Deuteronômio 17.1-18.22
Olá amigo, estamos iniciando mais um programa da série "Através da Bíblia" e para nós é sempre motivo de muita alegria sabermos da sua companhia conosco. Obrigado por que você tem sido fiel em nos acompanhar no estudo sistemático que fazemos da Palavra de Deus. Estamos estudando nesses programas a preparação de Israel para entrar em Canaã. Hoje vamos estudar os capítulos 17-18 de DT. Certamente teremos lições importantes para aprender e aplicar em nossas vidas. Por isso sugiro a você abrir a sua Bíblia e acompanhar atentamente o estudo da Palavra eterna. Depois você pode escrever compartilhando como Deus falou ao seu coração. E é exatamente isso que a L.F. fez enviando-nos um e-mail com essas palavras: “Gostaria de congratulá-los pelo excelente trabalho que vocês realizam todos os dias através do programa Através da Bíblia, que é uma bênção. Moro em Itamarandiba, interior de MG e ouço o programa todos os dias pela net. Tenho 23 anos e acho que todos os jovens deveriam ouvir esse programa que nos ensina muito. Que Deus os abençoe” Querida irmã obrigado por suas palavras e pela convocação que você fez aos jovens. Esse é o nosso objetivo. Desejamos que através desse programa muitos sejam abençoados e desafiados a viverem de modo cada vez mais agradável a Deus, demonstrando ao mundo a realidade do reino de Deus. Agora, quero convidá-la para aquele momento importantíssimo do nosso programa, quando buscamos a presença do Senhor. Vamos orar pedindo as bênçãos divinas para esse projeto de estudo da Palavra de Deus: "Pai amado, somos gratos por tua companhia conosco e por tua misericórdia. Pai diante disso buscamos a iluminação do teu Espírito. Que o Senhor fale a cada coração. Pedimos Senhor, que tu nos dê forças para desenvolvermos esse projeto na tua dependência. Oramos em nome de Jesus. Amém!"
Querido amigo hoje o nosso alvo é estudarmos os capítulos 17 e 18 de Deuteronômio. Como já dissemos, nesse segundo discurso Moisés estava doutrinando a segunda geração sobre o funcionamento da lei referente à vida em Canaã que abrange os capítulos 12-26. E desse discurso já estudamos as Leis Religiosas Especiais nesses últimos programas, nos capítulos 12-16. E agora iniciaremos os nossos comentários sobre os capítulos 17-21 que tratam sobre as Leis Civis Especiais, e especificamente neste programa quando estudamos os capítulos 17 e 18 vamos observar orientações dos e sobre os líderes do povo de Deus.
No conteúdo dos capítulos 17-18 podemos constatar que estamos diante de um dos mais impressionantes textos de Deuteronômio, pois nestes capítulos temos as normas indicadas por Deus para os ofícios do sacerdote, do rei e do profeta. Estes ofícios eram muito importantes para o povo de Israel, pois por meio deles a teocracia, que significa o governo de Deus, foi estabelecida. Assim, Deus governou o seu povo no passado por meio desses ofícios que se tornaram símbolos para o ministério que Jesus desenvolveu nesses três ofícios: de profeta, de sacerdote e rei.
Quando estudamos o cap.17 conseguimos extrair do seu conteúdo o seguinte título: Os deveres dos líderes do povo de Deus. A frase desafiadora, a sentença que revela o princípio divino eterno, portanto relevante para nós hoje pode ser expressa através da seguinte sentença: Todo líder do povo de Deus deve ter consciência de que O representa diante do povo. Neste texto encontramos cinco deveres dos líderes na condução do povo de Deus:
Em 1º lugar, nos vs.1-7 os líderes têm o dever de condenar qualquer idólatra à morte através de testemunhas.
Embora alguns comentaristas não incluam o v.1 nesse parágrafo, por tratar ele do mesmo assunto referente a adoração ao Senhor entendi por bem considerá-lo nesse bloco. Neste verso 1 encontramos uma advertência sobre a qualidade da nossa oferta ao Senhor. Depois de muitos séculos, mesmo depois do exílio babilônico, Israel ainda não tinha aprendido a honrar ao Senhor e no último livro do Antigo Testamento, em Ml 1.8-10 vemos essa mesma advertência sendo repetida. Temos que entender que a nossa adoração, o nosso culto a Deus deve ser feito da melhor maneira possível, pois Deus exige e merece toda a honra, louvor e glória. E na seqüência dessas palavras vem a ordem clara e objetiva de punir com a morte qualquer israelita que se desviasse e adorasse a qualquer ídolo ou elemento da natureza. A ordem era para que com o testemunho de no mínimo de 2 pessoas, se fosse comprovado essa ação pecaminosa, esses que assim procedessem deveriam ser mortos por apedrejamento. Mas, conf. o v.7: [A mão das testemunhas será a primeira contra ele, para matá-lo; e, depois, a mão de todo o povo; assim, eliminarás o mal do meio de ti]. A responsabilidade das testemunhas era vital nesse processo. Somente com a confirmação delas haveria o apedrejamento, mas, além disso, somente quando elas mesmas atirassem as primeiras pedras é que todo o povo faria o mesmo. Se fosse uma falsa testemunha ela perceberia que também corria o risco de morte se fosse apanhada em sua mentira (Nm 35.30). Deus pretendia através dessa determinação alcançar 3 objetivos: 1)ao ser público o apedrejamento, queria demonstrar a gravidade do pecado da idolatria para toda a comunidade, 2)ao ser público e envolver as testemunhas, queria que os testemunhos fossem honestos e não falsos e, 3)queria eliminar por completo o mal do meio da congregação de Israel. Embora hoje não tenhamos mais a pena de morte contra a idolatria é certo que as conseqüências dessa prática não podem ser negligenciadas! Que Deus nos abençoe a permanecer fiéis e somente a Ele dedicarmos a nossa adoração!
Em 2º lugar, nos vs.8-13 os líderes têm o dever de atuar aconselhando nas decisões difíceis.
Tanto os sacerdotes, que pertenciam à família dos levitas, como os juízes escolhidos e designados para essa função deveriam atuar de modo a ajudar nas decisões dos casos jurídicos mais difíceis. No sistema israelita de governo que seria e foi durante algum tempo a teocracia, isto é, o governo de Deus sobre o povo, os sacerdotes tinham o dever de resolver as questões relativas à vida religiosa e, enquanto isso, aos juízes cabia a solução dos problemas de interesse público e social. O respeito e a obediência às determinações desses líderes escolhidos e designados deveria ser completa sob o risco de morte àquele que sendo soberbo (v.12) não se submetesse às orientações proclamadas. Então, ao mesmo tempo em que se exigia obediência às orientações e decisões, certamente, essas orientações e decisões deveriam ter como base a justiça, a equidade e a própria Lei de Deus, fazendo com que esses líderes israelitas estivessem sempre submissos ao Senhor. O que Deus queria e quer de nós, seu, povo é que todos se ajudassem mutuamente demonstrando unidade e amor nos diversos relacionamentos.
Em 3º lugar, nos vs.14-15 os líderes teriam o dever de serem escolhidos por Deus e serem conterrâneos do povo.
Sabemos que durante o período da liderança de Moisés, Josué e de todos os juízes chamados por Deus, o regime governamental era a teocracia, uma orientação direta de Deus (Jz 8.23) para esse líder e dele para o povo. Mas já prevendo a fraqueza humana, Deus orientou Moisés a dar as características de um futuro governante de Israel, que certamente seria pedido pelo povo algum tempo depois da entrada na Palestina. Deus sabia e Moisés previu que o povo pediria um rei (1Sm 8-9), mudando da teocracia para a monarquia, isto é, um sistema de governo em que um monarca dirigiria os destinos da nação. Prevendo isso Deus apresentou dois requisitos que deveriam ser obedecidos para que essa mudança ocorresse: 1)o rei deveria ser escolhido por Deus; e 2)o rei deveria ser um israelita e não um estrangeiro (v.15). Embora Deus quisesse continuar governando o povo e não desejasse que um rei humano ocupasse o Seu lugar Ele previu e permitiu essa situação como concessão ao desejo humano que efetivamente séculos depois foi constatado (1Sm 8.7). Deus quer dirigir a vida do Seu povo e Ele sabe o que é melhor para nós, porém Ele permite que façamos nossas escolhas. Que Ele mesmo nos abençoe e nos ajude a escolher sempre o melhor: Ele mesmo!
Em 4º lugar, nos vs.16-17 os líderes teriam o dever de ser humildes e simples como exemplos máximos para o povo.
Nesses versos Moisés apresenta mais dois requisitos para esses que porventura viessem a ser reis de Israel: 1)deveriam ser humildes ao invés de soberbos através da aquisição de muitos bens (cavalos), que muitas vezes estavam no lugar da escravidão (v.16); 2)deveriam ser simples na adoração ao Senhor não trazendo para si motivos para o seu coração se desviar, como o desejo de muitas mulheres e o desejo de muito ouro e prata. Deus nunca aprovou a poligamia. E nós sabemos que Salomão pagou muito caro o seu desvio dos caminhos do Senhor. Esses homens capacitados por Deus deveriam se tornar exemplos e referências para o povo. Embora tenhamos que sempre olhar para Jesus, certamente aqueles que estão nos liderando merecem que também olhemos para eles (Hb 13.7).
Em 5º lugar, nos vs.18-20 os líderes teriam o dever de submeter-se à lei de Deus como futuros reis.
Mais três requisitos foram apresentados para esses que poderiam se tornar reis: 1)deveriam escrever para si uma cópia da Lei; 2)deveriam ter essa cópia da lei sempre diante de si; e 3)deveriam ler todos os dias essa Lei para que aprendessem temer a Deus; não elevar o seu coração sobre os seus irmãos e não se desviar dos mandamentos do Senhor. Assim, os requisitos estabelecidos, agora formando um total sete deveriam ser respeitados e obedecidos [de sorte que prolongue os dias no seu reino, ele e seus filhos no meio de Israel] (v.20). Sim! Essa era a recompensa prometida por Deus para o líder que assim se comportasse. Teria de Deus a sua bênção e a sua posteridade também seria abençoada. Quando nos detemos nessas considerações, percebemos o valor desses princípios que são plenamente aplicáveis aos nossos dias. Que tenhamos a graça divina de praticá-los.
Querido amigo, dessa maneira, obedecendo esses princípios os líderes da nação de Israel e quaisquer outros líderes poderiam ajudar o povo de Deus a se organizar e desfrutar de uma vida comunitária saudável e abençoada sob a direção de Deus. Quando os líderes reconhecem que ocupam essa posição por vontade de Deus (Rm 13.1-4) e buscam em Deus sabedoria e direcionamento para as suas funções todo o povo é abençoado. Líderes governamentais, trabalhistas, sociais, eclesiásticos e familiares têm muito a aprender através desses princípios. Que Deus nos abençoe em praticá-los.
Bom, agora diante do capítulo 18 encontramos um conteúdo específico e Moisés está aconselhando a Israel sustentar, apoiar e obedecer os líderes verdadeiramente espirituais, porém deveria rejeitar inteiramente os charlatães e os falsos líderes espirituais. Como título deste capítulo podemos colocar a seguinte expressão: Os deveres para com os verdadeiros líderes. Por isso quando estudamos todo o conteúdo do capítulo, em resumo podemos perceber a seguinte frase desafiadora: Todos cristãos devem honrar a Deus apoiando da melhor maneira aos líderes que O representam entre nós. Esse conteúdo resumido é a verdade que Israel deveria viver e desenvolver no novo tempo e na nova terra. E, quando analisamos, quando detalhamos esse conteúdo encontramos cinco deveres que temos para com os líderes espirituais:
Em 1º lugar nos vs. 1-8 temos o dever de sustentar os líderes estabelecidos.
Querido amigo este parágrafo trata de um dos assuntos mais delicados no meio do ambiente religioso. Muitos dos que temem a Deus não entendem os princípios bíblicos claramente expostos sobre a responsabilidade que as comunidades têm de prover o sustento para aqueles que lhes ministram os valores espirituais. Por outro lado existem também os líderes que aproveitam de sua condição de orientadores e com sórdida ganância e não com boa vontade (1Pe 5.2) exploram as suas comunidades nessa área de sustento ministerial. Precisamos entender o princípio bíblico aqui exposto. No v.4 encontramos a palavra “primícias” repetidas por duas vezes, e, no v.5 e 7 a palavra “ministrar” também é repetida por duas vezes, identificando assim que as primícias devem ser doadas para aquele que foi chamado para ministrar. Temos que lembrar que os levitas sacerdotes não tinham herança de posse na terra. Deus os sustentaria, mas faria isso através dos outros israelitas. Um detalhe que deve ser esclarecido é o relativo ao v.8 [...porção igual à deles terá para comer, além das vendas do seu patrimônio]. Embora os levitas não tivessem possessão, tinham alguns campos na periferia das cidades para os seus gados e, mesmo que fossem proibidos de vender seus pastos nos arredores das cidades (Lv 25.33-34) é possível que pudessem vender a sua moradia caso tivessem que servir no Tabernáculo central, daí essa orientação sobre a venda dos seus bens. Mas, não nos apegando a esses detalhes, creio que precisamos entender o principio de que é um privilégio contribuirmos com nossas finanças para o sustento daqueles que se dedicam integralmente no serviço do Senhor.
Em 2º lugar nos vs. 9-11 temos o dever de rejeitar os falsos líderes.
Aqui temos um dos textos mais explícitos sobre como nos relacionarmos com aqueles que praticam a queima dos seus filhos em sacrifício, a adivinhação, magia, presságio, feitiçaria, encantamento, mediunidade, consulta aos espíritos ou aos mortos. Esta é a lista mais completa de artes mágicas ou espíritas do ATestamento e, para todas elas havia a clara proibição para que os israelitas nem aprendessem tais praticas. Eram praticas proibidas praticadas por falsos líderes religiosos. Eram abominações a Deus.
Em 3º lugar nos vs. 12-14 temos o dever de rejeitar as práticas abomináveis daqueles que não obedecem a Deus.
Deus sente repugnância por quem tem essas praticas mágicas ou espíritas, e foi exatamente por causa dessas práticas que os habitantes de Canaã foram expulsos da terra em que moravam (v.12). O que Deus queria do seu povo não era nada menos que a perfeição. Querido amigo, conforme o verso 13 temos que ter a consciência de que sendo filhos de Deus temos que andar conforme o modelo que vemos em nosso Pai. E, no v.14 dois detalhes devem ser analisados: 1)A pratica da adivinhação deve ser definida: é uma tentativa humana de prever o futuro ou descobrir aquilo que só Deus conhece, enquanto que a profecia (v.15) é a revelação de Deus, um método que Ele mesmo escolheu para se comunicar conosco. 2)O desterro foi a conseqüência dessas práticas que estavam proibidas a Israel. Mas, conforme nos mostra a história, infelizmente, por terem praticado exatamente aquilo que era proibido, Israel e Judá foram expulsos da terra através dos exílios da Assíria e da Babilônia. A lição que nos vem desses versos é a clara condenação de qualquer prática espírita ou ocultista, inclusive a consulta aos mortos. O texto diz que não se deveria consutar os mortos. Fazemos questão de enfatizar este ponto, porque existem muitos espíritas que dizem que não estão fazendo mágicas, nem feitiçaria, nem agouro, nem encanto. A única coisa que fazem é consultar os mortos, fazer contato com os espíritos dos que já morreram. Mas, nem essa prática Deus aceita. Deus condena essa consulta aos mortos porque os mortos não têm condições de fazer contatos com os vivos. E todos aqueles supostos espíritos com quem os espíritas pensam que se comunicam não são os espíritos dos mortos, mas os demônios, os espíritos maus, são espíritos malignos dissimulados. E é por esta porta aberta para o mundo do ocultismo que os espíritas têm recebido as mais estranhas doutrinas e princípios. Deus condena qualquer prática ocultista. Deus já nos revelou a sua palavra. A Bíblia Sagrada é a revelação de Deus e contém tudo quanto o homem precisa saber para servir a Deus, ser salvo, viver feliz e ser alegre neste mundo. Cristo é a revelação suprema de Deus ao homem. Por isso, querido amigo, um detalhe final deve ser dito enfaticamente: Embora essas práticas sejam abomináveis e devem ser rejeitadas, Deus ama o pecador e deseja que ele se arrependa e busque Nele, o Deus dos vivos as respostas para a sua vida.
Em 4º lugar nos vs. 15-19 temos o dever de reconhecer o profeta divino e suas palavras.
Como Moisés estava se despedindo, Deus prometeu a Israel que continuaria falando-lhes e dirigindo-lhes na nova terra. E, de fato todos os profetas que surgiram na história de Israel foram usados por Deus para conduzir o Seu povo. Porém essa promessa focalizava muito mais que os profetas todos que Israel teve durante séculos. Essa promessa referia-se claramente ao Messias, a Jesus Cristo conforme Mt 16.14; Jo 1.21;5.46; 6.14; 7.40; At 3.22-26 e 7.37. Esse profeta deveria ser ouvido, pois suas palavras seriam palavras vindas de Deus, e, conforme o v.19 quem não ouvisse as suas palavras teria e terá que prestar contas a Deus. Minha oração a Deus é que você ouça e obedeça sempre a Jesus Cristo!
Em 5º lugar nos vs. 20-22 temos o dever de rejeitar os profetas presunçosos.
É presunção alguém falar que Deus lhe falou quando na verdade Deus não lhe falou. O teste que Deus estabeleceu ainda é válido: A profecia que não se cumpre denuncia a falsidade do profeta (v.22) e também é falso o profeta que contradisser a Palavra de Deus escrita.
Bom, chegamos ao final de mais um tempo de estudos. Consideramos ainda as palavras de despedidas de Moisés e vimos que mesmo faltando poucas semanas para ele partir, como um pastor responsável orientou detalhadamente o seu rebanho até o fim. Que Deus conceda edificação e capacitação a você diante do que você ouviu.
Agradeço a Deus a sua orientação e a você agradeço a sua companhia.
Escreva-nos compartilhando suas experiências.
Que Deus te abençoe,
Um abraço.
© 2014 Através da Biblia
sábado, 16 de agosto de 2014
Através da Bíblia - Deuteronômio 17.1-18.22
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