quarta-feira, 30 de julho de 2014

Através da Bíblia Gênesis 14

Gênesis 14
Olá amigo, é com prazer renovado que estamos iniciando mais um programa da série "Através da Bíblia". Você sabe que o nosso objetivo é o estudo profundo da Palavra de Deus. O que nos motiva a trabalhar dessa maneira é que muitos dos nossos ouvintes têm compartilhado o uso que têm feito do nosso programa e como eles, pela graça de Deus, têm edificados a outros. É exatamente sobre esse aspecto que um amigo da cidade de Meruoca do estado de Ceará escreveu-nos essas preciosas linhas: "Quero expressar minha alegria ao escrever para o Através da Bíblia, pois, através do mesmo tenho recebido edificação espiritual e tem sido uma bênção para mim. Antes de me converter a Jesus, já ouvia este programa e tenho aprendido muito acerca da Palavra de Deus. Sou de uma pequena comunidade do interior do Ceará onde compartilho o ministério da graça de Deus com meus irmãos. Conto com suas orações". Querido amigo, obrigado por suas palavras e conte com nossas orações. Queremos apoiá-lo. Queremos ser benção para todos nossos ouvintes. Ser uma bênção e apoiar a cada um de vocês é um desafio. Isso só acontece com oração. Por isso, quero convidá-lo a ter esse momento de oração para que sejamos bênção para todos quantos estão ao nosso redor. Vamos orar: "Senhor, te louvamos pela oportunidade de estudarmos a Tua Palavra. Diante da tua misericódia pedimos que atendas as necessidades de cada um dos nossos ouvintes. E, conforme o teu querer usa-nos para que outros possam ser abençoados. Te pedimos também que, através do Espírito Santo, tu nos dirija no estudo de hoje. Senhor, certos de que Tu nos ouves, oramos em nome de Jesus. Amém".
Querido amigo, depois desse momento inicial tão importante de cada programa, onde compartilhamos e oramos, edificando-nos mutuamente, temos diante de nós a tarefa de estudarmos nesse programa o capítulo quatorze de Gênesis. São 24 versículos com uma divisão clara dos assuntos narrados. Do verso 1 ao 11 temos o relato e o registro da 1a guerra da humanidade. Do verso 12 ao 17 temos o relato da prisão de Ló e da sua libertação por Abrão. Do verso 18 ao 24 temos o relato do encontro entre Abrão e Melquizedeque, o primeiro sacerdote da história.
Depois de termos visto no capítulo 13 diversas experiências de Abrão, temos que estudar cada uma das parte do capítulo 14. Em primeiro lugar, nos versículos 1 a 11, temos o relato da 1a guerra registrada na história bíblica. É uma guerra de quatro reis contra cinco reis, num local conhecido da história bíblica. Essa 1a guerra aconteceu no vale de Sidim, que é o mar Salgado, também conhecido por Mar Morto ou ainda por Mar de Arabá, conforme os versos 3 e 10.
Nos versos 1 e 2 lemos: "Sucedeu naquele tempo que Anrafel, rei de Sinar; Arioque, rei de Elazar; Quedorlaomer, rei de Elão; e Tidal, rei de Goim, fizeram guerra contra Bera, rei de Sodoma; contra Birsa, rei de Gomorra; contra Sinabe, rei de Admá; contra Semeber, rei de Zeboim, e contra o rei de Bela, esta é Zoar". Puxa! Quantas palavras difíceis, não é mesmo? Esse é um relato interessante: os 4 primeiros reis se ajuntaram para derrotar os reis de Sodoma e Gomorra e outras 3 nações amigas.
Os reis dessas cinco nações foram derrotados e levados cativos. Embora alguns críticos, rejeitaram este registro bíblico, com a arqueologia, monumentos têm sido encontrados, assim como inscrições com os nomes dessas nações. Eles realmente fazem parte da história. Sabe-se hoje, prezado amigo, que Elão é parte do Irã moderno; que dois outros reinos, provavelmente são da região da Turquia e ainda um deles vinha da região da Babilônia, hoje o país que conhecemos como Iraque. Isso é importante, porque o registro bíblico é confirmado. Assim temos aqui o registro da primeira guerra da humanidade. Mas, esse é um registro é triste!
E, sabe por que? Porque aqui vemos como a humanidade começou cedo com essa prática odiosa e tão violenta da guerra, não é verdade? O verso 3 diz assim: "Todos estes se ajuntaram no vale de Sidim, que é o Mar Salgado". Imagine esse conflito! Quantas vidas foram ceifadas. Quantos lares foram desfeitos. Esse é o resultado da guerra e da ambição do ser humano! A vitória foi obtida pela confederação dos quatro reis saquearores que mantiveram os cinco reis derrotados servindo-os pelo espaço de doze anos, conforme o vr. 4. Essa servidão era do tipo chamado vassalagem, isto é, os reinos derrotados tinham a obrigação de pagar pesados tributos aos reinos vencedores. E com isso todo o povo sofria pois a carga de impostos era sempre muito alta.
Nos versos 5 a 7 encontramos o relato de que esse grupo de quatro reis ainda atacou e, juntos subjugaram mais nações. Mas os versos 8 a 10 nos mostram um levante contra esse domínio violento. O texto do verso 8 diz assim: "Então, saíram os reis de Sodoma, de Gomorra, de Admá, de Zeboim e de Bela (esta é Zoar) e se ordenaram e levantaram batalha contra eles no vale de Sidim". A reação é a que se podia esperar. Depois de doze anos de domínio e de pesadas taxas, houve uma reação contra essa situação humilhante. Mas, assim como acontece em nossas vidas espirituais, quando não nos preparamos bem para as batalhas corremos o risco de sermos derrotados de uma maneira ainda mais contundente. E, foi isso o que aconteceu com os cinco reis. Ao enfrentar o inimigo poderoso eles foram novamente derrotados e tiveram que fugir para o vale de Sidim, isto é, o Mar Salgado ou Mar Morto e no caminho de fuga muitos morreram caindo nos poços de betume daquela localidade. Mas, o mais triste ainda é o relato dos versículos 11 e 12 que dizem o seguinte: "Tomaram, pois, todos os bens de Sodoma e de Gomorra e todo o seu mantimento e se foram. Apossaram-se também de Ló, filho do irmão de Abrão, que morava em Sodoma, e dos seus bens e partiram". Você percebeu em que situação delicada se encontrava Ló? Por ter escolhido em primeiro lugar as campinas verdejantes do Jordão, conforme vimos no programa anterior, em 13.11, Ló foi se aproximando cada vez mais de Sodoma e Gomorra e depois começou a morar lá. Então, além da frouxidão espiritual daquele povo, que era pecador diante do Senhor, Ló envolvendo-se com eles foi penalizado por essa guerra.
Podemos conjecturar que a guerra se deu por motivos comerciais, pois na localidade havia muitos poços de betume, que em palavras de hoje quer dizer, que havia na localidade muito petróleo. Mas, será que lá naquele tempo já havia procura por esse bem tão precioso, como em nossos dias? Com certeza não como acontece atualmente, mas, devemos perceber que o betume era usado na calefação das embarcações e certamente em outros tipos de construções que necessitavam de vedação completa. Você se lembra de que a Arca de Noé foi assim betumada e que Moisés foi colocado no rio Nilo num cestinho betumado? Então, o betume era valioso e, a motivação da guerra pode ter sido comercial e assim Ló também foi envolvido pois, sendo muito rico, chamou a atenção daqueles reis gananciosos.
Querido amigo, chegamos agora na segunda parte do capítulo 14 onde verificaremos o envolvimento de Abrão nessa situação. Abrão, com certeza, envolveu-se porque Ló, o seu sobrinho havia sido levado cativo. Vimos que esses 4 reis orientais levaram presos os reis de Sodoma e de Gomorra e que Ló também foi levado cativo. Mas, querido amigo, pergunta-se: Como foi que Abrão soube e se envolveu nesses acontecimentos?
Abrão que demonstrava uma fé crescente no Senhor se colocou numa guerra arriscada, sem que estivesse sido envolvido diretamente, porque queria libertar o seu sobrinho Ló. Mais uma vez ele demonstrava o seu cuidado por esse sobrinho que tinha perdido o seu pai, Harã e, que, provavelmente tinha ficado sob sua responsabilbidade. Como veremos nos versos posteriores a vitória de Abrão foi surpreendente, porque, foi obtida diante de uma confederação de quatro reis saquearores que mantiveram os cinco reis derrotados servindo-os pelo espaço de doze anos, conforme vimos no vr. 4. O envolvimento de Abrão nessa guerra e a sua vitória começaram porque ele foi avisado da tragédia. Assim diz o verso 13: "Porém veio um, que escapara, e o contou a Abrão, o hebreu; este habitava junto aos carvalhais de Manre, o amorreu, irmão de Escol e de Aner, os quais eram aliados de Abrão". Podemos ver, prezado amigo, que Abrão tinha um grupo de homens com ele. Abrão foi se relacionando com os antigos moradores da terra e assim tinha companheiros com quem podia contar nessss horas de incertezas.
Mas, o verso 14 nos diz o seguinte: "Ouvindo Abrão que o seu sobrinho estava preso, fez sair 318 homens dos mais capazes, nascidos em sua casa, e os perseguiu até Dã". Pelo número de servos que Abrão tinha, pode-se ver que ele era realmente rico. Na sua própria fazenda ele tinha 318 empregados preparados para essa situação de emergência. Naturalmente, podemos supor que esses homens eram casados e tinham pelo menos um filho. Então, Abrão tinha mais do que esses 318, porque estes eram apenas aqueles que estavam preparados para entrar numa guerra e lutar. Deveriam haver muitas mulheres, muitas crianças, assim como muitas pessoas idosas sob sua responsabilidade. De fato, Abrão era um homem abençoado por Deus. Então, o verso 15 nos mostra que além de ser rico, Abrão também era inteligente. Ele elaborou uma estratégia para libertar seu sobrinho Ló. Diz assim o versículo: "E repartidos contra eles de noite, ele e os seus homens feriu-os, e os perseguiu até Hobá, que fica a esquerda de Damasco". Abrão os perseguiu até o norte de Damasco com uma estratégia militar muito boa e, assim ele conquistou a vitória. O inimigo correu, deixando atrás de si, o povo que havia sido capturado. E como vemos, Abrão conseguiu resgatar tudo o que havia sido perdido. O texto dos versos 16 e 17 diz assim: "Trouxe de novo todos os bens, e também a Ló, seu sobrinho, os bens dele, e ainda as mulheres, e o povo. Após voltar Abrão de ferrir a Quedorleomer e aos reis que estavam com ele, saiu-lhe ao encontro o rei de Sodoma no vale de Savé, que é vale do Rei".
Aqueles reis haviam levado Ló, as mulheres e o povo como escravos. Eram reis impiedosos. Mas, quando enfrentaram Abrão e seus homens, foram derrotados e fugiram. Esta ação do patriarca impressionou muitos aos reis de Sodoma, e aos outros que foram presos. E, a atitude do rei de Sodoma procurando Abrão para encontrá-lo certamente foi com a motivação de agradecer-lhe e oferecer-lhe gratificações. Quando contamos com a presença de Deus podemos ser ousados e sermos bênção para outras pessoas libertando-as dos seus problemas. Haverá gratidão delas, mas devemos louvar a Deus que nos possibilitou sermos usados por Ele. É essa atitude que veremos nos próximos versos, no encontro de Abrão com Melquizedeque.
Querido amigo, chegamos assim, à parte final do nosso texto, nos versículos 18 a 24. Então, preparando-nos para o final do nosso programa, vamos analisar esses versos e perceber as lições que eles nos ensinam.
O texto dos versículos 18 a 21 diz assim: "Melquisedeque, rei de Salém, trouxe pão e vinho; era sacerdote do Deus Altíssimo; Abençoou ele a Abrão e disse: Bendito seja Abrão pelo Deus Altíssimo, que possui os céus e a terra; e bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus adversários nas tuas mãos. E de tudo lhe deu Abrão o dízimo". Que relato interessante, não é mesmo? Quem era esse personagem e de onde veio este homem chamado Melquisedeque? Diz que ele era rei de Salém, mas que ao mesmo tempo ele era sacerdote do Deus Altíssimo. E como foi que ele chegou a conhecer o Deus Altíssimo? Deus era realmente o único para Melquiseque? Alguns critícos entendem que havia monoteísmo antes do politeísmo. Em outras palavras, todos os homens têm o conhecimento do Deus vivo e verdadeiro. É o que o apóstolo Paulo diz em Rm 1.18 em diante quando afirma que os homens conhecem a Deus, mas não o glorificam como Deus, como Criador. Mas, aqui temos Melquisedeque. Ele era um sacerdote. Ele, naturalmente teve um conhecimento correto do Deus vivo, do Deus verdadeiro. E veio trazendo vinho e pão para o patriarca Abrão, exatamente aqueles dois elementos da comunhão da ceia memorial. Agora, o que ele tinha em mente quando trouxe aqueles dois elementos? Melquisedeque é mencionado 10 vezes nas Escrituras. Além dessa referência aqui em Gênesis 14.18, temos uma referência a Melquisedeque no Salmo 110.4 onde lemos: "Tu és sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque". Depois vamos encontrar outras referências na carta aos Hebreus, nos capítulos 5, 6 e 7. Focalizaremos este interessante personagem quando chegarmos lá, mas naturalmente vai demorar muito. Então, vale fazermos algumas observações a respeito dele agora. Nada sabemos a respeito da origem de Melquisedeque. Não se menciona a sua genealogia. E, isto é realmente estranho, porque temos visto e dito, que, o livro do Gênesis é o livro das genealogias, é o livro das famílias, das informações sobre as gerações. Nós sabemos que ele apareceu assim para ser um tipo da pessoa de Cristo, que também não teve princípio, nem terá fim. Falando sobre Melquisedeque, o autor da epístola aos Hebreus em 7.1 a 3 diz que este sacerdote era um tipo de Cristo, que naturalmente fez o serviço de um sacerdote, como aqueles da posterior ordem de Arão, da ordem dos levitas. Cristo, como sumo-sacerdote pertencia a ordem sacerdotal de Melquisedeque porque assim como este antigo sacerdote não tinha origem humana e nem fim dos seus dias. Melquisedeque trouxe pão e vinho para Abrão. Quando instituiu a ceia memorial, Jesus ofereceu pão e vinho aos discípulos e a todos os crentes de todos os tempos, como símbolos do seu corpo partido na cruz por nós, e do seu sangue derramado para a remissão dos nossos pecados.
O sacerdócio de Arão era só para o povo de Israel, porém o sacerdócio de Melquisedeque era um tipo do sacerdócio universal de Cristo para todas as nações.
Mas voltemos, prezado amigo, ao capítulo 14 de Gênesis. No verso 21 lemos o seguinte: "Então disse o rei de Sodoma a Abrão: Dá-me as pessoas, e os bens ficarão contigo. Mas Abrão lhe respondeu: Levanto a mão ao Senhor, o Deus Altíssimo, o que possui os céus e a terra, e juro que nada tomarei de tudo o que te pertence, nem um fio, nem uma correia de sandália, para que não digas: Eu enriqueci a Abrão; nada quero para mim, senão o que os rapazes comeram e a parte que toca aos homens Aner, Escol e Manre que foram comigo; estes que tomem o seu quinhão".
Aqui está, prezado amigo, o testemunho de Abrão diante do rei de Sodoma. Abrão estava disposto a mostrar a sua fé em Deus, e não se comprometer com aquilo que um rei pagão e infiel a Deus queria lhe dar. Abrão queria receber de Deus a recompensa por ter defendido aqueles que haviam sido injustamente levados cativos. Não queria ele um pagamento humano. Deus lhe recompensaria. E além disto, prezado amigo, ele tinha recebido a bênção de Deus, por meio de Melquisedeque, o sacerdote do Deus Altíssimo. Aquele oferecimento do rei de Sodoma foi indiscutivelmente uma tentação para o patriarca, mas felizmente, Abrão já estava preparado devido aquele encontro inspirador que teve com o sacerdote de Deus. Vemos aí, que Deus prepara os seus servos para enfrentarem as tentações. Abrão saiu de cabeça erguida de diante do rei de Sodoma, após ter rejeitado os seus oferecimentos. Abrão tinha ao seu lado o Deus que criou os céus e a terra e, demonstrando novamente a sua generosidade e o seu interesse nos outros disse que os rapazes que o acompanharam deveriam ser pagos. Era muito justo que Abrão intercedesse pelos que com ele lutaram na defesa daqueles reis. Mas quanto a ele, Abrão, não queria receber absolutamente nada para si mesmo. Ele confiava em Deus.
Querido amigo, chegamos assim ao final de mais um programa. Quantas lições! Espero que você possa, capacitado pelo Espírito Santo, aplicá-las em sua vida. Ore e peça ao Senhor a mesma ousadia de Abrão e a possibilidade de você ser bênção para aqueles que o cercam.
Daqui a instantes, ao encerrarmos o programa daremos o nosso endereço. Anote-o e nos escreva. Espero sua companhia no próximo programa. Deus te abençoe.

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