Deuteronômio 32.1-33.29
Olá amigo, estamos iniciando mais um programa da série "Através da Bíblia". Você que tem nos acompanhado sabe que temos por propósito estudar toda a Palavra de Deus. Fazemos isso porque Deus tem nos chamado para proclamar com integridade a Sua genuína Palavra e, porque as correspondências que vocês enviam demonstram carinho e amizade cristã. Quero incentivá-lo a nos escrever sobre questões de interpretação ou sobre suas boas experiências no estudo da Palavra. Foi sobre essas experiências que recebemos um e-mail da JFM de Mococa SP, que nos disse o seguinte: “Olá pr Itamir, mandei um e-mail para o senhor e tive o grande prazer de ouvir na HCJB o senhor citando meu e-mail. Como o sr sabe passei por depressão e pânico. Estou escrevendo para comunicar-lhe minha grande melhora. Quero dizer que os programas foram muito importante para mim, sentia como se fosse um fortificante espiritual. Estou decidida a aprender o máximo que puder. Um grande abraço da sua irmã em Cristo”. Querido irmã, louvamos a Deus por sua vida, pelo seu restabelecimento e por seu desejo de ser fiel em estudar a Sua Palavra. Certamente Deus tem lhe recompensado. Também agradecemos a sua disposição em orar por nós e é para isso que temos convocado a todos vocês, a se unirem em oração em nosso favor. É exatamente para orarmos que te convido agora. Vamos orar: “Pai querido, obrigado pela tua direção e pela misericórdia que tu nos dás. Pedimos a iluminação do Teu Espírito para o programa de hoje. Que ele sirva para edificação de cada um dos nossos ouvintes. Pai pedimos isso baseados na tua graça e no teu amor, em nome de Jesus. Amém”.
Querido amigo, hoje temos como alvo estudarmos os capítulos 32 e 33 de Deuteronômio. E daqui a dois programas iniciaremos as nossas considerações sobre o livro de Josué. Serão apenas 16 programas, mas com lições importantíssimas.
Hoje, estudaremos o cântico e as bênçãos de Moisés e no próximo programa estudaremos sobre a morte de Moisés.
No capítulo 32, onde se descreve o cântico de Moisés entendo que o seu título pode ser: As atitudes daquele que ama a Deus. Resumindo esse conteúdo, em síntese essa é sua afirmação: Somente aquele que ama a Deus, mesmo diante da morte pode elevar-lhe um salmo de louvor! Ao analisarmos este capítulo vamos encontrar três atitudes daquele que ama a Deus:
A 1ª atitude é compor um salmo de louvor sob a inspiração divina, vs. 1-43
Como mencionamos no último programa precisamos ter consciência com o quê alimentamos os nossos pensamentos. A recomendação de Paulo de pensarmos nas coisas do alto (Cl 3.2) é importantíssima, pois ele acrescenta: [Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso que ocupe o vosso pensamento (Fl 4.8)], e também nos orienta de modo prático como devemos fazer isso: [...levando cativo todo pensamento à obediência de Cristo... (2Co 10.5)]. Muito bem, por que estamos enfatizando esse princípio? Porque através da música muito conteúdo entra em nossa mente e se não tivermos um critério objetivo pensamentos e padrões incorretos se instalam e começam fazer parte da nossa consciência.
Deus tinha ordenado a Moisés e a Josué, que escrevessem um cântico (v.19) e que ensinassem os israelitas, fazendo-os cantar as palavras da aliança para que ficassem inculcados os mandamentos do Senhor, bem como as conseqüências da desobediência nas mentes israelitas. Deus queria que ninguém tivesse dúvidas a respeito da Sua lei e das conseqüências em obedecê-la ou desobedece-la. Através desse cântico os israelitas poderiam lembrar de Deus e Suas exigências. No conteúdo desse cântico vamos enfatizar a pessoa de Deus e isso fazemos através de sete considerações que Moisés fez, inspirado pelo Espírito Santo:
1.Devemos louvar a Deus por sua proteção, vs.1-4. Esse cântico inicia engrandecendo a Deus, estimulando-nos a proclamar o seu Nome porque Ele realiza obras perfeitas; os Seus caminhos são justos; Ele é fiel; Ele não é injusto, pelo contrário; Ele é justo; e Ele é reto. Mas, sobretudo, Ele é o grande protetor do Seu povo. A idéia de proteção vem do fato de Deus ser descrito como a Rocha! Nesse cântico essa característica é mencionada e enfatizada por cinco vezes nos versos 4, 15, 18, 30, e 31. O significado é encorajador: Deus é firme, sólido, estável, inabalável e inexpugnável. Conf. o Salmo 18.2, Deus é a rocha que nos sustenta contra os ataques dos inimigos. Em Mateus 7.24-27 Jesus convoca-nos a ouvir, praticar e firmar nossas vidas na rocha que é a Sua Palavra. Israel, pois, poderia estar seguro em sua nova terra, pois a sustentá-lo estaria Yahweh, o Deus eterno, a Rocha da nossa salvação!
2.Devemos louvar a Deus por sua pessoalidade, vs.5-6. Ao mesmo tempo em que Moisés descreveu o futuro procedimento de Israel em agir corruptamente, loucamente e de modo ignorante contra Deus, ele apresentou a pessoalidade de Deus. Deus é descrito como Pai, como aquele que nos comprou, como o Criador e como aquele que nos estabelece. Era esse o papel de Deus para com o seu povo Israel. Ao invés de abandoná-Lo pelos ídolos das nações, os israelitas deveriam honrá-lo e amá-lo profundamente. E, nós cristãos, como Seu povo, devemos reconhecê-Lo como Pai, pois Jesus é que nos garantiu essa possibilidade; devemos reconhecê-Lo como aquele que nos comprou, através do sangue de Jesus; aquele que nos criou, duas vezes, pois em Jesus somos a Sua nova criação e, devemos reconhecê-Lo como aquele que nos estabelece, isto é, em Jesus temos nova posição, uma posição estável diante Dele mesmo! Que cada um de nós, ao invés de sermos manchas, perversos e deformados, possa ser motivo de alegria e satisfação para Deus!
3.Devemos louvar a Deus por seu amor, vs.7-14. Moisés apelou para que Israel se lembrasse do paasado através dos testemunhos dos anciãos. Ao fixar os limites das nações foi Deus quem fixou a herança de Israel. Deus o escolheu como seu povo preferido, isso é, a porção do Senhor é o seu povo. Tendo-o achado em terra deserta, rodeou-o, cuidou dele, guardou-o, guiou-o, e, protegeu-o dos deuses estranhos. Israel tornou-se a menina dos olhos de Deus, isto é, a pupila, uma das partes mais sensíveis dos olhos que deve ser protegida a qualquer custo! Mas, além disso, nos vs. 13-14 Deus concedeu-lhes uma alimentação diversificada e da melhor qualidade. Em cada detalhe, as ações do amor divino foram sendo concretizadas e percebidas! E, graças a Deus, não apenas Israel foi amado assim. Nós também fomos amados. Se olharmos para trás, se contemplarmos as nossas histórias familiares teremos que constatar que Deus é bondoso, é gracioso e misericordioso! Que possamos louvá-lo com gratidão!
4.Devemos louvar a Deus por sua fidelidade, vs.15-18. Uma das características mais marcantes de Deus é a sua fidelidade, é a sua permanência. Moisés descreveu como Israel trataria Deus: O abandonaria, O desprezaria, O provocaria, O irritaria, O esqueceria, e o pior é que cultuaria demônios e não a Ele, o único Deus, a Rocha da nossa salvação. Quando se afirma o oferecimento de sacrifícios a demônios simbolicamente está se dizendo que os ídolos, que são apenas objetos inanimados, na verdade têm atrás de si, demônios, isto é, espíritos satânicos que pelos ídolos recebem a adoração que só é cabível a Deus, o único Deus! Nos versos, 15 e 18 Deus, então, é novamente destacado como Rocha. Uma rocha que não se abala, fiel, que permanece, apesar de todas as injustiças que o seu povo comete contra Ele.
5.Devemos louvar a Deus por sua imparcial justiça retributiva, vs.19-33. Mesmo sendo povo de Deus, a “menina dos olhos” do Senhor, Israel tinha desprezado o Senhor (19), tinha provocado o Seu zelo (21), e, tinha agido sem entendimento (28). Como conseqüência Israel receberia fogo do furor do Senhor, um fogo que arderia até ao mais profundo do inferno (22). Querido amigo como já dissemos anteriormente para Deus não há acepção de pessoas. Mesmo sendo o seu povo escolhido Israel não escaparia das duras conseqüências por sua desobediência e pela sua infidelidade com a aliança. A retribuição do Senhor é imparcial, pois mesmo sendo o seu povo Israel sofreria as conseqüências da desobediência. Também nós, que somos filhos, devemos estar preparados para receber severa disciplina se andarmos por caminhos que desagradem o coração do nosso Pai!
6.Devemos louvar a Deus por sua compaixão, vs.34-42. Ao mesmo tempo em que devemos estar conscientes da retribuição justa do Senhor (Jr 17.10) devemos lembrar sempre que Deus é compassivo e o único Deus. No verso 36 lemos: [Porque o Senhor fará justiça ao seu povo e se compadecerá dos seus servos, quando vir que o seu poder se foi...] e no verso 39 lemos: [Vede, agora, que Eu Sou, Eu somente, e mais nenhum deus além de mim...]. Mesmo em meio a promessa de uma dura conseqüência pela quebra da aliança, pela quebra da lei, por sua desobediência, os israelitas que amavam o Senhor, sabiam que o seu caráter era imutável. Deus é compassivo, amoroso e misericordioso e, por isso mesmo Ele é único! Não há outros deuses. O que existem são ídolos e por trás deles estão os espíritos demoníacos que oprimem e pressionam os deus adoradores. Louvemos a Deus por sua compaixão, amor e misericórdia para com cada um de nós!
7.Devemos louvar a Deus por sua justa retribuição aos ímpios, v.43. Literalmente são essas as palavras deste verso: [Louvai, ó nações, o seu povo, porque o Senhor vingará o sangue dos seus servos, tomará vingança dos seus adversários e fará expiação pela terra do seu povo]. Querido amigo, como dissemos anteriormente, assim como acontecerá na consumação dos tempos, conf. Ap 19.2 quando Deus vingar o sangue dos que estão em Cristo, assim também aconteceria com as nações que foram usadas como instrumentos para a disciplina de Israel. Deus vingaria a morte dos seus filhos e faria vingança contra os seus inimigos. Deus daria o merecido aos inimigos que aborreceram Israel e assim perdoaria, expiaria a terra do seu povo. Essas expressões mais uma vez confirmam a infinita misericórdia divina para com aqueles que se arrependem e buscam o auxílio que só Deus pode nos dar!
A 2ª atitude é entregar o salmo inspirado para o louvor de todo povo, vs. 44-47.
O poema tinha terminado. Moisés e Josué foram os que recitaram e talvez até tinham cantado esse salmo diante da congregação dos filhos de Israel. A narrativa, então, nos dá conta de que os dois líderes recitaram essas verdades diante do povo de Israel para serem gravadas e usadas periodicamente para que se lembrassem dos perigos que corriam, das bênçãos que poderiam obter e de Quem era Deus! Ao passarem para o povo essas verdades, Moisés e Josué, conforme o verso 46-47, literalmente disseram: [Aplicai o coração a todas as palavras que, hoje, testifico entre vós, para que ordeneis a vossos filhos que cuidem de cumprir todas as palavras desta lei. Porque esta palavra não é para vós outros coisa vã; antes, é a vossa vida...]. Tanto aquela geração, a segunda, quanto as próximas gerações deveriam cumprir as palavras da lei, ou do cântico, pois elas trariam vida para Israel. A obediência à lei ou ao cântico fariam com que Israel permanecesse mais tempo em Canaã, a terra da promessa.
A 3ª atitude é submeter-se a Deus a quem louva na hora de sua morte, vs.48-52.
As palavras do verso 51 não deixam dúvidas do porquê Moisés não iria entrar em Canaã, a terra prometida: [Porquanto prevaricastes contra mim no meio dos filhos de Israel, nas águas de Meribá de Cades, no deserto de Zim, pois não me santificastes no meio dos filhos de Israel...]. Junto com Arão, seu irmão, Moisés não tinha sustentado a santidade divina diante dos israelitas e, por isso, por esse pecado, reconhecendo e sendo submisso a Deus, não entraria em Canaã. Ora, através dessas palavras tão objetivas a idéia de alguns estudiosos de que a morte de Moisés foi vicária, isto é, em favor de Israel, cai completamente por terra. Moisés não entrou na terra prometida e morreu porque não santificou a Deus diante dos israelitas. Embora Moisés, em certo sentido, fosse o libertador de Israel, não foi o libertador por excelência, pois, por seu pecado não conduziu o seu povo até a vitória final.
Entretanto, mesmo que estivesse sendo disciplinado como parte da recompensa por sua fidelidade Deus concedeu a Moisés a possibilidade de contemplar a terra pela qual tinha lutado conduzindo Israel durante os últimos quarenta anos de sua vida. Deus ordenou que Moisés subisse ao cume do monte Nebo, na região de Moabe, em frente a Jericó, pois dali poderia contemplar a terra, mesmo, olhando-o à distância. Moisés morreria no alto de um monte como tinha acontecido com Arão que morrera no monte Hor, conforme Números 33. Moisés, um profeta sem comparações (34.10) morreria e seria recolhido ao seu povo. O que significava que ele se reuniria aos seus antepassados que tinham partido antes dele. Para os hebreus os mortos estariam no Seol, o lugar dos mortos, porém naquele lugar estariam vivos, conforme as palavras de Jesus em Mt 22.32, pois Deus é um Deus de vivos e não de mortos! Moisés então, estava terminando a sua missão.
Querido amigo, somente aquele que ama profundamente a Deus, como Moisés amou, mesmo diante desse desfecho, tem condições de demonstrar o seu comprometimento com a tarefa que Deus tinha lhe dado expressando as bênçãos divinas sobre cada uma das tribos. O conteúdo do capítulo 33, pois, nos revela as bênçãos divinas através de Moisés para todas as tribos de Israel. Por isso, sugiro como título deste capítulo: A maravilhosa graça de Deus. Esse título é significativo porque nas diversas bênçãos às tribos percebemos a graça de Deus sobre todo Israel, e, assim, em resumo podemos dizer que estes versos podem ser sintetizados com a seguinte frase: Somente com os olhos da fé podemos contemplar e nos alegrar com a maravilhosa graça de Deus. E neste texto, nesses 29 versos encontramos três detalhes sobre a maravilhosa graça divina:
Em 1º lugar destaca-se o papel de Deus diante do seu povo, vs.1-5.
A expressão “homem de Deus” que a partir desse momento designaria os outros profetas divinos foi usada certamente pelo redator final do Deuteronômio para descrever Moisés. Moisés, nesses versos introdutórios, reconhecendo a soberania e o cuidado de Deus para com o seu povo, louvou-O destacando que toda essa bonita história de redenção começou com a vinda de Deus no Sinai, quando Ele se revelou a Israel (Êx 19.18) por meio de uma teofânia impressionante fazendo o monte Sinai fumegar e tremer diante da Sua excelsa presença. Deus tinha se tornado o rei do seu povo, esse povo amado através de quem queria transmitir o seu amor e o seu perdão a todos os homens, que pelo pecado estavam dEle separados. Ao se despedir de suas funções, Moisés abençoou cada uma das tribos de Israel.
Em 2º lugar detalha-se a bênção de Deus para cada um do seu povo, vs. 6-25.
Essas bênçãos transmitidas no final da vida de um patriarca eram encaradas como profecias sobre o futuro. E assim, como um pai, Moisés transmitiu essas bênçãos proféticas concretizando a entrada de cada uma das tribos israelitas em Canaã.
Destaca-se a falta da menção da tribo de Simeão, mas, essa ausência pode ser explicada ao lembrarmos que posteriormente essa tribo foi absorvida, incorporada pela tribo de Judá, pela interação dos seus territórios (Js 19.2-9) e pela proeminência de Judá sobre as demais tribos israelitas. Moisés então proclamou e profeticamente abençoou:
1Rúben, com a multiplicação dos seus filhos;
2Judá, com o poder para tomar à frente nas ações militares contra os inimigos de Israel.
3Levi, com o privilégio do sacerdócio e o ministério de consultar o Senhor em favor de todo o Israel, porque tinha fiel ao Senhor (Êx 32.25-28).
4Benjamim, com a habitação segura e tranqüila, pois era amado do Senhor.
5José, através de Manassés e Efraim, com a fertilidade rural e com a força de um búfalo.
6Zebulon e 7Issacar, com a prosperidade nos seus comércios marítimos.
8Gade, com o melhor da terra, com as melhores pastagens para os seus rebanhos e com a distinção de executar a justa vontade de Deus.
9Dã, com a valentia e a força de um leão jovem que estaria na plenitude de suas forças.
Naftali, com uma terra fértil desde as Águas de Merom ao sul do Mar da Galiléia.
E, 11Asser com a abundância de oliveiras e a completa segurança das suas portas. Moisés completou assim, todas as bênçãos a todo o Israel.
Em 3º lugar descreve-se o poder gracioso de Deus para com o seu povo, v.26-29
Concluindo o capítulo Moisés, louvou o poder gracioso de Deus, pois o segredo para receber essas bênçãos encontrava-se no incomparável Deus de Jesurum, isto é, Deus reto, e amado. Os israelitas só alcançariam a vitória sobre os inimigos porque Deus é quem a daria para o seu povo. Quando Israel se colocasse ou quando nós nos colocarmos nas mãos desse amado e poderoso Deus a vitória é certa. A vitória de Deus é a nossa vitória!
Bom, chegamos ao final de mais um tempo de reflexões e concluímos o estudo de mais um texto do Deuteronômio. Deus. Espero que você tenha sido desafiado por essas lições e peço a Deus que te capacite a obedece-Lo.
Obrigado por sua companhia e, fico aguardando a sua carta, seu email ou um recado no orkut.
Que o Senhor Deus te abençoe,
Um grande abraço.
© 2014 Através da Biblia
sábado, 16 de agosto de 2014
Através da Bíblia - Deuteronômio 32.1-33.29
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