terça-feira, 5 de agosto de 2014

Através da Bíblia - Levítico 21

Levítico 21
Olá amigo, estamos iniciando mais um programa da série "Através da Bíblia". É com satisfação que chegamos até você para compartilhar os princípios da Palavra de Deus que temos aprendido. Como você que tem nos acompanhado continuamente sabe, o nosso projeto é desafiador. Planejamos estudar toda a Bíblia, analisando parágrafo por parágrafo, com a finalidade de adequarmos cada vez mais as nossas vidas à vontade de Deus. Inicialmente temos registrado em nossos encontros as cartas que chegam de vocês compartilhando como tem sido a recepção programa e quais são as suas dúvidas e necessidades. Para nós é grande alegria podermos ter esse momento de comunhão. Registramos hoje a carta que o LBM de São Félix do Araguaia, em MT nos escreveu. São essas as suas palavras: "Descobri o Através da Bíblia há 20 dias e gostei muito. Sou convertido há 7 anos e, nunca fui a escola, mas consigo ler a Bíblia.Ouço o programa todos os dias. Um abraço a todos". Querido irmão, que palavras gentis. Como é bom ouvirmos sobre o valor do programa. Louvamos a Deus que nos faz seus instrumentos. O nosso Deus é maravilhoso! Como quer abençoar todo o Corpo de Cristo, nos usa como seus instrumentos. Por isso oramos dando graças a Deus. E, é exatamente isso que quero fazer agora e, para esse momento eu o convido. Vamos orar: "Pai, obrigado pela tua ação abençoadora sobre todo o teu povo. Obrigado porque tens abençoado e fortalecido a fé do teu filho. Conceda-nos Senhor que através do programa de hoje muitos possam ouvir a tua voz e serem encorajados em sua vida cristã. Senhor oramos em nome de Jesus, Amém!"
Querido amigo iniciamos agora o estudo do capítulo 21 de Lv com os seus 24 versos. Este capítulo juntamente com o capítulo 22, que estudaremos no próximo programa forma um bloco de antigas e novas regulamentações aos sacerdotes. Como uma nação sacerdotal, como um povo sacerdotal Israel deveria cumprir corretamente as orientações divinas e especificamente os sacerdotes deveriam respeitar todas as orientações dadas por Deus para que o culto prestado fosse realmente aceito pelo Senhor. Então, neste capítulo temos as regulamentações para os sacerdotes manterem a pureza e a santidade para poderem ministrar ao Senhor.
Vamos analisar este capítulo estudando cada uma das suas sete divisões. Vamos a elas:
Em 1º lugar nos versos 1-4 temos a proibição da impureza cerimonial por causa da morte. O texto destes versos diz assim:
1 Disse o SENHOR a Moisés: Fala aos sacerdotes, filhos de Arão, e dize-lhes: O sacerdote não se contaminará por causa de um morto entre o seu povo, 2 salvo por seu parente mais chegado: por sua mãe, e por seu pai, e por seu filho, e por sua filha, e por seu irmão; 3 e também por sua irmã virgem, chegada a ele, que ainda não teve marido, pode contaminar-se. 4 Ele, sendo homem principal entre o seu povo, não se contaminará, pois que se profanaria.
Encontramos aqui exemplo claro da pureza cerimonial. E, temos também orientações claras sobre até que ponto poderia o sacerdote se envolver com algum parente morto. Sendo que a morte é antagônica a vida e sendo Deus um Deus de vivos, já tinha sido estabelecido que qualquer contato com um morto, com um cadáver, tocando no morto ou indo na casa de um morto para preparar o funeral tornava a pessoa impura cerimonialmente. E, também ficaria impuro o sacerdote que tocasse, fosse na casa ou se envolvesse no preparação do funeral de um parente morto, cf. veremos também Nm 19.11 e 14. Era proibido a todo sacerdote esse tipo de envolvimento, exceto com parentes bem próximos, como a mãe, o pai, o filho ou a filha, um irmão ou uma irmã ainda não casada que dependesse dele. Apenas nesses casos o sacerdote poderia dar atenção a um parente morto. Quando estudamos o cap. 10.16 vimos essa recomendação e novamente surge a pergunta: porque os sacerdotes não poderiam chorar, se envolver com os seus mortos? E a resposta que demos naquela ocasião é a mesma para essa situação: como um representante de Deus entre o povo, se o sacerdote demonstrasse frustração, inconformidade e não compreensão com a morte de um ente querido ele estaria passando a idéia que não concordava com Deus que tinha permitido a morte de um parente próximo. Deus não permitia àqueles que lhe ministravam no tabernáculo uma discordância desse tipo. E, quanto a nós? E quanto a você, você tem se submetido a Deus e a sua vontade, mesmo em situações em que é difícil de entender os planos divinos? Que grande desafio, não é mesmo?
Em 2º lugar nos versos 5-6 temos a proibição de desfigurar-se e a razão para essas orientações. O texto literalmente diz assim:
5 Não farão calva na sua cabeça e não cortarão as extremidades da barba, nem ferirão a sua carne. 6 Santos serão a seu Deus e não profanarão o nome do seu Deus, porque oferecem as ofertas queimadas do SENHOR, o pão de seu Deus; portanto, serão santos.
Este rapar os cabelos, cortar a barba, ferir seu corpo era um procedimento dos pagãos, e a razão dos pagãos procederem assim era para chorar pelos mortos e chamar a atenção das suas divindades. Era uma espécie de demonstração de que estavam de luto e estavam adorando os seus deuses. O sacerdote israelita não deveria repetir essas práticas pagãs que o cercavam. Como servo de Deus, o sacerdote devia procurar agradá-lo. Sua posição exigia dignidade, e respeito como representante de Deus. E isto se aplica ainda hoje àqueles que são servos de Deus. Vejo por exemplo, que Paulo recomenda a Tt em 1.7-8 sobre os bispos: "Porque é indispensável que o bispo seja irrepreensível, como despenseiro de Deus...”. O líder cristão deve ser exemplo para seus irmãos.
Em 3º lugar nos versos 7-8 temos a proibição de casamento com uma mulher que não fosse pura. Quero fazer a leitura desses versos para você. Ouça-me:
7 Não tomarão mulher prostituta ou desonrada, nem tomarão mulher repudiada de seu marido, pois o sacerdote é santo a seu Deus. 8 Portanto, o consagrarás, porque oferece o pão do teu Deus. Ele vos será santo, pois eu, o SENHOR que vos santifico, sou santo. Essa limitação em relação a união matrimonial dos sacerdotes indicava como todas as áreas da vida eram afetadas pelo exigência da santidade. Devido a sua posição de liderança diante do povo o sacerdote deveria respeitar essas orientações. Ele não deveria se casar com uma prostituta, ou com uma mulher profana, ou com uma mulher divorciada. E a razão dessas instruções é que ele estava servindo a Deus, ele representava a Deus. Assim também o líder cristão ao se casar deve escolher bem a sua esposa para que seja uma bênção para a sua vida pessoal e ministerial. É... mas eu sei que temos pessoas que enquanto me ouvem estão dizendo. Eu já casei, e agora? Agora é conversar com o seu cônjuge explicando-lhe a sua responsabilidade. Agora é tempo de orar para que Deus faça de vocês um casa, ou uma família exemplar, afim de que muitas pessoas possam ser atraídas para Jesus através do testemunho familiar de vocês. Esse é o desafio.
Mas, graças a Deus que é Ele quem nos capacita a viver adequadamente!
Em 4º lugar no verso 9 temos a proibição em relação a filha do sacerdote. São essas as palavras desse verso: 9 Se a filha de um sacerdote se desonra, prostituindo-se, profana a seu pai; será queimada. Querido amigo a santidade dos sacerdotes era muito importante e se estendia também aos membros da sua família, de modo que se uma filha se entregasse à imoralidade, ou se entregasse à prostituição cultual, que era costume entre os cananitas, estaria profanando o seu pai bem como a si mesma. O castigo para um delito desses era a morte: deveria ser queimada no fogo. Mas, não pense que isso era uma orientação só para o AT. No NT também, em 1Tm 3 e Tt 1 é claro o mandamento de que o líder cristão deve ter seus filhos sob a disciplina do Senhor, pois, se alguém não sabe governar a própria casa, como cuidará da igreja de Deus? 1Tm 3.5. O líder cristão deve governar bem a sua família, pois caso contrário não terá condição de governar a igreja de Deus.
Em 5º lugar nos versos 10-12 temos a proibição da exibição de sinais de luto.
Ouça a leitura do texto: 10 O sumo sacerdote entre seus irmãos, sobre cuja cabeça foi derramado o óleo da unção, e que for consagrado para vestir as vestes sagradas, não desgrenhará os cabelos, nem rasgará as suas vestes. 11 Não se chegará a cadáver algum, nem se contaminará por causa de seu pai ou de sua mãe. 12 Não sairá do santuário, nem profanará o santuário do seu Deus, pois a consagração do óleo da unção do seu Deus está sobre ele. Eu sou o SENHOR.
Esta proibição merece a nossa atenção. É dirigida ao sumo-sacerdote. Nestes versos foi proibido ao sumo-sacerdote mostrar publicamente o seu luto e se envolver aproximando-se do morto, mesmo que fosse um familiar próximo, e, além disso ele deveria permanecer nos limites do tabernáculo. Não deveria sair. Mas, surge a pergunta: porque todas essas exigências para o sumo sacerdote? Ora , porque o título que o sumo sacerdote carregava em sua coroa era: Santidade para com o Senhor. O objetivo de toda essa sessão que estamos estudando é justamente demonstrar a necessidade de uma santidade completa para Deus, entre aqueles que são seus filhos e especialmente entre aqueles que lhe ministram o culto.
Em 6º lugar nos versos 13-15 temos a proibição da realização do casamento com uma mulher que não fosse virgem. Ouça o que diz o texto desses versos:
13 Ele tomará por mulher uma virgem. 14 Viúva, ou repudiada, ou desonrada, ou prostituta, estas não tomará, mas virgem do seu povo tomará por mulher. 15 E não profanará a sua descendência entre o seu povo, porque eu sou o SENHOR, que o santifico.
O sumo-sacerdote, que representava o homem restaurado à comunhão com Deus, era obrigado a evitar todo contato com as impurezas cerimoniais. Portanto, o seu casamento não poderia ser com qualquer mulher. Se não fosse virgem, se fosse viúva, ou se fosse repudiada ou desonrada ou prostituta essas mulheres não serviriam para ser esposa dos sacerdotes. A esposa do sumo-sacerdote deveria ser casta, porque qualquer pessoa menos pura contaminaria a santidade do seu ofício, desqualificando-o para as suas funções. Querido amigo não estranhe todas essas restrições, não. Nos dias do NT, e especificamente nos dias de Paulo foi ele mesmo quem nos dirigiu as palavras de 2Co 6.3-6: ”não dando nós nenhum motivo de escândalo em coisa alguma, para que o ministério não seja censurado”. Percebeu o que eu estava dizendo? É... No tempo do NT as exigências eram maiores ainda e somente através da obra santificadora do Espírito Santo na vida do sumo sacerdote é que todos esses requisitos poderiam ser cumpridos.
Em 7º lugar nos versos 16-24 temos a proibição do serviço sacerdotal por um sacerdote deficiente. Aqui temos alguns pontos a considerar. Vamos a eles:
1)Essas regulamentações, que davam as diretrizes para o sacerdócio são claras mostrando-nos que havia uma distinção entre o homem e a missão que ele exerceria. Assim, ninguém dentre os descendentes de Arão que exerceriam o ministério sacerdotal, que serviriam no Tabernáculo exerceriam o oficio sacerdotal se tivesse certas imperfeições e incapacidades físicas.
2)Da mesma maneira que os sacrifícios, cujos animais não podiam apresentar deficiências, assim também os sacerdotes não podiam ter incapacidades morais, como vimos nos versos anteriores, mas, sobretudo, não podiam apresentar incapacidades físicas, conforme estes versos que estamos analisando. E a razão dessa regulamentação é bastante pertinente, pois os sacerdotes deveriam tipificar, isto é, deveriam apontar para a perfeição de Cristo, o sacrifício e o sacerdote perfeitos.
3)Este é, pois, um texto que trata de deficiências. As deficiências podiam ser cegueira, aleijão, rosto defeituoso, pé quebrado ou mão quebrada, corcunda, baixa estatura, problemas nos olhos, problemas de pele, e, problemas no órgão genital. Mas, qual é a lição que Deus está ensinando aqui? Creio que são duas as lições: Em 1º lugar) Reconhecendo a existência desses homens deficientes que não podiam ministrar ao Senhor, aprendemos que Deus não é obrigado a curar todos os doentes. Deus não é obrigado a reverter os problemas que muitos de nós enfrentamos, mesmo que estejamos no seu serviço até integralmente. Temos que aprender que são situações normais da vida, são circunstâncias que podem ocorrer naturalmente. Mas, as deficiências não devem nos impedir de amar a Deus e servi-lo conforme as nossas capacitações. Em 2º lugar) aprendemos que essas deficiências não desqualificavam moralmente os seus portadores e isto fica claro por poderem eles participarem da “mesa do Senhor”. É o que nos ensina o versículo 22: "Comerá o pão do seu Deus, tanto do Santíssimo como do Santo”. É! Os sacerdotes com essas deficiências não seriam excluídos do sacerdócio, da família sacerdotal. Não! Eles poderiam de participar do sustento que o próprio Senhor provera para a família sacerdotal.
4)O apóstolo Paulo em Filipenses, capítulo 3, versículo 15 lembra que em nossos dias o que é realmente importante não é a perfeição do corpo, mas a perfeição interior, a purificação dos pecados. Tanto nos dias do AT como nos dias do NT e, em nossos dias o que importa é uma vida pura perante Deus. Paulo disse: "Todos, pois, que somos perfeitos, tenhamos este sentimento”. Mas alguns versículos antes, isto é, no versículo 12 ele mostra que precisamos progredir no caminho da perfeição. "Não que eu tenha já recebido ou tenha obtido a perfeição, mas prossigo para conseguir, para conquistar aquilo para o que também fui conquistado por Cristo Jesus”. E, é importante lembrarmos que o próprio apóstolo Paulo nos diz que possuía um espinho na carne, que era provavelmente um problema físico. E nem por isso deixou de pregar o evangelho, e de ser um grande missionário. Assim, há muitas pessoas na igreja que não têm capacidade para exercer certas funções ou cargos de liderança, mas nem por isso devem se considerar impedidos de prestar um fervoroso culto a Deus e de viver em santidade e em completa comunhão com os demais membros do corpo de Cristo.
5)E, uma última consideração sobre esses versos nos ensina que todos aqueles que servem a Deus, devem ser santos, devem ser perfeitos. Sabe porque? Porque tanto Israel era um reino de sacerdotes, como nós cristãos somos sacerdotes reais, cf. 1Pe 2.9. Querido amigo, todo o cristão que é um servo de Deus, é um sacerdote do Deus Altíssimo, e por isso deve ter uma vida de santidade no seu relacionamento com outras pessoas. E por que razão deveria os israelitas se preocupar com sua santidade? A resposta está no verso 24: “Porque eu sou o Senhor que os santifico”. Os israelitas deviam se preocupar com sua santidade, porque pertenciam ao Senhor e Ele mesmo os santificava, isto é, os separava como povo seu. Eles deviam dar testemunho de Deus. Os israelitas não foram chamados para ir até os confins da terra como você e eu fomos chamados para proclamar o evangelho. Mas foram chamados por Deus para serví-lo como uma nação, como um povo, para anunciarem a bondade e o amor de Deus para com todos os povos.
E quanto a nós? Cada crente é um sacerdote. Algumas vezes eu faço a seguinte afirmação: Eu sou um sacerdote, aliás, sou um sacerdote católico, Cada crente é um sacerdote e tem acesso ao trono da graça a qualquer instante. Quanto maior a responsabilidade, maior deve ser a preocupação com a conduta diária. E esta é uma verdade válida para o crente em nossos dias. Deus exige que nós não apenas cumpramos os deveres comuns da lei de Deus, e que estão expressos nos dez mandamentos, mas também que vivamos vidas totalmente santas, não apenas nas aparências, mas interiormente. Esta vida santa só é possível através do poder do Espírito Santo que habita em nós.
Como você percebe a responsabilidade vem através de privilégios. E' um privilégio servir ao Senhor num cargo pelo qual você tenha sido elevado. Mas ao mesmo tempo, você deve viver de acordo com esta nova responsabilidade, ou então você e eu seremos uma vergonha para a obra de Cristo.
Querido amigo, chegamos assim ao final de mais um tempo de estudos e reflexão da Palavra de Deus.
Minha oração é que você tenha sido compreendido melhor este trecho da Bíblia, que tenha sido edificado e tenha sido desafiado a viver de modo ainda mais agradável a Deus.
Que o Senhor te abençoe,
Fico aqui aguardando a sua correspondência, ok?
Um grande abraço,
© 2014 Através da Biblia

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