sábado, 16 de agosto de 2014

Através da Bíblia - Deuteronômio 30.1-20

Deuteronômio 30.1-20
Olá amigo, estamos iniciando mais um programa da série "Através da Bíblia". É com satisfação que chegamos até você para compartilhar os princípios da Palavra de Deus que temos aprendido através dos estudos que temos feito no livro de Deuteronômio. Como você que tem nos acompanhado continuamente sabe, o nosso projeto é desafiador. Planejamos estudar toda a Bíblia, analisando parágrafo por parágrafo, destacando até alguns versos com a finalidade de adequarmos cada vez mais as nossas vidas à vontade de Deus. Inicialmente temos registrado em nossos encontros as cartas que chegam de vocês compartilhando como tem sido a recepção programa e quais tem sido suas experiências. Para nós é grande alegria podermos ter esse momento de comunhão. Registramos hoje o e-mail que a M.S. nos enviou de Joinville, SC. Foram essas as suas palavras: "A paz do Senhor, acompanho este programa abençoado do estudo da Palavra de Deus através de uma emissora aqui na cidade de Joinville. Gostaria de solicitar, se possível um estudo no livro de Juizes". Querida irmã, como já respondi o seu e-mail só me resta avisá-la e a todos os nossos ouvintes que logo estudaremos o livro de Juízes. Depois de concluirmos os estudos em Deuteronômio, a seqüência será Josué, Juízes e Atos dos Apóstolos, portanto preparem-se para esses estudos. Agradecemos a Deus porque Ele tem usado este programa para a edificação de muitos irmãos e por isso é que sempre oramos pedindo que esses comentários edifiquem a todos que nos ouvem. E, é exatamente isso que quero fazer agora. Vamos orar: "Senhor Deus e Pai, obrigado pela tua ação abençoadora sobre todo o teu povo. Conceda-nos Senhor que através do programa de hoje muitos possam ouvir a tua voz. Ilumina-nos pelo teu Espírito Santo e que possamos ser encorajados em nossa vida cristã. Senhor oramos em nome de Jesus, Amém!".
Querido amigo, o nosso alvo neste programa é estudarmos o capítulo 30 do livro de Deuteronômio, a segunda e última parte do quarto discurso de Moisés. Quando Moisés terminou de pronunciar essas palavras não se passou mais uma quinzena e Israel sob o comando de Josué atravessou o Jordão e começou a conquista de Canaã, a terra da promessa. A concretização da promessa feita a Abraão, Isaque e Jacó estava se cumprindo e provava a bondade e o amor de Deus a Israel, o povo que Ele escolhera.
Como temos mencionado anteriormente, por todo o livro encontramos uma ênfase destacada no amor. O amor de Deus por Israel é mencionado pelo menos cinco vezes; o amor de Israel é mencionado aproximadamente em doze ocasiões (aqui no cap. 30 o amor é mencionado nos vs. 6, 16 e 20) e, o amor de Israel pelos estrangeiros também é mencionado. Como temos repetido, o amor de Deus pelo Seu povo é comprovado por Suas bondosas ações em nosso favor, mas o amor a Deus é comprovado por nossa obediência a Ele e as Suas leis. Assim, nesse capítulo 30, além da maldição que estudamos no capítulo 29, no programa passado, percebemos uma palavra encorajadora. Neste capítulo há a promessa da restauração. O propósito de Deus para o seu povo nunca falhará mesmo diante da desobediência continua do povo. Havendo arrependimento e volta aos caminhos traçados por Deus, Deus é generoso, misericordioso, longânimo, gracioso e amoroso e restauraria Israel de qualquer situação em que se encontrasse. Ao estudarmos este capítulo veremos a necessidade de tomarmos uma decisão definitiva de seguirmos o Senhor e os seus caminhos ou seguirmos pelos nossos próprios caminhos e sofrermos as duras conseqüências da insubmissão a Deus.
Para esse capítulo sugiro este título: As ações necessárias para as bênçãos divinas. Resumindo o seu conteúdo e extraindo o seu princípio desafiador podemos sintetizá-lo com essa frase: Somente quando reconhecemos a necessidade de ações concretas podemos experimentar o amor e a bondade de Deus em nossas vidas. Neste texto final das palavras de Moisés encontramos sete ações necessárias para obtenção das bênçãos divinas:
Em 1º lugar vemos a necessidade de considerarmos as circunstâncias, vs.1-2.
Moisés iniciou esta segunda parte do seu 4º discurso propondo a Israel que recordasse as suas circunstâncias. Em meio às tribulações descritas no capítulo 29, em meio às maldições que o alcançariam como resultado de sua desobediência, Israel deveria considerar, analisar e avaliar a sua situação e se propor retornar para Deus. Israel deveria decidir voltar a Deus dando ouvidos à voz do Senhor, de todo coração e todo a sua alma, isto é, completa e totalmente. Cada um de nós temos que considerar, temos que avaliar nossas circunstâncias, as situações em que nos encontramos para decidirmos racionalmente o que queremos ou pretendemos da vida. Muitos têm escolhido andar longe de Deus e assim arcam com as conseqüências. Mas, muitos de nós, pela misericórdia e graça divina temos escolhido amar a Deus, servi-Lo de todo o coração e alma. Que essa possa também ser a sua escolha.
Em 2º lugar vemos a necessidade da ação divina provocando amor a Deus, vs.3-6.
Esses versos devem ser lidos integralmente para percebermos a razão dessa afirmação: [...então, o Senhor, teu Deus, mudará a tua sorte, e se compadecerá de ti, e te ajuntará, de novo, de todos os povos entre os quais te havia espalhado o Senhor, teu Deus. Ainda que os teus desterrados estejam para a extremidade dos céus, desde aí te ajuntará o Senhor, teu Deus, e te tomará de lá. O Senhor, teu Deus, te introduzirá na terra que teus pais possuíram, e a possuirás; e te fará bem e te multiplicará mais do que a teus pais. O Senhor, teu Deus, circuncidará o teu coração e o coração de tua descendência, para amares o Senhor, teu Deus, de todo o coração e de toda a tua alma, para que vivas]. Querido amigo é isso mesmo! Esses verbos indicam as ações divinas levando o povo ao arrependimento, a voltar para Deus. São nove verbos: 1)Deus mudaria a sorte deles (3); 2)Deus se compadeceria (3); 3)Deus os ajuntaria de novo (3-4); 4)Deus os tomaria dos mais diversos lugares (4); 5)Deus os introduziria em Canaã (5); 6)Deus os faria possuir a terra (5); 7)Deus lhes faria o bem (5); 8)Deus os multiplicaria (5); 9)Deus lhes circuncidaria os corações (6). Essas nove ações divinas são declarações da impossibilidade humana de voltar para Deus. Essa volta, esse retorno só acontece quando Deus mesmo age fazendo-nos voltar para Ele mesmo. Mas, nas frases finais do verso 6 encontramos o motivo pelo qual Deus produziria essa mudança em Israel. Deus agiria assim para que Israel amasse a Ele mesmo, o seu Deus, de todo coração e de toda a alma. Sabe por que? Porque Deus tinha como propósito que eles vivessem. Querido amigo é Deus quem provoca o nosso amor a Ele. É Deus que age em nós para que O amemos e como resultado, como conseqüência nos faz desfrutar da vida que só Ele mesmo concede. A vida que Ele quer que desfrutemos é a própria vida que Ele nós dá! Porém para que isso aconteça, como foi alistada uma das ações divinas em nosso favor é a circuncisão do coração. A circuncisão simbolizava a aliança entre Deus e seu povo. Portanto, circuncidar o coração, significa assim como no processo físico, retirar os empecilhos, os impedimentos ou os obstáculos que dificultavam a possibilidade de um relacionamento pleno. Deus queria que Israel O amasse com todo o seu coração, com toda a sua alma, com toda a sua força e, esse objetivo retornava para o próprio povo. Deus queria e quer que nós que somos seu povo vivamos. Vivamos a vida que Ele nos concede!
Em 3º lugar vemos a necessidade da conversão a Deus, vs.7-10.
A conseqüência do que vínhamos comentando anteriormente é visível nestes versos. Ela aparece de forma condicional através da cláusula “se” repetida por duas vezes no verso 10: 1) [se deres ouvidos à voz do Senhor, teu Deus, guardando os seus mandamentos e os seus estatutos, escritos neste Livro da Lei], e, 2) [se te converteres ao Senhor, teu Deus, de todo o teu coração e de toda a tua alma]. As bênçãos divinas recairiam sobre o povo de Deus se houvesse arrependimento, se houvesse conversão a Deus e se houvesse obediência. Sim! Diante da conversão ao Senhor, diante da obediência aos mandamentos os israelitas desfrutariam das bênçãos de Deus. Que bênçãos? Pelo menos sete bênçãos são mencionadas: 1)punição dos seus inimigos (7); 2)punição dos que os aborreciam e os perseguiam (7); 3)abundância em todas as suas obras (8); 4)fertilidade humana (9); 5)fertilidade animal (9); 6)fertilidade vegetal (9); e, 7)se tornariam motivo de exultação para o Senhor. Ora, diante dessas afirmações, fica mais uma vez constatado que Deus quer nos abençoar, mas para que isso aconteça Ele quer ver a nossa disposição de nos submetermos a Ele e obedecermos a Sua Lei. Mas, deve-se destacar também nesses versos a afirmação do verso 7 que diz: [O Senhor, teu Deus, porá todas estas maldições sobre os teus inimigos e sobre os teus aborrecedores, que te perseguiram]. Querido amigo temos que entender claramente esse verso, pois assim entenderemos a soberania de Deus. Seria bênção para Israel a punição dos seus inimigos. Se Israel não obedecesse ao Senhor, ele seria disciplinado e isso ocorreria através de outras nações como, por exemplo, os assírios e os babilônicos que os levaram ao cativeiro, através de guerras e conquistas. Mas, mesmo essas nações que foram usadas como instrumentos disciplinares divinos não ficariam impunes por suas maldades e pelos males causados ao povo de Deus. O nosso Deus é soberano e justo. Não é porque essas nações foram usadas como instrumentos divinos que ficariam impunes, mas por outro lado, não é porque Israel era povo de Deus que ficaria impune! Não! Deus é justo, portanto eu e você também somos passíveis da disciplina divina! Se agirmos em desacordo com a vontade divina somos passíveis da disciplina do Senhor!
Em 4º lugar vemos a necessidade da obediência pela proximidade da lei, vs. 11-14.
Nesses versos encontramos uma das passagens mais importantes de Deuteronômio, pois muitos séculos depois, inspirado pelo Espírito Santo, Paulo citou esses versículos no livro de Rm 10.6-10, argumentando sobre a disponibilidade da “declaração da fé” para a salvação. Vamos atentar para as palavras destes versos: [Porque este mandamento que, hoje, te ordeno não é demasiado difícil, nem está longe de ti. Não está nos céus, para dizeres: Quem subirá por nós aos céus, que no-lo traga e no-lo faça ouvir, para que o cumpramos? Nem está além do mar, para dizeres: Quem passará por nós além do mar que no-lo traga e no-lo faça ouvir, para que o cumpramos? Pois esta palavra está mui perto de ti, na tua boca e no teu coração, para a cumprires]. Querido amigo, Moisés não deixou dúvidas quanto a possibilidade de Israel cumprir os mandamentos divinos. Pelas palavras de Moisés era possível cumprirem os mandamentos de Deus. Mas, como os israelitas poderiam obedecer a lei divina? Veja bem, Moisés estava declarando que compreender a aliança, crer nela e obedecê-la não ficava além do alcance do povo. Moisés declarou nestes versos que a lei: 1)não era incompreensível (demasiado difícil); 2)nem inatingível (nem está longe de ti); 3)nem inacessível (nos céus); 4)nem intransponível (além do mar); 5)mas, era praticável (para a cumprires)! Estando essa lei nas suas bocas (ao repetirem-na) e em seus corações (ao crerem-na) e tendo um coração humilde, pedindo a graça divina e vivendo pela fé, Israel poderia amar a Deus obedecendo aos seus mandamentos.
Porém, surge a pergunta: Se é possível a obediência aos mandamentos do Senhor, por que somente Jesus conseguiu obedecê-los? Por que nenhum homem conseguiu e consegue obedecê-los? A resposta é uma constatação sobre a nossa condição humana. Ninguém obedeceu ou obedece integralmente os mandamentos divinos porque a natureza humana possuiu em si mesmo uma forte tendência para o pecado. Infelizmente não é possível termos uma vida sem pecado, isso é, obedecendo totalmente a vontade de Deus porque a nossa natureza foi distorcida e está inclinada para o pecado, para desobedecer a Deus. Porém, conforme o Espírito Santo inspirou Paulo em Rom 8.3: [...o que fora impossível à lei, no que estava enferma pela carne, isso fez Deus enviando o seu próprio Filho...]. Querido amigo, não é possível sermos justos diante de Deus obedecendo a lei, pois a carne está enferma, isto é, a nossa velha natureza, pecaminosa, não tem poder contra o pecado. Somente Jesus, que não tem a nossa natureza pecaminosa conseguiu obedecer totalmente a lei. E, graças a Deus, essa obediência de Jesus pode ser a nossa obediência, se pela fé aceitarmos esse presente divino. Deus nunca pretendeu que a lei justificasse alguém. A lei foi dada para revelar a nossa necessidade e nos conduzir a Cristo (Gl 3.24). Somente Cristo, através do Espírito Santo pode nos dar um novo coração, uma nova vontade e uma nova capacidade para obedecermos a lei de Deus. Que cada um de nós possa permitir ao Espírito Santo nos capacitar a obedecer aos mandamentos do Senhor!
Em 5º lugar vemos a necessidade do amor a Deus, v.15-16.
Como dissemos na frase que resume esse capítulo, “somente quando reconhecemos a necessidade de ações concretas podemos experimentar o amor e a bondade de Deus em nossas vidas”. Assim uma das ações que Deus esperava de Israel e que espera de nós cristãos é o amor a Ele mesmo. A proposta de renovação da aliança colocava Israel diante de uma escolha: por um lado: vida e o bem; e, de outro lado: morte e o mal. A proposta incluía três requisitos com recompensas: 1) guardar os mandamentos, 2) amar o Senhor, 3) andar nos seus caminhos. Se Israel escolhesse a vida e o bem e, se guardasse os mandamentos, andasse nos caminhos e amasse o Senhor, então, o Senhor Deus: 1) os faria viver, 2) os multiplicaria e 3) os abençoaria. A terra de Canaã, que logo mais Israel conquistaria e possuiria, de fato, seria uma terra que “mana leite e mel”, isto é, seria uma terra abençoada por Deus. O amor a Deus, demonstrado na obediência aos seus mandamentos é a maneira de atrairmos a atenção divina sobre nossas vidas ou sobre nossas comunidades. Que o Senhor mesmo nos dê condições de amarmos a Ele de todo coração, alma e força! É esta a escolha que Deus espera de nós, como esperava esta mesma escolha por parte de Israel.
Em 6º lugar vemos a necessidade da disciplina divina, v.17-18.
Mas, ao mesmo tempo em que Deus propunha e prometia uma vida abençoada. Deus deixou clara a sua reação diante da escolha de uma alternativa errada. Esses versos nos mostram essa alternativa infeliz: [Porém, se o teu coração se desviar, e não quiseres dar ouvidos, e fores seduzido, e te inclinares a outros deuses, e os servires, então, hoje, te declaro que, certamente, perecerás; não permanecerás longo tempo na terra à qual vais, passando o Jordão, para a possuíres]. Se Israel optasse por essa alternativa estava claro o que receberia como recompensa. Mas, aqui surge uma importante pergunta que necessita de uma resposta muito objetiva. A pergunta é: Como alguém, diante de tantas advertências poderia optar por essa segunda alternativa sabendo que iria ter contra si mesmo a poderosa mão de Deus? A resposta objetiva é: Racionalmente, conscientemente é provável que ninguém optasse por essa segunda alternativa; porém ela pode ser escolhida no dia a dia. Sim! Ao nos envolvermos com as circunstâncias da vida, ao nos dedicarmos ao nosso ganha-pão diário, ao vivermos a vida rotineiramente e sem a vigilância que devemos ter, podemos nos enganar e iniciarmos um caminho triste e de conseqüências mais tristes ainda. Conforme o verso 17: o desvio dos caminhos do Senhor; o desprezo à voz do Senhor; a sedução de uma vida indisciplinada; a inclinação a outros deuses (mesmo que não sejam ídolos); e o serviço a eles, isto é, o culto, a adoração a esses deuses que não são deuses, podem nos levar, na prática, a optarmos por essa segunda alternativa, enganando-nos a nós mesmos, conforme Tg 1.22. Israel, comparando-se com as outras nações, poderia sem perceber optar por esse caminho que o levaria para longe de Deus e assim teria como conseqüência o desterro, isto é, seria lançado da terra que estava para conquistar. Israel não permaneceria, como de fato não permaneceu na terra que Deus tinha prometido aos seus pais. E, assim como Israel, se fizermos essa opção poderemos ter essa mesma conseqüência: não permaneceremos em comunhão com Deus, não manteremos o lugar do nosso candeeiro, conforme Ap 2.5 como foi advertida a igreja de Éfeso.
Em 7º lugar vemos a necessidade da escolha, v.19-20.
Ora, diante disso, era necessário um juramento. Para se oficializar as alianças os deuses de ambas as partes eram invocados. Em Israel essa invocação não seria aceita, por isso os céus e a terra foram convocados como testemunhas de que foram oferecidas ambas as alternativas para que fosse feita uma escolha consciente. Foi, finalmente feito um apelo para que Israel escolhesse a vida e que amando a Deus, ouvindo-O e apegando-se a Ele teriam longevidade na terra de Canaã, a terra que havia sido prometida a Abraão, Isaque e Jacó. Querido amigo, minha oração é que você faça a melhor escolha. Que você a vida!
Querido amigo chegamos ao final de mais um tempo de estudos e concluímos a analise do 4º discurso de Moisés, as palavras finais de Moisés. Espero que você tenha sido desafiado por essas lições e peço a Deus que te capacite a obedece-Lo.
Obrigado por sua companhia e, fico aguardando a sua carta, seu e-mail ou um recado no orkut.
Que o Senhor Deus te abençoe,
Um grande abraço.
© 2014 Através da Biblia

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