Cordeiro ao sacrifício, bem antes de nascer neste Planeta. O apóstolo Pedro escreveu que este Plano Divino de oferecer o Cordeiro Humano era anterior à fundação do mundo. Ele diz na sua primeira carta: “Sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver que, por tradição, recebestes dos vossos pais, mas com o precioso sangue de Cristo, como de um Cordeiro imaculado e incontaminado, o qual, na verdade, em outro tempo, foi conhecido, ainda antes da fundação do mundo, mas manifestado, nestes últimos tempos, por amor de vós” (I Pe 1:18-20). Apocalipse confirma este Plano e diz sobre Ele: “o Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo” (Ap 13:8b). 

(3)DO MUNDO. João esclarece que Jesus não é apenas o Cordeiro que tira os pecados de uma nação, mas do mundo inteiro.

O batismo de Jesus

O batismo  de  Jesus 

(MT) Então veio Jesus da Galileia ter com João,  junto  do  Jordão,  para ser batizado por ele. Mas João o impedia, dizendo:– Eu é que  preciso ser batizado por ti e tu vens a mim? Jesus, porém, lhe respondeu: – Deixa por agora; porque assim nos  convém cumprir  toda  a  Justiça. Então ele consentiu. Batizado Jesus, saiu logo da água.(LC) E estando Ele a orar, o Céu se abriu. (MT) E João viu o Espírito Santo de  Deus  descendo  (LC)  sobre  Ele  em forma  corpórea,  como  uma  pomba. (MT)  E eis que uma voz dos Céus dizia: “ESTE É O MEU FILHO AMADO, EM QUEM ME COMPRAZO”. 

👉 Notas do  Autor: MT  3:13-16a; LC 3:21b; MT  3:16b; LC 3:22; MT  3:17 📝

(1)ENTÃO VEIO JESUS... PARA  SER BATIZADO POR ELE.  Quando Jesus completou trinta  anos, procurou João  Batista para que este O batizasse. João tentou impedi-Lo, por três motivos: 1- O Batismo de Arrependimento é para lavar pecados, e Jesus não tinha nem pecados para lavar. 2- O Batismo é para Salvação, e Jesus dela não precisava, porque é o próprio Salvador. 3- O Batismo é para introduzir o salvo no Reino dos Céus, e Jesus é o próprio Rei que vai introduzir a humanidade no Reino de Deus. ASSIM NOS CONVÉM CUMPRIR TODA A JUSTIÇA. Jesus lembrou a João que o Batismo é um ato requerido pela Justiça de Deus e que todos devem cumpri-lo. Ao se batizar, Jesus mostrou que nenhuma pessoa, por melhor que seja, está dispensada de cumprir esta ordenança da Justiça de Deus. João Batista compreendeu bem a colocação do Senhor Jesus e O batizou. JOÃO VIU O ESPÍRITO SANTO... E EIS QUE UMA VOZ DOS CÉUS DIZIA. A presença do Espírito Santo e a Voz do Pai no batismo do Filho mostram a Santíssima Trindade na fórmula do Batismo, conforme Jesus ordenou em Mateus 28:19b: “Em Nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”.

a Voz Que anuncia O senhor

A Voz Que anuncia O senhor 

(LC)  Ora, estando o povo em expectativa e arrazoando todos em seus corações a respeito de João, se porventura  seria ele o Cristo, (JO) este foi o testemunho que ele deu, quando os judeus lhe enviaram de Jerusalém sacerdotes e levitas para que lhe perguntassem: – Quem és tu? Ele, pois, confessou e não negou. Sim, confessou:– Eu não sou o Cristo. Ao que lhe perguntaram:– Pois que? És tu Elias? Respondeu ele:– Não sou. – És tu o Profeta? E respondeu:– Não. Disseram-lhe, pois: – Quem és, para podermos dar resposta aos que nos enviaram; que dizes de ti mesmo? Respondeu ele:–  Eu sou a voz do que clama no deserto: Endireitai o caminho do Senhor, como disse o profeta Isaías. E os que tinham sido enviados eram dos fariseus. Então lhe perguntaram: – Por que batizas, pois, se tu não és o Cristo, nem Elias, nem o Profeta? Respondeu-lhes João: – Eu batizo com água; mas no meio de vós está Um a quem vós não conheceis, que vem depois de mim, mas que foi antes de mim. (MT) Eu, na verdade, vos batizo em água, para arrependimento; mas Aquele que vem após mim é mais poderoso do que eu, que nem sou digno  de  (JO) desatar  a  correia  e  (MT) levar-lhe as alparcas; Ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo. Ele tem na mão a Sua pá e limpará bem a Sua eira; recolherá o Seu trigo ao  celeiro,  mas  queimará  a  palha  em fogo que nunca se apaga. (LC)  Assim, pois,  com  muitas  outras exortações ainda, anunciava o Evangelho ao povo. (JO)  Estas coisas aconteceram em Betânia, além do Jordão, onde João estava batizando. 

👉Notas LC 3:15; JO 1:19-27a; MT 3:11a; JO 1:27b; MT 3:11b-2; LC 3:18; JO 1:28 📝

(1)LEVITAS. Eram os descendentes de Levi, o terceiro filho de Jacó com Leia (Gn 29:34). Levi quer dizer “junto”. Os levitas trabalhavam com os sacerdotes no Templo e eram responsáveis por todo o serviço material da Casa do Senhor. Correspondem aos atuais diáconos. 

(2)O CRISTO. As três pessoas citadas pelos sacerdotes e levitas eram aguardadas há séculos pelos judeus: Cristo, em grego, “O Ungido”, o mesmo que “Messias”. Era imaginado pelos judeus como o poderoso líder político que expulsaria os invasores e venceria os inimigos de Israel, conforme a profecia: “Os que contendem com o Senhor serão quebrantados; desde os Céus trovejará contra eles. O Senhor julgará as extremidades da Terra; dará força ao seu Rei, e exaltará o poder do seu Ungido” (I Sm 2:10). 

(3)ELIAS. Em hebraico, “O Senhor é Deus”. Profeta que viveu cerca de 873 a.C., e que foi arrebatado vivo numa carruagem de fogo (II Rs 2). Profecia no livro de Malaquias dizia que ele iria voltar para preceder a chegada do Senhor: “Eis que eu vos enviarei o profeta Elias, antes que venha o grande e terrível dia do Senhor” (Ml 4:5). Ele iria anunciar que “o Senhor é Deus”

(4)O PROFETA. Aquele profetizado por Moisés quatorze séculos antes: “O Senhor teu Deus te suscitará do meio de ti, dentre teus irmãos, um Profeta semelhante a mim; a Ele ouvirás” (Dt 18:15).

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020

18 anos depois ... 👉🏿A Voz no Deserto

João  começa  a  batizar 

(LC) No décimo quinto ano do reinado de  Tibério César, sendo Pôncio Pilatos governador da Judeia, Herodes tetrarca da Galileia, seu irmão Filipe tetrarca da região da  Itureia  e  de  Traconites,  e  Lisânias tetrarca de Abilene, sendo Anás e Caifás sumos sacerdotes, veio a Palavra de Deus a João, filho de Zacarias, no deserto da Judeia. 
(JO ) Este veio como testemunha, a fim  de  dar  testemunho  da  Luz,  para que todos cressem por meio dele. Ele não era a Luz, mas veio para dar testemunho da Luz. LC  E  ele,  percorrendo  toda  a  circunvizinhança do Jordão, pregava o batismo de arrependimento para remissão de pecados,  (MT)  dizendo: – Arrependei-vos, porque é chegado o Reino dos Céus. Porque  este  é  o  anunciado  pelo profeta Isaías, que disse:  Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor; endireitai as suas veredas. 
(LC)  Todo vale se encherá, e se abaixará todo monte e outeiro; o que é tortuoso se  endireitará,  e  os  caminhos  escabrosos se aplanarão; e toda a carne verá a salvação de Deus.
 (MT)  Ora, João usava uma veste de pelos de camelo e um cinto de couro em torno de seus lombos; e alimentava-se de gafanhotos e de mel silvestre. Então iam ter com ele os de Jerusalém, de toda a Judeia, e de toda a circunvizinhança do Jordão. E eram por ele batizados no rio Jordão, confessando os seus pecados. 

👉 Notas LC 3:1-2; JO 1:7-8; LC 3:3; MT  3:2-3; LC 3:5-6; MT  3:4-6 📝

(1)TETRARCA.  Como Israel estava debaixo da  dominação romana, o território foi dividido em quatro e cada  governante  era  denominado “tetrarca”. Os romanos acabaram adotando este título para designar também qualquer governante de outro país sob o seu controle, mesmo quando o território não estivesse dividido em quatro. 

(2)PREGAVA O BATISMO. Aquele ritual de imergir as pessoas nas águas era diferente da simples purificação dos judeus, que envolvia a lavagem apenas das mãos e dos pés. A novidade atraiu multidões de todas as partes. João pregou o Batismo do Arrependimento para perdão dos pecados “a fim de preparar para o Senhor um povo bem disposto” (Lc 1:17b). SEGUNDO O QUE ESTÁ ESCRITO NO LIVRO DO PROFETA ISAÍAS. Estas profecias datam de cerca de 700 a.C., e estão em Isaías 40:3-5 e 52:10.

(3)FRUTOS DE ARREPENDIMENTO (MT)  Mas, vendo ele muitos dos fariseus e dos saduceus que vinham ao seu batismo, disse-lhes: – Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da ira vindoura? Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento, e não queirais dizer dentro de vós mesmos: Temos por pai a Abraão; porque eu vos digo que mesmo destas pedras Deus pode suscitar filhos a Abraão. E desde já está posto o machado à raiz das árvores. Toda árvore, pois, que não produz bom fruto, é cortada e lançada no fogo. 

👉 Notas  MT 3:7-10📝

 (4)FARISEUS. Esta palavra quer dizer “separados”. Formavam um grupo religioso fanático muito numeroso e influente. Os fariseus faziam de tudo para merecer o Paraíso e acreditavam que só seriam salvos aqueles que se submetessem aos seus rígidos costumes religiosos. Eram severos e até desumanos na observação das tradições e costumes extrabíblicos, criados pelos anciãos. Naquela época dizia-se: “Se dois conseguirem entrar no Paraíso, um com certeza será fariseu”. Pecavam pela presunção. Eram avarentos e gostavam de ostentar santidade, a fim de serem vistos pelos homens (Mt 23:5). 

(5)SADUCEUS. Já os saduceus formavam um pequeno grupo, constituído de pessoas ricas e influentes. Admiravam a cultura e a filosofia grega. Eram liberais e, ao contrário dos fariseus, não acreditavam em vida depois da morte, nem em anjos, nem em ressurreição, nem em Juízo Final. A maior parte dos sacerdotes de Israel, inclusive o sumo sacerdote Caifás, que conduziu o processo de condenação de Jesus, pertencia à seita dos saduceus (At 5:17). PRODUZI, POIS, FRUTOS DIGNOS DE ARREPENDIMENTO. João Batista discerniu que, no fundo, tanto os fariseus como os saduceus serviam a Deus somente na aparência. Daí a sua dura exortação. João não anunciava o ingresso em uma nova religião e, sim, a entrada no Reino dos Céus, que se dá mediante a fé e o arrependimento sinceros, antes do Batismo. E DESDE JÁ ESTÁ POSTO O MACHADO À RAIZ DAS ÁRVORES. Ninguém dá com o machado na raiz da árvore mas, sim, no seu tronco. Porém, do tronco que restou, vêm os brotos que, apesar de serem renovos, trazem a mesma característica da velha raiz.  
João está pregando um Novo Tempo, uma Nova Vida, fora da velha raiz.



(6)QUEM FAREMOS? (LC) Ao que lhe perguntavam as multidões: – Que faremos, pois? Respondia-lhes, então: – Aquele que tem duas túnicas, reparta com o que não tem nenhuma. E aquele que tem alimentos, faça o mesmo. Chegaram também uns pu- blicanos para serem batizados e lhe perguntaram:– Mestre, que havemos nós de fazer? E ele lhes respondeu: – Não cobreis além daquilo que vos foi prescrito. Interrogaram-no também uns soldados:– E nós, que faremos? Disse-lhes: – A ninguém queirais extorquir coisa alguma. Nem deis denúncia falsa. E contentai-vos com o vosso soldo. 

👉 Notas LC 3:10-14 📝

(7)AQUELE QUE TEM..., REPARTA COM O QUE NÃO TEM. João mostra aqui o Princípio do Reino: amor ao semelhante e compartilhamento. 

(8)PUBLICANOS. Quando Roma conquistou a Palestina, nomeou Herodes, o Grande, como rei dos judeus, com a obrigação de pagar imposto sobre a terra e sua produção, chamado “tributum soli”, e também imposto sobre cada cabeça, chamado de “tributum capitis”. No caso de Herodes, era muito conveniente ser um vassalo de César e pagar os tributos porque, não tendo ele sangue davídico, garantia- se no poder e ainda contava com a proteção do exército romano. Para manter estes impostos em dia – e a paz com Roma –, Herodes abriu concessões públicas, vendidas aos judeus mais ricos, que adquiriam a permissão oficial de cobrar impostos em suas regiões. Estes eram chamados de “publicanos” e, por sua vez, contratavam empregados judeus para cobrarem os impostos locais ou sublocavam suas praças em minirregiões. Fossem patrões ou empregados, todos os que cobravam impostos eram chamados de “publicanos”. Do latim publi (raiz da palavra “público”) + cãnus (de cãs, cabelos brancos). Deveriam ser homens respeitáveis, fiéis guardadores da coisa pública

(9)NÃO COBREIS ALÉM DAQUILO QUE VOS FOI PRESCRITO. Por esta palavra, percebe-se que os publicanos tinham o costume de cobrar além do exigido por Roma e enriqueciam com a diferença. Por essa exploração, os publicanos eram desprezados pelos demais judeus e chamados de “publicanis” (onde canis é cão), ladrões, corruptos, traidores, lesas pátrias e cães públicos a serviço do inimigo romano. Os religiosos também odiavam os publicanos e os consideravam “imundos”, porque faziam negócios com os impuros “gentios” romanos.

terça-feira, 25 de fevereiro de 2020

A infância de Jesus

A  infância  de  Jesus 

(LC)  E o menino ia crescendo e se fortalecendo, ficando cheio de sabedoria. E a graça de Deus estava sobre Ele. Ora,  seus  pais  iam  todos  os  anos  a Jerusalém, à festa da Páscoa. Quando Jesus completou doze anos, subiram eles, segundo o costume da festa. Terminados aqueles dias, ao regressarem, ficou o menino Jesus em Jerusalém, sem o saberem seus pais. Julgando, porém, que estivesse entre os companheiros de viagem, andaram caminho de um dia, e o procuravam entre os parentes e conhecidos. E  não  o  achando,  voltaram  a Jerusalém em busca dele. E  aconteceu  que,  passados  três dias,  o  acharam  no Templo,  sentado no meio dos doutores, ouvindo-os e interrogando-os. E todos os que o ouviam se admiravam da sua inteligência e das suas respostas. Quando o viram, ficaram maravilhados. Disse-lhe sua mãe:– Filho, por que procedeste assim para conosco? Eis que teu pai e eu ansiosos te procurávamos. Respondeu-lhes Ele:–  Por  que  me  procuráveis?  Não sabeis que devo cuidar dos negócios de meu Pai? Eles, porém, não entenderam as palavras que lhes dissera. Então, descendo com eles, foi para Nazaré, e era-lhes sujeito. E sua mãe guardava todas estas coisas em seu coração. E crescia Jesus em sabedoria, em estatura e em graça diante de Deus e dos homens.

Notas  LC 2:40-52 

(1) SEUS PAIS IAM TODOS OS ANOS A JERUSALÉM. A Páscoa era uma das três festas obrigatórias para todo judeu. A Torá Viva diz: “Três vezes cada ano, todos os teus varões serão assim vistos na presença de Deus, teu SENHOR, no lugar que Ele escolherá: no festival de Matsot, no festival de Shavuot, e no festival de Sucot”. O Ocidente as conhece como “Festa dos Pães Ázimos (Páscoa), Festa das Semanas (Pentecostes) e Festa dos Tabernáculos” (cf. Dt 16:16), já que Sucot quer dizer “abrigos”.

(2) FOI PARA NAZARÉ. Nos próximos dezoito anos, Jesus vai viver e crescer em Nazaré, um lugarejo pobre, que à época não tinha mais que quatrocentos habitantes. 

(3)E ERA-LHES SUJEITO. Como judeu, e para cumprir a Lei (Êx 20:12), Jesus vai manter-Se submisso aos pais. Ficará no anonimato até os trinta anos, idade em que deixará a família e a carpintaria para anunciar a chegada do Reino de Deus. 

(4)E CRESCIA JESUS. O Senhor cresceu em Nazaré e, mesmo depois de adulto, nunca saiu de Israel. Chegou próximo à Síria, mas nem sequer atravessou a fronteira porque, no Seu próprio dizer, Ele foi enviado primeiro “às ovelhas perdidas da Casa de Israel” (Mt 15:24b). Jamais viajou à Índia ou ao Tibet. Quaisquer outras informações sobre a sua infância são apócrifas e não passam de especulações e lendas, sem nenhum fundamento histórico.

A rejeição da Vida

A  rejeição  da  Vida 

(JO)  NEle estava a  Vida, e a  Vida era a Luz dos homens. A Luz resplandece nas trevas e as trevas não prevaleceram contra ela.

👉 Notas JO 1:4-5📝

A Volta para Israel 

(MT)  Mas tendo morrido Herodes, eis que um anjo do Senhor apareceu em sonho a José no Egito, dizendo: – Levanta-te, toma o menino e sua mãe, e vai para a terra de Israel; porque já morreram os que procuravam a morte do menino. Para que se cumprisse o que fora dito da parte do Senhor pelo profeta: Do Egito chamei o meu Filho. Então ele se levantou, tomou o menino e sua mãe, e foi para a terra de Israel. Ouvindo, porém, que Arquelau reinava na Judeia em lugar de seu pai Herodes, temeu ir para lá; mas, avisado em sonho por Divina Revelação, retirou-se para as regiões da Galileia e foi habitar numa cidade chamada Nazaré; para que se cumprisse o que fora dito pelos profetas: Ele será chamado nazareno. 

👉 Notas MT 2:19-20, 15, 21-23📝 

(1)MAS TENDO MORRIDO HERODES. Esta informação de Mateus é a prova de que Jesus nasceu antes do ano zero da Era Cristã: Herodes, o Grande, caiu doente aos setenta anos e morreu, segundo Flavio Josefo, logo após o eclipse lunar de 12 e 13 de março do ano 4 a.C. Antes de morrer, mandou matar todos os meninos de dois anos para baixo “segundo o tempo que com precisão inquirira dos magos”. Graças a essa “precisão”, Jesus Cristo nasceu, no mínimo, em 6 a.C., o que indica um erro de cálculo no atual calendário. 

(2)DO EGITO CHAMEI O MEU FILHO. Deus poderia ter fulminado Herodes imediatamente – muita gente naquela época teria aplaudido –, mas preferiu conduzir a família sagrada ao Egito e esperar pacientemente que o cruel ditador morresse. Além de ser longânimo e misericordioso para com todos, inclusive com os injustos e maus, Deus agiu desta maneira para que se cumprisse esta profecia de Oseias a respeito do Egito, escrita cerca de 710 anos a.C. (Os 11:1). 

(3)OUVINDO, PORÉM, QUE ARQUELAU REINAVA NA JUDEIA. Herodes, o Grande, teve dez esposas e muitos filhos. Doente, escreveu um testamento, por meio do qual dividiu o Reino entre seus três filhos: Arquelau, o principal, como rei da Judeia; Antipas, como tetrarca da Galileia e de Pereia; e Felipe, como tetrarca de Bataneia, Traconitis e Auranitis. Eles deveriam governar Israel simultaneamente. De posse do testamento, os três filhos de Herodes viajaram a Roma para obter a aprovação do Imperador César Augusto. O Imperador quase respeitou todo o testamento de Herodes, porém não aceitou o título de “rei” para Arquelau, nomeando- o governador da Judeia, Samaria e Idumeia. Caso Arquelau se saísse bem como governador, poderia ser elevado a rei. César Augusto agiu assim porque, antes mesmo de Arquelau viajar a Roma com seus irmãos, chacinou muitos agitadores no Templo. César não queria nos territórios ocupados governantes que provocassem o ódio popular, mas reis que garantissem a Pax Romana. Quando Arquelau voltou de Roma, agiu dura e violentamente, no mesmo estilo truculento de seu pai. Por isso, José não quis ir para a Judeia, preferindo a pacata Galileia. E a sua decisão foi realmente inspirada por Deus. Enquanto Arquelau ficou no poder, a Judeia viveu um clima de revolta, a ponto de Roma deslocar tropas da Síria para sufocar as rebeliões. Arquelau não passou pela experiência de governante e, em 6 d.C., Roma o destituiu e o enviou para um exílio na Gália, território que incluía a França e a Bélgica. 

(4)ELE SERÁ CHAMADO NAZARENO. Foi feito um jogo de palavras entre “Nazareno” – aquele que nasce em Nazaré – e “Nazireu” – aquele que é separado para Deus desde o ventre da mãe (Nm 6; Jz 13:5; I Sm 1:11).

A fuga para o Egito e a matança dos meninos

A  fuga  para  o  Egito e a matança  dos  meninos

(MT) E eis que um anjo do Senhor apareceu a José em sonho, dizendo: – Levanta-te, toma o menino e sua mãe, foge para o Egito, e ali fica até que eu te fale; porque Herodes há de procurar o menino para o matar. Levantou-se, pois, tomou de noite o menino e sua mãe, e partiu para o Egito. Então Herodes, vendo que fora iludido pelos magos, irou-se grandemente e mandou matar todos os meninos de dois anos para baixo que havia em Belém, e em todos os seus arredores, segundo o tempo que com precisão inquirira dos magos. Cumpriu-se então o que fora dito pelo profeta Jeremias: Em Ramá se ouviu uma voz, lamentação e grande pranto: Raquel chorando os seus filhos, e não querendo ser consolada, porque eles já não existem. 

👉 Notas MT 2:13-14, 16-18

(1)MANDOU MATAR. Herodes era um assassino psicopata capaz de matar qualquer pessoa que representasse uma ameaça ao seu trono. Antes de assassinar todos os meninos de Belém, na tentativa de matar o recém-nascido “Rei dos judeus”, Herodes, pelo mesmo motivo, já havia assassinado muitos súditos, não poupando sequer pessoas da sua própria família: o primeiro foi Aristóbulo em 36 a.C., um jovem de apenas dezesseis anos, irmão da sua esposa preferida, só porque ele tinha sangue real e sacerdotal e, no futuro, poderia desejar o trono. Alguns anos depois, matou o ex-rei e ex-sumo sacerdote Hircano, de oitenta anos, avô de sua mulher, por temor de que ele pudesse voltar ao poder. Alexandra, sua sogra, tentou tomar-lhe o poder e ele a matou também. Em 27 a.C., alegando conspiração, matou o cunhado Costóbaro, marido da sua irmã Salomé. Matou Mariana, sua esposa preferida, porque desconfiou que ela o traía. Com Mariana, Herodes teve dois filhos: Alexandre e Aristóbulo. Quando eles se tornaram adultos, Herodes, certo de que ambos conspiravam contra o seu trono, mandou que os dois fossem estrangulados (7 a.C.). Por fim, Herodes descobriu que o seu filho mais velho, Antípatro, do seu casamento com Dóris, e o tio Pheroras planejavam o seu envenenamento. Secretamente, matou Pheroras com veneno e, fingindo não saber da conspiração, atraiu o filho ao palácio, onde o prendeu e, após “julgamento”, o executou. Se Herodes, o Grande, matou pessoas tão próximas e queridas, o que lhe cus- taria matar os inocentes meninos de Belém para atingir, quem sabe, aquele que é “nascido Rei dos Judeus?” RAMÁ. Uma localidade que ficava oito quilômetros ao norte de Jerusalém. Como Belém fica ao sul da Cidade Santa, vê-se que a área abrangida na matança dos inocentes foi muito grande. 

(2)RAQUEL. Foi a esposa amada de Jacó, e seu túmulo permanece até hoje perto de Belém. A profecia mencionada consta no livro de Jeremias, capítulo 31:15, escrita cerca de 580 anos antes de acontecer.

O menino Jesus é apresentado no Templo

O menino Jesus é apresentado no Templo 

 (LC)  Quando se completaram os oito dias para ser circuncidado o menino, foi-lhe dado o nome de JESUS, que pelo anjo lhe fora posto antes de ser concebido. Terminados os dias da purificação, segundo a Lei de Moisés, levaram-no a Jerusalém, para apresentá-lo ao Senhor (conforme está escrito na Lei do Senhor: Todo primogênito será consagrado ao Senhor), e para oferecerem um sacrifício segundo o disposto na Lei do Senhor: um par de rolas ou dois pombinhos.

 👉 Notas LC 2:21-24📝 

(1)SEGUNDO A LEI DE MOISÉS. Este é um termo teológico usado para referência aos cinco primeiros livros da Bíblia, chamados pelos judeus de Torah, que quer dizer “Lei, Instrução, Ensino”. São eles: 1 – Gênesis, 2 - Êxodo, 3 - Levítico, 4 – Números e 5- Deuteronômio. Os gregos os chamam de Pentateuco. 

(2)PARA APRESENTÁ-LO AO SENHOR. A citação acima está na Torá, em Êx 13:2 e em Lv 12:1-8. 

👉 O Velho Simeão 

(LC) Ora, havia em Jerusalém um homem cujo nome era Simeão. E este homem, justo e temente a Deus, esperava a consolação de Israel. E o Espírito Santo estava sobre ele. E lhe fora revelado pelo Espírito Santo que ele não morreria antes de ver o Cristo do Senhor. Assim pelo Espírito foi ao Templo. E quando os pais trouxeram o menino Jesus, para fazerem por Ele segundo o costume da Lei, Simeão o tomou em seus braços, louvou a Deus e disse:– Agora, Senhor, despedes em paz o teu servo, segundo a Tua Palavra; pois os meus olhos já viram a Tua Salvação, a qual Tu preparaste ante a face de todos os povos; Luz para revelação aos gentios e para glória do Teu povo Israel.

👉 Notas LC 2:25-32 

(3)SIMEÃO. Nome hebraico que quer dizer “ouvindo Deus”. Este homem representa todos os que clamam por Salvação e são ouvidos por Deus.

(4) GENTIOS. Em hebraico, gôyïm “nações”. Esta palavra serve para qualificar todos os povos não-judeus. Assim, no conceito então vigente, o mundo estava dividido entre dois povos: os judeus, povo escolhido por Deus (Êx 19:3-6), e os gentios – o restante do mundo. Os gentios eram considerados impuros pela Lei dos judeus. Jesus veio como Deus para tirar a impureza e fazer dos dois povos um só (Is 42:1-6; 44:1-8; Os 1:10; Jo 1:12-13; Rm 8:15-16; I Pe 2:9-10; Ap 5:9-10).

👉 A profecia de Simeão 

(LC)  Enquanto isso, seu pai e sua mãe se admiravam das coisas que dEle se diziam. Simeão os abençoou e disse à Maria, mãe do menino: – Eis que este é posto para queda e para levantamento de muitos em Israel e para ser alvo de contradição, sim, e uma espada traspassará a tua própria alma, para que se manifestem os pensamentos de muitos corações. 

Notas LC 2:33-35 

👉 A profetisa Ana 

(LC) Havia também uma profetisa, Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser. Era já avançada em idade, tendo vivido com o marido sete anos desde a sua virgindade. E era viúva, de quase oitenta e quatro anos. Não se afastava do Templo, servindo a Deus noite e dia em jejuns e orações. Chegando ela na mesma hora, deu graças a Deus, e falou a respeito do menino a todos os que esperavam a redenção de Jerusalém. 

👉 Notas LC 2:36-38 📝

(5)ANA. Nome hebraico que quer dizer “Graça”. Esta senhora, ao chegar no Templo na mesma hora em que Jesus lá estava, representa a Graça de Deus que chegou ao mundo através de Seu Filho Jesus. A Graça é um favor que se recebe sem merecer. É um dos fundamentos da Redenção: “Porque pela Graça sois salvos, mediante a Fé. E isto não vem de vós: é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie” (Ef 2:8-9) (Rm 3:24). Significados das presenças de Simeão e Ana. Simeão representa a Fé, porque ficou no Templo com a certeza de que veria a Salvação de Deus, e Ana representa a Graça, o favor imerecido que alcança aquele que nEle crê. Fé e Graça: os dois fundamentos da Salvação.

A estrela de Belém

A  estrela  de  Belém 

(MT) Tendo eles, pois, ouvido o rei, partiram. E eis que a estrela que tinham visto  quando  no  Oriente  ia  adiante deles até que, chegando, se deteve sobre  o  lugar  onde  estava o menino. Ao verem eles a estrela, regozijaram-se com grande alegria. E entrando, viram o menino com Maria,  sua  mãe  e,  prostrando-se,  O  adoraram. E abrindo os seus tesouros, ofertaram-lhe dádivas: ouro, incenso e mirra. Ora, sendo por divina revelação avisados em sonhos para não voltarem a Herodes, regressaram à sua terra por outro caminho. 

Notas  MT  2:9-12 

(1) E,  PROSTRANDO-SE,  O  ADORARAM. O Evangelho  não  especifica  que  os  “magii” eram  três,  nem  que  eram  reis.  A  esta conclusão  chegou-se por  causa  dos três presentes oferecidos e das profecias  contidas  nos  Salmos  e  em  Isaías: “Paguem-lhe tributo os reis de Társis e das ilhas; os reis de Sabá e de Seba ofereçam-lhe dons” (Sl 72:10);  “Assim diz o Senhor, o Redentor  de Israel, e o seu Santo, ao que é desprezado dos homens, ao que é aborrecido das nações, ao  servo dos  tiranos: Os  reis  o verão e se levantarão,  como  também  os príncipes,  e  eles  te  adorarão,  por  amor  do Senhor,  que  é  fiel,  e  do  Santo  de  Israel, que te escolheu” (Is 49:7); “E nações caminharão para a tua luz, e reis para o resplendor  da tua aurora” (Is 60:3).

(2) OURO,  INCENSO  E  MIRRA.  Significados profundos e proféticos, que falam da pessoa de Jesus: Ouro, por causa da Sua realeza – Ele é o Rei dos reis (Ap 19:16); Incenso, que só um Deus é digno de receber – Jesus é Deus (Jo 1:1-2); Mirra,  substância  usada  para  perfumar defuntos.  A  mirra  será  usada  no  cadáver de Jesus, quando o Seu corpo for retirado da Cruz (Jo 19:39). 

(3)REGRESSARAM À SUA TERRA.  O Evangelho também nada  diz sobre  os nomes dos  “magii”.  Porém, se os nomes que lhes deram forem corretos, a história fica mais impressionante ainda: Baltazar,  cuja  tradução quer dizer “Guardem  o  Rei”.  Jesus disse:  “Quem me  ama,  guardará a  minha  Palavra  e meu Pai o  amará,  e viremos  para ele e faremos nele morada” (Jo 14:23). Melchior,  cujo  significado  é    “O  Rei  da Luz”.  Jesus disse:  “EU  SOU  a  Luz do mundo” (Jo 9:5). E  Gaspar,  que  significa  “O  que vence tudo”.  Jesus venceu  o Pecado,  o mundo, a Morte e o Inferno (Ap 1:18). 

Os magos procuram pelo rei dos Judeus

Os  magos  procuram  pelo rei  dos Judeus 

(MT) Tendo, pois, nascido Jesus em Belém da Judeia,  no tempo do rei Herodes, eis que vieram uns magos do oriente a Jerusalém, que perguntavam:– Onde está aquele que é nascido rei dos judeus? Pois do Oriente vimos a sua estrela e viemos adorá-lO. O rei Herodes, ouvindo isso, perturbou-se, e com ele toda a Jerusalém. E, reunindo todos os principais sacerdotes e os escribas do povo, perguntava-lhes onde havia de nascer o Cristo. Responderam-lhe eles: – Em Belém da Judeia; pois assim está escrito pelo profeta: E tu, Belém, terra de Judá, de modo nenhum és a menor entre as principais cidades de Judá; porque de ti sairá o Guia que há de apascentar o meu povo de Israel. Então Herodes chamou secretamente os magos e deles inquiriu com precisão acerca do tempo em que a estrela aparecera. E enviando-os a Belém, disse-lhes:– Ide e perguntai diligentemente pelo menino. E, quando o achardes, participai-mo, para que eu também vá e o adore.

 👉 Notas MT 2:1-8 📝

(1)MAGOS. Estes homens não eram magos no sentido ocultista que hoje se dá a esta palavra. Seria contraditório se o Senhor recebesse honra daquilo que Ele mesmo abomina na Torá: “Entre ti se não achará [...] nem adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro, nem encantador de encantamentos, nem quem consulte um espírito adivinhante, nem mágico, nem quem consulte os mortos, pois todo aquele que faz tal coisa é abominação ao SENHOR” (Dt 18:10-12a). Estes homens eram magii, isto é, “sábios” vindos de uma tribo da Média, que trabalhavam na Pérsia. POIS DO ORIENTE VIMOS A SUA ESTRELA E VIEMOS ADORÁ-LO. Quatro teorias tentam explicar o aparecimento da Estrela de Belém: 1- No ano 7 a.C. houve uma conjunção entre Júpiter e Saturno, que provocou um brilho extraordinário, observável a olho nu. 
2- Registros chineses confirmam o aparecimento de uma estrela em 4 a.C. 
3 - O coral de anjos resplandecentes que surgiu no Céu e causou um brilho temporário e incomum (Lc 2:9-14). 
4 - Um sinal do Céu, porque Deus, ao criar os astros, disse: “Sejam eles para sinais e para estações, e para dias e anos” (Gn 1:14b). 

(2)ESCRIBAS. Eram os funcionários do Templo encarregados de preparar manualmente cópias dos rolos das Escrituras. De tanto copiarem, tornaram-se profundos conhecedores da Palavra. Eram chamados para esclarecer dúvidas ou citar trechos. Alcançaram status de doutores e mestres.

O coral de anjos

O coral de  anjos 

( LC ) Então,  de  repente, apareceu  junto ao anjo  grande  multidão da milícia celestial, louvando a Deus e dizendo: GLÓRIA A DEUS NAS MAIORES ALTURAS, PAZ NA TERRA E BOA  VONTADE PARA COM A HUMANIDADE. E logo que os anjos se retiraram deles para o Céu, diziam os pastores uns aos outros: –  Vamos já até Belém.  Vejamos isso que aconteceu e que o Senhor nos deu a conhecer. Foram, pois, a toda pressa e acharam Maria e José, e o menino deitado na manjedoura. E, vendo-O, divulgaram  a  palavra  que  acerca  do menino lhes fora dita. E todos os que a ouviram se admiravam do que os pastores lhes diziam. Maria, porém,  guardava todas  estas coisas, meditando-as em seu coração. E voltaram os pastores, glorificando  e louvando  a Deus por  tudo o que tinham ouvido e visto, como lhes fora dito. 

Notas LC 2:13-20

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2020

Um anjo anuncia aos pastores... O Nascimento do Salvador

(LC)  Ora, havia naquela mesma região pastores que estavam no campo e  guardavam  durante  as  vigílias  da noite o seu rebanho. E um anjo do Senhor apareceu- lhes e a Glória do Senhor os cercou de resplendor; pelo que se encheram de grande temor. O anjo, porém, lhes disse: – Não temais, porquanto vos trago novas de grande alegria que o será para todo o povo: É que hoje vos nasceu, na cidade de Davi, o Salvador, que é Cristo, o Senhor. E isto vos será por sinal: achareis o menino envolto em faixas e deitado em uma manjedoura. 

👉🏿 Notas📝 LC 2:8-12 

(1)É QUE HOJE VOS NASCEU. Impossível saber com precisão o dia histórico em que o Salvador nasceu, porque a data não foi anotada na época. O dia 25 de dezembro foi escolhido pelos cristãos por volta do ano 350, com o propósito de substituir uma festa pagã muito popular na Antiguidade – a Saturnalia – comemorada de 17 a 24 de dezembro pelos romanos em homenagem a Saturno, o deus da colheita. No dia 25 os romanos comemoravam o Natalis Invictus Solis – o Nascimento do Sol Invicto, em função do solstício de inverno no hemisfério norte, época em que o Sol se encontra mais afastado do Equador e parece, naqueles dias, fraco e estacionado no céu, porém pronto para ressurgir mais forte e trazer vida à Terra. Esta festa dos adoradores do sol, a maior do mundo pagão, rivalizava com o cristianismo. Como os pagãos comemoravam a festa comendo pão, consagrados a Saturno, os cristãos de então tiveram a ideia de proclamar 25 de dezembro como o dia natalício do Senhor, já que Ele é o Pão da Vida (Jo 6:48). Para reforçar a data e incentivar a troca do deus- sol pela Luz do mundo (Jo 9:5), os cristãos passaram a proclamar aquele dia como o Dia do Nascimento do Sol da Justiça, porque em Malaquias 4:2a está escrito: Mas para vós que temeis o meu Nome nascerá o Sol da Justiça e salvação trará debaixo das suas asas”. Com isto, a festa pagã foi absorvida pelo cristianismo, assim como os novos convertidos vindos do paganismo, até extinguir totalmente aquele culto pagão. A escolha desta data foi muito criticada pelos cristãos egípcios, sírios e armênios – as Igrejas do Oriente – que preferiam comemorar o nascimento de Cristo em 6 de janeiro, para não confundi-la com nenhum culto pagão. Foi o início da polêmica. Porém, todos os estudiosos, inclusive não-cristãos, concordam que Jesus não nasceu em nenhuma destas datas, por ser época do inverno. Seria impossível aos pastores estar pernoitando ao ar livre com seus rebanhos porque, além do frio, naquela época do ano também chove muito e, como diz a Bíblia, “é tempo de grandes chuvas, e não se pode estar aqui fora” (Ed 10:13). Tampouco o recenseamento, que obrigou José e Maria a viajar a Belém, teria sido convocado em um período de difícil locomoção. Vários estudos, pesquisas e cálculos já foram feitos para apontar o mês em que o Salvador nasceu, e os resultados são diversos: abril, maio, setembro ou outubro. Na verdade, Deus ocultou o conhecimento de tal Dia porque, desde que Ele veio, morreu e ressuscitou, Seu nascimento ocorre no exato momento em que a pessoa O recebe como Único Salvador, Cristo e Senhor. O SALVADOR, QUE É CRISTO, O SENHOR. O nome Cristo é a versão grega da palavra hebraica Meshihâ, que quer dizer “o Ungido”. De Meshihâ derivou a palavra Messias. Observe a Trindade no Nome: “o Salvador, que é Cristo, o Senhor”. MANJEDOURA. É notável que Cristo, “O Rei dos reis” (Ap 17:14), que teve o Seu nascimento planejado há milhares de anos, tenha preferido um berço improvisado numa manjedoura a um berço de ouro em um palácio. Mais do que uma marca de humildade, ao ser colocado na manjedoura – um cocho de madeira onde o gado se alimenta –, o Senhor já mostrava que o Seu corpo estava sendo destinado como alimento para o mundo (Jo 6:51). Também é profundamente significativo que a madeira estivesse ligada à vida do “carpinteiro”, tanto no início como no fim da Sua jornada terrestre: trinta e três anos depois de Seu nascimento, ao levar a Cruz nas costas, Ele Se comparou ao madeiro e disse às mulheres que choravam por causa da Sua condenação: “Se ao madeiro verde fazem isto, o que se fará ao seco?” (Lc 23:31).

Cerca do ano 6, antes da era atual. E o Verbo se fez carne...

👉🏿O Nascimento de Jesus 

(LC) Naqueles dias saiu um decreto da parte de César Augusto, para que todo o mundo fosse recenseado. Este primeiro recenseamento foi feito  quando Quirínio era  governador da Síria. E  todos iam  alistar-se, cada um à sua própria cidade. Subiu também José, da Galileia, da cidade de Nazaré, à cidade de Davi, chamada Belém, porque era da casa e família de Davi, a fim de alistar-se com Maria, sua esposa, que estava grávida. Enquanto estavam ali, chegou o tempo em que  ela  havia de dar à  luz, pois a verdadeira Luz, que alumia a todo homem, estava chegando ao  mundo.  
(LC) E  teve  a  seu  filho primogênito.  Envolveu-o  em  faixas e o deitou em uma manjedoura, porque não havia lugar para eles na estalagem. E o  Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade. E vimos a Sua Glória, como a Glória do Unigênito do Pai.

👉🏿 Notas 📝 LC 2:1-6; Jo 1:9; LC 2:7; JO 1:14

(1) CÉSAR AUGUSTO.  Governou Roma e o mundo no período de 31  a.C. a 14 d.C. Seu  nome  original  era  Otávio  e  adotou  o  título  César  com  o  objetivo de homenagear o antecessor e  agregar o carisma de Júlio, o primeiro César. Com isto, deu  origem ao clã cesariano (leia a nota em “Não temos rei, senão César”, p. 468). Otávio cultuava a si mesmo como um deus  e,  ególatra, autodenominou-se  Augusto,  que quer dizer “venerável” ou “digno de veneração”. Nas províncias dominadas ao redor do mundo, seus generais e procuradores o  louvavam  como  filius  dei  (filho  de deus) e  lhe dedicavam templos e cidades, como Cesareia, na Judeia, construída por Herodes, o Grande. Foi  de  Roma  a  ideia  de  usar  a  moeda como o meio mais eficiente e duradouro para divulgar esta devoção ao “divino César”. Um denário de prata, daquela época, trazia a efígie de César em relevo e a inscrição T. CAESAR DIVI AVG. F. AVGVSTVS, que significa: “Tibério César Divino Augusto, filho do Augusto”. Foi justamente este “venerável” imperador que Deus usou para fazer o decreto do recenseamento mundial e, com isto, preparar a Terra para receber o Divino Rei do Universo, o Único e Verdadeiro Filius Dei que é digno de ser louvado e adorado. 

(2)PARA QUE TODO O MUNDO. O Império Romano havia dominado o mundo e se espalhado por uma extensão territorial de quase cinco mil quilômetros, que ia da África à Ásia, passando por toda Europa, numa região que envolve, hoje, mais de cinquenta países. O mundo todo tinha um único imperador, um único exército, um único Código de leis e uma única moeda. Roma impunha o seu modo de vida ao mundo, que vivia a Pax Romana, ironicamente garantida pela força do seu incrível poderio bélico. É por esta causa que o decreto de César Augusto foi prontamente obedecido em Israel. 

(3)FOSSE RECENSEADO. Mais do que simplesmente querer saber o número de habitantes, o Imperador decretava o censo porque cobrava de cada pessoa um imposto chamado tributum capitis, equivalente a um dia de salário, ou “um denário per capita”. Sabendo o número exato de habitantes, não havia como os governadores locais desviarem ou sonegarem o imposto que Roma cobrava por cabeça. E TODOS IAM ALISTAR-SE, CADA UM À SUA PRÓPRIA CIDADE. Para facilitar o controle e a cobrança deste imposto, o decreto de César determinava que cada um se cadastrasse na sua cidade natal. SUBIU TAMBÉM JOSÉ... À CIDADE DE DAVI, CHAMADA BELÉM, PORQUE ERA DA CASA E FAMÍLIA DE DAVI. José morava em Nazaré, na Galileia, e era descendente do rei Davi. Em obediência ao decreto, viajou cerca de 122 quilômetros até Belém, sua cidade natal, que ficava na Judeia. A FIM DE ALISTAR-SE COM MARIA. Apesar de sua esposa estar grávida, José foi obrigado a levar a mulher para se cadastrar, pois, da mesma forma, Maria era descendente do rei Davi. ENQUANTO ESTAVAM ALI, CHEGOU O TEMPO EM QUE ELA HAVIA DE DAR À LUZ. José pensava que cumpria apenas um decreto de César e nem imaginava que, na verdade, estava cumprindo o Decreto do Altíssimo, escrito no livro de Miqueias, cerca de 750 a.C., que determinava que o Messias deveria nascer na inexpressiva Belém: “Mas tu, Belém Efrata, posto que pequena entre milhares de Judá, de ti é que me sairá Aquele que há de reinar em Israel, e cujas saídas são desde os tempos antigos, desde os dias da Eternidade” (Mq 5:2). E por que Belém? Além do Decreto de Deus, havia outros motivos: Esta é a mesma cidade em que nasceu Davi – o rei ungido de Deus. Porque Deus não se esqueceu da promessa feita a Davi, por intermédio do profeta Natã: “A tua casa, porém, e o teu reino serão firmados para sempre diante de ti; teu trono será estabelecido para sempre” (II Sm 7:16). Beth lehem, em hebraico, quer dizer “Casa do Pão”. É ali que tem de nascer “O Pão da Vida” (Jo 6:48). Davi foi o ungido temporário. Jesus é O Ungido Eterno de Deus. O extraordinário poder de Deus sobre toda a Terra: As peças que Deus moveu para que Jesus nascesse em Belém, e não em outra cidade, realmente dão o que pensar sobre o Seu extraordinário Poder para controlar tudo e cumprir a Sua vontade, planejada muito tempo antes. Veja só: Deus moveu o coração do homem mais poderoso do mundo, entronizado a 2.250 quilômetros de distância, para que César elaborasse um decreto mundial, que obrigou José e Maria a sair de Nazaré e viajar até Belém, onde Jesus teria de nascer. Deus calculou tudo cuidadosamente para que, entre a divulgação e o cumprimento do decreto em Israel, a mobilização do casal sagrado numa longa e difícil viagem a Belém coincidisse exatamente com o tempo em que ela deveria dá-Lo à Luz. José e Maria são descendentes do rei Davi e este é um dos motivos por que Deus escolheu aquele casal: Jesus, tanto por parte do pai adotivo como por parte de mãe é descendente do rei Davi e, por isso, tem direito real e legítimo ao Trono de Israel. NÃO HAVIA LUGAR PARA ELES NA ESTALAGEM. A ida de tantos belemitas provocou superlotação na pequena Belém, que não tinha infraestrutura hoteleira para acomodar toda aquela gente. É curioso que o mesmo Deus que calcula tudo tão antecipadamente não se tenha preocupado em fazer uma “reserva” na estalagem. Na verdade, isto foi intencional e profético, pois o Senhor já demonstrava que os homens não Lhe dariam lugar.

Zacarias Volta a falar e profetiza sobre João

👉🏿Zacarias  Volta  a  falar  e profetiza sobre João 

(LC)  Zacarias, seu pai, ficou cheio do Espírito Santo e profetizou, dizendo:– Bendito seja o Senhor, Deus de Israel, porque visitou e remiu o Seu povo, e para nós fez surgir uma Salvação poderosa na casa de Davi, Seu servo. Assim como desde os tempos antigos tem anunciado pela boca dos Seus santos profetas; para nos livrar dos nossos inimigos e da mão de todos os que nos odeiam; para usar de misericórdia com nossos pais e lembrar-se do Seu santo pacto e do juramento que fez a Abraão, nosso pai, de conceder-nos que, libertados da mão de nossos inimigos, O servíssemos sem temor, em santidade e justiça perante Ele, todos os  dias  da  nossa  vida.  E  tu,  menino, serás chamado Profeta do Altíssimo. Porque  irás  ante  a  face  do  Senhor,  a preparar os Seus caminhos; para dar ao Seu povo conhecimento da Salvação, na  remissão  dos  seus  pecados,  graças à profunda misericórdia do nosso Deus,  pela qual nos há de visitar a aurora lá do Alto, para alumiar aos que  jazem  nas  trevas  e  na  sombra  da morte, a fim de dirigir os nossos pés no caminho da paz. Ora, o menino crescia, e se robustecia em espírito; e habitava nos desertos até o dia da sua manifestação a Israel. 

Notas LC 1:67-80 

O Nascimento de João Batista

👉🏿O Nascimento  de  João Batista 

(LC)  E completou-se para Isabel o tempo de dar à luz, e teve um filho. Ouviram seus vizinhos e parentes que  o  Senhor  lhe  multiplicara a sua misericórdia, e se alegravam com ela. Sucedeu, pois, no oitavo dia, que vieram circuncidar o menino. E queriam dar-lhe o nome de seu pai, Zacarias. Respondeu, porém, sua mãe: – De modo nenhum, mas será chamado João. Ao que lhe disseram: – Ninguém há na tua parentela que se chame por este nome. E perguntaram por acenos ao pai como queria que se chamasse. E pedindo ele uma tabuinha, escreveu: seu nome é João. E todos se admiraram. Imediatamente a boca se lhe abriu e a língua se lhe soltou, louvando a Deus. Então veio temor sobre todos os seus vizinhos. E em toda a região montanhosa da Judeia foram divulgadas todas estas coisas. E todos os que delas souberam as guardavam no coração, dizendo: “Quem virá a ser, então, este menino?” Pois a mão do Senhor estava com ele.

Notas  LC 1:57-66

 (1)VIERAM CIRCUNCIDAR O MENINO. A circuncisão é um rito religioso observado até hoje entre os judeus. Em Gênesis 17:12 lemos: “À idade de oito dias, todo varão dentre vós será circuncidado, por todas as vossas gerações, tanto o nascido em casa como o comprado por dinheiro a qualquer estrangeiro, que não for da tua linhagem”. A circuncisão consiste em se cortar a pele que está sobre a glande do pênis. É como a operação de fimose dos dias de hoje. 

(2) SEU NOME É JOÃO. Do hebraico Yohanan, “Deus fez graça”. Para Zacarias e Isabel, um casal velho e estéril, a concepção daquele menino era uma graça de Deus. Este nome também é traduzido como “Deus é gracioso”. Como aquele nome havia sido anunciado pelo anjo Gabriel, fica claro que o nascimento de João veio anunciar um Novo Tempo de Deus: o Tempo da Salvação pela Graça, que perdura até hoje.

UM ANJO FALA COM JOSÉ

UM ANJO FALA COM JOSÉ 

(MT) E projetando ele isso, eis que em sonho lhe apareceu um anjo do Senhor, dizendo: – José, filho de Davi, não temas receber a Maria, tua mulher, pois o que nela se gerou é do Espírito Santo. Ela dará à luz um filho, a quem chamarás  JESUS;  porque  Ele salvará o seu povo dos seus pecados. Ora, tudo isso aconteceu para que se  cumprisse  o  que  fora  dito  da  parte do Senhor pelo profeta:  Eis que a virgem  conceberá  e  dará  à  luz  um  filho, o qual será chamado EMANUEL,  que traduzido é: Deus conosco. E  José,  tendo  despertado  do  sono, fez como o anjo do Senhor lhe ordenara e recebeu sua mulher. E não a conheceu como mulher enquanto ela não deu à luz um filho. E ele lhe pôs o nome de Jesus

Notas MT  1:20-25📝

(1) PECADOS.  Esta é a primeira vez que a palavra “pecado” aparece no Evangelho.  Mais do que  um sentimento psicológico de culpa ou remorso – porque isto até o ateu sente –, e mais do que  a  noção do delito que  gera punição – porque  mesmo as nações laicas têm leis justas para repreender os transgressores -, o pecado é uma acusação  espiritual  refletida  na  alma de cada pessoa. Jamais os psicólogos, sociólogos, historiadores  ou arqueólogos encontraram um só povo que fosse imune a esta estranha convicção de  “pecado”.  O  apóstolo  Paulo,  na sua  obra  missionária,  ao  entrar  em contato  mais  profundo com  os povos pagãos, admirou-se que a Lei – dada por Deus a Moisés – estivesse também escrita no coração dos outros povos, conforme  relatou:  “Porque, quando os  gentios,  que  não  têm  Lei,  fazem por  natureza as coisas da Lei, eles, embora  não tendo Lei, para  si mesmos são Lei. Pois mostram a obra da Lei escrita  em  seus  corações,  testificando juntamente a sua consciência e os seus pensamentos,  quer  acusando-os,  quer defendendo-os” (Rm 2:14-15). Mesmo uma  criança, que  nunca  foi ensinada a respeito do pecado, já nasce com esta Lei de Deus escrita em seu  coração.  Ao crescer e  pecar, sente que  se  tornou  devedor  a  Alguém  que não se pode ver, mas que sabe existir. O pecado gera uma certeza de condenação que não desaparece mesmo nos casos em que o transgressor é punido pela lei dos homens e paga a sua dívida com a sociedade. O pecador, ao  se aproximar a hora da sua morte, parte na  certeza  de  que  terá  de  acertar  contas com Deus. E isto gera desespero na sua alma... O profeta  Jeremias,  em oração,  impotente diante do pecado, apelou para o  amor  de Deus:  “Posto  que as nossas iniquidades  testifiquem  contra  nós, ó Senhor, opera Tu por amor do Teu Nome; porque muitas são as nossas rebeldias; contra Ti havemos pecado” (Jr 14:7). Como surgiu o pecado? O pecado não foi criado pelo homem. Aliás, é bem anterior à raça humana. Foi concebido nas entranhas de um outrora magnífico ser espiritual. Antigo texto da Escritura diz: “Tu eras querubim ungido para proteger e te estabeleci. No Monte Santo de Deus estavas, no meio das pedras afogueadas andavas. Perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia em foste criado, até que se achou iniquidade em ti. Pela abundância do teu comércio o teu coração se encheu de violência, e pecaste” (Ez 28:14-16). Este “querubim” – anjo da primeira hierarquia – foi o autor do pecado e rebelou-se contra o padrão Santo e Perfeito de Deus. Por ter pecado, não pôde mais desfrutar da Sua Presença e foi expulso do Lugar Altíssimo. O ser humano também foi criado perfeito e sem pecado. Vivia em comunhão plena com Deus, no lugar mais extraordinário que já existiu na face da Terra. Sua única restrição era comer da Árvore do Conhecimento do “Bem e do Mal” (Gn 2:17). Comer daquela Árvore não traria ao ser humano uma nova revelação do Bem - porque o “Bem” o Homem já conhecia na sua mais elevada e profunda acepção. Comer daquela Árvore só poderia lhe acrescentar o conhecimento do “Mal”. O querubim caído sabia disso e por esta razão tentou o ser humano até que ele aceitou a sua sugestão. Quando Deus disse ao homem: “No dia em que dela comeres, certamente morrerás” (Gn 2:17b), não estava no fruto o conhecimento do Mal e a Morte, mas no agir contra a Vontade de Deus. É isto que o Senhor chama de pecado: a insubordinação à Sua Perfeita Vontade, que está declarada na Sua Palavra e, mesmo na falta Dela, no íntimo de cada pessoa. Porém, o conhecimento da vontade de Deus não livra o ser humano do pecado e das suas consequências. E isto foi provado na história dos escolhidos de Deus, que receberam a Sua Lei por escrito e, mesmo assim, pecaram contra o Senhor e a si mesmos se traspassaram com muitas dores e sofrimentos, conforme se lê: “E os f ilhos de Israel fizeram secretamente coisas que não eram retas, contra o SENHOR, seu Deus; e edificaram altos em todas as suas cidades, desde a torre dos atalaias até à cidade forte. E levantaram estátuas e imagens do bosque, em todos os altos outeiros e debaixo de todas as árvores verdes. E queimaram ali incenso em todos os altos, como as nações que o SENHOR transportara de diante deles; e fizeram coisas ruins, para provocarem à ira o SENHOR. E serviram os ídolos, dos quais o SENHOR lhes dissera: Não fareis estas coisas [...]. E deixaram todos os mandamentos do SENHOR, seu Deus, e fizeram imagens de fundição, dois bezerros; e fizeram um ídolo do bosque, e se prostraram perante todo o exército do céu, e serviram a Baal. Também fizeram passar pelo fogo a seus filhos e suas filhas, e deram-se a adivinhações, e criam em agouros; e venderam-se para fazer o que era mal aos olhos do SENHOR, para o provocarem à ira. Pelo que o SENHOR muito se indignou contra Israel e os tirou de diante da sua face; nada mais ficou, senão a tribo de Judá. Até Judá não guardou os mandamentos do SENHOR, Seu Deus; antes, andaram nos estatutos que Israel fizera. Pelo que o SENHOR rejeitou a toda semente de Israel, e os oprimiu, e os deu nas mãos dos despojadores, até que os tirou de diante da Sua presença” (II Rs 17:912, 16-20). Esta é a consequência direta do pecado: assim como o querubim pecador foi expulso do Céu, o ser humano pecador foi expulso do Paraíso e o Seu povo afastado da Presença do Senhor. O pecado, além de distorcer tudo o que a pessoa pensa, diz e faz, ultrapassa os limites da mente, corrompe a alma e causa a morte espiritual do pecador. Por isso o ser humano, quando peca, não age mal apenas contra seu próximo ou contra a sociedade. Age mal contra a sua própria alma. Isto fica claro quando lemos em Provérbios: “Mas o que pecar contra mim violentará a sua própria alma; todos os que me aborrecem amam a morte” (Pv 8:36). O Senhor disse: “A alma que pecar, essa morrerá” (Ez 18:4b). E isto ocorre em duas etapas: no presente, o pecado gera a morte espiritual e a separação de Deus. No futuro, gerará a Morte Eterna e a separação definitiva de Deus. O SENHOR não deseja nem uma coisa nem outra: “Vivo eu, diz o SENHOR Deus, que não tenho prazer na morte do ímpio, mas sim em que o ímpio se converta do seu caminho e viva. Convertei-vos, convertei-vos dos vossos maus caminhos. Pois, por que razão morrereis?” (Ez 33:11). O problema é que o pecado é uma força maligna, que imobiliza o ser humano e o torna cada vez mais incapaz de resistir. O pecado escraviza a tal ponto, que obriga a pessoa a praticar o mal, mesmo quando ela não quer. Por isso Jesus disse: Em verdade vos digo que todo aquele que comete pecado é escravo do pecado” (Jo 8:34). O ser humano não tem como libertar--se a si mesmo e tampouco pode salvar-se dos seus próprios pecados. Nenhum recurso humano é capaz de livrar o pecador da certeza íntima da condenação futura. Empregar meios humanos para conseguir o perdão e a Salvação é o mesmo que tentar se erguer do chão puxando os próprios cabelos. O pecador precisa de Salvador. A QUEM CHAMARÁS JESUS; PORQUE ELE SALVARÁ O SEU POVO DOS SEUS PECADOS. Como foi graças a um agente externo que o ser humano pecou, também a sua Salvação teria que vir de fora. Quando o anjo confirmou a José o mesmo Nome que já tinha dito à virgem, fica claro o por quê da vinda Daquele Bebê: “Ele salvará o povo dos seus pecados”. Como se vê, o Céu está trabalhando para trazer à humanidade a solução única e definitiva do pecado: Y’HOSHUA = YAVÉ SALVA. Ele é o Salvador preparado por Deus: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho Unigênito, para que todo aquele que nEle crê não pereça, mas tenha a Vida Eterna” (Jo 3:16). O querubim caído é o autor do pecado e da Morte. Deus é o Autor da Salvação, por Y’HOSHUA, o próprio Deus que salva!

  EIS QUE A VIRGEM CONCEBERÁ. Esta profecia foi escrita no livro do profeta Isaías, capítulo 7:14, e confirmava, cerca de setecentos anos antes, o nascimento virginal e sobrenatural do Emanuel, sem a semente do homem. E assim tinha de ser porque, lá no início, Deus tinha dito à Serpente: “E porei inimizade entre ti e a mulher e entre a tua semente e a sua semente; esta [a semente da mulher] te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar” (Gn 3:15). Fica claro, pelas profecias, que Ele – o Único gerado por Deus apenas da semente da mulher – é o Salvador e, ao mesmo tempo, é “Deus conosco”.

Seis meses depois... Gabriel é enviado à virgem Maria.

👉🏿O anúncio  do Nascimento do  filho de  Deus

 (LC)  No sexto mês, foi o anjo Gabriel enviado por Deus a uma cidade da Galileia, chamada Nazaré, a uma virgem desposada com um varão cujo nome era José, da casa de Davi. E o nome da virgem era Maria. E, entrando o anjo onde ela estava, disse: – Salve, agraciada; o Senhor é contigo. Ela,  porém,  ao  ouvir  estas  palavras,  turbou-se  muito  e  pôs-se  a pensar que saudação seria essa. Disse-lhe então o anjo:–  Não  temas,  Maria,  pois  achaste graça diante de Deus. Eis que conceberás  e  darás  à  luz  um  filho,  ao qual porás o nome de Jesus. Este será grande e será chamado Filho do Altíssimo. O Senhor Deus lhe dará o trono de Davi seu pai e reinará eternamente sobre a casa  de Jacó, e o seu reino não terá fim. 👉🏿 Notas LC 1:26-33 📝

(1) UMA VIRGEM DESPOSADA.  Segundo o costume da época, a virgem prometida para  casamento já  era  considerada “desposada”. 

(2) JESUS.  Esta é a versão grega do nome hebraico  Y’HOSHUA, que quer dizer “YAVÉ SALVA” ou “YAVÉ SALVADOR”. Seu Nome, dado pelo Céu, já mostrava quem Ele é e para que estava vindo.

(3) O  TRONO DE DAVI SEU PAI.  Davi é o ancestral humano de Jesus. Foi o rei  mais abençoado que  Israel já teve. Reinou entre 1004 e 965 antes da  era  atual.  Deus,  usando  o  profeta Natã, prometeu  ao  rei  Davi que nunca lhe faltaria descendente para se assentar  no seu trono e que Ele governaria perpetuamente:  “Agora, pois, assim dirás ao meu servo Davi: Assim diz o Senhor  dos Exércitos: Eu te tomei da malhada, de detrás das ovelhas, para que fosses príncipe sobre o meu povo, sobre Israel. E fui contigo, por onde quer que foste, e destruí a todos os teus inimigos diante de ti. E te farei um grande nome, como o nome dos grandes que há na Terra [...]. Quando teus dias forem completos, e vieres a dormir com teus pais, então farei levantar depois de ti Um dentre a tua descendência, que sair das tuas entranhas, e estabelecerei o Seu Reino. Este edificará uma casa ao meu Nome, e Eu estabelecerei para sempre o Trono do Seu Reino. Eu lhe serei Pai e Ele me será por Filho” (II Sm 7:8, 9, 12-14a). O próprio rei Davi, que também era profeta, orando a Deus, profetizou que o seu Filho seria o Rei dos reis. Esta oração está registrada no Salmo 72. Ainda que Davi pensasse que estivesse orando por seu filho Salomão, proferiu palavras proféticas de sentido mais profundo, que jamais poderiam ser aplicadas à vida de um simples mortal. Veja: “Ó Deus, dá ao rei os Teus juízes e a Tua Justiça ao Filho do rei. Julgue Ele o Teu povo com justiça e os Teus pobres com equidade [...]. Julgue Ele os aflitos do povo, salve os filhos do necessitado e esmague o opressor. Viva Ele enquanto existir o sol, e enquanto durar a lua, por todas as gerações. Desça como a chuva sobre o prado, como os chuveiros que regam a terra. Nos Seus dias floresça a Justiça, e haja abundância de paz enquanto durar a lua. Domine de mar a mar, desde o rio até as extremidades da Terra. Inclinem-se diante dEle os Seus adversários e os Seus inimigos lambam o pó. Paguem-lhe tributo os reis de Társis e das ilhas. Os reis de Sabá e de Seba ofereçam-Lhe dons. Todos os reis se prostrem perante Ele. Todas as nações O sirvam. Porque Ele livra ao necessitado quando clama, como também ao aflito e ao que não tem quem o ajude. Compadece-Se do pobre e do necessitado, e a vida dos necessitados Ele salva. Ele os liberta da opressão e da violência, e precioso aos Seus olhos é o sangue deles. Viva, pois, Ele; e se lhe dê do ouro de Sabá; e continuamente se faça por Ele oração e O bendigam em todo o tempo. Haja abundância de trigo na terra sobre os cumes dos montes; ondule o seu fruto como o Líbano, e das cidades floresçam homens como a erva da terra. Permaneça o Seu nome eternamente. Continue a Sua fama enquanto o sol durar e os homens sejam abençoados nEle. Todas as nações O chamem bem-aventurado. Bendito seja o Senhor Deus, o Deus de Israel, o Único que faz maravilhas. Bendito seja para sempre o Seu Nome glorioso, e encha-se da Sua glória toda a Terra. Amém e amém” (Sl 72:1-19). Há, ainda, outra impressionante profecia sobre o nascimento do Sucessor Eterno do rei Davi e que, ao mesmo tempo, O apresenta como Deus Humanizado. Essa profecia foi escrita bem depois que Salomão já estava morto, cerca de 700 a.C., e diz: “Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu. E o governo estará sobre os seus ombros. E o Seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz. Do aumento do seu governo e da paz não haverá fim, sobre o Trono de Davi e no Seu Reino, para o estabelecer e o fortificar em retidão e em justiça, desde agora e para sempre. O zelo do Senhor dos Exércitos fará isso” (Is 9:6-7). Diversas outras profecias nas Escrituras previam que o Messias seria descendente de Davi (Is 16:5; Jr 23:5-6; Sl 132:11). Por esta razão, Jesus será chamado pelo Seu título messiânico: “O Filho de Davi” (Mt 1:1; 9:27; 15:22; Mc 10:48; Lc 18:38). 

👉🏿 (4) JACÓ. Neto de Abraão, aquele a quem Deus prometeu que, em sua semente, seriam benditas todas as famílias da Terra (Gn 22:15-18). Deus mudou o seu nome para Israel - “O que luta com Deus e prevalece” (Gn 32:27-28) e, dos seus doze filhos surgiu a “Casa de Jacó” - os Israelitas.

(5)CONCEBIDO POR DEUS 

(LC)  Então Maria perguntou ao anjo: – Como se fará isso, visto que não conheço varão? Respondeu-lhe o anjo:– Virá sobre ti o Espírito Santo e a Virtude do Altíssimo te cobrirá com a Sua sombra. Por isso o Ente Santo que de ti há de nascer será chamado Filho de Deus. Eis que também Isabel, tua parenta concebeu um filho em sua velhice; e é este o sexto mês para aquela que era chamada estéril. Porque para Deus nada é impossível. Disse então Maria:– Eis aqui a serva do Senhor; cumpra-se em mim segundo a tua palavra. E o anjo ausentou-se dela. 

👉🏿 Notas LC 1:34-38📝

(6) Maria Vai Visitar Isabel 

(LC)  E, naqueles dias, levantou- se Maria e foi, apressadamente, às montanhas, a uma cidade de Judá, entrou em casa de Zacarias e saudou a Isabel. Ao ouvir Isabel a saudação de Maria, saltou a criancinha no seu ventre, e Isabel ficou cheia do Espírito Santo. E exclamou com grande voz: – Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre! E donde me provém isto, que me venha visitar a mãe do meu Senhor? Pois logo que me soou aos ouvidos a voz da tua saudação, a criancinha saltou de alegria dentro de mim. Bem-aventurada aquela que creu que se hão de cumprir as coisas que da parte do Senhor lhe foram ditas. 

👉🏿 Notas LC 1:39-45📝

(7)Maria engrandece a Deus 

(LC)  Disse então Maria: – A minha alma engrandece ao Senhor e o meu espírito exulta em Deus, meu Salvador; porque atentou na condição humilde de sua serva. Desde agora, pois, todas as gerações me chamarão bem--aventurada, porque o Poderoso me fez grandes coisas e Santo é o Seu Nome. E a sua misericórdia vai de geração em geração sobre os que O temem. Com o Seu braço manifestou poder; dissipou os soberbos nos pensamentos de seus corações; depôs dos tronos os poderosos e elevou os humildes. Aos famintos encheu de bens, e vazios despediu os ricos. Auxiliou a Israel, Seu servo, lembrando-Se de misericórdia (como falou a nossos pais) para com Abraão e sua descendência para sempre. E Maria ficou com ela cerca de três meses. E depois voltou para sua casa. 

👉🏿Notas LC 1:46-56 📝

(8)JOSÉ PLANEJA DEIXA  MARIA 

(MT)  Ora, estando Maria desposada com José, antes de se ajuntarem, ela se achou ter concebido do Espírito Santo. E como José, seu esposo, era justo, e não a queria infamar, intentou deixá-la secretamente. 

👉🏿 Notas MT 1:18-19

 (9)INTENTOU DEIXÁ-LA SECRETAMENTE

Depois de ter ficado uns tempos com a prima Isabel, a virgem Maria volta grávida de quase três meses. José, ao vê-la naquele estado, tinha a certeza absoluta de que Maria havia adulterado. Passou, então, a viver um drama pessoal: caso a denunciasse, Maria seria morta a pedradas, conforme mandava a Lei: “Quando houver moça virgem, desposada com algum homem, e um homem a achar na cidade e se deitar com ela, então, trareis ambos à porta daquela cidade e os apedrejareis com pedras, até que morram” (Dt 22:23-24a). Mesmo se sentindo traído, e para poupar a noiva e a criança, o justo José prefere fugir e ficar com a pecha de noivo sem escrúpulos, “um mau- caráter” que abusou da noiva antes do casamento e a abandonou grávida.