quinta-feira, 31 de julho de 2014

Através da Bíblia - Êxodo 12A

Éxodo 12
Olá amigo, estamos iniciando mais um programa da série "Através da Bíblia". É com satisfação que chegamos até você para compartilhar os princípios da Palavra de Deus que temos aprendido através dos episódios em que vemos a libertação de Israel da escravidão do Egito. Inicialmente temos registrado em nossos encontros as cartas que chegam de vocês compartilhando como tem sido a recepção programa e quais são as suas dúvidas e necessidades. Para nós é grande alegria podermos ter esse momento de comunhão. Registramos hoje a carta que vem da cidade de Pedra Preta no estado de Mato Grosso. Esse nosso amigo nos dirige as seguintes palavras: "Quero parabenizar o programa Através da Bíblia e dizer que estou muito feliz pela oportunidade que o Senhor me concedeu de ser ouvinte do mesmo, pois tem tem falado profundamente ao meu coração e a cada dia entendo melhor o plano que Deus tem preparado através de Jesus. Irmãos estou orando sempre por vocês". Querido irmão, que palavras gentis. Como é bom ouvirmos sobre o valor do programa. Louvamos a Deus que nos faz seu instrumento. O nosso Deus, sim, é maravilhoso! Como quer abençoar todo o Corpo de Cristo, nos usa como seus instrumentos. Por isso oramos dando graças a Deus. E, é exatamente isso que quero fazer agora e, para esse momento eu o convido. Vamos orar: "Senhor Deus e Pai, obrigado pela tua ação abençoadora sobre todo o teu povo e sobre aqueles que tu ainda irás salvar. Obrigado porque tu nos usa como teus instrumentos para a edificação dos teus filhos. Conceda-nos Senhor que através do programa de hoje muitos possam ouvir a tua voz e serem encorajados em sua vida cristã. Senhor, oramos e fazemos esses pedidos, em nome de Jesus, Amém!"
Querido amigo estamos iniciando o estudo do capítulo 12 do Êxodo onde encontramos a última praga, a décima praga, a praga da matança dos primogênitos dos egípcios. Este é um capítulo muito longo e por ter 51 versos vamos dividi-lo em dois estudos para de fato aproveitar todos os seus ensinos. Neste programa vamos encontrar a instituição da páscoa uma festa comemorada pelos judeus através dos tempos, era a festa mais significativa para os judeus. Ela sempre foi comemorada desde o tempo em que foi instituída por Moisés aqui neste capítulo 12, por ocasião do Êxodo, por ocasião da libertação do povo de Deus do jugo do Egito. Nós cristãos temos na páscoa um dos símbolos mais importantes que apontam para o Senhor Jesus Cristo. Assim devemos lembrar o que disse o apóstolo Paulo: "Cristo, nossa páscoa, foi oferecido por nós", cf 1Co 5:7. Ora, diante disso, Êxodo 12 é uma passagem muito importante porque aqui vemos um símbolo claro da pessoa de Jesus Cristo.
Existe uma relação dupla muito significativa ligada ao evento da Páscoa: à meia-noite os israelitas seriam salvos da escravidão do Egito, em relação com o passado, mas ao mesmo tempo entrariam em um novo e futuro relacionamento com Deus sendo adotados como Seu povo eleito. Para os cristão, a importância da Páscoa não pode ser relegada a um segundo plano, pois o cordeiro é tipo de Cristo por excelência, em sua função expiatória, substitutiva. Tendo em mente tais fato, todos nós devemos estudar com grande expectativa o conteúdo deste capítulo.
Vamos então a analise do texto, lembrando que veremos nos versos 1-13 a instituição da Páscoa propriamente dita como um banquete familiar sagrado e o uso do sangue como sinal protetor e, nos versos 14-28 a instituição da festa dos pães asmos, que prolongava a Páscoa e transmitia a mensagem que depois da redenção, isto é, depois da Páscoa dever-se-ia seguir e praticar a separação do pecado e isto deveria ser o resultado de uma vida santa.
Nos versos 1-2, foram estabelecidos por Deus e anunciados a Moisés duas mudanças radicais: Em 1º lugar foi estabelecido o nascimento da nação e, em 2º lugar foi estabelecida uma mudança no calendário, que a partir daquela data teria aquele como o primeiro mês do ano. Esse 1º mês, "abibe", cf. 13.4 significava "espiga nova em grãos", pois os cereais ainda estavam na espiga, e foi posteriormente também chamado de Nisã e corresponde aos meses de março e abril, em nosso calendário cristão ocidental. No antigo Oriente Médio as festas do início de um novo ano coincidiam com uma nova estação climática.
O que vemos nestes versos é Deus dizendo que aquele seria o primeiro dos meses pois era o começo do ministério da proclamação da verdade redentora. Era o começo da nação de Israel. O povo como nação estava nascendo exatamente naquele dia, embora a grande ênfase fosse dada à família e não à nação. É muito clara a ênfase que é dada aqui à família. Mas, uma nação é formada de famílias. O ponto realmente importante a notar aqui é exatamente este: que para a formação de um povo, tem que se levar em consideração a família. Nenhuma nação é mais forte do que as famílias das quais é constituída.
Vemos, portanto Deus instituindo a páscoa. E, a páscoa não era um feriado nacional no mesmo sentido das demais festas e feriados de Israel. Era um feriado religioso que tem a ver principalmente com a família.
No verso 3 encontramos: "Falai a toda a congregação de Israel, dizendo: Aos dez deste mês cada um tomará para si um cordeiro segundo a casa dos pais, um cordeiro para cada família". Aqui temos dois pontos interessantes. O 1º é a menção do cordeiro que aponta para a necessidade do sangue. O cordeiro fala do sangue que seria posto nas ombreiras da porta. E o 2º é a menção da família ou a casa. Temos assim, uma celebração doméstica feita pela família. Esta é a grande ênfase dada aqui por Deus na realização da páscoa. Numa época em que não havia tabernáculo, templo, nem altar, nem sacerdote, a família era o lugar adequado para esta celebração que já trazia a idéia de substituição.
Mas é importante notar também que a ordem para Moisés era falar a toda congregação de Israel, e isso quer dizer que os israelitas já deveriam acostumar-se à prática de reunir-se em assembléia. Posteriormente a forma preferida de referir-se a assembléia dos filhos de Israel era a utilização do verbo "qahal", que foi traduzido para o grego e no NT transformou-se na palavra ekklesia, igreja, tão conhecida por todos nós, o povo de Deus.
Depois desta celebração, os judeus se transformariam em nação, nação construída por indivíduos e por famílias.
Mas, o verso 4 nos diz que "se a família for pequena para um cordeiro, então convidará ele o seu vizinho mais próximo, conforme o número das almas; conforme o que cada um puder comer, por aí calculareis quantos bastem para o cordeiro".
É muito interessante vermos que Deus trata com pessoas, com indivíduos, com famílias. O cordeiro era para ser tomado para cada família. Mas, se um casal, por exemplo, não tivesse filhos, se a família não fosse grande, então eles poderiam ser convidados por uma outra família, e poderiam participar da páscoa com outra família vizinha. Todos deveriam alimentar-se do cordeiro. Não era assim, uma festa em que apenas alguns do povo deveriam participar. Mas, o povo mesmo deveria realizar a festa ou a comemoração em suas casas e cada indivíduo, cada membro da família, todos deveriam participar. Era obrigatório a participação de todos individualmente. Era a redenção da nação. Mas a nação tinha por centro a própria família. A páscoa, o cordeiro, deveriam ter a participação de todos cf. o que cada um tinha de apetite. E esse detalhe reforça a plena participação de todos.
Nos versos 5-7: O cordeiro ou o cabrito aqui referido, que deveria ser sem defeito, macho de um ano, deveria ser apanhado por cada família e guardado até o 14º dia deste 1º mês, e deveria morto no crepúsculo da tarde, expressão essa que refere-se ao período entre o pôr-do-sol e a noite. Então, o seu sangue seria aspergido nas ombreiras das portas. O que significava isto? Isto implica em que? Representa a fé que a pessoa deveria ter no sangue. Era a fé no poder do sangue para libertação.
Era preciso que o cordeiro fosse morto, disse Deus claramente ao seu povo. Milhares e milhares de cordeiros foram mortos naquela noite entre o povo de Israel no Egito. Mas, por que matar o cordeiro? Qual o seu sentido? Tudo aquilo apontava para Cristo, que é a nossa páscoa, quando se sacrificou em nosso favor. Não somente nós, que vivemos depois de Cristo, somos salvos pelo seu sacrifício na cruz. Mas, também aqueles que viveram antes de Cristo, foram salvos pela fé no mesmo sacrifício. O cordeiro oferecido pelos judeus na primeira páscoa anunciava o que Cristo faria na cruz por nós muitos séculos depois. E obedecendo a Palavra de Deus, isto é, celebrando a páscoa, os judeus estavam revelando a sua fé no Salvador. Os filhos de Israel tinham de pôr o sangue ao do lado de fora da porta, para que ao passar, o anjo da morte, não os alcançasse.
Nos versos 8-11 temos a orientação de como seria a refeição. Carne assada, pães asmos, e ervas amargas. Nada cru ou cozido. Nada deveria ser deixado para depois ou para ser levado na viagem.
O fogo em que a carne era assada simbolizava a disciplina para um povo que apesar de ser o povo escolhido e chamado o povo de Deus, era sempre inclinado a rebelião e a desobediência. Além do fogo que representava o julgamento, sofrido por Jesus, em nosso lugar, vemos no texto, os pães asmos. Este tipo de pão representa Cristo. Jesus é o pão espiritual que alimenta as nossas almas. Cristo é o pão da vida. Jesus disse que é o pão da vida. Era um pão sem fermento, que na Bíblia é o símbolo do pecado. Portanto, Cristo é o verdadeiro pão sem pecado que alimenta nossas almas. Mas também na Páscoa havia ervas amargas. O que representava as ervas? Elas representavam as amarguras pelas quais passavam os judeus no Egito. Celebrando sempre a Páscoa, com as ervas amargas, o povo não somente se lembraria daquele dia maravilhoso de libertação, mas também se lembraria, por meio daquelas ervas amargas, das suas amarguras, dos seus sofrimentos indescritíveis, como escravos dos egípcios.
Mas, além disso encontramos também a maneira de como deveriam comer. Todos deveriam comer com o cinto no lugar, sandálias nos pés e cajado na mão indicando a pressa de saírem de vez do Egito, de saírem de vez da escravidão. Indicam também uma verdade espiritual. Quando uma pessoa se converte, deixa o mundo e tudo o que é mundano atrás de si. Tem que haver uma separação total do crente, do pecado. Não pode haver co-existência pacífica entre o crente e o mundo de pecado.
Mas, estes versos nos falam da comunhão da família. Temos aqui a família unida. Aqui está uma grande mensagem para os nossos dias. Querido amigo, como está a sua família? É uma família unida ou cada um tem um projeto pessoal e esquecendo-se dos laços fraternos individualmente vão à busca dos seus objetivos?
Hoje se discute muito o fato da desunião da família, e o esfacelamento do lar. Aqui por ocasião da primeira páscoa, vemos todos os membros da família juntos, participando dessa refeição comemorativa, a Páscoa do Senhor.
E, finalmente, nos versos 12-13 encontramos a descrição do mais duro golpe divino sobre o Faraó e toda a sua nação. Todos os primogênitos egípcios morreriam para demonstrar a execução do juízo sobre todos os deuses do Egito. Todos deveriam saber dessas palavras: Eu sou o Senhor!
Mais uma vez vemos aqui indicado por Deus qual era o meio de salvação para cada família, para cada primogênito. Era o sangue na porta. O anjo da morte ia passar a meia noite. E a única possibilidade de salvação do primogênito era o sangue posto na porta. Aqui não fala que quando Deus consideraria as boas obras, ou a observância dos sacramentos, ou os méritos das pessoas, ou qualquer boa qualidade nas pessoas haveria salvação. Não! A única possibilidade mencionada aqui como ponto de segurança e de salvação, é o sangue. Isto nos fala claramente no sangue de Cristo, o único meio de salvação. Quando o anjo da morte passasse por uma casa ele não perguntaria quem eram as pessoas que estavam na casa - velhos ou moços, ricos ou pobre, bons ou maus. Simplesmente ele veria se havia sangue ou não. Sangue, não no limiar da porta para ser pisado por alguém, mas nas ombreiras da porta. É pela fé no sacrifício de Cristo na cruz, no sangue derramado por nós, que somos salvos. Cristo é a nossa páscoa. Que a sua fé esteja depositada em Cristo, o nosso único Salvador.
Querido amigo, depois de instituir a Páscoa, agora a partir do v.14 encontramos a instituição da festa dos Pães Asmos, isto é dos Pães sem fermento. O cordeiro era morto ao pôr-do-sol do décimo quarto dia, e logo em seguida todo fermento era afastado por sete dias. Nas Escrituras, o fermento é uma ilustração do pecado, "da maldade e da corrupção", cf. 1Co 5.8. A experiência de ser redimido (páscoa) deve ser seguido da separação do pecado e por uma vida santa.
Querido amigo, uma vez que observamos a conexão entre a Páscoa e a redenção dos primogênitos temos que observar também a conexão existente entre a Páscoa e a festa dos Pães Asmos. Isto porque as duas festas são tão ligadas ao ponto de serem consideradas uma única cerimônia, cf. veremos em 23.15. Porém deve ser destacado além disso o fato de que, diferente dos outros povos que homenageavam os seus deuses por diversas razões, inclusive a produtividade agrícola, em todas as festas os judeus celebravam os atos salvadores de Deus, possuindo um significado histórico.
Então do v.14 ao 20 temos a preparação para a festa dos pães sem fermento. O fermento simbolizava a corrupção, o pecado. E, embora alguns estudiosos tentem explicar o pão sem fermento como a necessidade dos nômades para suas longas caminhadas pelo deserto, que um pão fermentado não suportaria, correndo o risco de ficar embolorado, na Bíblia, a razão do Pão sem fermento é bem simples. Israel deixou o Egito com tanta pressa que sua massa de pão não teve tempo de crescer. E esse detalhe era de tal importância que se alguém não o observasse seria expulso, seria eliminado da congregação de Israel, o que seria fatal, pois poderia morrer no deserto.
Através destes versos, de 14-20 também devemos entender que a festa dos pães sem fermento durava sete dias. No primeiro dia todo o fermento deveria ser retirado das casas, pois como dissemos, era símbolo da corrupção e do mal e a santa assembléia deveria ser convocada.
No verso 16, que menciona um sétimo dia, isto é um sábado, era um dia de santa assembléia, significando um dia especial de consagração, porém com a possibilidade de se preparar alimentação. E a semana era concluída com outra convocação.
Deve-se destacar também, cf. o v.19 a frase: o peregrino como o natural da terra, que indicava a obrigatoriedade do "estrangeiro residente" também observar as leis religiosas de Israel, mas sobretudo indicava o desejo antigo de Deus de que a sua salvação era para abençoar a todos os povos. E no verso 20, há o reforço de que não deveria ser achado nenhum fermento em nenhuma das casas com o risco de ser eliminado de Israel que cometesse tal ato de desobediência.
Querido amigo, do v. 21 ao 28, onde interromperemos o nosso estudo de hoje, Moisés, depois de todas essas ordens recebidas de Deus, transmitiu-as aos anciãos e estes ao povo, convocando-os para celebrar a festa da Páscoa.
Nesse aviso deve-se destacar no v.22 a expressão "molho de hissopo". Esta era uma planta comum, da família da hortelã. Seus ramos duros e suas folhas fibrosas eram apropriadas para as aspersões. E, molhada no sangue deveria ser passada na verga, no lugar mais alto da porta e em ambas as ombreiras, como sinal de proteção. Uma proteção tão maravilhosa que deveria ser respeitada como estatuto perpétuo a ser comunicado à todas as gerações.
Todas as gerações deveriam lembrar dessa grande salvação efetuada através do sangue do cordeiro. E nós temos a Jesus como o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo!.
Querido amigo, finalizamos assim o nosso estudo e, minha oração é que você possa experimentar a bondosa proteção de Deus.
Obrigado pela companhia. Espero você em nosso próximo programa.
Que Deus te abençoe.

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