quinta-feira, 31 de julho de 2014

Através da Bíblia - Êxodo 22

Êxodo 22
Querido amigo, estamos iniciando mais um programa da série Através da Bíblia. É com prazer que entramos em contrato com você para estudarmos a Palavra de Deus. Queremos nesse início de programa agradecer a sua companhia e dizer que o nosso desejo é que esses momentos sejam agradáveis e edificantes para você. Afinal é esse o nosso objetivo. A edificação do Corpo de Cristo. Hoje quero registrar a carta que recebemos de um irmão da cidade de São Carlos do estado de São Paulo. Esse nosso irmão diz que "É com prazer que escrevo primeiro, por ver o grande progresso do programa e também por poder estudar a Palavra de Deus através de um bom ensinamento, com muita unção. Sinto paz no meu coração quando o ouço. Muitas vezes quando estou atribulado ligo o meu rádio e pelo Através da Bíblia alegro a minha alma e retorno com forças para prosseguir”. Querido irmão obrigado por suas palavras. Que o Senhor seja continuamente gracioso para com você e para com os seus. Quero incentivar a todos vocês a anotarem o nosso endereço e escreverem ou enviare um e-mail para nós, pois esse contato com você é muito importante. Nós queremos saber se temos atendido a sua necessidade. Agora quero convidá-lo para um momento de oração, crendo que Deus ouve e reponde nossas orações: "Pai querido, em nome de Jesus, estamos na tua presença gratos por podermos desfrutar da companhia santa e abençoadora do teu Espírito a nós concedido. Baseados na tua bondade pedimos a tua direção para que o que for dito aqui seja usado para tua glória afim de muitos sejam edificados e outros conheçam Jesus como seu Salvador pessoal. Nesse nome oramos. Amém!".
Querido amigo no programa de hoje vamos estudar os caps.22-23 de Êxodo. Neles vemos a seqüência das leis que Deus deu a Moisés no Sinai, legislação social que serviriam para orientar Israel na sua nova vida como uma nação autônoma que deveria gerir sua própria vida.
Temos aqui querido amigo, a lei de Deus que é básica para a vida da humanidade. Existem aqueles que lançam dúvidas sobre o que é certo e o que é errado. Muitos perguntam: quais são as bases para as nossas conclusões dogmáticas? E a resposta só pode ser uma: as bases estão na Palavra de Deus. E uma coisa interessante, querido amigo, é que a Palavra de Deus, que esses mandamentos dados ao povo de Israel têm fornecido o padrão que tem produzido a medida da lei e da justiça no mundo. A lei de Deus é básica para a humanidade. A lei de Deus trata de assuntos que podem ser aplicados em todos os tempos. Os seus princípios alcançam todas as gerações, adaptam-se a todas as necessidades em todos os tempos. A maioria das leis humanas foi baseada nos princípios da Palavra de Deus. Por isso devemos dar graças a Deus porque a Sua palavra nos orienta e nos dá segurança de como devemos agir. Daí também a razão de estudarmos todo esse conteúdo.
Nos versos 1-15 do cap.22 temos leis a respeito dos direitos da propriedade. Nos versos 1-4 encontramos a legislação sobre furtos, confirmando o 8º mandamento “Não furtarás”. Em primeiro lugar se estabelece a lei da retribuição. Pressupondo que o ladrão lucrasse com a venda dos animais furtados ele deveria restaurar quatro ou cinco vezes a mais ou o dobro se o produto do roubo ainda estivesse com ele. Em segundo lugar a legislação previa a morte de um ladrão. Se fosse no período noturno era justificável e não haveria culpa de sangue, mas se fosse durante o dia tal ato submeteria o dono do bem roubado à culpa de sangue pelo parente mais próximo do ladrão morto. Em terceiro lugar o ladrão que fosse apanhado deveria fazer a restituição total do bem roubado e se isso não fosse possível ele seria vendido para pagar o roubo.
Você se lembra de uma passagem no NT em que a lei da retribuição foi aplicada? É... isso mesmo... No episódio de Zaqueu. Ele sendo judeu certamente aplicou a si mesmo essa lei. Hoje em dia não temos essa lei que exige uma retribuição quádrupla ou quíntupla. Porém a lei aqui ia muito além, por quê? Porque ela objetivava principalmente a disciplina, o castigo, daqueles que eram desonestos e eram maus. Querido amigo, temos que entender que quanto mais dura for a penalidade da lei menos incentivo teremos para quebrá-la. Você percebe a justiça de Deus nessas determinações legais? É isso mesmo, o nosso Deus é sábio o suficiente para prever e nos orientar sobre todos os detalhes da vida.
O texto dos versos 5-6 apresentam leis sobre a desonestidade e o descaso com os bens dos outros. A legislação trata de um caso comum de atritos entre duas culturas: a agrícola e a pastoril. Um animal solto em um campo poderia danificá-lo completamente e assim o dono do animal deveria pagar com o melhor que pudesse o prejuízo cometido. Assim também se fosse colocado fogo nos espinheiros e destruísse as plantações do vizinho também esse deveria ser recompensado do prejuízo sofrido. Utilizavam-se os espinheiros, principalmente pelos pobres como combustível, cf. Sl 58.9; como cercas para manter os animais distantes das lavouras e também como muros para fazer separação entre diversos campos de lavouras. Estas leis visavam ajustar os relacionamentos entre os israelitas à medida que o povo, que tinha sido escravo, agora começava a adotar outros padrões de vida como agricultores e pastores estabelecidos.
Ainda no cap.22. 7-15 temos leis sobre os casos de destruição ou roubo de bens entregues ao cuidado de terceiros enquanto o dono estava ausente. Se durante a ausência do proprietário, os objetos, as vestes, o dinheiro ou os animais deixados sob a guarda de alguém fossem roubados ou danificados ou no caso dos animais, fossem afugentados ou ficassem aleijados ou morressem essa pendência deveria ser levada na presença dos juízes, para que se estabelecesse a culpa ou a inocência diante de Deus sob juramento. No v.11 a frase: “o dono aceitará o juramento” indicava a aceitação da sentença dos juízes ou então, no v.12, a frase: “se de fato lhe for furtado, pagá-lo-á ao seu dono” indicava o reconhecimento de que o depositário fora negligente. E, nos versos 14-15: se alguém pedisse emprestado ou alugasse um animal e este viesse a sofrer aleijão ou morresse, o que tinha pedido emprestado corria todos os riscos a menos que o proprietário depois do prazo ainda ficasse com o animal. O custo de um aluguel deveria cobrir a possibilidade da perda ou do prejuízo no bem alugado.
Perceba, querido amigo, a necessidade das minúcias de toda essa legislação, pois um povo acostumado a receber e obedecer ordens, ocupando-se a maior parte do tempo em trabalhar penosamente na fabricação de tijolos ou na construção de cidades celeiros ou até na construção das pirâmides, esse povo, agora livre, teria que saber detalhadamente como se relacionar com o seu próximo para manter a harmonia e a unidade entre o povo, afinal eram todos irmãos.
O texto que ainda trata sobre as questões do furto nos coloca diante dos versos 16-17 que nos mostram como as mulheres eram consideradas naqueles dias. As filhas eram consideradas propriedades do seu pai, e por isso, no tempo do noivado, isto é, na confirmação do casamento, ele receberia por sua filha, um dote, ou um presente de casamento. Mas se um outro homem seduzisse a moça e com ela adulterasse deveria pagar-lhe o dote e tomá-la como esposa ou então, se o pai não a quisesse conceder àquele que lhe fizera mal, esse deveria pagar em dinheiro pelo mal cometido. Mesmo que insipiente, é possível perceber-se nessa lei a preocupação com as mulheres, tirando-as da condição de um mero objeto sexual e elevando-as a uma condição mais digna na sociedade judaica.
Numa nova seção de leis, nos versos 18-27 encontramos diversos imperativos categóricos. É bom alistarmos todos eles para percebermos como o cuidado do Senhor alcançava os mais diversos aspectos da vida social do povo. Esses imperativos eram: 1)contrários à feitiçaria, v.18; 2)contrários ao mal uso do sexo, v.19; 3)contrários a idolatria, v.20; 4)contrários aos maus tratos contra os estrangeiros, porque os israelitas tinham sido estrangeiros na terra do Egito, v.21; 5)contrários aos maus tratos contra as viúvas e órfãos, pois, se eles clamassem, Deus os ouviria e a sua ira se acenderia e Deus os mataria a espada, deixando suas mulheres viúvas e os seus filhos órfãos, v.22-24; e, a desobediência a esses 1ºs 5 imperativos seria punida com a morte demonstrando a total intolerância divina para com os que não se adequassem à nova vida em sociedade.
Porém, mais uma série de imperativos deveria também ser obedecida. Esses imperativos eram 1)contrários a exploração do pobre cobrando juros por um empréstimo, v.25; 2)contrários a exploração de qualquer compatriota israelita que oferecesse como penhor, a sua própria veste. Esta veste deveria ser devolvida até o por do sol para que pudesse se abrigar durante a noite. Não sendo atendido esse requisito da lei, Deus ouviria o seu clamor porque é Deus misericordioso, v.26-27; 3)contrários a blasfêmia a Deus, v.28; 4)contrários a amaldiçoar as autoridades estabelecidas, v.28; 5)contrários a demora em consagrar ao Senhor o melhor, as primícias das colheitas e vinhas, o primogênito de todo lar israelita, e os primogênitos dos animais. Com esses requisitos Deus os queria como um povo totalmente consagrado a Ele, o seu Deus, v.29-31. E, Deus os queria misericordiosos e atentos ao clamor dos necessitados como Ele mesmo era misericordioso e compassivo. É isto mesmo, querido amigo ... mesmo na época da lei, sempre foi desejo de Deus que o seu povo se tratasse com amor, que vivessem harmoniosamente, cuidando inclusive dos necessitados.
Você já pensou como teríamos um melhor testemunho do evangelho se esses princípios que já estavam estabelecidos desde o AT fossem praticados por nós, que nos denominamos cristãos?
E, o cap. 22 termina com o v.31 que desautoriza a alimentação com animais dilacerados por feras, pois eram considerados imundos. Tais animais deveriam servir de alimentação aos cães e não aos israelitas, que deveriam manter-se consagrados, puros no seu relacionamento com Deus, pois como reino de sacerdotes não deveriam profanar-se, profanando também o Senhor.
Querido amigo, agora temos diante de nós os 33 versos do cap. 23 do Êxodo. Qual é o seu conteúdo? Como podemos estudá-lo para aplicá-lo em nossas vidas? Claramente encontramos cinco divisões neste texto. Vamos a elas e as possíveis aplicações.
1)Em 1º lugar, do v.1-9 temos leis sobre a filantropia na vida diária. A maioria dessas leis se relaciona com 20.16 o 9º mandamento: 1)Advertência contra o falso testemunho e contra torcer o direito, torcer a justiça, v.1-2; 2)Advertência contra o favorecimento do pobre às custas do que é correto, só porque ele é pobre, v.3; 3)Advertência contra o mau trato com os animais desorientados ou desamparados só por pertencerem a algum adversário legal, cf. o original, v.4-5; 4)Advertência oposta a que aparece no v.3. Não deveria haver favorecimento aos ricos e poderosos, só porque eles têm mais poder, v.6; 5)Advertência que reforça o v.1, contra a falsa acusação que poderia levar o acusado à morte, v.7; 6)Advertência contra a aceitação de suborno, que cega até os mais inteligentes e justos, v.8; 7)Advertência que reforça as palavras de 22.21, e proíbe o mau trato aos estrangeiros, pois deveriam se lembrar da sua condição passada, v.9. Veja querido amigo, mais um grupo de sete normas, sete leis que preocupavam-se com a vida em sociedade. A lição e a aplicação são desafiadoras: você que me ouve agora como tem tratado o pobre, que não lhe pode retribuir? Ou, então, como tem tratado os poderosos que podem lhe conceder vantagens? De um modo justo ou parcial? Responda diante de Deus.
Na seqüência, nos vs.10-11 temos a 2ª divisão deste cap. 23. Aqui temos a lei sobre o ano de descanso. Com a promessa de que a colheita do 6º ano seria suficiente para sustentá-los até o 8º ano, Deus queria que o 7º ano fosse reservado para o descanso da terra e para que os pobres pudessem ainda usufruir dos alimentos que porventura ali achassem.
Na 3ª divisão do texto, os vs.12-13 mostram a lei relativa ao sábado. Assim como no 4º mandamento a base para um dia de descanso, era totalmente humanitária e o objetivo visava o bem estar do homem e também da criação, mas, sobretudo visava também o trabalhador, o servo que não tinha condições de reivindicar uma folga.
Na 4ª divisão do texto, os vs.14-19 mostram mais uma lei de cunho religioso, a lei referente as 3 festas. A ordem era clara, cf. v.14: “Três vezes no ano me celebrareis festa”. Mas, você sabe por que? É que nessas ocasiões Deus queria que o seu nome fosse lembrado, celebrado e adorado. Deus queria que o povo em todas as suas gerações lembrasse que foi através dEle que tinham saído do Egito e conquistado Canaã. Foi pela promessa do Senhor que Israel experimentava esses acontecimentos tão maravilhosos. Querido amigo, você entende agora porque cultuamos a Deus? É ... exatamente por isso. Para que com outros irmãos possamos adorar e celebrar o Deus da nossa vida, o Senhor Jesus que nos deu a salvação e o Espírito Santo que nos enche e nos dirige. Sim, amigo, espero que você tenha prazer em cultuar e celebrar o nosso bondoso, gracioso e misericordioso Deus.
As três festas a serem celebradas eram: 1)cf. v 15, a festa dos pães asmos, isto é, dos pães sem fermento. Era celebrada de 15 a 21 do 1º mês, de nisã, por volta de março ou abril, no início da colheita da cevada. Era a seqüência da Páscoa, celebrava o êxodo, a saída de Israel do Egito. 2)cf. v.16, a festa da sega ou da colheita, era chamada de festa das semanas, por ser celebrada sete semanas depois da festa dos pães asmos, ou ainda era conhecida como a festa das primícias. Era celebrada no 6º dia do 3º mês, normalmente entre os meses de maio e junho, durante a colheita do trigo e, posteriormente, comemorava a entrega da Lei no monte Sinai. Nos dias do NT foi conhecida como o Dia de Pentecoste, exatamente por ser comemorada 50 dias após a festa dos pães asmos. Nessa ocasião, aproximadamente 1.400 anos depois, o Espírito Santo desceu sobre o povo de Deus, inaugurando a igreja, cf. At 2.1. 3)cf. o v.16, a festa do encerramento da colheita ou festa dos tabernáculos ou das cabanas, pois lembrava a habitação dos israelitas quando saíram do Egito. Era celebrada de 15 a 22 do sétimo mês, por volta dos nossos meses de setembro e outubro, no final do ano, isto é, no final do ano agrícola. Comemorava as peregrinações no deserto depois do êxodo. Essas 3 festas deveriam ser comemoradas por todos os israelitas, obviamente com suas famílias e até o alimento para as festas era prescrito e deveria ser obedecido.
Finalmente, na 5ª divisão do texto, os vs.20-33 mostram as promessas e as orientações sobre a chegada à Canaã. Destacam-se 5 tópicos:
1)nos vs.20-23 temos a presença do Anjo do Senhor, que segundo o nosso entender refere-se a mais uma teofânia, a manifestação pré-encarnada de Jesus, que deveria ser obedecido para que fossem vitoriosos contra os amorreus, heteus, ferezeus, cananeus, heveus e jebuseus. Havendo obediência, Deus mesmo os destruiria, pois o seu nome estava nesse anjo. Esse nome é “Eu sou”.
2)nos vs.24-25 temos uma clara proibição da adoração aos deuses pagãos, a ordem para destruí-los e só adorarem e servirem a Deus que os abençoaria com fartura e livramento das enfermidades.
3)no v.26 temos uma bênção específica sobre as mulheres que seriam férteis, pois cf.o Sl 127.3-5, os filhos são herança do Senhor e seriam felizes aqueles que enchessem deles a sua aljava.
4)nos vs.27-30 temos a promessa da vitória divina sobre os povos que habitavam a Palestina através do terror e dos flagelos climáticos. Essa vitória seria paulatina, enquanto os israelitas iriam se multiplicando e assim habitando todo o território.
5)e, finalmente, nos vs.31-33 temos o estabelecimento dos limites do território palestino que Deus daria a Israel; a ordem de que não fizessem nenhuma aliança com os moradores; e a ordem para que não os deixassem habitar no meio deles, israelitas para não lhes servirem de ciladas com seus falsos deuses.
Querido amigo todo esse conteúdo dado por Deus ao seu povo tinha um só propósito. Que Israel fosse santo e habitasse na terra da Promessa usufruindo as bênçãos divinas. Sim!... o nosso Deus é um Deus abençoador!
Querido amigo, chegamos assim ao final de mais um tempo de estudos. Gratos a Deus e a você por sua companhia.
Espero por você no próximo programa. Que Deus te abençoe.

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