quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Através da Bíblia - Deuteronômio 1.1-3.29

Deuteronômio 1.1-3.29
Querido amigo estamos iniciando mais um programa da série "Através da Bíblia". É com satisfação que entramos em sintonia com você para mais uma etapa do estudo da Palavra de Deus. Como você sabe o objetivo desse programa é estudar a Bíblia e, cremos que o seu estudo sistemático nos ajuda a cumprir a vontade do Senhor. A vontade divina está expressa claramente nas páginas da Bíblia Sagrada. Assim ao estudarmos os capítulos iniciais de Deuteronômio devemos ficar atentos porque aqui também encontraremos declarações da vontade de Deus para as nossas vidas. Espero que você tenha aceitado a nossa sugestão e já esteja aí com o seu grupo de amigos, irmãos ou familiares, com as suas Bíblias abertas prontos para o estudo de hoje. Você sabe que logo no início dos nossos programas dedicamos alguns minutos para 2 atividades. Em 1º lugar quero registrar a carta que recebemos da MVS de Goianésia no PR. Essa irmã nos diz as seguintes palavras: Sou ouvinte da RTM há 3 anos, faço dela uma igreja em meu lar. Moro na roça e fica difícil ir à igreja. Tenho tirado minhas dúvidas e aprendido muito com o Através da Bíblia. De tudo que tenho aprendido tenho falado para meus familiares e vizinhos. Quero que eles sintam a alegria da salvação em Jesus". Querida irmã, muito obrigado, pelo seu testemunho. O nosso propósito é esse mesmo, de comunicar a Palavra de Deus de forma clara e simples com a finalidade de muitos poderem entender e aplicá-la em suas vidas. Por isso, em 2º lugar convido-a à outra atividade inicial dos nossos programas. Vamos orar pedindo as bênçãos divinas para o estudo de hoje: Senhor Deus, querido Pai, obrigado porque nos ouves. Obrigado por podermos compartilhar com outros a tua salvação. Te pedimos Pai, conceda-nos a iluminação do Espírito Santo para compreendermos tua Palavra e aplicá-la em nossas vidas. Oramos em nome de Jesus Amém.
Querido amigo hoje começamos os estudos no texto de DT. Conforme o nosso esboço inicialmente estudaremos sobre a Fidelidade do Senhor que foi novamente lembrada: capítulos 1-4. E, nessa primeira divisão veremos no cap.1 Os Fracassos de Israel em Cades-Barnéia; e nos capítulos 2 e 3 As Vitórias de Israel na Transjordânia. No próximo programa, no capitulo 4 estudares sobre As Grandes Responsabilidades de Israel em Canaã. Vamos abordar neste programa os 3 capítulos iniciais do livro, deixando o capítulo 4 para o próximo programa quando completaremos o 1º discurso de Moisés que vai de 1.1 até 4.43.
Podemos dividir o conteúdo destes 3 capítulos iniciais em 7 parágrafos:
Em 1º lugar, no cap.1.1-5 temos a introdução do livro,
Temos aqui uma constatação que não pode passar despercebida. Os quarenta anos de peregrinação judaica pelo deserto estava a ponto de chegar ao fim. A primeira geração, que foi incrédula, já tinha morrido. Restavam pouquíssimos ainda vivos e já eram bem idosos. Israel estava na planície de Moabe, defronte ao rio Jordão. Foi nessa localidade que Moisés levantou a sua voz e iniciou o 1º dos 4 grandes discursos que ele fez e que compõe este livro de Deuteronômio.
Nessas planícies de Moabe estava sendo renovada a aliança. E o destaque que Moisés faz é tremendamente importante: uma jornada de fé que poderia levar onze dias, conf. o v.2 foi trocada por uma jornada de incredulidade de 40 anos, conf. o v.3. Somente nessa ocasião, depois de tantos anos é que falou Moisés aos filhos de Israel, segundo tudo o que o Senhor lhe mandara a respeito deles... E essa renovação da aliança ocorreu apenas depois da obtenção de algumas vitórias de Israel contra os seus inimigos a leste do Jordão. Nessa localidade Moisés, como um bom pastor, preocupado com o seu rebanho e com o fato de sair do seu comando, mesmo assim assumiu a responsabilidade de expor a lei.
A lição para todos nós é clara: quando agimos com fé podemos desfrutar das bênçãos divinas num rápido espaço de tempo. Quando agimos com incredulidade, até Deus restaurar a nossa confiança Nele mesmo pode demorar muito tempo e nós mesmos não usufrimos da bênção, deixando-a somente para os nossos seguidores. Que cada um de nós possa confiar completamente em Deus.
Em 2º lugar, no cap.1.6-46 temos a recordação da história de Israel Sinai-Cades.
Esse parágrafo é longo e pode ser dividido em 3 partes. Em 1º lugar, nos vs.6-18. Moisés recorda à 2ª geração o que tinha ocorrido há 40 anos passados. Deus mesmo tinha movido Israel a sair de Horebe e começar a sua jornada. Ao contar de novo todos os episódios e as leis divinas, muito mais do que apenas repetir a lei, Moisés estava aplicando-a aquele momento da história, pois dentro em breve ele os deixaria e através de Josué entrariam na Palestina. Moisés recordou como tinha constituído os 70 líderes de Israel. Através do seu sogro Jetro, que o aconselhou diante de tanto trabalho que Moisés tinha que realizar, ele escolheu esses setenta homens de todas as tribos e assim esses auxiliares começaram a ajudá-lo. Alguns estudiosos entendem que Moisés falhou nesse ponto, pois esse grupo posteriormente formou o Sinédrio e essa instituição provocou a morte de Jesus, Se bem que essa morte já estava planejada desde a eternidade. Conf. o v.13, os homens escolhidos deveriam ter 3 características: sábios, criteriosos e experientes (conf. Êx 18.13-26). Eram boas características, mas muitos vieram a se corromper e a instituição durante os séculos foi perdendo sua credibilidade. E por fim Moisés recordou que a função desses líderes era julgar justamente entre as diversas partes em situações em que direitos tivessem sido infringidos. Ainda dentro desse parágrafo maior, em 2º lugar, Moisés nos vs.19-33 recordou o fracasso que Israel teve ao agir com incredulidade quando chegou em Cades-Barnéia. Espias foram enviados para averiguar a possibilidade de conquistar a terra e o relatório que 10 deles trouxeram foi negativo deixando o povo completamente incrédulo no poder de Deus e na Sua promessa que fizera a Abraão, Isaque e Jacó. Conf. o v.27, certamente o pecado que mais feriu o coração divino nessa ocasião além da incredulidade, foi o pecado da murmuração. Deus que tinha conduzido Israel até ali através da nuvem diurna e do clarão noturno foi completamente desacreditado. Em 3º lugar, finalizando esse parágrafo, nos vs.34-46 Moisés relatou o castigo de Deus sobre a 1ª geração, fazendo com que todos os seus componentes perecessem no deserto. A ira divina não é como a ira humana que perde o controle e a calma, mas a ira divina é a sua reação já predita diante da nossa incredulidade e insubmissão. Moisés que também foi alvo dessa ira se incluiu no próprio relato e no v.37 claramente disse a razão de ser punido e não poder entrar na terra prometida: também contra mim se indignou o Senhor por causa de vós, dizendo: Também tu lá não entrarás. E por fim Moisés recordou que depois de todas essas ações contrárias ao Senhor, mesmo com ordem clara de não irem para a batalha, aquela 1ª geração foi rebelde, obstinada e presunçosa e foi à guerra contra os amorreus. Mas, por estarem em desobediência a Deus, foram derrotados e perseguidos pelos amorreus e assim tiveram que ficar muito tempo em Cades-Barnéia.
Diante desses relatos temos que entender o porquê Deus não aceitou o arrependimento (v.45) do povo. Israel desobedeceu e foi incrédulo. E piorou a sua situação ainda mais quando diante de uma ordem para que não lutasse, novamente desobedeceu demonstrando confiança na sua capacidade de luta contra os amorreus e total independência de Deus. A conseqüência dessa desobediência orgulhosa foi ser derrotado fragorosamente. Muitas vezes é esse o nosso procedimento. Não obedecemos a Deus e queremos resolver as questões por nossa própria força e vontade, e então recebemos a recompensa da nossa ousada desobediência. Não podemos nos esquecer que o nosso amor a Deus pode ser medido por nossa submissão e nossa obediência. A promessa que Deus fez aos judeus daquele tempo, de cuidar deles e enfrentar os seus inimigos, Ele faz também a nós hoje. Ele está presente conosco e peleja sempre do nosso lado, por nós e em nosso favor, contra todos os inimigos. É com essa fé poderosa que Josué e Calebe entraram na terra da prometida e é com essa fé que receberemos as bênçãos que Deus tem reservado para nós.
Em 3º lugar, no cap.2.1-23 temos orientações sobre os povos de Edom, Moabe e Amom
Moisés continuou o seu discurso e certamente teve a atenção de toda a assembléia, pois recordavam de alguns desses episódios. Eles eram bem novos na ocasião desses fatos e, portanto estavam atentos com a intenção de entenderem o que de fato tinha ocorrido com toda a antiga geração. Moisés, então, recordou-lhes alguns eventos curiosos. Em 1º lugar, nos vs.1-8 relembrou-lhes que tiveram que passar pelo território dos edomitas, e que não deveriam interferir com eles, pois eram descendentes de Esaú. Não deviam ficar devendo nada a eles. Se comessem ou bebessem tinham que pagar. Os edomitas temiam os judeus (v.4), pois certamente tinham ouvido que Deus dera grandes vitórias a Israel. Porém, mesmo que temessem a Israel, os edomitas não deveriam ser afrontados pelos israelitas. Israel não deveria intrometer-se com eles e os ultrajar. Em 2º lugar, nos vs.9-18 Moisés também relembrou-lhes a ordem divina de que deveriam evitar qualquer problema com os moabitas. Os moabitas eram descendentes de Ló e o seu território tinha sido designado por Deus (v.9). Deus como soberano sobre as nações, tinha designado para Israel um território específico como sua herança, portanto não precisariam perturbar desnecessariamente outros povos se não fossem orientados por Deus. E, m 3º lugar, nos vs. 19-23 Moisés lembrou-lhes a mesma ordem em relação aos amonitas, conf. v.19, pois eram também descendentes de Ló e o território em que habitavam era o território que Deus lhes tinha dado.
É interessante percebermos nesse relato que Deus condena a soberba do seu povo mesmo que em determinadas situações os crentes estejam em vantagem em relação aos seus oponentes. O menosprezo e a humilhação de pessoas não é do agrado divino. Embora em muitas ocasiões fiquemos em vantagens contra aqueles que não nos aceitam nunca devemos espezinhá-los ou menosprezá-los.
Em 4º lugar, no cap.2.24-37 temos o relato das vitórias de Israel na Transjordânia.
Moisés continuou relatando para a segunda geração os fatos passados e, narrou também a vitória que Israel teve contra Seom, rei de Hesbom. O episódio foi muito marcante, pois diante da recusa de Seom de deixar Israel passar pelo seu território sem desviar-se nem para a direita nem para a esquerda, o Senhor mesmo deu a ordem a Moisés, conf. o v.31: Eis aqui, tenho começado a dar-te Seom e a sua terra; passa a desapossá-lo, para lhe ocupares o país. Em relação a esse episódio devemos esclarecer que mesmo tendo Deus endurecido o espírito de Seom e feito o seu coração obstinado, é inegável que, assim como nos episódios com o Faraó, no livro do Êxodo, o próprio Seom, esse rei de Hesbom tinha feito suas escolhas. Hesbom tinha tomado suas decisões. Temos que entender que em muitas ocasiões a indisposição humana de submeter-se e obedecer a Deus é tão grave que essa indisposição se torna em incapacidade de se arrepender, e assim forma-se um círculo vicioso; torna-se um hábito difícil de largar e então, Deus exerce o seu juízo. Deus permitiu que o rei de Hesbom se tornasse teimoso em conseqüência da escolha que ele próprio, Seom, anteriormente fizera: de não submeter-se a Deus, facilitando a vida de Israel. Um outro detalhe que merece um esclarecimento neste texto é o extermínio por parte de Israel de toda a população dos hesbonitas. É importante sabermos e crermos que tínhamos 2 razões pelas quais Deus ordenara a destruição completa de algumas nações, conforme veremos em Josué. Em 1º lugar os israelitas eram o instrumento do juízo de Deus contra o pecado dessas nações, que nesse tempo já tinham ultrapassado a medida da misericórdia divina (Gn 15.16). Em 2º lugar essas nações deveriam ser completamente aniquiladas, pois se sobrevivessem se tornariam laços para Israel, como de fato se tornaram (Jz 2.1-3), levando-o a desagradar a Deus por se envolver com a idolatria. Quando o ser humano não deixa de pecar e ao invés disso se aprofunda mais no pecado sem se arrepender é inevitável o juizo divino (conf. 9.4).
Cada um de nós, diante desses acontecimentos deve avaliar a sua própria vida para verificar se o nosso coração não está obstinado e duro contra Deus!
Em 5º lugar, no cap.3.1-11 é relatada a vitória de Israel sobre Ogue, rei de Basã.
Em seguida, Moisés relembra-lhes mais uma vitória, mais um presente de Deus, na conquista da Transjordânia, à leste do Jordão. Na vitória contra Ogue, o rei de Basã, Moisés destaca que qualquer poderio inimigo, qualquer força inimiga não é nada contra Deus. Em 3.5 literalmente lemos: Todas estas cidades eram fortificadas com altos muros, portas e ferrolhos. Israel, agora a segunda geração, deveria reconhecer que essas conquistas eram presentres de Deus que estava cumprindo as suas promessas feitas à Abraão, Isaque e Jacó. E o parágrafo termina com o v.11 onde se destaca que até o poderoso rei Ogue não tinha se livrado dessa destruição proporcionada por Yahweh, pois ainda era possível se ver o seu sarcófago, a melhor tradução para a palavra hebraica traduzida por “leito de ferro”, demonstrando assim a completa vitória de Deus, através do exército de Israel.
Nós devemos estar cada vez mais conscientes de que não há impossíveis para Deus. Ele é o Deus que luta as nossas lutas, é o Deus que nos ama; é o Deus que requer de nós apenas fé!
Em 6º lugar, no cap.3.12-20 temos o relato da posse do território amorreu.
Moisés continuou o seu relato e nessa narrativa, em outras palavras disse à segunda geração que a vitória e a conquista do território amorreu por parte de Israel era uma comprovação de que as promessas divinas estavam se realizando, estavam se cumprindo. Moisés quis infundir confiança nessa nova geração. Ele estava afirmando que o Deus dos patriarcas e dos seus pais também estaria com eles. É interessante notarmos que neste território no qual Moisés fazia o seu discurso era o território já pertencente a Israel, que o tinha conquistado pelas batalhas travadas. Conf. os vs. 13-15, o território mais ao norte já pertencia à meia-tribo de Manassés. E no v.16 descreveu, inclusive dando os limites geográficos, Moisés confirmou que o território mais ao sul fora dado às tribos de Rubem e Gade.
E, nos vs. 18-20 temos a informação de que os homens das duas tribos e meia conforme já havia sido acertado (Nm 32.1-42), de fato, atravessaram o Jordão para junto com seus irmãos, das demais tribos, lutarem vencendo e derrotando os outros habitantes da Palestina com a finalidade de tomar posse da terra.
Diante desse relato, fica claro que tendo Deus lhes dado a herança que lhes coube, esses israelitas das duas tribos e meia foram desafiados a ajudarem na conquista de toda a Palestina, para não desfrutarem egoisticamente do seu quinhão até que toda a nação tivesse descanso. Deus queria para o seu povo que todos agissem em grupo, em comunidade. Afinal, todos eles descendiam de uma só família. E é essa a expectativa divina para nós que hoje somos seu povo. Quando Jesus orou em nosso favor, em Jo 17.21 Ele pediu ao Pai que fossemos um para que o mundo o reconhecesse como enviado de Deus.
Em 7º lugar, no cap.3.21-29 encontramos a proibição de Moisés entrar em Canaã.
Nesse último parágrafo, terminando o estudo dessa primeira parte do discurso de Moisés, temos nos vs.21-22 uma clara palavra de encorajamento a Josué com a afirmação de que Deus faria com outros povos que eles enfrentariam o mesmo que tinha feito com os amorreus, derrotando-os e dando a terra em possessão aos filhos de Israel. A constatação que fazemos a partir deste texto é que sem a ajuda divina seria impossível Israel ser vitorioso. A luta de Israel seria a luta de Deus! E essa é a garantia que ainda temos da parte de Deus.
Mas, nesses últimos versos temos uma palavra emocionada de Moisés relatando o pedido que tinha feito a Deus para que pudesse entrar na Palestina com o povo. Deus não o atendeu e indignado com ele disse-lhe: [Basta! Não me fales mais nisto. Sobe ao cimo de Pisga, levanta os olhos para o ocidente, e para o norte, e para o sul, e para o oriente e contempla com os próprios olhos, porque não passarás este Jordão]. E Deus ainda lhe deu o dever de encorajar, de animar e de fortalecer Josué, pois ele, sim, faria o povo passar o Jordão e possuir a terra prometida. Alguns, talvez não entendam porque Deus puniu tão severamente a Moisés. Porém o que se pode deduzir deste texto é que: 1)Como líder do povo, Moisés deveria ter agido integralmente e em conformidade com a Palavra de Deus. 2)Todo líder do povo deve ter um comportamento exemplar, mesmo quando for provocado por outros. Porque, 3)Para Deus não há acepção de pessoas. Que o Senhor nos abençoe e tenhamos um comportamento adequado para honrá-lo e dignificá-lo.
Bom, chegamos ao final de mais um tempo de estudos e por estarmos bem no inicio de DT, convido-o para se unir a nós no estudo integral deste livro todo. Escreva para nós dizendo da sua sintonia. Para nós esse retorno é importante; nos ajuda a adequar ainda mais o programa para que a Palavra de Deus seja bem compreendida por cada um de nós.
Que o Senhor te abençoe,
Um forte abraço.

© 2014 Através da Biblia

Nenhum comentário:

Postar um comentário