terça-feira, 5 de agosto de 2014

Através da Bíblia - Levítico 23

Levítico 23
Olá amigo, estamos iniciando mais um programa da série "Através da Bíblia". Você que tem nos acompanhado sabe que temos por propósito estudar toda a Palavra de Deus. Fazemos isso porque Deus tem nos chamado para proclamar com integridade a Sua genuína Palavra e porque vocês têm escrito perguntando sobre o significado de diversos textos. As correspondências que vocês enviam demonstram carinho e amizade cristã. Quero incentivá-lo a nos escrever sobre questões de interpretação ou sobre suas boas experiências no estudo da Palavra. Foi sobre essas experiências que recebemos uma carta da nossa ouvinte S, de Placas no Pará. São essas as suas palavras: “É a 1ª vez que escrevo para o Através da Bíblia e quero dizer que comecei a sintonizar esse programa no dia 3 de janeiro. Achei maravilhoso, uma bênção! Sou uma jovem de 18 anos e gostaria que orassem por meu namorado, pois estamos querendo nos casar”. Querida irmã, louvamos a Deus por sua vida e por sua fidelidade em estudar a Sua Palavra desde cedo. Se você e seu noivo se casarem com o propósito de sempre estudarem a Bíblia, certamente Deus vai abençoar o casamento de vocês. Conte com nossas orações. E, é exatamente para orarmos que te convido agora. Vamos orar: “Pai querido, obrigado pela tua direção e pela misericórdia que tu nos dás. Pedimos a iluminação do Teu Espírito para o programa de hoje. Que ele sirva para edificação de cada um dos nossos ouvintes. Pai, pedimos baseados na Tua misericórdia,que as tuas bênçãos recaiam sobre o futuro casamento dos teus filhos. Que formem um lar que glorifique e dignifique o Senhor. Oramos em nome de Jesus. Amém”.
Querido amigo, vamos estudar hoje os 44 versos do capítulo 23 de Levítico. Neste capítulo estudaremos sobre as festas do povo de Deus. Estas festas eram santos feriados, eram festas solenes. Estas festas eram tempo de muita alegria e não de tristeza. Somente numa dessas festas o povo de Deus deveria se afligir, deveria pensar apenas na sua maldade e na sua pecaminosidade, e se arrepender disso. Deus nunca quis que o seu povo chegasse triste até a Sua presença, pelo contrário, queria que fosse até Ele com muita alegria. Então encontramos neste capítulo de Levítico o calendário permanente de Deus. Encontramos aqui a descrição de sete festas que somadas ao sábado, os israelitas deveriam respeitar, guardar, pois cada uma delas tinha um significado especial.
Nos vs.1-2 O Senhor Deus ordenou a Moisés que determinasse aos israelitas que guardassem algumas datas especiais, para festas, para santas convocações para celebrarem o Seu Santo Nome com alegria.
Estas festas eram uma demonstração de que a comunhão com Deus não era apenas rituais solenes e sem liberdade. Ao contrário as festas demonstravam que Deus quer que tenhamos alegria na sua presença. Quando celebramos as suas obras favoráveis a nós, fazemos com alegria e em reconhecimento da sua bondade e seu amor.
Ao todo eram sete festas, fora o dia de sábado. Então, antes de detalhar cada uma das festas, vamos ver as orientações sobre o sábado, que significava que Deus é o Criador.
Querido amigo, essa ordem de guardar o sábado é um reforço do 4º mandamento. O 7º dia era um dia consagrado, cf. Êx20.11 porque foi santificado por Deus e esta santidade foi reforçada quando da doação do maná, no deserto. O maná caia em dobro no 6º dia para que no 7º dia nenhum trabalho fosse realizado. Em Israel o sábado deveria servir para a adoração regular a Deus, como o libertador do seu povo e o Deus da Aliança. Ainda hoje existem pessoas que ficam insistindo em que devemos voltar a guardar o dia de sábado. Mas o apóstolo Paulo diz: "Se alguém está em Cristo é uma nova criatura." O sábado pertence à velha criação, e nós, os crentes em Jesus Cristo pertencemos à nova.
O que Deus pretendia e ainda pretende hoje é que reservemos a Ele uma adoração sincera que brote de um coração agradecido por sua bondade. Hoje não precisamos mais guardar um dia especial, nem adorar num local determinado. Jesus disse que Deus procura verdadeiros adoradores, que independente de locais e dias, O adorem em espírito e em verdade.
Mas, agora, vamos as 7 festas:
Em 1º lugar nos vs.4-5 temos a festa da páscoa que significa Deus é o Redentor. O texto diz assim: 4 São estas as festas fixas do SENHOR, as santas convocações, que proclamareis no seu tempo determinado: 5 no mês primeiro, aos catorze do mês, no crepúsculo da tarde, é a Páscoa do SENHOR.
A festa da Páscoa era a mais importante das festas anuais, marcava o inicio do ano religioso judeu. Nós já a conhecemos quando estudamos Êx 12. Era uma cerimônia exclusiva para os israelitas. Era uma comemoração pela saída do Egito. Era celebrada na décima-quarta tarde do primeiro mês de Nisã, na primavera, isto é entre março e abril, quando a ceifa da cevada estava para começar. Comemorava a libertação da escravidão egípcia e marcava o estabelecimento dos descendentes de Jacó como nação. O dia posterior a celebração da Páscoa era o 1º dia da festa dos pães asmos. A Páscoa dava início à festa dos pães asmos, como estudaremos posteriormente em Nm 28.16 em diante. Na Páscoa os israelitas reconheciam que Deus é redentor.
Em 2º lugar nos vs.6-8 temos a festa dos pães asmos que significa Deus é o Provedor. Na seqüência do texto da Páscoa lemos: 6 E aos quinze dias deste mês é a Festa dos Pães Asmos do SENHOR; sete dias comereis pães asmos. 7 No primeiro dia, tereis santa convocação; nenhuma obra servil fareis; 8 mas sete dias oferecereis oferta queimada ao SENHOR; ao sétimo dia, haverá santa convocação; nenhuma obra servil fareis.
A festa dos pães asmos ou pães sem fermento era uma festa que tinha o caráter de peregrinação. Era uma das três festas que todo israelita adulto deveria observar. Junto com a festa do pentecoste e a festa dos tabernáculos. Uma das razões da importância desta festa se constata pela oportunidade de se proporcionar um período de instrução em que se relembrava o significado teológico da saída do Egito e o estabelecimento da aliança com YAHWEH. Assim como ocorria com os israelitas também com os cristãos ao participarmos da Ceia do Senhor relembramos do sacrifício de Jesus na cruz, libertando-nos dos pecados. Na ceia reconhecemos que Deus é o provedor da nossa salvação.
Em 3º lugar nos vs.9-14 temos a festa das primícias que significa Deus é o Sustentador9 Disse mais o SENHOR a Moisés: 10 Fala aos filhos de Israel e dize-lhes: Quando entrardes na terra, que vos dou, e segardes a sua messe, então, trareis um molho das primícias da vossa messe ao sacerdote; 11 este moverá o molho perante o SENHOR, para que sejais aceitos; 12 no dia imediato ao sábado, o sacerdote o moverá. No dia em que moverdes o molho, oferecereis um cordeiro sem defeito, de um ano, em holocausto ao SENHOR. 13 A sua oferta de manjares serão duas dízimas de um efa de flor de farinha, amassada com azeite, para oferta queimada de aroma agradável ao SENHOR, e a sua libação será de vinho, a quarta parte de um him. 14 Não comereis pão, nem trigo torrado, nem espigas verdes, até ao dia em que trouxerdes a oferta ao vosso Deus; é estatuto perpétuo por vossas gerações, em todas as vossas moradas.
Para entendermos o significado da festa das primícias precisamos fazer destaques:
1)Esta festa ocorria no começo da ceifa da cevada, o primeiro cereal a ser colhido, eram as primícias a Deus.
2)Esta oferta simbólica, que lembrava o sustento divino era acompanhada por um cordeiro sacrificial, uma oferta de manjares de flor de farinha amassada com azeite e, uma libação, isto é uma porção de vinho derramado sobre essa oferta, como aroma agradável ao Senhor. Esta cerimônia reconhecia Deus como o verdadeiro autor de todos os produtos da terra, como disse Paulo em 1Co 3: “é Deus quem dá o crescimento”.
5)O simbolismo desta festa é significativo, pois é aplicado no NT para os 1ºs convertidos como primícias do Espírito Santo; para os judeus como primícias da igreja cristã, mas, sobretudo é aplicado a Jesus Cristo como primícia de nós que um dia como Ele, ressuscitaremos para estarmos para sempre com Ele.
Por isso reconhecemos em Deus o sustentador de nossa salvação.
Em 4º lugar nos vs.15-22 temos a festa do pentecoste ou das semanas ou da colheita que significava Deus é o mantenedor da vida. 15 Contareis para vós outros desde o dia imediato ao sábado, desde o dia em que trouxerdes o molho da oferta movida; sete semanas inteiras serão. 16 Até ao dia imediato ao sétimo sábado, contareis cinqüenta dias; então, trareis nova oferta de manjares ao SENHOR. 17 Das vossas moradas trareis dois pães para serem movidos; de duas dízimas de um efa de farinha serão; levedados se cozerão; são primícias ao SENHOR. 18 Com o pão oferecereis sete cordeiros sem defeito de um ano, e um novilho, e dois carneiros; holocausto serão ao SENHOR, com a sua oferta de manjares e as suas libações, por oferta queimada de aroma agradável ao SENHOR.
19 Também oferecereis um bode, para oferta pelo pecado, e dois cordeiros de um ano, por oferta pacífica. 20 Então, o sacerdote os moverá, com o pão das primícias, por oferta movida perante o SENHOR, com os dois cordeiros; santos serão ao SENHOR, para o uso do sacerdote. 21 No mesmo dia, se proclamará que tereis santa convocação; nenhuma obra servil fareis; é estatuto perpétuo em todas as vossas moradas, pelas vossas gerações. 22 Quando segardes a messe da vossa terra, não rebuscareis os cantos do vosso campo, nem colhereis as espigas caídas da vossa sega; para o pobre e para o estrangeiro as deixareis. Eu sou o SENHOR, vosso Deus.
Querido amigo esta era uma das 3 festas mais importantes que deveriam ser observadas por todos os israelitas. 1)Era conhecida como festa das semanas porque deveria ocorrer depois de 7 semanas após o inicio da colheita. 2)Ocorria essa comemoração quando a colheita terminava. 3)Acontecia sete semanas depois da Páscoa. 4)A celebração durava um só dia, cf. Dt 16.9-12 e era uma ocasião de grande alegria porque toda a nação dava graças a Deus por suas dádivas se sustento, o que mantinha a vida dos israelitas. 5)Nessa ocasião lembrava-se dos pobres e dos estrangeiros que poderiam colher o que sobejava da colheita, mostrando a preocupação divina para com os necessitados. Reconhecia-se nesta festa que Deus era o mantenedor da vida.
Em 5º lugar nos vs.23-25 temos a festa das trombetas que significava o início de um novo mês ou início do ano civil. 23 Disse mais o SENHOR a Moisés: 24 Fala aos filhos de Israel, dizendo: No mês sétimo, ao primeiro do mês, tereis descanso solene, memorial, com sonidos de trombetas, santa convocação. 25 Nenhuma obra servil fareis, mas trareis oferta queimada ao SENHOR.
Esta festa das trombetas era uma das cerimônias que ocorriam no 7º mês, o mês de Tisri. Esse era um mês santo, e esta festa celebrada no 1º dia deste mês marcava o começo do ano civil judaico, de tal forma que depois do exílio, esta festa das trombetas ficou sendo a festa do ano novo judaico. Ela ocorria entre os meses de setembro/outubro. O significado dessa festa relembrava a todo o povo as misericórdias que tinham recebido de Deus, mediante a Aliança, que ao ser obedecida, garantia o seu sustento por mais um ano.
Em 6º lugar nos vs.26-32 temos a festa do dia nacional da expiação, que significava Deus é santo e gracioso. 26 Disse mais o SENHOR a Moisés: 27 Mas, aos dez deste mês sétimo, será o Dia da Expiação; tereis santa convocação e afligireis a vossa alma; trareis oferta queimada ao SENHOR. 28 Nesse mesmo dia, nenhuma obra fareis, porque é o Dia da Expiação, para fazer expiação por vós perante o SENHOR, vosso Deus. 29 Porque toda alma que, nesse dia, se não afligir será eliminada do seu povo. 30 Quem, nesse dia, fizer alguma obra, a esse eu destruirei do meio do seu povo. 31 Nenhuma obra fareis; é estatuto perpétuo pelas vossas gerações, em todas as vossas moradas. 32 Sábado de descanso solene vos será; então, afligireis a vossa alma; aos nove do mês, de uma tarde a outra tarde, celebrareis o vosso sábado.
Esta festa era o dia nacional de expiação, que vimos no capítulo 16. Ali vimos as recomendações para os sacerdotes. Aqui nestes versos as orientações são para todos os israelitas. Era um dia de “afligir-se”, e a razão de afligir-se era pelos pecados cometidos e assim, uma oferta queimada deveria ser feita. A propósito, este era o único dia em que os israelitas deveriam afligir as suas almas. Neste pequeno trecho que lemos a expressão "afligir as almas" aparece três vezes. Este era um dia mais solene do que festivo, estando em contraste com todos os outros dias. O sangue sacrificial apresentado a Deus no lugar santíssimo do tabernáculo pelo sumo-sacerdote era um símbolo do arrependimento do povo, capacitando-o a ser reconciliado por Deus. Os judeus de todas as partes do mundo ainda celebram esse dia do perdão. Mas a expiação de Cristo pelo pecado tornou essa e outras comemorações sem efeito, pois em seu sacrifício comprovava-se que Deus é gracioso.
Em 7º lugar nos vs.33-44 temos a festa dos tabernáculos, que significava Deus é o doador de todos os bens.
33 Disse mais o SENHOR a Moisés: 34 Fala aos filhos de Israel, dizendo: Aos quinze dias deste mês sétimo, será a Festa dos Tabernáculos ao SENHOR, por sete dias. 35 Ao primeiro dia, haverá santa convocação; nenhuma obra servil fareis. 36 Sete dias oferecereis ofertas queimadas ao SENHOR; ao dia oitavo, tereis santa convocação e oferecereis ofertas queimadas ao SENHOR; é reunião solene, nenhuma obra servil fareis. 37 São estas as festas fixas do SENHOR, que proclamareis para santas convocações, para oferecer ao SENHOR oferta queimada, holocausto e oferta de manjares, sacrifício e libações, cada qual em seu dia próprio,
38 além dos sábados do SENHOR, e das vossas dádivas, e de todos os vossos votos, e de todas as vossas ofertas voluntárias que dareis ao SENHOR. 39 Porém, aos quinze dias do mês sétimo, quando tiverdes recolhido os produtos da terra, celebrareis a festa do SENHOR, por sete dias; ao primeiro dia e também ao oitavo, haverá descanso solene. 40 No primeiro dia, tomareis para vós outros frutos de árvores formosas, ramos de palmeiras, ramos de árvores frondosas e salgueiros de ribeiras; e, por sete dias, vos alegrareis perante o SENHOR, vosso Deus. 41 Celebrareis esta como festa ao SENHOR, por sete dias cada ano; é estatuto perpétuo pelas vossas gerações; no mês sétimo, a celebrareis. 42 Sete dias habitareis em tendas de ramos; todos os naturais de Israel habitarão em tendas, 43 para que saibam as vossas gerações que eu fiz habitar os filhos de Israel em tendas, quando os tirei da terra do Egito. Eu sou o SENHOR, vosso Deus. 44 Assim, declarou Moisés as festas fixas do SENHOR aos filhos de Israel.
Depois do grande dia da expiação, quando era feita expiação completa por seus pecados, os israelitas tinham uma festa de muita alegria. Era a festa dos tabernáculos, também conhecida como festa da colheita. Os israelitas se encontravam uns com os outros em Jerusalém em 3 das 7 festas. Deus exigia que todos os indivíduos do sexo masculino fossem à Jerusalém na época das festas da Páscoa, Pentecoste e Tabernáculos. Durante esta festa os israelitas deviam morar em tendas durante uma semana, como lembrança do deserto, e também como demonstração de sua esperança futura. Mas, sobretudo, lembrava-se da bondade e misericórdia de Deus. Esta festa tinha um sentido tanto memorial quanto profético. Esta festa que acontecia uns poucos dias depois do grande dia da expiação, no sentido memorial, lembrava dos dias de peregrinação pelo deserto quando os israelitas habitaram em tendas. E profeticamente apontava para o tempo quando Deus removeria completamente seus pecados, tempo em que novamente habitarão com segurança na terra prometida, na época da volta do Messias. Nesta festa reconhecia-se que Deus era o doador de todos os bens.
Bom, chegamos ao final de mais um estudo em Levítico. Essas festas observadas por nós, nos confirmam que na presença de Deus há plenitude de alegria. Nós que já temos Jesus como nosso Senhor podemos nos alegrar pela tão grande salvação de Deus nos concede.
Minha expectativa é que você seja sempre grato a Deus por suas incontáveis bênçãos. E minha oração é que você tenha sido edificado com o nosso estudo. Escreva, por carta ou email, compartilhando suas experiências com Deus.
Que o Senhor te abençoe,
Um abraço,
© 2014 Através da Biblia

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