sábado, 16 de agosto de 2014

Através da Bíblia - Deuteronômio 4.1-49

Deuteronômio 4.1-49
Olá amigo, estamos iniciando mais um programa da série "Através da Bíblia" e para nós é sempre motivo de muita alegria sabermos da sua companhia conosco. Obrigado por que você tem sintonizado esse programa e tem sido fiel em nos acompanhar no estudo sistemático que fazemos da Palavra de Deus. Estamos estudando o livro de Deuteronômio e hoje vamos estudar o capítulo 4 onde encontramos Moisés exortando Israel a ser obediente. Certamente teremos lições importantes para aprender e aplicar em nossas vidas. Por isso sugiro a você abrir a sua Bíblia e acompanhar atentamente o estudo da Palavra de Deus. Depois você pode escrever compartilhando como Deus falou ao seu coração. E é exatamente isso que a nossa irmã MJNM da cidade Canindé no CE fez, escrevendo essas palavras: "Estou escrevendo para o Através da Bíblia para dizer que não escrevi antes por falta de saúde. Minha vista não dá mais para escrever. Peço que orem por mim. Apesar de nunca ter visto vocês tenho amor por todos vocês." Querida irmã muito obrigado por seu esforço em se comunicar conosco. Estaremos orando pela irmã e pedindo a Deus que através desse programa muitos sejam abençoados e desafiados a viverem de modo cada vez mais agradável a Deus, demonstrando ao mundo a necessidade que ele tem da salvação em Jesus Cristo. Muito obrigado por suas palavras de incentivo. Agora, quero convidá-la àquele momento importantíssimo do nosso programa, quando buscamos a presença do Senhor. Vamos orar: "Pai amado, somos gratos por tua companhia conosco e por tua misericórdia. Como tu conheces a necessidade de cada um de nós pedimos a tua bênção para todos que estão nos ouvindo agora. Pai buscamos também a iluminação do teu Espírito. Que o Senhor fale a cada coração. Oramos em nome de Jesus. Amém!"
Querido amigo hoje temos como alvo estudarmos o capítulo 4 do livro de Deuteronômio. Aqui encontramos Moisés ainda revendo os tempos da peregrinação pelo deserto. O povo estava do lado leste do rio Jordão. Estava perto do Monte Nebo e Moisés dava as instruções finais ao povo. Moisés revia a jornada que tinham acabado de realizar. Muitos daqueles judeus não tinham feito a jornada a partir do Egito. Como mencionamos em estudos anteriores, somente os israelitas que tinham menos de 20 anos quando da rebelião em Cades-Barnéia é que estavam ali ouvindo Moisés. Eles tinham feito a jornada a partir de Cades-Barnéia, assim como Josué e Calebe, que junto com Moisés eram as duas únicas exceções, que permaneceram da primeira geração. Lembramos que diante da incredulidade demonstrada quando os 10 espias aconselharam a não prosseguirem à caminho de Canaã (Nm 13-14) todos os que tinham mais de 20 anos morreram durante a peregrinação do deserto. Então, Moisés estava orientando essa nova geração que estava pronta para entrar e possuir a terra. Nesses discursos que formam o livro de Deuteronômio encontramos as palavras finais de Moisés, despedindo-se do povo que ele viu nascer e crescer durante os quarenta anos de caminhada no deserto.
Para fixar com mais nitidez o tempo de cada relato que temos estudado nesses primeiros livros bíblicos é bom recordarmos que dos cinco livros do Pentateuco Gênesis escapa a qualquer cálculo, porque os 11 capítulos primeiros que começam no “princípio” abrangem um tempo incalculável para qualquer estudioso. Do capítulo 12, onde surge Abraão até o fim, que conta a vida de José, chegamos a aproximadamente um total de 300 anos. O livro do Êxodo relata um período de 13 meses depois dos 430 anos de escravidão. O livro de Levítico foi transmitido a Moisés durante esse mesmo período. Números compreende um período de 38 anos e meio a 39 anos e este livro de Deuteronômio abrange um período próximo de apenas 40 dias conf. Dt 1.3.
Moisés, então, estava orientando este povo a respeito da grande responsabilidade que eles tinham diante de Deus. Moisés enfatizou muito neste livro duas virtudes que devem andar juntas: o amor e a obediência. Muitos cristãos, por desconhecimento do conteúdo de Deuteronômio pensam que não é possível que o amor seja um dos grandes tema de um livro do Antigo Testamento. Mas, é o que vemos aqui em Deuteronômio. Encontramos uma grande ênfase no amor e na obediência. Deus ama o seu povo, e por isto o seu povo deve ser obediente a Ele. Quer dizer, a obediência do povo é a resposta do amor de Deus por eles. Deus os ama, e eles devem amar a Deus e obedece-Lo. Neste capítulo 4 em que Moisés está falando a nova geração a respeito dessa responsabilidade, podemos ter como título A obediência humana a resposta ao amor divino! E como resumo de todo o texto podemos perceber essa proposta, este princípio que deve dirigir as nossas vidas: A obediência em resposta ao amor divino é o que se espera do verdadeiro povo de Deus. E quando analisamos todo capítulo encontramos 7 razões para essa obediência que prova o nosso amor a Deus:
A 1ª razão para obedecermos é que o juízo de Deus é destruidor, nos vs.1-4.
Se Israel quisesse viver, entrar e possuir a terra que Deus lhe dava deveria cumprir os mandamentos do Senhor (v.1). Deveriam ser fiéis à Sua Palavra, nada acrescentado ou diminuindo do seu conteúdo (v.2). E como exemplo nítido, do qual ainda se lembravam, conf. v.3, Moisés recordou à 2ª geração a punição que experimentaram os 24.000 homens que se envolveram sexualmente na idolatria a Baal-Peor, conf. Nm 25.1-9. Aquele castigo era o exemplo máximo de que a desobediência traria destruição enquanto que a obediência traria bênção a todo povo. Talvez alguns dos que estavam ouvindo as palavras de Moisés tiveram seus pais mortos naquela ocasião, mas os que obedeceram a Deus, os que permaneceram fiéis (v.4), agora podiam testemunhar: estavam vivos e prontos para atravessar o Jordão, rumo à Palestina, rumo à Terra prometida. Precisamos aceitar de vez a verdade de que a obediência a Deus, além de provar o nosso amor a Ele sempre nos traz bênçãos e a boa mão sobre nós. Peçamos a Deus que Ele mesmo nos capacite a obedece-Lo.
A 2ª razão para obedecermos é que as leis de Deus trazem sabedoria e justiça, nos vs.5-8.
Destacam-se algumas palavras do v.6: [...porque isto será a vossa sabedoria e o vosso entendimento perante os olhos dos povos... que dirão: Certamente, este grande povo é gente sábia e inteligente]. Esta era a vantagem que Moisés mostrava aos israelitas das 2ª geração: a sabedoria, a inteligência, a maturidade, a sobriedade, o conhecimento eram frutos da obediência à Lei divina. O contato próximo, íntimo com Deus (v.7) que estava sempre disposto a atender a um pedido, era algo especial, não experimentado por nenhuma outra nação. A presença divina simbolizada pela coluna de fogo e pela nuvem dava a Israel a garantia de se conduzir sabiamente pelo deserto. E, essa comunhão e essa sabedoria eram derivados dos estatutos e juízos justos de Deus, conf. v.8.
É um privilégio termos um Deus assim. É um privilégio termos um Pai assim, que está tão próximo de nós, que é sábio e que é justo em seus juízos. Temos que usufruir dessa sabedoria e dessa comunhão que Deus mesmo permite que tenhamos com Ele!
A 3ª razão para obedecermos é que a aliança firmada com Deus deve ser preservada, nos vs.9-14.
Como um pai que iria deixar seus filhos, ou um pastor que iria deixar o seu rebanho Moisés recorda com à 2ª geração as experiências maravilhosas que tiveram com Deus. Nestes versos ele relembra-lhes a ocasião em que estiveram diante do Senhor em sua poderosa manifestação no monte Horebe, quando todo o monte tremia e fumegava, conf. Êx 19.16-19 e 20.18-19, quando a aliança foi estabelecida entre Deus e Israel. E, é interessante notarmos o quê Moisés destaca como os fundamentos dessa aliança: as palavras do Senhor (v.10-11) e a invisibilidade de Deus, pois Ele é Espírito (v.11 com Jo 4.24) e, foi a partir dessa ocasião que os 10 mandamentos se constituíram como a diretriz para Israel.
Se a antiga aliança era tão importante e deveria ser respeitada a todo custo, muito mais a nova aliança deve ser obedecida por todos nós cristãos. Nós que fomos beneficiados pelo precioso sangue de Jesus, que nos limpou dos nossos pecados não podemos falhar em nosso compromisso com o Senhor.
A 4ª razão para obedecermos é que a idolatria é totalmente rejeitada e punida por Deus, nos vs.15-31.
Essa é uma razão muito clara e específica. Desde o estabelecimento dos 10 mandamentos, Deus já havia instruído Israel proibindo a idolatria e a adoração devida somente a Ele mesmo. Conforme esses versos a proibição era para não fazer imagens de esculturas de seres humanos, de animais terrestres, de répteis, de peixes, de aves; incluindo também a adoração aos astros celestes. Nos vs.21-22 Moisés recorda-lhes mais uma vez que não entraria na terra prometida, por causa deles e também por isso, por não terem mais os seus conselhos e advertências os israelitas não deveriam esquecer-se da aliança firmada com Deus, [porque o Senhor, teu Deus, é fogo que consumidor, é Deus zeloso] (v.24). Moisés também tomando como testemunha o céu e a terra (v.26) advertiu-os mostrando que deveriam manter-se livres da idolatria, pois se houvesse corrupção nessa área, se fossem idólatras Deus os destruiria, os expulsaria dessa boa terra que estava lhes dando, Deus os espalharia entre os povos, e os reduziria em quantidade. Pelas nações em que seriam espalhados então adorariam e serviriam aos ídolos, aos falsos deuses, numa demonstração do ciúme e do zelo divino para com seu povo. Mas, por Deus ser um Deus de misericórdia, esta palavra de advertência terminava com uma nota de esperança. Moisés afirmou que se eles se arrependessem e buscassem o Senhor de todo o coração e de toda a alma (v.29) e quando estivessem em angústia se voltassem para Deus (v.30), então eles comprovariam a bondade divina, [porquanto é Deus misericordioso, nem te destruirá, nem se esquecerá da aliança que jurou a teus pais]. E, essa misericórdia divina é extensiva também a nós. Quando erramos, falhamos e andamos por caminhos que desagradam a Deus ao nos arrependermos, ao buscarmos o Senhor com todo nosso coração, alma e forças temos tido a bênção de contarmos com as misericórdias do Senhor. A Palavra divina nos afiança: [As misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos, porque as suas misericórdias não têm fim; renovam-se a cada manhã] (Lm 3.22-23)
A 5ª razão para obedecermos é que só o Senhor é Deus, nos vs.32-40.
Ao enumerar mais uma razão pela qual os israelitas deveriam obedecer, demonstrando o seu amor a Deus, Moisés alistou também uma série de ações bondosas de Deus em favor de Israel, conf. os vs. 33-34: 1) Deus lhes falou através do fogo; 2) Deus lhes preservou a vida; 3) Deus os tomou para si tirando-os do meio do povo egípcio; 4) Deus com provas, sinais e milagres com pelejas os tomou para si como Seu povo; e 5) Deus, com seu braço estendido e com sua mão poderosa, os libertou do Egito, causando grande admiração a todos e a seus próprios olhos. Moisés explicou-lhes que todas essas ações bondosas divinas tinham como objetivo que eles, reconhecessem o Senhor como o único Deus, frase que foi repetida nos vs.35 e 39. Israel deveria reconhecer em seu coração, em seu íntimo que o Senhor é Deus, em cima no céu e embaixo na terra. Esse reconhecimento, a obediência a Ele e o entendimento, a reflexão sobre essa verdade fariam com que os seus anos na terra prometida fossem prolongados, como bênção do Senhor [para todo o sempre] (v.40), sabendo, entretanto, que essa promessa era condicional. E como sabemos pelo relato bíblico, infelizmente, tanto Israel como Judá foram desalojados da terra da promessa por causa do pecado da idolatria e da desobediência.
Essa bondade divina, você e eu podemos experimentar individualmente, podemos experimentar coletivamente, basta que para isso busquemos a Deus de todo coração, reconhecendo-O como o Único e verdadeiro Deus! Mas, ao mesmo tempo, se não formos fiéis e nos desviarmos, podemos estar certos da disciplina de Deus sobre nossas vidas e nossas comunidades. Que Deus nos capacite a obedece-Lo!
A 6ª razão para obedecermos é que a misericórdia de Deus considera o coração humano, nos vs.41-43.
Moisés, como que desejando comprovar a misericórdia divina, introduziu um novo assunto no final desse seu primeiro discurso e confirmou o estabelecimento, certamente, por orientação divina, conf. Nm 35.9-15, de três cidades-refúgio do lado leste de Jordão, nesse território que agora pertencia às duas tribos e meia que ficariam deste lado do Jordão. Esse território hoje é o território da Jordânia dos dias de hoje. Essas cidades, Bezer, para a tribo de Rubem; Ramote, para a tribo de Rubem; e, Golã, para a tribo de Manassés eram uma prova da misericórdia e da justiça de Deus. No v.42 temos a razão ou a motivação do estabelecimento dessas cidades: [para que se acolhesse ali o homicida que matasse, involuntariamente, o seu próximo, a quem, dantes, não tivesse ódio algum, e se acolhesse a uma dessas cidades e vivesse...]. Ora, fica claro por essas palavras que ao estabelecer essas cidades de refúgio ou de asilo, a Lei mosaica estava prescrevendo a possibilidade de um proceder jurídico formal, onde haveria julgamento com direito à defesa, para aquele que acidental e não intencionalmente matasse alguém. Através dessa instituição a misericórdia e a justiça divina foram destacadas e confirmadas. Israel ao entrar na Palestina deveria agir da mesma maneira que Deus com justiça e misericórdia.
Sabendo que só Deus conhece a motivação do nosso coração; sabendo que só Deus conhece a intenção do coração do homem todos nós somos desafiados a não julgarmos precipitadamente (Mt 7.1-5), mas nos entregarmos a Ele que julga retamente, entregando também a Ele aqueles que nos feriram!
A 7ª razão para obedecermos é que Deus cumpriu todas as Suas promessas, nos vs.44-49.
Deuteronômio chega ao final deste capítulo mostrando o início do segundo discurso de Moisés. Mas, nessas palavras introdutórias, de fato, encontramos mais uma razão de obedecermos a Deus como prova do nosso amor a Ele. Deus tinha cumprido todas as suas promessas a Israel. O que Ele tinha prometido a Abraão, a Isaque e a Jacó, estava prestes a se concretizar. Israel estava a um passo de entrar, conquistar e estabelecer-se em Canaã, a terra da promessa. Se considerarmos a vida de Abraão por volta de 2.000 anos aC., aproximadamente 600 anos tinham se passado desde que a promessa tinha sido feita. Mas agora ela estava se concretizando. As expressões: [esta é a lei] (v.44), e [são estes os testemunhos, e os estatutos, e os juízos] (v.45) conforme Thompson (1982, p. 108) a palavra lei, indica ensino que eram as instruções gerais; os testemunhos, denotam as estipulações da aliança que declaravam a vontade de Deus; os estatutos eram leis escritas ou inscritas de modo apropriado que expressavam as responsabilidades espirituais e morais; e as ordenanças eram as decisões de um juiz, que serviam para estabelecer a justiça social. Todas essas designações demonstram como Deus fora minucioso em dar a Israel uma legislação detalhada e adequada para saber se conduzir na sua nova terra.
Diante de tantos detalhes relativos aos cuidados de Deus para que Israel vivesse da melhor maneira em sua nova terra todos nós somos desafiados a confiar nossas vidas totalmente a Deus, sabendo que Ele cumpre as suas promessas e sempre tem o melhor para todos nós.
Querido amigo, em todos os detalhes desse primeiro discurso de Moisés, vistos nesses dois programas, foi possível constatarmos o cuidado e o desvelo de Deus por Israel e, por tudo isso uma pergunta que normalmente é feita e necessita ser bem respondida é se Deus amava mais a Israel do que as outras nações? Certamente em nossa finitude, não conhecemos a mente, os desígnios e os propósitos divinos que são infinitos. Porém é possível compreender que o privilégio de Israel ser tratado dessa maneira tão cuidadosa por Deus se tornava também uma grande responsabilidade para Israel. Ele deveria viver de acordo com os princípios que o próprio Senhor estabelecera. Os grandes privilégios correspondem às grandes responsabilidades! Em 9.4-5 Deus deixou claro que não era por nenhum mérito que Ele estava lhes dando Canaã, livrando-os dos inimigos. Deus tinha deixado claro a Abraão (Gn 16.15) que os pecados dos cananeus alcançariam limites insuportáveis e Israel seria usado como Seu instrumento disciplinador e castigador. Deus desejava que Israel fosse o instrumento de proclamação das Suas bênçãos para todas as famílias da terra, como tinha dito a Abraão, em Gn 12.2-3. Portanto, para que isso acontecesse, da parte de Deus, Ele mesmo estava tirando os inimigos da frente de Israel e, da parte de Israel ele teria que viver de tal modo a anunciar as boas novas da salvação.
Eu e você temos sido convocados, fomos chamados e enviados (Jo 20.21-22) para participarmos dessa maravilhosa proclamação. Que as nossas vidas estejam sempre prontas para participarmos desse privilégio que Deus nos deu! Deus amou Israel, mas também ama o mundo todo. E a maior indicação de que Ele ama a todos indistintamente é que deu o Seu Filho unigênito por amor, para que todo o que nEle não pereça mas tenha a vida eterna.
Querido amigo chegamos ao final de mais um tempo de estudos e concluímos a analise do 1º discurso da despedida de Moisés. Espero que você tenha sido desafiado por essas lições e peço a Deus que te capacite a obedece-Lo.
Obrigado por sua companhia e, fico aguardando a sua carta, seu email ou um recado no orkut.
Que o Senhor Deus te abençoe,
Um grande abraço.
© 2014 Através da Biblia

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