Êxodo 24
Querido amigo estamos iniciando mais um programa da série Através da Bíblia. Quero saudá-lo, desejando sobre você e toda a sua família as mais preciosas bênçãos do Senhor. Para nós, é sempre um prazer estar junto com você nesse encontro em que temos estudado a Palavra do Senhor. Como temos repetido, para nós é muito bom saber que você está dedicando um tempo específico para a meditação nas coisas de Deus. No início desse programa quero convidá-lo para a conversa que hoje teremos com o irmão da cidade de Campinas, do estado de São Paulo. Ele diz as seguintes palavras: "a RTM está cada vez melhor, toda a programação nos faz sábios nas Escrituras e faz-nos crecer espiritualmente. O programa Através da Bíblia brilha e me faz sentir uma vontade imensa de aprender como estudar a Bíblia, assim como está sendo ensinado. Que Deus os abençoe por essas palavras" . Amigo, muito obrigado por suas palavras. Quanto ao que você nos escreve, saiba que o nosso desejo é exatamente esse: queremos ver muitos cristãos serem edificados e entusiasmados com o estudo da Palavra. Por isso, vamos orar. Vamos colocar diante do Senhor nossos pedidos e louvores. Mas, você sabe a distinção entre louvor e adoração? Louvamos a Deus por aquilo que Ele faz por nós, mas O adoramos por aquilo que Ele é. Vamos, pois orar a Deus: "Querido Deus e Pai, reconhecemos tua soberania, teu poder, tua onisciência. Sabemos que conheces nosso andar, nosso deitar, sondas nosso coração e sabes como estamos, quais são as nossas desventuras, dificuldades, mas também sabes o quanto te amamos e queremos obedecer a tua vontade. Pai misericordioso, te pedimos então que tenhamos nossas mentes abertas para ouvirmos Tua Palavra e capacitação para obedecê-la. Te pedimos isso em nome de Jesus Cristo, Teu Filho, Amém"!
Querido amigo hoje temos a tarefa de estudarmos os 18 vs. do cp. 24 e os primeiros 9 versos do cp. 25 de Êxodo. Você deve se lembrar que estudamos sobre o Livro da Aliança ou o Código da Aliança, a sessão sobre a legislação social que começou no capítulo 20.22 e terminou em 23.33, que vimos no programa passado. A narrativa cronológica que foi interrompida em 20.21 prossegue agora, em 24.1 mostrando o que aconteceu com Moisés e os outros que subiram ao monte.
Assim, este capítulo 24 pode ser dividido em 2 porções: 1)A aliança de Deus com Israel, vs.1-11 e 2)Moises e os representantes do povo sobem ao monte, v.12-18. Querido amigo, você se lembra que descrevemos o ambiente em que Deus propôs a aliança com Israel e deu os 10 mandamentos para Moisés e para todo o seu povo? Naquela ocasião houve pelo menos sete manifestações da Sua presença; você se lembra? 1)trovões, 2)relâmpagos, 3)uma espessa nuvem cobriu o monte, 4)um forte som de trombeta se ouvia, 5)o monte fumegava, 6)havia fumaça como de uma fornalha e, 7)o monte tremia.
Pois bem, agora estamos retornando a esse ambiente em que Deus, cf. o v. 1 pede para Moisés, Arão, Nadabe e Abiu e ainda os 70 anciãos de Israel subirem ao monte, mas os orienta para adorá-lo de longe. Só Moisés, cf. o v.2 teria o privilégio de se chegar ao Senhor. Os demais não poderiam se aproximar nem o povo deveria subir ao monte.
Cf. o v. 3 Moisés relatou todas as ordens aos filhos de Israel, relatou todas essas palavras do Código da Aliança e os israelitas pela segunda vez disseram: “tudo o falou o Senhor faremos”. No v.4 lemos que Moisés escreveu todas as palavras do Senhor e levantando-se de madrugada construiu um altar e doze colunas ao pé do monte, conf. As 12 tribos de Israel. Moisés convocou jovens israelitas para oferecerem holocaustos e sacrifícios pacíficos e, cf. v.6, colocou a metade do sangue dos animais numa bacia e com a outra metade aspergiu o altar, que representava o Senhor, um dos elementos da aliança e, certamente numa cerimônia muito marcante e significativa leu o livro da aliança diante do povo, e pela 3ª vez, cf. 19.8; 24.3 e agora em 24.7 o povo reafirmou seu compromisso dizendo: “tudo o que falou o Senhor faremos e obedeceremos” e assim, cf. v.8 com a outra metade do sangue foi aspergida sobre o povo, o segundo elemento da aliança, dizendo: Eis aqui o sangue da aliança que o Senhor fez convosco a respeito de todas estas palavras.
Ainda nessa primeira parte do texto, nos versos 9-11, encontramos o interessante relato de que Moisés, Arão, Nadabe e Abiu e os 70 anciãos de Israel subiram ao monte e cf. o texto dos vs.10-11 “viram o Deus de Israel, sob cujos pés havia uma como pavimentação de pedra de safira, que se parecia com o céu na sua claridade. Ele não estendeu a mão sobre os escolhidos dos filhos de Israel; porém eles viram a Deus, e comeram e beberam”. Ora, o fato do texto mencionar que viram o Deus de Israel sem sofrer nenhum dano é algo completamente inédito no AT, pois nenhum ser humano pode ver a Deus e continuar vivo, cf. Êx 3.6. Devemos entender então, que eles viram uma manifestação visível do Senhor, uma manifestação da presença divina, mas certamente não a plenitude da sua glória e poder. Num sentido ninguém viu a Deus. Deus é Espírito e por isso ninguém pode vê-lo como tal. E neste sentido ninguém o viu até hoje. Eles viram a representação de Deus. Ninguém jamais viu Deus na sua essência. Jesus era Deus em forma humana, e segunda pessoa da Trindade. Não temos condições de irmos a presença de Deus por nós mesmos, tem que ser por meio de Jesus, o nosso mediador. O apóstolo Paulo diz: “Há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo, homem”. Mas a benção e que essa manifestação de Deus ainda hoje está disponível à todo aquele que quiser conhecer a Deus. O próprio Jesus disse: “Quem vê a mim, vê o Pai, eu e o Pai somos um”. Querido amigo, você tem visto a Deus dessa maneira? Na pessoa de Jesus Cristo? Aproveite esse momento em que estamos tratando sobre esse tema e ore pedindo a Deus que se revele completamente na pessoa do Senhor Jesus Cristo!
Querido amigo, o v. 11 termina esta 1ª parte do texto duma maneira especial. Diz que depois de terem visto a Deus e não sofrerem nenhum mal eles comeram e beberam. Esse era o costume quando se celebravam ou se ratificavam as alianças: havia uma refeição comum que era digerida pelas partes que firmavam a aliança. Querido amigo, você deve saber que celebramos com Jesus no tempo do Novo Testamento uma refeição especial. A verdadeira ceia do Senhor! Minha oração é que você faça parte do Corpo de Cristo e que Jesus seja a sua páscoa, o seu verdadeiro pão da vida.
Querido amigo, vimos então nesses vs. 1-11 a conclusão do relato iniciado no cap. 19. Em Ex 19.3-6 Deus tinha convidado a Israel para que aceitasse a aliança que Ele mesmo estava propondo. E nesse texto vemos que a aliança é solenemente aceita e confirmada, numa cerimônia oficial em que o povo respondeu pela 3ª vez que faria tudo o que Deus lhes tinha ordenado.
Agora vamos refletir sobre o texto dos vs.12-18. Neste trecho nos é relatada a comunhão e a intimidade de Moisés com Deus. Vamos anotar 5 detalhes.
1)v.12, Deus chama Moisés para aproximar-se dEle no monte para lhe dar tábuas de pedra, e os mandamentos escritos por Deus para que Moisés os ensine. Você percebe o desejo que Deus tem de manter comunhão conosco?
2)V.13, Moisés levantou-se com Josué, seu servo, e subiu Moisés ao monte. Você percebe a atuação de Josué nesse episódio? Deus e Moisés estavam preparando o caráter de Josué como futuro líder de Israel, no lugar de Moisés. Alguém já disse: quem quer ser o primeiro, seja esse o que vos sirva. Você se lembra de quem colocou esse princípio? Lembrou? É ... isso mesmo. Foi Jesus quem proclamou esse conceito, cf. Mt 20.24-28.
3)v.14, Moisés disse para os anciãos ficarem com Arão, Hur e se alguém tivesse qualquer pendência deveria resolver o caso diante deles. Você percebe também, que Moisés tinha delegado responsabilidades aos seus acessares mais próximos. O trabalho que Deus nos dá para realizarmos deve ser feito com o apoio de outros irmãos.
4)vs.15-16, Moisés vai para o topo do monte e a nuvem o cobriu o monte e a gloria do Senhor pousou sobre o monte Sinai e o cobriu até o sexto dia. No 7º dia Deus chamou Moisés. Você percebe, a glória do Senhor, que simboliza a Sua presença entre os homens, sem qualquer barreira, recebendo a Moisés, simbolizando o privilégio da comunhão?
E finalmente, o 5)v.17-18, O aspecto da glória do Senhor era como um fogo consumidor no cimo do monte, aos olhos dos filhos de Israel. E Moisés, entrando pelo meio da nuvem, subiu ao monte; e lá permaneceu 40 dias e 40 noites. Você percebe querido amigo, o simbolismo existente entre Moisés e Cristo? Assim como Jesus foi tentado durante 40 dias e 40 noites e respondeu com versos de Deuteronômio, às tentações do acusador, aqui também Moisés foi testado na sua relação com Deus e desceu do Sinai com a Palavra de Deus em suas mãos, escritas pelo próprio Deus, numa demonstração do quanto Deus quer que tenhamos comunhão com Ele e saibamos a Sua vontade.
Assim, querido amigo, terminamos o capítulo 24 de Êxodo, que conclui o Livro da Aliança. Aqui o relato cronológico é novamente interrompido, pela especificação do conteúdo das palavras do Senhor a Moisés, palavras essas que iriam orientar a construção do tabernáculo, de todas as suas mobílias e os seus utensílios. A cronologia, a ordem dos acontecimentos só voltará a ser narrada no cap. 32 quando o povo fez sob a liderança de Arão o bezerro de ouro.
Agora vamos ao cp. 25, cujo conteúdo vai até o 31.18. Esta parte do livro entra em muitos detalhes sobre o que Deus queria que fosse feito para a sua adoração. Esta parte do livro destaca o tabernáculo e como deveria ser feito o culto a Deus. Na passagem que em certo sentido é paralela, 35-39 encontraremos como essas orientações foram colocadas em prática.
Em relação a essa nova seção que começa em 25.1 é importante sabermos que encontramos na Bíblia um total de 50 capítulos de orientações em relação ao culto e neles encontramos a figura da perfeita aproximação à Deus pelo sangue de Jesus, o cordeiro de Deus que, tabernaculou, entre nós e tira o pecado do mundo!
Uma consideração relativa a doação para a construção do tabernáculo deve ser feita. O povo trouxe em contribuições voluntárias, mais do que era necessário. Os israelitas foram generosos, dando um exemplo maravilhoso que certamente serve para muitos cristãos que não reconhecem o quanto Deus tem sido bom para eles.
Nos versos 1-2 o Senhor diz a Moisés: para falar aos israelitas para Lhe trazerem ofertas. Querido amigo, você deve se lembrar que este povo tinha sido libertado recentemente, só algum meses antes e agora era solicitado a contribuir para o Senhor. Eles deveriam trazer ao Senhor, cf. os vs.3-7: ouro, prata, bronze, tecido azul, púrpura ou roxo e carmezim ou vermelho, peles ou coro de carneiro tingidas de vermelho, peles finas, madeira de acácia, azeite para a iluminação, especiarias para o óleo da unção e para o incenso aromático, deveriam também trazer pedras de ônix, pedras preciosas para serem colocadas na estola e no peitoral sacerdotal. Todos esses materiais seriam recolhidos como oferta gratuita, como uma dádiva do povo de Israel ao Senhor.
E quando lemos o restante da narrativa ficamos admirados com a grande e maravilhosa contribuição que o povo deu para o Senhor. Eles trouxeram mais do que era necessário, cf. estudaremos no cap 35.20-29 e 36.2-7. Esta, querido amigo, é a primeira que temos conhecimento de um caso assim. Foi preciso que se dissesse ao povo que parasse. Eles tinham sido escravos e agora estavam trazendo um grande volume de ofertas para o Senhor.
Mas, a questão é: como eles puderam ofertar todos aqueles objetos uma vez que estavam saindo da escravidão? Você se lembra do que aconteceu quando eles saíram do Egito? Já estudamos aqueles acontecimentos em 12.35-36. Os filhos de Israel pediram objetos de prata e de ouro, e outros materiais aos egípcios e os egípcios entregaram as suas riquezas aos judeus com medo das pragas e os judeus saíram cheios de riquezas. O próprio Deus ordenou que fizessem isso para que saíssem do Egito com uma retribuição a tantos anos de escravidão e trabalho forçados. E, a colheita de riquezas deve ter sido realmente grande, pelas ofertas que foram trazidas para o tabernáculo. Deus mandou que os israelitas despojassem os egípcios e isto aconteceu. Eles levaram muita riqueza para a construção do tabernáculo. O tabernáculo deveria ser pequeno porque teria de ser carregado pelo deserto, porém era bem adornado, rico, algo realmente bonito. Havia muita beleza no tabernáculo.
O verso 8 do capítulo 25 nos diz: "E me farão um santuário para que eu possa habitar no meio deles." Notemos que Deus nunca disse que iria habitar no tabernáculo. O propósito do tabernáculo não era esse. Deus que habita entre os querubins queria habitar no meio do seu povo. O povo estava sendo governado por Deus. A arca era o trono de Deus, porém Deus não se sentava na arca, porém se colocava entre dois querubins. Era ali onde os judeus se encontravam com ele. A idéia de que Deus habita em templos feitos por mãos humanas não é correta, é uma idéia pagã. A Bíblia diz que Deus não habita em templos feitos por mãos humanas. Muitas vezes chamamos a igreja de casa de Deus, porém devemos ter o cuidado de não cometer o erro, de pensar que Deus está morando ali. Não se trata da casa de Deus no sentido em que Deus habita ali. Deus não mora em casas feitas por mãos humanas. Porém a igreja é o lugar onde Deus se encontra conosco, onde nós encontramos com Deus. Isto não quer dizer que a igreja seja o único lugar onde podemos nos encontrar com Deus, não. Podemos encontrar Deus em qualquer lugar, onde o invocarmos, em espírito e em verdade. Lemos no entanto no Salmo 99 e verso 1 que o Senhor está assentado entre os querubins, porém Deus se fazia presente de um modo especial, na arca que foi construída pela própria orientação divina.
E, chegando agora ao verso 9, onde finalizamos o nosso estudo de hoje, lemos: "Segundo a tudo que eu te mostrar para modelo do tabernáculo e para modelo de todos os seus móveis, assim mesmo o fareis”. Aqui temos a orientação para a construção do tabernáculo. Deus mostraria o modelo do tabernáculo. Nós temos uma referência a um tabernáculo no céu na epístola aos Hebreus, e vamos estudá-lo quando chegarmos lá. Mas, já podemos dizer o seguinte sobre o tabernáculo: Era um santuário portátil onde se realizava o culto público durante a peregrinação do povo de Israel no deserto e que permaneceu até o reinado de Salomão. Não era só o templo de Deus, mas o lugar marcado para o encontro com o seu povo. Deus sempre quis estar no meio do seu povo. O ser humano foi feito para viver em comunhão com Deus. O tabernáculo era um maneira do povo lembrar da presença de Deus de uma forma mais viva e mais real entre eles. Porém o apóstolo Paulo, muito tempo depois, disse que nós somos o santuário de Deus, o templo do Espírito Santo. Suas palavras estão em 1Co 6.19: "Acaso, não sabeis que o vosso corpo é santuário do Espírito Santo, que está em vós, o qual tendes da parte de Deus, e que não sois de vós mesmos? Porque fostes comprados por preço. Agora, pois, glorificai a Deus no vosso corpo”.
Assim, querido amigo, cada crente é um templo de Deus onde habita o Espírito Santo. Quando o apóstolo faz referência a esta grande verdade ele nos mostra a necessidade de cuidarmos do nosso corpo. Temos que zelar por nosso corpo, tabernáculo onde o Espírito de Deus habita. Você tem tido esse cuidado? Você tem glorificado a Deus através do seu corpo? Lembre-se sempre que você é templo do Senhor, habitado pelo Espírito Santo.
Bom, chegamos assim ao final de mais um estudo.
Agradecemos a Deus por sua preciosa Palavra e, agradecemos a você que tem sido fiel em nos acompanhar nessa jornada “através da bíblia”.
Escreva para nós. A sua correspondência tem sempre um lugar importante em nossa programação.
Que o Senhor te abençoe ricamente. Até o próximo programa.
quinta-feira, 31 de julho de 2014
Através da Bíblia - Êxodo 24
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