quinta-feira, 31 de julho de 2014

Através da Bíblia - Levítico 12

Levítico 12
Querido amigo, estamos iniciando mais um programa da série "Através da Bíblia". É com alegria que chegamos a mais um momento especial de estudo na Palavra de Deus. Você que tem nos acompanhado sabe que o propósito de estudarmos a Palavra de Deus com profundidade é aplicá-la em nossas vidas. Somos gratos a Deus pelo privilégio de podermos conhecer mais a sua vontade através da Bíblia. Por isso quero incentivá-lo a ter em suas mãos a Bíblia e seu caderno de anotações abertos para estudarmos mais um cap.de LV. Aproveito a oportunidade para agradecer aqueles que têm compartilhando sobre o programa e sobre as suas vidas pessoais e ministeriais. É através das cartas e dos e-mails de que conhecemos um pouquinho mais de vocês. Hoje, registro a carta que a LQ enviou de SP. Essas são as suas palavras: "Estou encantada e feliz com os programas da RTM. São maravilhosos! É culto de adoração ao nosso Deus. Não gosto nem de sair de casa na hora dos programas. Tenho orado muito por este ministério. Quero destacar os programas Rota 66 e Através da Bíblia. São lindos e edificantes. Que Deus continue no controle". Querido irmã, muito obrigado por suas palavras de incentivo. Continue orando por nós para que muitos sejam edificados e que o nome do Senhor seja glorificado. O Senhor tem respondido suas orações e nos tem capacitado em nossas tarefas. Por isso, agora, convido-a a pedir as bênçãos de Deus para este programa: "Pai de amor, obrigado por podermos abrir a Tua Palavra e ouvirmos a Tua voz. Senhor que a prática de estudarmos a Bíblia possa atrair muitos amigos para que possam desfrutar dessa comunhão contigo. Oriente-nos no estudo de hoje. Que haja edificação e glória ao teu nome. Oramos em nome de Jesus, Amém!".
Querido amigo, hoje a nossa tarefa é estudar o capítulo 12 de Levítico que tem apenas 8 versículos.
Mas antes de entrarmos na analise do tema do capítulo que fornece as leis de purificação da mulher depois do parto, vamos fazer ainda mais duas considerações sobre os sacrifícios e a diferenciação que Deus queria que os israelitas fizessem dos animais classificando-os em limpos e puros e aceitáveis e inaceitáveis.
Em 1º lugar, em relação aos sacrifícios é bom recordarmos que precisamos compreender que todo o livro de Levítico centraliza-se no conceito da santidade de Deus. O livro mostra como um povo pecador poderia aproximar-se de um Deus Santo de maneira aceitável e além disso, permanecer em constante comunhão com Ele. O próprio Deus instruiu a Moisés revelar duas verdades fundamentais: o caminho para a comunhão do homem com Deus se daria somente através dos sacrifícios de sangue e, a maneira de andar nesse caminho desfrutando e permanecendo em comunhão com Deus se daria somente através da obediência às Suas sagradas Leis.
Quando conseguimos compreender esses conceitos é possível percebermos as razões de algumas determinações, como por exemplo, os sacrifícios: 1)Deveriam ser feitos exclusivamente para Deus. 2)Eram aceitáveis por Deus. 3)Foram declarados santíssimos. 4)Foram prescritas as maneiras de se oferecerem, isto é, voluntariamente; de maneira justa; com o melhor da espécie; nos lugares determinados; perante o altar; apresentado aos sacerdotes. E, principalmente eles apontava, e 5)Ilustravam o sacrificio do Senhor Jesus Cristo.
Quando conseguimos entender esse sistema verificamos também que os sacríficios não eram aceitáveis sem gratidão, cf. S1 50:8 e 14; não eram capazes de aperfeiçoar o ofertante, cf. Hb 9:9 e assim eram insuficientes. É... é isso mesmo. No sistema hebraico de sacrifícios nem todas as formas de pecado eram perdoadas! Mas, como? É... Isso ocorria porque alugns pecados demonstravam uma atitude de dureza e atrevimento, de menosprezo para com as Leis e a Aliança com Deus, restanto como punição a morte do pecador, conf. Nm 15:30 a 36 - relacionado com Hb. 10:26. Assim, o único caminho para esses que transgrediam as Leis da Aliança só poderia ser o caminho da graça de Deus, mesmo à parte do sistema sacrifical. Então temos que reconhecer que desde o Antigo Testamento, temos a afirmação maravilhosa de que: "A tua graça, é melhor do que a própria vida", conf. Sl. 63:3. Querido amigo, é isso mesmo. Todo o simbolismo, as sombras que haviam no AT já estavam salpicadas de revelações do amor e graça divina e apontavam para a vinda de Jesus Cristo e com Ele a real possibilidade de perdão dos pecados. Você consegue entender isso? Você consegue perceber a bondade e a misericórdia de Deus desde o AT? É... esse nosso Deus é maravilhoso! Você tem experimentado em sua vida essa misericórdia sem igual?
Em 2º lugar, em relação à separação dos animais em limpos e impuros precisamos reforçar as razões dessas ordens serem dadas, cf. vimos no programa passado:
1)A 1ª razão é que essas ordens ensinavam verdades morais e espirituais básicas. Como p.ex. não se comia animais que comesse carne com o seu sangue.
2)A 2ª razão é que essas ordens ensinavam a distinção entre os israelitas e os gentios. Havia uma intenção clara por parte de Deus que os israelitas não se assemelhassem com qualquer ritual de sacrifício pagão.
3)A 3ª razão dessas ordens era ensinar que somente os animais domesticados e limpos poderiam ser oferecidos em sacrifício, pois esses animais representavam o ofertante, o israelita adorador.
4)Uma outra razão dessas determinações era relembrar aos israelitas que Deus os tinha escolhido dentre as nações fazendo deles povo de Sua propriedade exclusiva.
5)E a 5ª e última razão dessas ordens, certamente relaciona-se à questão de saúde, de higiene e questões dietéticas, pois constata-se que os animais proibidos eram animais mais suscetíveis a serem contaminados por vírus e parasitas e, se essa carne fosse manuseada e servisse de alimento, certamente transmitiria doenças epidêmicas ao povo.
Além de não comerem qualquer tipo de animal eles também não poderiam usar qualquer tipo de animal nos sacrifícios. Os tipos de animais "qualificados" para os sacrifícios: 1)Tinham que ser puros e sem manchas para simbolizarem a figura do Cordeiro de Deus; 2)Tinham que ser perfeitos, pois Deus queria melhor para simbolizar a Cristo; e; 3)Tinham que ser domésticos por duas razões: a)por serem caros aos seus proprietários, que tinham dedicado cuido e esforço; b)por serem dóceis e obedientes, assim como Jesus foi obediente à vontade do Pai.
Mas, ainda sobre essas distinções precisamos entender claramente quais as suas implicações para as nossas vidas.
Uma vez que Cristo nos libertou da lei cerimonial da Antiga Aliança e estamos na época da Nova Aliança, nós, cristãos não somos mais obrigados a seguir essas regras levíticas, cf. veremos em Cl 2.13-16 e 20-23. E, além disso, Paulo também disse a Timóteo que “tudo que Deus criou é bom, e, recebido com ações de graças, nada é recusável, porque, pela Palavra de Deus e pela oração, é santificado” cf. 1Tm4.4-5.
Porém muitos crentes, ainda hoje, não comem carnes de animal sufocado, não comem sangue e certos animais que antes eram considerados impuros como o porco, por não entenderem que já fomos totalmente libertos da lei. Mais uma vez repetimos: Em Jesus estamos totalmente libertos dessas regras e normas. Mas, porque essas normas e leis são Palavra de Deus, temos que extrair delas os princípios e assim aplicá-los em nossa relação com Deus.
Muito bem, com esses esclarecimentos será mais fácil entendermos o texto deste capítulo 12 para analisar as regras sobre a purificação da mulher depois do parto.
Este capítulo embora tenha apenas 8 versos muitas vezes de difícil entendimento para os nossos dias é um texto muito importante dentro de LV. Deixe-me explicar o porquê da sua importância. Vimos no capítulo 11 que uma pessoa podia se contaminar com o pecado pelo contato externo com aquilo que era impuro e pecaminoso, isto é, foi mostrada a influência constante das impurezas, a influência do pecado. O mundo em que vivemos está cheio de pecado. É esse o nosso ambiente. Enquanto o cap. 11 mostrava o aspecto externo que poderia fazer alguém pecar, ficar impuro diante de Deus, este capítulo 12 destaca o caráter interno do pecado. Não somos pecadores só pelo contato, mas pela nossa origem, pelo nascimento, e Levítico mostra aqui a transmissão do pecado pela herança de nascimento. Somos pecadores de nascença. E a própria natureza que herdamos é uma natureza pecaminosa, decaída. Foi Davi quem retratou esse fato quando disse, "nasci em iniqüidade, e em pecado me concebeu minha mãe”, cf. Sl 51.5. Essa é a realidade.
Em outras palavras, ao mesmo tempo em que ajudava Seu povo orientando-os em relação à higiene, pois não tinham clara visão da sua importância, como nós a temos hoje, Deus ensinava uma grande verdade espiritual que ainda é válida para nós hoje: nascemos em pecado. E, se há uma doutrina que hoje em dia é rejeitada é essa: a doutrina da depravação total do homem. A realidade é que hoje em dia o homem não crê na sua depravação total, mas sua vida de fato demonstra esta condição. Olhe para as pessoas em sua volta: São egoístas, vaidosas, orgulhosas, arrogantes, não têm respeito pelos outros, nem crêem em Deus. Querido amigo, essas pessoas demonstram a depravação total da humanidade. E' justamente isso que Romanos 5.12 nos ensina: "Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens porque todos pecaram." Meu amigo, este capítulo é importante por isso, por mostrar a nossa condição de pecadores. Mas vamos as suas divisões:
Em 1º lugar, nos vs.1-4 temos as regulamentações sobre a mãe que desse à luz a um filho. Certamente essas normas têm que ser bem entendidas por que logo surge a seguinte questão: Por que algo bom e abençoado como dar à luz, como trazer uma vida ao mundo (que fora o mandamento divino de crescer e multiplicar), como esse ato bonito poderia deixar alguém imundo e necessitado de purificação? Temos que entender que não era o nascimento da criança, mas era o sangramento pós-parto que tornava a mulher impura. Temos tido pelo menos duas ênfases nas interpretações para essa norma. Alguns entendem que essa era uma lei para a proteção da mulher para que não pegasse qualquer infecção e ainda para que ela se restabelecesse e se fortalecesse para voltar a vida normal de relação com o seu marido, pois a perda de sangue poderia levar à morte. Outros entendem que esta lei apontava para a questão da não-integridade, pois como o sangue significava vida, o sangramento pós-parto significaria morte e, portanto pecado. No meu entender essas interpretações se complementam, pois destacam tanto o aspecto físico de proteção da mulher como destacam também o significado espiritual.
E, como já comentamos, em seu aspecto espiritual essa regulamentação que considerava a mulher impura após dar a luz, colocava em destaque o fato de que o ser humano nasceu com a natureza pecaminosa herdada de Adão, cf. Rm 5.18. Essa ênfase na pureza e santidade na adoração de Yahweh, que incluía determinações que afetam as áreas do sexo e maternidade tinha um propósito explicito: Deus queria estabelecer um comportamento totalmente diferente em seu povo, em relação aos gentios, pois em seus cultos pagãos, os rituais de fertilidade e a orgia faziam parte integrante das suas cerimônias.
Assim sendo, a mulher que dava à luz a um menino ficava cerimonialmente impura durante um semana, ao final da qual o menino deveria ser circuncidado. E a mãe para se tornar novamente habilitada às celebrações e aos cultos deveria esperar mais 33 dias, completando-se então aquilo que popularmente se entende pelo período de resguardo da mulher que ainda hoje equivale a 40 dias.
Em 2º lugar, no vs.5 temos as regulamentações sobre a mãe que desse à luz a uma filha. De acordo com esse verso, a mulher que desse à luz a uma menina deveria respeitar essas regulamentações dobradas, isso é, seria considera imunda, não apenas por sete dias, mas por quatorze dias. E o seu tempo de purificação não seria de 33 dias, mas de 66 dias. Ora, diante dessas colocações surge uma outra questão: Por que a mulher que desse à luz uma menina precisava do dobro do tempo para se purificar? Essa é de fato uma questão difícil. Temos visto várias tentativas de explicação: 1)Alguns dizem que pelo fato da menina recém-nascida tornar-se futura e possivelmente uma mãe estaria mais sujeita a impureza, quando depois de casada desse à luz, o que não aconteceria se fosse um menino. 2)Outros dizem que essa regulamentação apenas refletia o entendimento da época em que várias culturas viam no homem mais valor do que na mulher. 3)Ainda outros pensam que havia uma crendice popular que afirmava que a mulher ao dar à luz a uma menina sangrava mais do que se desse luz a um menino. 4)E uma outra posição entende que essa regulamentação tinha por base o fato de Eva ter sido a primeira a incorrer na transgressão da ordem divina de Gn 2.16-17 comendo da árvore do conhecimento do bem e do mal, argumentação essa usada ainda nos tempos do NT em 1Tm 2.14-15. Mas, creio que temos uma resposta nesse próprio livro de Lv. Então, uma 5ª posição, que também é a minha opinião, baseando-se em Lv 27.1-7 entende que essa diferença tinha por base a posição social comparativa entre os homens e as mulheres, principalmente pelo fato de estarem vivendo numa sociedade patriarcal, como era a sociedade israelita.
Mas, deixando de lado essa questão tão intrincada do tempo para se conseguir a purificação, no conteúdo do verso 5 vemos que as determinações, na essência, eram as mesmas que tinham sido dadas para as mães que dessem à luz meninos.
E finalmente, ...
Em 3º lugar, nos vs.6-8 temos as regulamentações para a purificação de todas as mães depois do parto. Vamos ler estes versos finais para entendermos bem este texto: 6 E, cumpridos os dias da sua purificação por filho ou filha, trará ao sacerdote um cordeiro de um ano, por holocausto, e um pombinho ou uma rola, por oferta pelo pecado, à porta da tenda da congregação;
7 o sacerdote o oferecerá perante o SENHOR e, pela mulher, fará expiação; e ela será purificada do fluxo do seu sangue; esta é a lei da que der à luz menino ou menina. 8 Mas, se as suas posses não lhe permitirem trazer um cordeiro, tomará, então, duas rolas ou dois pombinhos, um para o holocausto e o outro para a oferta pelo pecado; assim, o sacerdote fará expiação pela mulher, e será limpa.
Querido amigo fica claro por estes versos que a complementação da purificação de toda mãe que desse à luz um filho, menino ou menina, deveria ser marcada pelo sacrifício do holocausto e por uma oferta pelo pecado.
Você se lembra do significado dessas ofertas? No sacrifício do holocausto era entregue um cordeiro de um ano que seria imolado pelo sacerdote e restaurava aquela mãe à comunhão com Deus no lugar santo. Na oferta pelo pecado, um pombinho ou uma rolinha deveriam ser sacrificados para a expiação, demonstrando o desejo da purificação daquela mãe. Mas é interessante ressaltar aqui a compaixão de Deus, o cuidado de Deus em possibilitar que a mulher que se tornasse mãe, pela primeira vez ou que já era mãe de outros filhos; sim, Deus cuidava e facilitava aquela adoradora mais pobre a também ter comunhão com Ele. Se não tivesse condições de oferecer um carneiro de um ano poderia ofertar dois pombinhos ou duas rolinhas, um para o holocausto e outro para a oferta pelo pecado. Assim como praticou Maria ao dar à luz Jesus, cf. Lc 2.24. Nada poderia impedir a verdadeira adoradora de ter comunhão com Deus!
Querido amigo, fica mais uma vez patente que aquilo que Deus valoriza quando adoramos a Ele, não é o valor que lhe devotamos, ou o ato que praticamos. O que Deus valoriza é a atitude do nosso coração. Deus quer que você e eu nos consideremos mortos, nos consideremos no lugar dos animais que eram entregues a Ele. Deus está mais interessado em nosso espírito de renúncia, de dependência, de dedicação, de consagração a Ele do quê nos atos exteriores que possamos praticar.
Bom, chegamos ao final de mais um tempo de estudos.
Somos gratos a Deus que nos capacita a entendermos e proclamarmos a Sua Santa Palavra. Mas somos gratos também a você pela sua sintonia.
Minha oração é que você que me acompanhou nessas reflexões em Lv. tenha sido edificado em sua vida de relacionamento com Deus.
Minha oração é que sua vida transformada pelo poder da Palavra de Deus possa ser útil nas Suas poderosas mãos para que outros também sejam edificados.
Escreva para nós, por carta ou por e-mail.
Será um prazer manter contato com você.
Deus te abençoe.
Um abraço

© 2014 Através da Biblia

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