sábado, 2 de agosto de 2014

Atraves da Bíblia - Levítico 16

Levítico 16
Olá amigo, estamos iniciando mais um programa da série "Através da Bíblia" com nossos corações cheios de alegria, aquela alegria que só o Senhor Deus nos dá. Alegramo-nos pela maneira carinhosa que temos sido tratados por você, pois através das cartas e emails que recebemos percebemos essa comunhão que só existe quando pertencemos à mesma família. E hoje quero registrar a carta do JBCB, irmão da cidade de Marataca, no estado da Paraíba. Essa é parte da sua mensagem: "Queridos irmãos do Através da Bíblia, escuto quase que diariamente no horário noturno, pela HCJB. Este programa tem me trazido edificação... Gostaria de ter cópias deste programa. Fiquem com Deus". Querido amigo, somos gratos por essas palavras tão bondosas. De fato, temos pedido a Deus que use o que aqui é transmitido para moldar o nosso caráter ao caráter de Jesus Cristo. Como temos avisado outros irmãos quero mais uma vez agradecer o interesse pelo programa e dizer que estamos providenciando a elaboração dos materiais complementares do programa, o CD de áudio e também os estudos em formato de livro. Agora, te convido para aquele momento especial em que elevamos os nossos pensamentos para falarmos com Deus. Vamos orar: "Pai querido, chegamos à tua presença agradecidos porque a tua misericórdia dura para sempre. Agradecidos porque a tua misericórdia se renova constantemente sobre as nossas vidas. Agradecidos porque pela tua misericórdia, Senhor, apaga de nós as nossas transgressões. Senhor, conforme a tua vontade, atende a necessidade de cada um de nós que te buscamos nessa hora. Senhor, conceda-nos também a iluminação do teu Espírito para essa hora de estudo. Nós oramos, em nome de Jesus, Amém!”
Querido amigo, hoje temos diante de nós a tarefa de estudarmos os 34 versos do capítulo 16 de Levítico.
As ordenanças que aqui aparecem talvez fossem a mais importante e característica de toda a legislação mosaica. Na lei das ofertas a parte distintiva, diferente, era a oferta pelo pecado; e era na grande comemoração anual do Dia da Expiação que os conceitos incorporados nessa oferta pelo pecado obtinham o seu mais completo desenvolvimento. Os rabinos chamavam esse dia de “yoma”, isto é, “o dia”!
O capítulo 16 pode ser considerado um capítulo de luz, porque fala da solução divina para os nossos pecados. Este capítulo trata do grande dia da expiação: o Yom Kippur. Encontramos aqui grandes lições espirituais para nós. Vimos até agora que os assuntos tratados em Levítico foram ofertas, sacrifícios, sacerdotes e pecado. Mas nem ofertas, nem sacrifícios, nem sacerdotes resolveram completamente a questão do pecado. Entretanto chegamos às normas que apresentavam uma resolução para essa condição triste do ser humano, para o problema do pecado. O grande dia da expiação nacional proporcionava a solução para esse problema.
Este dia apontava de uma maneira bem específica e adequada para a obra redentora de Cristo. Aliás, esse dia era mais uma sombra do trabalho redentor de Jesus Cristo. É como o apóstolo Paulo disse em Cl 2.16-17: "Ninguém, pois, vos julgue por causa de comida e bebida, ou dia de festa, ou lua nova, ou sábados, porque tudo isso tem sido sombra das coisas que haviam de vir; porém o corpo é de Cristo”. Como você sabe uma sombra é uma figura, uma semelhança, uma representação de algo real. A sombra não substitui a realidade representada. Ela simplesmente aponta para a realidade.
Ao comentar sobre esta data especial, muitos estudiosos afirmam que o significado deste dia merece o nosso estudo cuidadoso também porque os rabis daquele tempo, e também de épocas posteriores que eram judeus estudiosos da lei dada por Moisés, entendiam que as regulamentações sobre esse dia eram demais importantes.
Quando nos detemos sobre esse capítulo para estudá-lo profundamente encontramos informações que nos ajudarão na percepção dos detalhes tão importantes e relevantes para os nossos dias. Você achou estranho eu mencionar que os detalhes do texto são relevantes para os nossos dias? Pois, bem, esse Yom Kippur, esse “dia do perdão” tinha uma importância tão grande que até hoje os judeus ortodoxos, que não aceitam Jesus como Messias de Israel ainda celebram anualmente esse dia. Mas ao mesmo tempo, aqueles que reconheceram Jesus como o Messias prometido, logo depois do sacrifício de Jesus sentindo-se livres desvencilharam-se desse dia, pois entenderam que o verdadeiro perdão quem pode dar é só Jesus Cristo. Portanto, esse dia é cheio de significados e precisamos conhecê-los para entendermos ainda mais o caráter santo de Deus.
Vamos então fazer as considerações necessárias sobre “O GRANDE DIA DA EXPIAÇÃO NACIONAL”
Em 1º lugar vamos ver a NATUREZA desse SACRIFÍCIO DA EXPIAÇÃO NACIONAL. Vamos considerar 5 detalhes:
1)Era um sacrifício anual - provavelmente para não transmitir a idéia de uma entrada fácil (e assim sem resposta) na presença de Deus.
2)Era uma festa solene de salvação - para isso o sacerdote devia estar puro. Na manhã seguinte a primeira atividade que deveria acontecer era a sua lavagem cerimonial, a sua purificação.
3)Era o ápice de todo o cerimonial e de todos os livros do Pentateuco. Era o ponto alto da Lei.
4)Era a maior profecia que apontava para o sacrifício de Cristo, assim como vemos em Isaías 53.
E, em quinto lugar, 5)Por sua natureza, esse grande dia de expiação nacional tornou o NT compreensível. Sem ele o NT seria ininteligível ou até não existiria.
Por exemplo, Romanos, Galátas ou Hebreus e passagens de outras cartas, como Colossenses 2 todos estes trechos seriam ininteligíveis sem essa cerimônia porque no NT temos a continuação das idéias desse grande dia de salvação. Aqui temos a base, no NT o fato em si consumado.
Em 2º lugar vamos ver os detalhes relativos ao RITUAL e, aqui também vamos fazemos 5 observações:
1)Esse ritual acontecia numa data fixa mas num dia indeterminado. Aos 10 dias do sétimo mês, necessariamente não acontecia só no sábado. Poderia cair esse 10º dia em qualquer dia da semana, na verdade, em qualquer dia que caísse seria um sábado de descanso, destacando então, não um dia específico mas, a importância da comunhão com Deus como algo fundamental na relação homem-Deus (16:29-31).
2)Seria um dia de tristeza, de contrição, de afligir as almas, isto é, de profunda reflexão interior, não trazendo nenhuma idéia de afligir o corpo, como ainda hoje muitos fazem, martirizando-se, pensando assim que ganham méritos diante de Deus. Por que deveria haver essa aflição de almas? Pelos pecados cometidos. Era um dia para se recordar como tinha sido a vida até ali. Tinha sido uma vida agradável a Deus ou tinha se desagradado o Senhor? A alegria só ocorreria porque haveria perdão (16:30). É... é isso mesmo... temos que refletir, temos que pensar no que fizemos, como entristecemos a Deus. O arrependimento vem após a necessária reflexão sobre o que fizemos e o que praticamos.
3)Diante da grande importância dessa data, esse dia era o sábado dos sábados. Era o dia de descanso. Ninguém trabalhava, judeu ou gentio que morasse em Israel não poderiam desenvolver qualquer atividade que não fosse o serviço de culto a Deus. Era só para o serviço do culto. Nada deveria desviar a mente do povo desse acontecimento marcante. Nessa ocasião a tristeza e o jejum deveriam representar a culpa pelo pecado.
4)A importância desse dia se revestia de tão grande significado que até a vestimenta do sumo sacerdote era diferente.
Em relação as suas vestes – ele tinha que trocar as vestes gloriosas de todos os dias, pelas vestes sagradas: Todas as peças eram brancas: simbolizando a pureza. Em relação ao seu corpo – como vimos acima, ele devia banhar-se em água limpa, antes do ritual.
E, em 5º lugar, 5)Em relação aos animais para o sacrifício, além de oferecer sacrifícios expiatórios e dedicatórios por si mesmo e sua família, ele deveria oferecer sacrifícios pela congregação. Dois bodes deveriam ser oferecidos pelo povo, e mais um carneiro; um dos bodes era para Deus e o outro bode, o bode emissário seria levado o deserto. Este bode era deixado no deserto “afastando o pecado do povo”. Ele não era morto no arraial. Este bode retirava os pecados do povo da presença de Deus, e da presença do próprio povo.
Querido amigo, como é possível perceber esse era um dia muito especial, um dia de profundo significado, pois era um dia de expiação. Assim, nesse dia especial Israel apresentava-se a Deus e buscava e obtinha o seu perdão para mais uma etapa de sua vida.
Neste dia o pecado era tratado de uma maneira mais adequada e satisfatória do que em qualquer outra cerimônia do sistema mosaico. O versículo 16 deste capítulo nos mostra que nesse dia eram tratados todos os pecados, ou seja, todos os pecados do povo. O sumo sacerdote deveria fazer expiação por causa das impurezas dos filhos de Israel, e das suas transgressões, e de todos os seus pecados. E o versículo 22 disse que aquele sacrifício era por todas as iniqüidades do povo. Assim aquele bode levava sobre si todas as iniqüidades deles. De acordo com o versículo 21, o bode carregava sobre si todas as iniqüidades dos filhos de Israel, todas as suas transgressões, e todos os seus pecados. Era feita a expiação dos pecados do povo.
Essa palavra “expiação” significa literalmente “cobrir” e só em Lv aparece 52 vezes. É a palavra hebraica “kipper”. “Kipper” é palavra em hebraico que significa cobrir. Nos tempos do Antigo Testamento Deus não removia os pecados, pelo contrário, Ele os cobria, até que Cristo viesse e removesse tais pecados. E' exatamente isto o que o apóstolo Paulo disse no livro de Atos, capítulo 17 e versículo 30: "Ora Deus não levou em conta os tempos da ignorância. Agora, porém notifica os homens que todos em toda a parte, se arrependam”. Deus não levou em conta os tempos da ignorância, isto é, Ele não prestou atenção aos pecados cometidos anteriormente, Ele os cobriu. Em Romanos, capítulo 3, versículo 25, ao falar da obra de Cristo diz o seguinte: "A quem Deus propôs no seu sangue, como propiciação, isto é, como lugar de misericórdia, mediante a fé para manifestar a sua justiça, por ter Deus na sua tolerância, deixado impunes os pecados anteriormente cometidos”. O grande dia da expiação apontava para Cristo, mas não removia os pecados, isto era uma expiação. Isto cobria o pecado até que Cristo viesse. É sobre isto o que o autor da epístola aos Hebreus também se pronuncia no capítulo 9 quando fala do grande dia da expiação, pois os versículos 8 e 9 afirmam o seguinte: "Querendo com isto dar a entender o Espírito Santo que ainda o caminho do santo lugar não se manifestou, enquanto o primeiro tabernáculo continua erguido. É isto uma parábola para a época presente; e, segundo esta, se oferecem tanto dons como sacrifícios, embora estes, no tocante a consciência sejam ineficazes para aperfeiçoar aquele que presta culto”. Esses dois versículos, querido amigo, deixam bem claro que os sacrifícios do Antigo Testamento não tinham poder real para remover os pecados. Por isso é que podemos dizer que este grande dia da expiação apontava para Cristo. E, ao apontar para Cristo, este grande dia da Levítico revela nosso Salvador como nosso grande Sumo Sacerdote, indo ao Santo dos Santos, isto é, ao lugar santíssimo, para nós.
O dia da expiação não faz nada mais do que revelar a profunda santidade de Deus, e a profunda pecaminosidade do homem. E' o que fica claro com toda a preparação e com todo o ritual que já detalhamos. Há um grande abismo entre Deus e o homem, mas este abismo não é definitivo, e graças a Deus por isso. Há uma ponte que pode unir o homem e Deus. Hoje em dia, Deus oferece encorajamento ao homem para que se volte a Ele, para que homem busque a Sua presença.
Mas, meu amigo, só podemos chegar até Deus indo pela estrada de Deus, pelo caminho de Deus. E quando você faz uso desta estrada divina, você pode chegar até ele, com muita coragem, pois ele diz que por meio de Jesus Cristo temos acesso em um Espírito junto ao pai. O convite é para ir à presença de Deus, como eu sei que você já percebeu. O escritor aos Hebreus, fala sobre isto no capítulo 10, e versículos 19 a 22: "Tendo, pois, irmãos intrepidez para entrar no Santo dos santos, pelo sangue de Jesus, pelo novo e vivo caminho que Ele consagrou pelo véu, isto é, pela sua carne, e tendo grande sacerdote sobre a casa de Deus, aproximemo-nos, com sincero coração, em plena certeza de fé, tendo o coração purificado de má consciência, e lavado o corpo com água pura”.
Isto significa, querido amigo, que devemos chegar até Deus pelo caminho que Ele mesmo determinou, e você sabe, o caminho é Jesus. Não há outra estrada, não há outro caminho para Deus. Mas quem faz uso deste único caminho que Deus determinou, chega até a presença de Deus com muita ousadia e firmeza, pois tem a certeza de que ele ouve as nossas orações. O versículo primeiro deste capítulo 16 de Levítico deixa transparecer que todas essas instruções aqui, foram dadas, porque aqueles dois jovens, Nadabe e Abiu entraram no Santo dos Santos, no lugar santíssimo, você se lembra do episódio descrito no cap. 10? O que Deus está dizendo com isto, é que nem sempre se poderia ir até a presença dEle. É naqueles dias a situação era muito complexa, pois Deus exigia total santidade. Ele continua exigindo ainda hoje essa mesma santidade, mas a grande diferença que temos para com os israelitas é que já foi feito um sacrifício suficiente, que agradou o coração de Deus. O sacrifício de Jesus é singular. Sabe por que? Porque Ele é o sumo sacerdote que oferecia o sacrifício , e ao mesmo tempo Ele foi o sacrifício perfeito, o cordeiro de Deus entregue por nós, que tira o pecado do mundo.
Por isso hoje em dia nós podemos ir até a presença de Deus a qualquer hora, a qualquer momento, estando em qualquer lugar. Como é que isto se tornou possível? Somente através de Jesus Cristo.
Um outro aspecto mais significativo ainda que acontecia nesse grande dia da expiação é que o sumo sacerdote fazia tudo sozinho, não tinha assistência de qualquer pessoa. Todos os outros sacerdotes saíam do tabernáculo. E ele sozinho entrava lá, pois o trabalho de expiação era só seu. É isso o que diz o versículo 17: “Nenhum homem estará na tenda da congregação quando ele entrar para fazer propiciação no santuário, até que ele saia depois de feita a expiação por si mesmo, e pela sua casa, e por toda a congregação de Israel”. Isto é muito importante. Xx
Este detalhe do grande dia da expiação é bastante significativo. O sumo sacerdote tinha que desempenhar sozinho as tarefas do dia da expiação. Todos os outros sacerdotes deveriam ficar de fora. E além disso ele tinha de tirar as suas vestimentas, vestimentas de glória e beleza, e tinha de vestir as roupas de linho, que qualquer outro sacerdote da época usava. Semelhantemente Jesus Cristo não apenas realizou sozinho nossa redenção, como também teve de abandonar a sua glória no céu e se fazer homem para comprar a nossa redenção. Devido ao que o sumo sacerdote fazia no dia da expiação, e ao que ele próprio era, sabemos que ele era um quadro daquilo que o Senhor Jesus fez por nós.
Querido amigo, Cristo estava sozinho carregando os pecados do mundo. As palavras de Cristo na cruz foram: "Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?" Ele foi abandonado por Deus e pelo homem quando foi feito pecado por nós. Todavia Ele e o Pai estavam agindo de comum acordo, com respeito ao plano da salvação, pois diz a Bíblia que Deus estava em Cristo, reconciliando consigo o mundo.
O dia da expiação é um grande quadro da obra redentora de Cristo que ele realizou na cruz. O apóstolo Paulo falando deste plano maravilhoso da salvação diz: "Nós pregamos o Cristo crucificado. Os judeus pedem sinais e os gregos sabedoria, mas nós pregamos o Cristo e o Cristo crucificado”. Você percebe? Não é simplesmente você crer no Mestre de Nazaré; não é simplesmente você crer em Cristo como uma pessoa perfeita. Não é simplesmente você crer na existência de Cristo, mas é crer em Cristo como seu Salvador, é crer no Cristo da cruz, no Cristo crucificado. Ah! Como precisamos dessa mensagem, como precisamos crer nessa oferta tão especial de Deus! Só assim podemos ter certeza da nossa salvação. Você crê assim?
Bom, chegamos ao final de mais um tempo de estudo e reflexão.
Minha expectativa é que você tenha aproveitado essas lições para adequar sua vida à vontade de Deus.
Escreva para nós compartilhando suas experiências.
Que Deus te abençoe.
Um grande abraço.

Nenhum comentário:

Postar um comentário