Levítico 2
Querido amigo estamos iniciando mais um programa da série Através da Bíblia. Você sabe que este programa tem por objetivo estudar a Palavra de Deus, comentando detalhadamente os seus diversos textos, no propósito de proclamar os desígnios de Deus para cada um de nós. O Deus santo que estamos conhecendo em Lv ainda fala hoje a cada um de nós. Ele nos fala através da Sua Palavra. Tudo quanto Deus tinha a nos dizer, Ele disse por meio da Bíblia, por isso é importante estudá-la. E, sobre o estudo da Bíblia recebemos um e-mail da V.S. de Filadélfia nos USA interessada nos nossos programas. Ela nos diz assim: “Querido Pastor, graças a Deus pela tua vida que tem abençoado a minha e a vida de outras pessoas. Como é bom estudar a Bíblia...estou estimulada a amar ainda mais essa Palavra.Queria saber se esses ensinos estão sendo gravados em CD, pois gostaria de adquiri-los para presentear uns parentes que não tem acesso a internet”. Querida irmã, obrigado por suas palavras. Queremos que você se sinta em unidade conosco. Esse é o nosso propósito, através desses estudos edificar muitos irmãos e amigos. Dentro em breve daremos notícias de como os nossos programas poderão ser adquiridos. Ore por esta parte do projeto, ok? E, estamos orando por você também e por isso mesmo, agora, convido-a para um momento sempre gratificante do nosso programa. Vamos orar! Vamos pedir as bênção de Deus sobre nós: "Pai celestial, abençoa-nos nesta hora de estudo e meditação da Sua Palavra. Dê a tua benção para a tua filha que está tão longe de nós. Abençoa também todos os que nos ouvem nesse momento. Senhor, também te pedimos que nos dê a iluminação do teu Santo Espírito. Pai querido, mesmo sem merecermos te pedimos essas bênçãos em nome de Jesus. Amém".
Querido amigo, hoje desejamos estudar todo o capítulo 2 de Lv onde continuaremos nossa analise sobre as cinco ofertas que os israelitas deveriam apresentar no propósito de desenvolver sua vida de comunhão com Deus.
Mas, antes de estudarmos a segunda dessas ofertas, vamos recordar um pouco do que vimos no programa passado. Você deve se lembrar que o holocausto era também conhecido como “oferta queimada” porque nesse sacrifício todo o animal era queimado e nem o sacerdote e nem o ofertante comiam parte do que era oferecido, pois o simbolismo dessa oferta era a total e completa entrega da vida a Deus.
Mas, em acréscimo a esse significado principal é bom termos em conta que nessa primeira oferta estabelecida por Deus, nesse manual de culto que é o livro de Lv, podemos encontrar outros detalhes significativos:
Ao fazer a sua oferta, ao fazer o seu sacrifício de holocausto ao Senhor o ofertante poderia também estar expressando: 1)o reconhecimento de que tinha sido alvo da expiação divina; 2)o desejo de consagrar-se totalmente ao Senhor; e, 3)o reconhecimento de que era salvo pela misericórdia divina. Um outro detalhe que merece ser relembrado é o relativo ao simbolismo do holocausto: 1)o holocausto representava a completa entrega de Cristo, como vemos em Ef 5.2; 2)representava também Cristo oferecendo-se a Deus sem mácula, como vemos em 1Pe 1.19; e, sobretudo, 3)representava a nossa completa devoção a Deus, como vemos em Rm12.1. E, finalmente um último detalhe que devemos relembrar é o relativo aos resultados que se obtinha ao se oferecer um holocausto ao Senhor. Atualizando esses resultados aos nossos dias é possível constatar-se 3 resultados: 1)o ofertante é aceito como justo diante de Deus, cf. Rm 5.9; 2)o ofertante é plenamente perdoado pelo sangue derramado, cf. Cl 2.13-14; mas, especialmente 3)o ofertante é aproximado de Deus tornando-se membro da família de Deus, cf. Ef 2.13 e 19.
Muito bem, ao estudarmos os detalhes dessas ofertas sempre é bom manter-nos lembrados que essas ofertas, todas elas, apontavam para a vinda de Jesus, o Cordeiro de Deus, prova do amor divino e assim, temos a necessidade de refazer o conceito inadequado de Deus, que ainda muitos têm: entendem esses que o Deus do AT era um Deus cruel e carrasco e o Deus do NT era um Deus mais meigo, mais compreensivo.
Querido amigo ao estudarmos hoje e nos próximos programas as diversas leis, e essas diversas normas estabelecidas não devemos perder de foco que toda essa legislação visava possibilitar o homem fiel a manter e desfrutar da comunhão com Deus, o Deus santo mas, sobretudo amoroso e perdoador. Nesse sentido, quero lhe estimular a anotar as 9 ocorrências da expressão “será perdoado”. Enquanto estou chamando a sua atenção pegue um lápis ou caneta e o seu caderno de anotações e anote os textos que provam o caráter perdoador de Deus. Os textos são os seguintes: 4.20, 26, 31 e 35; 5.10, 13, e 16, 18; e finalmente 6.7. Sim, amigo, estes são textos que revelam uma visão completa de Deus, mostram um Deus já no AT, cheio de graça e misericórdia.
Como mencionamos no programa passado os 3 primeiros sacrifícios eram o holocausto ou a oferta queimada; a oferta de cereais ou a oferta de manjares; e a oferta pacífica ou a oferta de comunhão. Todas essas ofertas tinham como centro a adoração e o reconhecimento de quem é Deus. Essas 3 ofertas apontavam para a pessoa de Cristo. Eram as ofertas chamadas de aroma agradável.
E, as duas outras ofertas focalizavam o pecado, tanto em relação à culpa como em relação ao perdão. Elas eram compulsórias ou obrigatórias e eram chamadas de ofertas pelo pecado e pela culpa. Essas duas ofertas deveriam suprir o perdão por pecados não intencionais e ambas envolviam um sacrifício de sangue. Essas duas não eram ofertas de aroma agradável, mas também apontavam para a obra da redenção realizada por Cristo.
Bom, agora neste capítulo 2 focalizaremos a oferta de manjares também conhecida como oferta de cereais. Esta, como as outras ofertas também apontava para a pessoa de Cristo. Porém havia uma diferença bem específica em relação ao holocausto. A diferença era bem significativa, pois: enquanto o holocausto simbolizava a necessidade do sangue na morte de Cristo, nessa oferta como poderemos notar pelo seu nome se tratava de um manjar que se podia comer. A oferta de manjares não estava relacionada com o derramamento de sangue, era uma oferta diferente das outras, mas era oferecida exatamente como as outras ofertas.
Agora vamos ver esta oferta mais detalhadamente.
Vamos ler todo o texto do cp.2:
“Quando alguma pessoa fizer oferta de manjares ao SENHOR, a sua oferta será de flor de farinha; nela, deitará azeite e, sobre ela, porá incenso.
Levá-la-á aos filhos de Arão, os sacerdotes, um dos quais tomará dela um punhado da flor de farinha e do seu azeite com todo o seu incenso e os queimará como porção memorial sobre o altar; é oferta queimada, de aroma agradável ao SENHOR.
O que ficar da oferta de manjares será de Arão e de seus filhos; é coisa santíssima das ofertas queimadas ao SENHOR.
v.4Quando trouxeres oferta de manjares, cozida no forno, será de bolos asmos de flor de farinha amassados com azeite e obreias asmas untadas com azeite.
Se a tua oferta for de manjares cozida na assadeira, será de flor de farinha sem fermento amassada com azeite.
Em pedaços a partirás e, sobre ela, deitarás azeite; é oferta de manjares.
Se a tua oferta for de manjares de frigideira, far-se-á de flor de farinha com azeite.
v.8E a oferta de manjares, que daquilo se fará, trarás ao SENHOR; será apresentada ao sacerdote, o qual a levará ao altar.
Da oferta de manjares tomará o sacerdote a porção memorial e a queimará sobre o altar; é oferta queimada, de aroma agradável ao SENHOR.
O que ficar da oferta de manjares será de Arão e de seus filhos; é coisa santíssima das ofertas queimadas ao SENHOR.
v.11Nenhuma oferta de manjares, que fizerdes ao SENHOR, se fará com fermento; porque de nenhum fermento e de mel nenhum queimareis por oferta ao SENHOR.
Deles, trareis ao SENHOR por oferta das primícias; todavia, não se porão sobre o altar como aroma agradável.
Toda oferta dos teus manjares temperarás com sal; à tua oferta de manjares não deixarás faltar o sal da aliança do teu Deus; em todas as tuas ofertas aplicarás sal.
v.14Se trouxeres ao SENHOR oferta de manjares das primícias, farás a oferta de manjares das tuas primícias de espigas verdes, tostadas ao fogo, isto é, os grãos esmagados de espigas verdes.
Deitarás azeite sobre ela e, por cima, lhe porás incenso; é oferta de manjares.
E, finalmente o v.16 Assim, o sacerdote queimará a porção memorial dos grãos de espigas esmagados e do azeite, com todo o incenso; é oferta queimada ao SENHOR”.
Muitos bem, vamos analisar este texto fazendo algumas considerações:
Em 1º lugar, em relação ao significado do nome, esse termos “a oferta de manjares” ou “a oferta de alimentos” significava principalmente um presente, uma dádiva, um presente oferecido a alguém espontâneamente, e exatamente com esse significado ele aparece outras vezes no AT, cf. vemos p.ex. em Gn 32.13; 33.10 quando Jacó ofereceu a Esaú o seu presente e 43.11 quando Jacó, já Israel enviou um presente ao principal do Egito sem saber que era José, seu filho. Quando esse termo era usado dessa maneira indicava que quem presenteava reconhecia a dignidade e a autoridade da pessoa presenteada e, em muitos casos demonstrava também um desejo de que o presenteado lhe fosse favorável.
Em 2º lugar, em relação a natureza da oferta, fica claro e é óbvio que era uma oferta vinda do solo. Era uma oferta vegetal e não animal como o holocausto, embora os dois fossem sacrifícios voluntários e expressassem o mesmo desejo do adorador. O conteúdo dessa oferta agrícola não era de um fruto qualquer produzido livremente pelas planas. Não! Essa oferta era a expressão daquilo que tinha sido produzido através do cultivo da terra, desde a aragem da terra, passando pela plantação, e pela colheita, até a transformação dessa em alimento. Essa oferta requeria do ofertante labor e fadiga. Essa oferta representava o trabalho penoso, paciente e perseverante do agricultor.
Em 3º lugar, em relação aos ingredientes da oferta temos, cf. o v.2 o trigo e deste a farinha, primeiramente moído de modo grosseiro, mas, depois ao ser apresentado na oferta deveria ser a “flor da farinha”, isto é, a farinha fina, uma farinha peneirada. Essa farinha peneirada demonstrava perfeição, pois nela não havia irregularidades. Essa farinha demonstrava a submissão dócil, o sofrimento e a ausência de irregularidades no caráter de Cristo. Também no v.2 temos o azeite, ou o óleo, que era utilizados pelos povos do Oriente Médio como artigo de cozinha, como um agente para enriquecer bolos e agente para ligar a farinha moída. Como a farinha originada dos grãos, também o azeite era o resultado do trabalho árduo daquele que trabalhava com as oliveiras. Assim, o azeite ou o óleo que por sua natureza alimentava e tinha uma propriedade de cura era o símbolo da atuação do Espírito Santo. Jesus como homem obediente, foi cheio do ES e a sua oferta de si mesmo ao Pai foi feita no poder do ES. O 3º ingrediente dessa oferta, ainda cf. o v.2 era o incenso. Era um precioso perfume de fragrância duradoura e deliciosa. Era uma figura completa da doçura e fragrância que subiu como aroma agradável a Deus, quando o sacrifício de Cristo foi feito. O incenso que foi uma das dádivas dos magos ao menino Jesus, cf. Mt 2, simbolizava a santidade e a devoção, cf. vemos no Sl 141.2, como lemos: suba à tua presença a minha oração, como incenso. O 4º ingrediente era o sal, cf. o v.13, conhecido pelo seu poder de preservar, de conservar, de evitar a deteriorização. Assim como o sal tinha o efeito de incorruptibilidade o caráter de Cristo também era incorruptível, pois nunca pecou. Em 5º lugar é importante destacar a ausência de ingredientes muitas vezes usados no preparo dos alimentos. Cf. o v.11, não deveriam ser oferecidos como oferta de manjares nem o mel nem o fermento. O fogo que fazia com que o perfume do incenso sobressaísse estragava o mel, deixando-o um líquido muito fino. E o fermento, que era usado no preparo de bolos aqui também não era usado, pois representava o poder contaminador do mal.
Em 4º lugar, em relação a apresentação da oferta devemos destacar 5 pontos:
1)o ofertante trazia ele próprio a oferta, como um ato voluntário;
2)o ofertante ou o sacerdote tirava da farinha apenas uma porção para ser queimada, representando a consagração do todo, cf. Rm 11.16;
3)o sacerdote queimava a porção memorial sobre o altar, demonstrando como o sumo-sacerdote precisava sempre agir em favor do homem diante de Deus;
4)os sacerdotes ficavam com a maior parte da oferta, pois como servos de Deus, tiravam dela o seu sustento para a obra que tinham que realizar; enquanto isso,
5)o ofertante não poderia comer dessa oferta, pois ela se tornara santíssima ao Senhor, cf. v.3 e 6.17
Ainda em relação a apresentação dessa oferta é importante frisar que sendo oferta de manjares, normalmente ela era oferecida em conjunto com um sacrifício animal. A mistura dos ingredientes era cozida ou assada e era comida em forma de bolinhos ou biscoitos e pães finos, como os pães sírios dos nossos dias.
E, como dissemos acima era uma alimentação que pertencia aos sacerdotes oficiantes que tinham das ofertas a sua porção alimentar.
Em 5º lugar, em relação ao significado da oferta é necessário destacar que esses produtos do solo simbolizavam a consagração dos frutos do trabalho a Deus por pelo menos 2 razões: porque a maior parte do povo estava ocupada com essa função de cultivo da terra e também porque assim como o animal oferecido deveria ser do rebanho do ofertante, esse fruto da terra oferecido como oferta ao Senhor deveria resultado do “suor do seu rosto”.
Assim, nessa oferta estavam envolvidas todas as etapas da vida agrícola: a preparação do solo, o cultivo do solo, a colheita das searas, a moagem dos grãos e a preparação do alimento.
Enfim, o significado fundamental dessa oferta espontânea, muito provavelmente, era ser um presente que o adorador trazia e oferecia a Deus em reconhecimento da Sua autoridade expressando também o desejo das Suas bênçãos.
Em 6º lugar, em relação a implicação para as nossas vidas é necessário destacarmos a motivação com que era feita essa oferta. Certamente Deus considerava essa oferta como se o ofertante tivesse dado o seu próprio-eu a Ele, o Senhor. Pois, veja bem, assim como Jesus levou em conta a motivação que impulsionou a viúva pobre ofertar as suas duas moedinhas de cobre, cf. estudamos recentemente em Mc 12.42, que representava a totalidade daquilo que ela tinha, a dedicação total do fiel e dos seus recursos a Deus é o tipo de sacrifício que o Senhor mais deseja e espera de cada um de nós, cf. lemos em Sl 40.6-8 e Hb 10.7.
Em 7º lugar, em relação ao simbolismo que prefigurava Cristo, essa oferta apontava, representava Cristo em três papéis importantes:
1)Cristo é a nossa oferta de sustento de vida;
2)Cristo é a nossa oferta de confiança na provisão diária; e,
3)Cristo é a oferta típica de união entre o Deus sustentador e o crente que é sustentado.
Mas, essa oferta de manjares também prefigurava Jesus e o Seu caráter perfeito. Tanto a Sua devoção como o Seu caráter são realçados em ambas as ofertas que estudamos, mas uma é o aspecto dominante do holocausto e outro é o aspecto espontâneo da oferta de manjares.
Querido amigo chegando ao final deste estudo valeria apenas destacar um último detalhe deste texto que aparece no v.13 onde lemos que: “Toda oferta dos teus manjares temperarás com sal; à tua oferta de manjares não deixarás faltar o sal da aliança do teu Deus; em todas as tuas ofertas aplicarás sal”.
Querido amigo, estou me referindo a expressão “a aliança do teu Deus”. Este é um detalhe importantíssimo, é um detalhe que certamente encorajava o israelita fiel e deve também nos encorajar, pois nos confirma a fidelidade divina. Lembrava ao israelita fiel da aliança do seu Deus e faz-nos manter viva em nossa mente a segurança que temos na nova aliança, uma aliança estabelecida no sangue de Cristo.
Mas, nesta oferta sem sangue, Cristo é prefigurado em sua humanidade sem pecado, pois Ele é o homem perfeito. O fogo que queimava a oferta certamente prefigurava o sofrimento humano que Cristo sofreu na cruz ao se entregar voluntariamente por nós.
Bom, terminamos assim o nosso tempo juntos com a expectativa de que o estudo de hoje tenha edificado a sua vida. Escreva-nos, por carta ou pelo e-mail. Entre em contato conosco. Será muito bom compartilharmos sobre a Palavra de Deus.
Que Deus te abençoe,
Um grande abraço.
quinta-feira, 31 de julho de 2014
Através da Bíblia - Levítico 2
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