quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Através da Bíblia - Números 5

Números 5
Olá amigo, estamos iniciando mais um programa da série "Através da Bíblia". Você que tem nos acompanhado sabe que temos por propósito estudar toda a Palavra de Deus. Fazemos isso porque Deus tem nos chamado para proclamar com integridade a Sua genuína Palavra e porque vocês têm escrito perguntando sobre o significado de vários textos. As correspondências que vocês enviam demonstram carinho e amizade cristã. Quero incentivá-lo a nos escrever sobre questões de interpretação ou sobre suas boas experiências no estudo da Palavra. Foi sobre essas experiências que recebemos um e-mail do nosso ouvinte A.C. de São Luiz do Maranhão que nos diz: “Agradeço a oportunidade de aprender mais de Deus através do programa Através da Bíblia. Agradeço a Deus pela vida do Pr.Itamir Neves. Também aproveito a oportunidade para perguntar como fazer o download dos programas”. Querido irmão, louvamos a Deus por sua vida e por sua fidelidade em estudar a Sua Palavra. Certamente Deus tem lhe recompensado. Como temos respondido estamos preparando os materiais de apoio para disponibilizarmos aos que têm interesse em adquiri-los. Estamos trabalhando na confecção de um comentário para cada livro bíblico já estudado e também na confecção de CDs com as gravações dos programas já transmitidos. Tão logo estejam prontos faremos ampla divulgação. É só aguardar mais um pouco. Agradeço a disposição de muitos de vocês em orar por nós e é para isso que temos convocado a todos vocês, a se unirem em oração em favor desse projeto desafiador. É exatamente para orarmos que te convido agora. Vamos orar: “Pai querido, obrigado pela tua direção e pela misericórdia que tu nos dás. Pedimos a iluminação do Teu Espírito para o programa de hoje. Que ele sirva para edificação de cada um dos nossos ouvintes. Pai pedimos isso baseados na Tua misericórdia, em nome de Jesus. Amém”.
Querido amigo hoje temos a tarefa importante de estudarmos os 31 versos do cap.5 de Nm. Hoje vamos entrar em assuntos novos, diferentes daqueles que dos capítulos anteriores. Até agora vimos o povo se preparando para começar a sua marcha pelo deserto e como tudo foi bem orientado por Deus. Esta marcha pelo deserto bem lembra a experiência da igreja no mundo. Ela aqui é peregrina e marcha para pátria celestial. Assim como o povo no deserto tinha de enfrentar dificuldades, inimigos, riscos, assim também é com a igreja. Devemos marchar neste mundo sempre lembrando de que Cristo está presente, assim como Deus esteve presente com o seu povo no deserto por meio do tabernáculo bem no meio do arraial. O tema do capítulo 5 de Números é a necessidade da pureza, da santidade no arraial israelita. Para nos aprofundarmos bem neste texto que trata desse assunto tão importante sugiro que você tenha sua Bíblia aberta e anote as sete divisões que faremos para entendermos melhor todo o conteúdo.
Em 1º lugar, nos vs.1-4, temos a ordem de manter o arraial incontaminado.
Querido amigo, para entendermos bem estes versos são necessárias algumas considerações: 1)Entre os impuros que deveriam ser retirados do arraial israelitas em 1º lugar estavam os leprosos, conf. as ordens de Lv 13 e 14. 2)Em seguida deveriam também ser retirados do arraial os que sofriam de secreções, cf. Lv. 15. 3) Também deveriam ser lançados fora do arraial os que tivessem se contaminado por terem tocado em algum morto, cf. Lv 5 e 21. 4)O conceito de pureza era mais forte do que qualquer diferença entre os israelitas, por isso tanto homens como mulheres que estivessem nessa condição deveriam ser tirados do arraial. 5)A razão clara para esse procedimento era a presença de Deus no meio do arraial, junto ao povo. 6)O Deus santo ordenara e os israelitas obedeceram. 7)O povo de Deus precisa se manter em condições de santidade e pureza para servir ao Senhor. Você entende que estas medidas aqui são apenas higiênicas? Não. Aqui há uma grande lição espiritual para nós hoje. Todo pecado deve ser tirado do meio do povo de Deus. As vidas dos cristãos devem estar puras. Qualquer pecado em nossas vidas deve ser confessado para não contaminar todo o povo. É necessário lembrarmos de como o pecado de Acã trouxe a derrota para todo Israel. Como vai a sua vida? Ele tem servido de edificação, de bênção ou maldição para os seus irmãos? Avalie-se diante de Deus!
Em 2º lugar, nos vs.5-10, temos a ordem da restituição do pecado cometido.
Façamos algumas observações: 1)Deve-se notar em 1º lugar, cf. o v.6 que qualquer pecado em que caem os homens esse pecado ofende a Deus. Tanto naqueles dias como nos dias de hoje qualquer pecado que cometamos fere o coração de Deus. 2)Também, cf. o v. 6, o pecado cometido traz ao pecador a sentença de culpado. 3)Para estar novamente em ordem com Deus o pecador deveria confessar o seu pecado, cf. v.7. 4)Ainda cf.o v.7, além da confissão deveria haver restituição e ainda mais, deveria haver a restituição com um acréscimo de 20% a ser entregue ao ofendido, pelo prejuízo que ele sofrera. 5)Quando o ofendido tivesse morrido e não tivesse parente próximo então a restituição seria feita ao sacerdote que ficaria com a mesma. 6)Além de devolver o que fora pegado, deveria se oferecer um carneiro expiatório, e também outras ofertas, as quais também ficariam com o sacerdote. 7)Esse caso se referia aos pecados internos ou não públicos, não visíveis à comunidade. Diferente dos impedimentos por causa da impureza visível, aqui nesses versos os pecados que não notórios aos demais israelitas também deveriam ser acertados sob a pena de toda a comunidade sofrer. A graça de Deus que assegura total perdão quando confessamos nossos pecados não poderia ser menosprezada, pois não há nada mais insensato que tentar esconder de Deus, aquelas atitudes e pensamentos que Ele tão bem pode perceber em nossa intimidade. Quando erramos contra os outros e ofendemos o coração de Deus, pedir desculpas não é o suficiente! Zaqueu nos deu uma mostra de como demos proceder. Querido amigo, você tem sido transparente diante do Senhor e dos seus irmãos? Essa é nossa responsabilidade!
Em 3º lugar, nos vs.11-15, temos a ordem quando houver suspeita de infidelidade conjugal.
Esta lei, que para nós parece estranha, servia tanto de uma séria advertência para uma mulher propensa a cometer adultério como servia de proteção para uma mulher inocente cujo marido era ciumento e desconfiado.
É difícil vermos nas Escrituras as descrições dos rituais religiosos tão claramente detalhados como esse que vamos estudar. Nessa narrativa até as palavras que deveriam ser pronunciadas foram registradas. Esse era um ritual para determinar a culpa ou a inocência de uma mulher suspeita de adultério. Tanto para punir a sua culpa pelo pecado cometido, como, ao mesmo tempo inocentar, deixando-a livre de qualquer suspeita não tendo cometido pecado esse ritual, mesmo que para nós pareça estranho, para os israelitas, naqueles dias, no deserto, à caminho da Palestina, era de fundamental importância, pois para o Senhor, a santidade do seu povo era algo inegociável.
Façamos então, algumas observações: 1)Quando houvesse qualquer suspeita de infidelidade conjugal o marido juntamente com sua esposa deveria procurar o sacerdote para oferecer uma oferta que indicaria o que de fatos estava acontecendo. 2) Mas, diante desse procedimento surge uma pergunta importante: por que a mulher inocente tinha que se submeter e enfrentar todo esse processo por causa do marido desconfiado? A resposta que tem sido dada para essa questão, como já sinalizamos é que todo esse processo servia como proteção para esta mulher que era alvo de uma suspeita. Esse teste protegia a mulher, pois, se a suspeita continuasse o marido, cheio de ciúmes, poderia até ferir sua esposa. Assim esse procedimento evitava um mal maior. 3)A oferta entregue ao sacerdote era de um décimo de um efa de farinha de cevada, sem azeite e sem incenso, como um oferta de manjares de ciúmes, oferta memorativa, isto é, revelatória da verdade sobre a suspeita do pecado. 4)Mas, surge uma outra questão interessante: Por que aqui não fala do homem, do marido ser suspeito desse pecado? Será que a Bíblia faz vista grossas para o pecado do homem? Será que Deus trata o homem de modo diferente? O que é pecado para a mulher não o é para o homem? 5)Certamente que o é. Aqui não fala do pecado de adultério da parte do homem, nem do castigo do homem porque já tínhamos abordado este assunto quando estudamos Êx 20.14 e Lv 20.10 e iremos estudar novamente quando chegarmos em Dt 5.18 e 22.22-24. De forma que nos 4 livros da lei encontramos a Palavra de Deus condenando o pecado de adultério, tanto praticado pela mulher, como pelo homem. 6)E o castigo determinado para tal pecado era o mesmo, tanto para a mulher como para o homem: era o castigo da morte por apedrejamento. A Bíblia não tem dois pesos e duas medidas, para tratar de modo diferente as pessoas diante de uma mesma transgressão. 7)Mas, porque não aparece uma advertência para o homem neste texto que estamos estudando? Alguns estudiosos respondem essa pergunta dizendo que aqui temos um simbolismo da igreja. Então, alguém poderia perguntar: a igreja pode cometer adultério? Sim, infelizmente, sim! Figuradamente, a igreja pode cometer adultério todas as vezes que ela se associa com os pecados do mundo, com o mundanismo. Quando a igreja está sendo infiel a Cristo, quando está pecando por comissão ou por omissão, quando não expõe a sã doutrina, ela esta adulterando. Querido amigo, a sua igreja tem sido fiel ao Senhor Jesus? Você que é parte da igreja tem sido fiel ao evangelho de Cristo? Ou você tem flertado com o mundo? Obediência, amor e fidelidade são nossas responsabilidades para com o nosso Senhor!
Em 4º lugar, nos vs.16-22, temos as diretrizes a serem seguidas para obtenção de purificação pela suspeita de infidelidade conjugal.Vamos observar as etapas:
1)O sacerdote deveria colocar essa mulher suspeita diante do Senhor. Deveria colocar água sagrada num vaso de barro e colocaria pó do chão do tabernáculo misturando-o na água. 2)O sacerdote soltaria o cabelo da mulher e colocaria sobre suas mãos a oferta revelatória, significando que ela estaria transparente diante do Senhor. 3)Esta água amarga ainda nas mãos do sacerdote, certamente produzia na mulher um efeito psicológico muito profundo, capaz de provar se ela havia ou não cometido o pecado de adultério. 4)O sacerdote lhe faria jurar, certamente diante Deus, do marido e dele, sacerdote que a suspeita de adultério era infundada. O sacerdote deveria afirmar que ela ficaria livre daquela água se estivesse contando a verdade. 5)Cf. o v.20, por outro lado, o sacerdote a faria jurar que se estivesse mentindo o Senhor a faria objeto de maldição e de desprezo no meio do povo. 6)Isso ocorreria através do inchaço da barriga e da descaída da coxa, que quer dizer, impedimento de gerar filhos. 7)O juramento deveria assinalar que a água traria maldições e a mulher deveria dizer Amém, Amém concordando com o julgamento.
Em 5º lugar, nos vs.23-26, temos a orientação para beber a água da maldição no caso de suspeita de infidelidade conjugal.
Nesses versos temos os seguintes procedimentos: 1)O sacerdote registraria as maldições num documento e depois as lavaria na água amarga. 2)O sacerdote faria a mulher beber a água amarga que traz a maldição. 3)A água uma vez ingerida provocaria um amargo sofrimento na mulher suspeita. 4)O sacerdote pegaria a oferta de cereal pelo ciúme, como oferta revelatória das mãos da mulher. 5)O sacerdote a moveria perante o Senhor e a colocaria sobre o altar. 6)O sacerdote pegaria uma parte da oferta e a queimaria sobre o altar. 7)O sacerdote faria a mulher beber a água.
Em 6º lugar, nos vs. 27-28, temos a conseqüência do pecado da infidelidade conjugal. Façamos mais algumas observações:
1)Se a mulher sobre quem recaísse suspeitas tivesse se contaminado, sendo infiel ao seu esposo, ao tomar da água que traz a maldição ela sofreria amargamente. 2)Fisicamente ficaria com a barriga inchada. 3)Fisicamente ficaria também com a coxa descaída, ou seria incapaz de gerar filhos. 4)Se fosse culpada se tornaria maldição entre o povo. 5)Mas, se esta mulher passasse pelo teste, seria considerada inocente, seria perdoada, ficaria livre de qualquer culpa. 6)Se nada acontecesse com o seu físico, após beber aquela água amarga então estaria completamente livre de qualquer suspeita. 7)A inocência dessa mulher lhe daria totais condições de gerar filhos e assim ser considerada abençoada.
Querido amigo devemos nos lembrar que no Oriente, naquela época, negar a uma mulher a possibilidade de gerar filhos era condená-la ao escárnio público. Como a mulher naqueles dias era valorizada apenas através da geração de filhos, condenar uma mulher a não ter filhos seria uma maldição, mas em contraste, declarar uma suspeita inocente e com a possibilidade de gerar filhos era considerá-la abençoada!
E, finalmente em 7º lugar, nos vs.29-31, temos o resumo da lei sobre a infidelidade conjugal.
Em casos de ciúmes descontrolado, ou, em casos de suspeita de infidelidade conjugal, o casal deveria ir diante do sacerdote colocando-o a par do assunto. O sacerdote colocaria aquela esposa diante do Senhor e a faria passar por todo esse processo para se verificar ou não a culpa da mesma.
Um sumário deste ritual pode nos ajudar didaticamente. Resumimos em 10 passos:
1.O marido que suspeita traria a sua esposa e entregaria a oferta de manjares ao sacerdote, v.15;
2.O sacerdote levaria a mulher até o pátio do tabernáculo, diante do Senhor, v.16;
3.O sacerdote tomaria um vaso de barro, colocaria água nele, misturando-a com o pó do chão do tabernáculo, v.17;
4.O sacerdote voltaria a mulher, soltaria a sua cabeleira e colocaria a oferta de manjares na mão da mulher, v.18;
5.Tendo em sua mão a água, o sacerdote recitaria a maldição para a mulher e ela deveria concorda com a mesma, v.19-22;
6.O sacerdote escreveria as maldições e então as lavaria com água santa, v.23;
7.O sacerdote tomaria a oferta de manjares da mão da mulher, e queimaria parte dela no altar, v.25-26;
8.A mulher deveria beber a água, v.26b;
9.A água afetaria a mulher se ela fosse culpada, v.27-28
10.A água não afetaria a mulher se ela fosse inocente e a mulher ficaria livre e com possibilidade de gerar filhos, v.28b.
Querido amigo, certamente se cria que Deus supervisionava todo esse processo revelando a situação daquela mulher, indicando a sua culpa ou a sua inocência.
Ainda, em relação ao vr. 31 que afirma que qualquer que fosse o resultado obtido por sua esposa, o marido estaria livre de iniqüidade, alguns levantam uma última questão: Por que não havia testes para o homem suspeito de adultério? Devemos lembrar que este teste servia como proteção para a mulher inocente, mas em relação ao marido essa proteção não era necessária. Numa sociedade e numa cultura dominada pelos homens, as mulheres eram particularmente vulneráveis à violência doméstica, o que não acontecia com os maridos, pois naqueles dias e naquela sociedade era impensável uma mulher levantar a mão para agredir o seu marido. Entretanto, se o adultério do marido fosse descoberto, então a punição para esse marido adúltero e a mulher que com ele se relacionou era a pena de morte, uma punição já prescrita na lei, que tivemos oportunidade de comentar quando estudamos Lv.20.10 no qual lemos: “Se um homem adulterar com a mulher do seu próximo, será morto o adúltero e a adúltera”.
Muito bem, querido amigo depois de todas essas considerações o que fica claro é que Deus faz muita questão na sua Palavra, da fidelidade do casal. Deus não tolera o adultério e o condena com máximo rigor. Em nossos dias tem se verificado um afrouxamento moral muito grande na moral dos lares e certamente esta é uma das razões pelas quais os problemas mais angustiantes dos nossos dias são percebidos no ambiente do lar. Deus não pode abençoar uma família onde está havendo a infidelidade de um dos cônjuges. A mão de Deus pesa severamente sobre tal pessoa e sobre tal família. Não é possível haver uma moral frouxa!
Querido amigo, você é casado? Então, como vai a sua vida com seu cônjuge? Você tem sido fiel? Lembre-se que no NT não é pecado somente o ato físico, mas quando imaginamos ou cobiçamos em nossos pensamentos já estamos pecando. Jesus conhece o seu coração. Você tem mantido a sua santidade? E você, é solteiro? Lembre-se de que os pensamentos impuros também são condenados pelo Senhor! Tanto a fornicação, quanto o adultério são pecados condenados pelo Senhor! Lembre-se do texto de 1Ts 4.3-5, 7: “Pois esta é a vontade de Deus: a vossa santificação, que vos abstenhais da prostituição; que cada um saiba possuir o próprio corpo em santificação e honra, não com o desejo de lascívia, como os gentios que não conhecem a Deus... porquanto Deus não nos chamou para a impureza, e sim para a santificação.
Bom, chegamos assim ao final de mais um tempo de estudos.
Sou grato por sua companhia e também sou grato a Deus por sua capacitação.
Peço a Deus que você possa aplicar em sua vida as lições e os desafios recebidos.
Deus te abençoe.
Um abraço.

© 2014 Através da Biblia

Um comentário:

  1. muito bom, excelente explicação, que Deus continue abençoando vosso ministério! um grande abraço

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