quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Através da Bíblia - Números 1B

Números 1
Olá amigo, estamos iniciando mais um programa da série "Através da Bíblia". Você sabe que este programa tem por propósito estudar toda a Palavra de Deus. Um projeto como esse requer muito tempo, perseverança e fidelidade. Somos gratos a Deus por essa possibilidade e por sua companhia conosco. A sua companhia é importante, pois através da sua comunicação sabemos como chegamos até você e qual a validade dos estudos. Hoje iniciamos os nossos estudos no livro de Números, o 4º livro do Pentateuco, que nos conta a história de Israel antes de entrar na Terra Prometida. Para nós é gratificante podermos dividir com tantos irmãos e amigos as nossas vidas. Hoje, registramos a carta da irmã I.S. de Rio Vermelho em Araputanga – MT. São essas as suas palavras: “Olá prezado irmão. Estou escrevendo para dizer que o programa Através da Bíblia traz muito conforto para todos nós aqui em casa. Ouvimos há muito tempo, mas só agora decidi escrever. Estou orando sempre pelo irmão e também peço orações para minha família”. Querida irmã, agradecemos as suas palavras. Elas nos incentivam, nos motivam a estudarmos com maior profundidade a Palavra de Deus para transmiti-la de um modo cada vez mais fácil de ser entendida. Agradeço suas orações e pedimos que continue orando por nós e pode contar com nossas orações. Seu nome estará em nossa lista de orações. Agora, quero convidá-la para o momento de oração pedindo a Deus a sua bênção para este programa. Vamos orar: "Senhor Deus colocamos as nossas vidas diante do Senhor, dependo da sua misericórdia. Pedimos a iluminação do teu Espírito para que a Tua palavra seja compreendida por todos nós. Abençoa-nos onde estivermos. Oramos em nome de Jesus. Amém!".
Querido amigo, hoje a nossa tarefa é conhecermos de uma maneira geral no livro de Números, a seqüência da caminha de Israel rumo à Palestina, a Terra prometida.
Todos os leitores que amam a Bíblia e nela meditam "de dia e de noite", certamente já se sentiram cativados pelas cenas narradas neste quarto livro, produzido por Moisés. Embora se trate de um registro trágico em muitos aspectos, o livro de Números chama a atenção de todos nós que somos "peregrinos" em nossa jornada cristã.
Para conhecermos mais detalhadamente esta rica e emocionante história vamos fazer algumas observações:
Em 1º lugar, quanto ao título.
Os hebreus deram-lhe o nome de "wayyedabber": "falou o Senhor", ou mais freqüentemente "bemidbarth": "no deserto", conforme o seu primeiro versículo.
Já os tradutores gregos, da "septuaginta" chamavam-no de "Números": "arithmoi", devido aos censos, registrados nos capítulos 1 a 3, e cap.26.
Em 2º lugar, quanto à autoria.
A autoria mosaica (entendendo-se Moisés como o redator principal) é assegurada no próprio texto, por sua estreita ligação com Levítico e Deuteronômio. Diante das inúmeras afirmações de que "o Senhor falou a Moisés", e pelo fato do Senhor ter ordenado a Moisés que ele registrasse esses eventos (cf. 33.2) aceitamos a autoria mosaica.
Mas, além dessas evidências internas, temos também evidências externas que confirmam a autoria mosaica: Jesus e os escritores neotestamentários relacionaram Moisés com diferentes fatos narrados em Números, por exemplo, em passagens como: Jo 3.14; 1Co 10; e em Hb 3; 4; e 10.28. Além disso, Jesus referiu-se a Moisés como sendo autor do Pentateuco (Jo 5.46).
Em 3º lugar, quanto ao conteúdo.
O registro de Números prende a nossa atenção por algumas razões. A 1ª razão foi a realização do 1º recenseamento, com o objetivo de determinar a força militar de Israel. A 2ªrazão foi a divisão do acampamento estrategicamente providenciada para facilitar uma mobilidade organizada: um empreendimento tão vital quanto complexo, envolvendo uma multidão de mais de três milhões de pessoas, tinha que ser bem organizado. A 3ª razão foi a definição dos serviços dos levitas ligados ao tabernáculo. Todos os preparativos foram feitos para que se pudesse avançar até a fronteira de Canaã. A 4ª razão foi o início da marcha em estágios divinamente estabelecidos e o próprio Senhor como guia da enorme multidão, mediante a coluna de nuvem e fogo. A distância foi percorrida e assim chegaram a Cades-Barnéia. Canaã está à vista. Mas, acontece a infidelidade, a incredulidade.
A 5ª razão se constata com o surgimento de um problema: Israel deixa de crer e torna-se rebelde. O juízo divino cai sobre eles e os “40” anos, (em termos gerais) de peregrinação começam. Os milhares que saíram do Egito morrem no deserto. A 6ª razão foi o fato de Deus levantar e tratar com uma nova geração, e ali na planície de Moabe, próximo a Canaã um novo recenseamento foi decidido. E, a 7ª razão pela qual Nm nos chama a atenção foi o recomeço da marcha, os preparativos finais iniciam-se para que Israel finalmente suba e possua a Terra da Promessa, Canaã!
Em 4º lugar, uma observação quanto a data.
Provavelmente a data em que foi concluída a escrita do livro de Números é a de 1405 A.C.. Isto porque o período de tempo que é alcançado no relato do livro é de 1444 a 1405 aC. Números começa com a ordem dada pelo Senhor, em maio de 1444 aC., para se fazer o recenseamento, e termina com uma assembléia às margens do Jordão, pouco antes da morte de Moisés. A duração total dos acontecimentos de Números pode ser contada em 38 anos de 9 meses, divididos em quatro etapas:
1ª etapa) recenseamento e preparo para a marcha: 20 dias (caps. 1-10);
2ª etapa) jornada até Cades-Barnéia e espionagem: 70 dias (caps. 11-14);
3ª etapa) peregrinação no deserto por incredulidade: 38 anos e 1 mês (caps. 15-20); 4ª etapa) marcha de Edom até campinas de Moabe - 5 meses (caps. 21-36).
Números retoma a narrativa onde Êxodo terminou. O último capítulo de Êx 40.17 nos diz que: "no primeiro mês do segundo ano, no primeiro dia do mês" se levantou o Tabernáculo. Portanto: em 1/1/02. Em Nm 1.1, lemos: "no segundo ano após a saída dos filhos de Israel do Egito; no primeiro dia do segundo mês", falou o Senhor a Moisés... Portanto: em 1/2/02. Diante disso podemos observar que temos um intervalo de apenas um mês entre a edificação do Tabernáculo e a ordem para o recenseamento que é o início do livro de Números, confirmando que Levítico é um livro de instruções, recebidas nessas poucas semanas entre um fato e outro.
Em 5º lugar, outra observação quanto à importância de Números.
Nunca é demais insistir na demonstração da importância livro de Nm. Este livro é repetidamente mencionado no Novo Testamento. E de tal maneira isso ocorre, que inspirado pelo Espírito Santo, Paulo nos chama a atenção especial para essa etapa da vida de Israel: “Estas cousas lhe sobrevieram como exemplos” (1Co 10.6).
O termo grego traduzido por "exemplos" é tupoi, ou seja, tipos. Os fatos registrados em Números foram imortalizados por terem sido divinamente colocados em forma de tipos, de sinais, para o nosso aprendizado. Assim, o estudante que conhece o conteúdo do livro de Números deve sentir-se advertido para a sua viagem de peregrinação à Canaã celestial e escapará de grandes contrariedades que a nossa própria natureza nos proporciona quando aplicar a mensagem de Nm à sua vida.
No livro de Números temos muitas ilustrações das verdades do evangelho e, por conseguinte, temos também em Números várias lições das doutrinas do NT.
Em 6º lugar, quanto ao objetivo do livro de Números.
O estudante atencioso perceberá claramente que o objetivo de Moisés ao escrever Números, foi preservar um registro da paciência divina para com o povo que ele escolhera, e demonstrar que a redentora misericórdia divina não impediu que Ele castigasse severa e exemplarmente o povo de Israel por causa dos seus pecados.
Não obstante tê-los redimido graciosamente, Ele não os libertou para uma vida fácil, permissiva e independente. Deus redimiu Israel para uma vida de disciplina, serviço, e luta. A frase chave: "todos os capazes de sair à guerra”, ocorre quatorze vezes no capítulo 1. Nesses preparativos, o Senhor mostrou ao Seu povo - o povo da Aliança - que nenhum inimigo os venceria se eles cressem e confiassem nEle, como o Senhor dos Exércitos, e além disso, obedecessem a Sua Palavra.
Assim, como em Êx 15.3, quando Moisés O caracterizou como: "O Senhor é homem de guerra" (Sl 24.8), aqui em Números também O temos como aquele que luta por seu povo, preparando a jornada do Monte Sinai até a Terra Prometida!
Em 7º lugar, quanto a sua estrutura.
A estrutura do livro de Números é peculiar, e uma vez conhecida será difícil esquecê-la. Precisamos lembrar que o livro de Números é um livro de movimentos ao contrário do livro de Levítico, que é um livro de legislações cultuais. E, são estes movimentos que marcam as principais divisões do livro.
Mas, o mais importante no conhecimento do livro é percebemos que em Números temos duas gerações diferentes de israelitas:
a) A primeira geração que saiu do Egito, mas que por desobediência, morreu no deserto: caps 1-14;
b) A segunda geração que nasceu e cresceu no deserto e entrou na terra prometida: caps. 21-36
Entre esses dois blocos, temos os caps. 15-20, em que há um período de transição. O evento marcante no cap. 20 é a morte de Arão, que deve ter marcado o fim da peregrinação e o início de tratamento com a segunda geração. Na verdade, a morte de Arão é a determinação de tempo mais importante do livro de Números, como podemos observar:
a) Em 33.38, temos a afirmação que Arão morreu em 1/5/40;
b) Se este fato ocorreu no 40º ano depois do êxodo, então este acontecimento - a morte de Arão - ocorreu 38 anos após a crise de incredulidade em Cades-Barnéia - cap.14, que por sua vez ocorreu no 2º ano do êxodo (Nm 10:11);
c) A tudo isso acrescenta-se a palavra de Moisés, em Dt 2.14, quando diz que: "O tempo de caminhada desde Cades-Barnéia até o ribeiro de Zerede, foi de 38 anos";
d) Portanto, a morte de Arão (cap.20), deve ter marcado o fim desse período de transição em que o trato com a primeira geração termina e, estava prestes a iniciar-se o tratamento com a segunda geração.
Em 8º lugar, quanto ao Cenário Religioso de Números.
Devido à importância deste livro, e sua aplicabilidade ao NT e às nossas próprias vidas, nunca é demais verificarmos o "pano de fundo" religioso no qual ele está inserido:
a) As duas gerações viram o poder de Deus: A primeira tinha saído do Egito sob poderosa mão de Deus. Viram os grandes milagres de Deus executados através da mão de Moisés, e recebera a Lei, de modo também miraculoso. Seus componentes foram, entretanto, destruídos pela idolatria e rebelião. A segunda cresceu conhecendo a Lei, bebendo água da rocha, e recebendo diariamente o maná e, estava bem familiarizada com o fato de Deus ter destruído, devido à corrupção, os habitantes do lado leste do Rio Jordão.
b) Quando o povo pôs-se em marcha, partindo do Sinai, o seu humor começou a piorar e a murmuração tomou conta de todo o povo. Até na própria família de Moisés o ciúme e a disputa tiveram que ser julgados por Deus. E então chegou a Crise de Cades-Barnéia. Os pecados foram idolatria e rebelião. Até Moisés, foi considerado rebelde no final e como conseqüência não entrou em Canaã.
c) Mas, é interessante notar que os dois pecados ocorreram antes das grandes manifestações de bondade da parte de Deus: Antes da entrega da lei houve o pecado da idolatria. Antes da posse da terra prometida houve o pecado da rebelião. Entretanto, é importante salientar que a justiça e a ira de Deus manifestaram-se, repreendendo os pecados, e a Sua misericórdia manifestou-se, concedendo novas oportunidades.
d) As novas oportunidades aconteceram com Eleazar, o novo sumo-sacerdote (20.28), e com o retomo da prática da circuncisão, só praticado após a travessia do Jordão (Js 5.5).
Em 9º lugar, quanto ao Esboço do livro de Números
I - ORGANIZAÇÃO E DESOBEDIÊNCIA DA PRIMEIRA GERAÇÃO - 1 a 14
A - Primeiro Censo e outros deveres 1 a 4
B - Leis de Pureza e Separação 5 a 6
C - Preparativos Finais para o início da marcha 7 a 10
D - Rebelião de Israel e Rejeição de Deus 11 a 14
1. O povo despreza o maná 11
2. Miriã e Arão desafiam a Moisés 12
3. Israel envia e ouve o relatório dos espias 13 4. Deus condena a primeira geração pela incredulidade 14
II - PERÍODO DE TRANSIÇÃO - PEREGRINAÇÕES POR 38 ANOS - 15 a 20
A - Admoestação contra o pecado da arrogância 15
B - Julgamento da rebelião arrogante de Israel 16
C - A solução para a murmuração 17
D - Os deveres e os direitos dos sacerdotes e levitas 18
E - Obrigações sacerdotais 19
F - Moisés fere a Rocha, Edom recusa passagem, Arão morre 20
III – REORGANIZAÇÃO DA SEGUNDA GERAÇÃO 21 a 36
A - Vitórias a caminho do Jordão 21 a 24
1. Vitória militar contra inimigos pagãos 21
2. Vitória espiritual contra Balaão 22
3. Balaão e Balaque contra Israel 23
4. As profecias de Balaão 24
B - Conflito e vitória sobre os midianitas 25 a 31
1. Idolatria e imoralidade em Baal-Peor 25
2. Segundo censo 26
3. Leis de herança, anúncio da morte e sucessor de Moisés 27
4. Leis sobre o holocausto perpétuo 28
5. Leis sobre festa das trombetas e festas solenes 29
6. Leis sobre os votos das mulheres 30
7. Vitória sobre os midianitas 31
C - Preparativos finais para a entrada em Canaã 32 a 36
1. Rúbem, Gade e Manassés (metade), na Transjordânia 32
2. Retrospectiva da jornada e incumbência 33
3. Instruções para a divisão da terra 34
4. As cidades dos levitas e as cidades de refúgio 35
5. Os casamentos das herdeiras 36
Em 10º lugar quanto as CONTRIBUIÇÕES SINGULARES DE NÚMEROS
1 – O censo militar e organização de Israel
2 – O voto nazireu para serviço especial
3 – O livro das murmurações de Israel e suas conseqüências
4 – As diferenças entre pecados propositais e não propositais
5 - O profeta Balaão e a sua jumenta falante
6 – Os tipos de experiência cristã em números
7 - A grande invocação e bênção de Israel
Quero destacar nesse final de programa que Israel foi um povo rebelde e isso se comprova pelas murmurações que levantaram contra Deus que podemos constatar, como veremos em outros programas:
Um descontentamento tanto da parte dos leigos como dos líderes, precedeu a grande crise de Cades-Barnéia. O livro relata essa queixa de forma clara.
O povo escolhido em Gênesis; redimido em Êxodo, instruído em Levítico e, agora organizado em Números, murmura por sete razões contra o Senhor:
a) Murmuraram contra o caminho ....................... 11:1 a 3
b) Murmuraram contra o alimento ....................... 11:4 a 6
c) Murmuraram contra os gigantes ................ 13:31a 14:2
d) Murmuraram contra os líderes ....................... 16:1 a 3
e) Murmuraram contra os julgamentos de Deus ....................... 16:41 a 50
f) Murmuraram contra o deserto ..................... ....... 20:2 a 5
g) Murmuraram contra o maná ................................ 21:4 e 5
Contra essas murmurações o Senhor Deus trouxe disciplina exemplar contra Israel:
a) Fogo consumidor ...................... 11:1 e 2
b) Grande praga ...................... 11:33 e 34
c) Toda aquela geração não entraria em Canaã ....................... 14:22 e 23
d) Morte de 250 rebeldes ....................... 16:32 e 33
e) Morte de 14.700 por praga ....................... 16:47 a 49
f) Moisés, depois de ferir a Rocha, não entra em Canaã .............. 20.11 e 12
g) Serpentes ardentes ....................... 21:6 a 9
Mas, por outro lado é em Nm que vemos o registro de um dos textos mais queridos de toda a Escritura. É a bênção arônica que acha-se em 6.22-27
Era destinada aos que viviam em aliança com o Senhor da Aliança, e certamente é extensiva aos crentes do Novo Testamento:
“O Senhor te abençoe e te guarde; O Senhor faça resplandecer o seu rosto sobre ti, e tenha misericórdia de ti; O Senhor sobre ti levante o seu rosto, e te dê a paz”.
Bom, chegamos ao final de mais um estudo e este foi de modo marcante, pois o foi o 1º estudo em Nm. Espero que você mesmo com esses assuntos introdutórios tenha percebido o recado de Deus para a sua vida. Minha oração também é que você seja capacitado por Deus para colocar em pratica essas lições aprendidas. Não deixe de escrever para nós compartilhando alguma coisa sobre o programa. Por carta ou por e-mail conte-nos como o programa, tem chegado à sua região e, compartilhe também qual tem sido o valor do programa para o desenvolvimento da sua vida de relacionamento com Deus.
Quero concluir esse 1º estudo com as palavras que Deus deu a Moisés para que orientasse a Arão para que ministrasse e abençoasse o povo.
Que o Senhor te abençoe e te guarde, o Senhor faça resplandecer o seu rosto sobre ti, e tenha misericórdia de ti, o Senhor sobre ti levante o seu rosto; e te dê a paz.
© 2014 Através da Biblia

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