sábado, 16 de agosto de 2014

Através da Bíblia - Deuteronômio 12.1-14.29

Deuteronômio 12.1-14.29
Olá amigo, estamos iniciando mais um programa da série "Através da Bíblia". Você sabe que este programa tem por propósito estudar toda a Palavra de Deus. Um projeto como esse requer muito tempo, perseverança e fidelidade. Somos gratos a Deus por essa possibilidade e por sua companhia conosco. Queremos incentivá-lo a continuar firme nesse propósito e caminhar conosco na conquista desse objetivo. A sua companhia é importante, pois através da sua comunicação sabemos como chegamos até você e qual a validade dos estudos. E, você sabe que só conseguimos essas informações quando você nos escreve compartilhando suas experiências, apresentando os seus motivos de oração e suas dúvidas em relação a interpretação de determinados textos. Para nós é gratificante podermos dividir com tantos irmãos e amigos aquilo que Deus tem nos dado. Hoje, registramos o e-mail que o C.A.V. de Penha em Sta. Catarina nos enviou com as seguintes palavras: “Sou ouvinte do programa Através da Bíblia. Infelizmente não consigo acompanhar todos os estudos por motivo de trabalho. Minha pergunta é: Há alguma possibilidade de obter estes estudos, até mesmo para compartilhar com a minha igreja? Deus os abençoe”. Querido irmão, como já respondi seu e-mail aproveito a oportunidade para avisar a todos que já lançamos os nossos primeiros comentários bíblicos, de Gn e de Mt. São os nossos comentários dos programas agora em formato de livros. Então é só ligar ou escrever para poder adquiri-los. Somos gratos a Deus por essa vitória e continuamos orando pedindo as suas bênçãos sobre este projeto. Por isso também oramos pedindo a bênção de Deus para cada programa. Quero convidá-lo, então, para esse momento de oração. Vamos orar: "Senhor colocamos nossas vidas diante do Senhor, dependo da sua misericórdia. Pedimos a iluminação do teu Espírito para que a Tua palavra seja compreendida por todos nós. Abençoa-nos nesse projeto de transmitirmos a tua Palavra também em livros. Oramos em nome de Jesus. Amém!".
Querido amigo hoje temos como objetivo estudarmos os capítulos 12-14 do livro de Deuteronômio, cujo conteúdo nos mostra diversas regulamentações bem específicas relativas a vida israelita em Canaã e as suas responsabilidades iniciais depois de já estarem de posse da terra. Reunimos num só estudo esses capítulos, pois o seu conteúdo é seqüencial.
Quando estudamos lendo repetidas vezes esses capítulos de Deuteronômio conseguimos perceber que a vida religiosa de Israel deveria ser caracterizada, devia ser vivenciada com os mais elevados padrões de santidade na adoração a Yahweh. A rejeição da idolatria e a obediência aos mandamentos do Senhor deveriam padronizar o comportamento israelita nessa nova terra que passariam a habitar.
Podemos dar como título ao capítulo 12 A negação do sincretismo. Quando, em resumo percebemos o conteúdo dos seus 32 versos, podemos constatar que eles nos mostram, nos desafiam através da seguinte frase: O abandono da religião sincrética deve caracterizar a verdadeira adoração a Yahweh. Por isso, ao dividirmos esse capítulo 12 em sete parágrafos percebemos os passos que devemos dar rejeitando o sincretismo.
Em 1º lugar, nos vs. 1-3 temos a ordem específica para o estabelecimento da adoração a Deus. A pureza do culto por Israel dependeria da destruição total dos centros de adoração dos pagãos. Nos versos 2-3 lemos com bastante clareza essa ordem divina: [Destruireis por completo todos os lugares onde as nações que ides desapossar serviram aos seus deuses, sobre as altas montanhas, sobre os outeiros e debaixo de toda árvore frondosa; deitareis abaixo os seus altares, e despedaçareis as suas colunas, e os seus postes-ídolos queimareis, e despedaçareis as imagens esculpidas dos seus deuses, e apagareis o seu nome daquele lugar]. Por Deus ser santo como é Ele não pactuaria com os mesmo locais onde tinham sido adorados falsos deuses.
Em 2º lugar, nos vs. 4-7 temos a ordem para que o culto prestado a Deus deveria ser feito num local determinado. E, nós sabemos por estudos anteriores que esse local era o Tabernáculo. Para esse local, para o local onde ficaria o Tabernáculo os israelitas deveriam fazer chegar os seus holocaustos e os seus sacrifícios oferecidos ao Senhor. Nesse mesmo local, conforme o verso 7 eles deveriam comer e se alegrar diante do Senhor. Embora desde os tempos de Jesus, não exista mais um local fixo de adoração, pois adoramos a Deus em Espírito e em verdade, naqueles dias primitivos era no Tabernáculo que se centralizava do culto a Deus.
Em 3º lugar, nos vs. 8-14 temos a necessidade de se prestar o culto a Deus de acordo com as leis já estabelecidas. Essas leis estabelecidas anteriormente para essa mesma adoração, já constavam no manual da adoração que é o livro de Levítico e através das pessoas designadas para a ministração, isto é, o culto deveria ser prestado através do levitas e sacerdotes por Deus designados. A ordem bem específica era para que cada um não fizesse de sua adoração o que bem lhe parecesse. Não! Não deveria haver desordem. As leis para o culto santo a Deus já tinham sido estabelecidas e essas leis deveriam ser cumpridas, deveriam ser obedecidas.
Em 4º lugar, nos vs.15-19 temos a clara orientação de que os cultos de adoração elevados a Deus deveriam ser realizados num clima de celebração. Essas celebrações eram o reconhecimento da bondade divina. Não deveriam ser feitos em qualquer local onde estivesse o adorador, e, não deveria essa adoração descambar em glutonarias como acontecia com as adorações dos pagãos. Conf. o v. 18 as refeições deveriam ser ingeridas perante o Senhor Deus de Israel. E essas refeições de celebração além de contemplarem a família do adorador deveria também incluir os levitas, conforme o v.19. O cuidado de Deus em todos os detalhes é significativo. Se celebravam a bondade do Senhor, nenhum dos participantes poderia ficar de fora, poderia ficar alheio àquela festa de gratidão.
Em 5º lugar, nos vs. 20-25, o 5º passo era o compromisso de respeitar a lei da vida. Como já se havia estabelecido anteriormente estava sendo reforçado mais uma vez a proibição de se comer sangue ou a carne com sangue. O sangue dos animais a serem ingeridos deveriam ser escorrido em terra como se escorre a água. A obediência a esse requisito faria com que a bênção do Senhor estivesse sobre esse adorador fiel. Nos versos 23-25, lemos: [Somente empenha-te em não comeres o sangue, pois o sangue é a vida; pelo que não comerás a vida com a carne. Não o comerás; na terra o derramarás como água. Não o comerás, para que bem te suceda a ti e a teus filhos...]. Naqueles dias se considerava que a vida estava no sangue e por isso, como já dissemos em outras ocasiões, muitos povos pagãos bebiam sangue e o comiam com a carne, pois criam que teriam mais força para enfrentar seus inimigos. Ora diante dessa pratica totalmente errada havia essa proibição de comer sangue ou carne com sangue.
O 6º passo, nos vs. 26-28 orientava sobre o local da adoração. Na vida religiosa de Israel, tanto no deserto, durante os quarenta anos e a partir de agora, na Palestina, por muitos séculos, toda e qualquer adoração deveria ser feita no Tabernáculo, no local que Deus tinha designado para essa atividade. Os sacrifícios feitos por todo o território faria com que Israel se assemelhasse completamente aos pagãos e isso Deus não queria. Conforme mencionamos nos vs. 4-7, o Tabernáculo era o local certo para toda e qualquer adoração a Deus. A obediência a esses requisitos, conf. o verso 28 traria a bênção divina para o israelita que assim obedecesse o Senhor.
Em 7º lugar, nos vs. 29-32 Deus queria que o culto prestado a Si fosse completamente diferente aos cultos idolatras oferecidos aos falsos deuses. A imitação das práticas gentílicas, pagãs e idolatras não seria aceita por Deus, como culto oferecido a Si. As praticas pagãs ofenderam tanto o coração de Deus, porque até queimar os seus próprios filhos os pagãos fizeram e por isso foram expulsos da terra. Israel deveria ter um comportamento totalmente diferente. Israel, conf. o v. 32 deveria ser conciso: [Tudo o que eu te ordeno observarás; nada lhe acrescentarás, nem diminuirás]. Essa era a vontade de Deus para o seu povo em relação a adoração já na terra prometida.
Essas orientações continuaram sendo dadas em preparação para os novos dias, para a nova situação de vida dos israelitas. Já de posse da nova terra teriam que agir de uma nova maneira. E o capítulo 13 nos mostra exatamente isso:
O título para esses 18 versos pode ser: A necessidade da rejeição total da idolatria. E o desafio que o texto nos propõe pode ser resumido nessa frase: Todo fiel deve combater totalmente a idolatria no culto prestado a Deus.
E, detalhando esses versos encontramos três argumentos convincentes para o combate à idolatria:
Em 1º lugar nos vs. 1-5 a idolatria deveria ser combatida e punida mesmo que fosse sugerida ou orientada por alguém de caráter religioso.
O que se combatia aqui eram os falsos profetas e falsos ensinadores. Esses, quando descobertos deveriam ser mortos, pois pregavam rebeldia contra Deus. Esse mal deveria ser eliminado do meio do povo. O versos 1-3 dizem especificamente: [Quando profeta ou sonhador se levantar no meio de ti e te anunciar um sinal ou prodígio, e suceder o tal sinal ou prodígio de que te houver falado, e disser: Vamos após outros deuses, que não conheceste, e sirvamo-los, não ouvirás as palavras desse profeta ou sonhador...]. Esse profeta ou sonhador deveria ser morto. Deus é um Deus zeloso e não transige com o engano e a mentira.
Em 2º lugar, nos vs. 6-11 a idolatria deveria ser combatida e punida mesmo que fosse sugerida ou orientada por alguém da própria família.
Nesses versos, mesmo sendo o irmão, ou o filho, ou a filha, ou a esposa ou o esposo, ou o amigo íntimo; mesmo sendo pessoas do convívio mais aconchegado deveriam ser rejeitados e punidos se oferecessem, sugerissem, incentivassem, e levassem à pratica da idolatria. A punição deveria ser feita por apedrejamento e seria pública. As palavras dos versos 10-11 são claras: [Apedrejá-lo-ás até que morra, pois te procurou apartar do SENHOR, teu Deus, que te tirou da terra do Egito, da casa da servidão. E todo o Israel ouvirá e temerá, e não se tornará a praticar maldade como esta no meio de ti]. Essa punição pública tinha como objetivo trazer temor à toda congregação dos filhos de Israel.
Em 3º lugar, nos vs. 12-18 a idolatria deveria ser interrompida, combatida e punida mesmo que se para isso fosse preciso destruir uma comunidade inteira.
Se uma cidade, um lugarejo ou uma aldeia se inclinasse para a idolatria, esta localidade deveria ser totalmente eliminada do meio de Israel. Nada do que tinham conseguido ou conquistado ficaria nas mãos dos fiéis a Deus. Tudo, todos os objetos deveriam ser queimados e os adoradores dos falsos deuses deveriam ser mortos ao fio de espada. Deus requeria para Si, uma adoração integral, uma adoração verdadeira.
Em todos esses detalhes, em todas essas orientações é possível verificar-se a seriedade e a pureza que deveriam padronizar a adoração da Yahweh, uma vez que agora estavam na terra prometida. Logo quando entrassem de posse da terra, depois de dividi-la conforme as orientações de Deus, a adoração ao Senhor deveria ser desenvolvida com essas características de seriedade e santidade. Assim, também nós cristãos somos estimulados a fazer uma adoração pura e correta ao nosso Deus.
E, agora, no capítulo 14 encontramos um tema diferente, mas também relacionado à adoração. O tema se refere ao tipo de alimentação que poderia ser ingerida nas celebrações de culto oferecidas a Deus. Como título desse capítulo creio que a seguinte frase é adequada: As corretas práticas da adoração a Deus. Nesse capítulo se enfatiza que a separação de Israel para Deus deveria refletir sua santidade abstendo-se dos animais imundos, por isso em resumo, como síntese a frase que condensa esse capítulo pode ser a seguinte: A verdadeira adoração a Deus deve refletir a santidade dos seus adoradores. E, se essa frase é o resumo desse conteúdo, no detalhamento desse capítulo encontramos sete praticas corretas que devemos desenvolver em nossa adoração a Deus.
Em 1º lugar, nos vs. 1-2 os israelitas não deveriam se desfigurar como faziam os cananeus, adoradores de falsos deuses.
Nesses versos lemos as seguintes palavras:[Filhos sois do Senhor, vosso Deus; não vos dareis golpes, nem sobre a testa fareis calva por causa de algum morto. Porque sois povo santo ao Senhor, vosso Deus, e o Senhor vos escolheu de todos os povos que há sobre a face da terra, para lhe serdes seu povo próprio]. Os pagãos, os idólatras tinham o habito de se auto-flagerarem nos seus momentos de adoração para assim chamar a atenção das suas divindades. Elias, você deve se lembrar, enfrentou essa situação. Ao lutar com os profetas de Baal eles se retalharam todos e gritavam supondo que Baal os fosse ouvir e atender. Nos dias de hoje ainda temos em alguns lugares essa mesma pratica. Na Austrália há uma tribo cujos membros têm a face completamente deformada com esses cortes que são feitos como um ato religioso. O povo de Deus não devia e não deve desenvolver essa prática. Com Yahweh tal pratica não é necessária. Deus nos ouve e nos atende conforme a sua boa vontade, conforme a sua sabedoria!
Em 2º lugar, nos vs. 3-8 os israelitas deveriam se abster de comer os animais imundos.
O que encontramos nesses próximos versos, de 3 até 21 é a confirmação dos que já estudamos em Levítico, quando no capítulo 11 foi detalhado a divisão entre os animais puros e impuros que os israelitas podiam comer e oferecer a Deus num ato de culto. Nesses versos, 3-8 encontramos os animais que poderiam ser digeridos como o boi, a ovelha, a cabra, o veado, a gazela, a corça, a cabra montês, o antílope, a ovelha montês e o gamo. Todos os animais com casco fendido e dois e todos os animais que ruminam poderiam ser ingeridos pelos israelitas. Mas, outros animais com algumas dessas características não poderiam ser ingeridos: o camelo, a lebre, o arganaz, nem o porco. Os israelitas não podiam come-los nem tocar nos seus cadáveres. As leis dadas em Levítico deveriam ser respeitasdas!
Em 3º lugar, nos vs. 9-10 os israelitas deveriam saber exatamente quais os peixes que poderiam comer.
Os peixes próprios para o consumo do povo de Israel deveriam ter escamas e barbatanas. Qualquer peixe com essas características era considerado limpo. Já os outros que não tivessem barbatana e escamas deveriam ser considerados imundos.
Em 4º lugar, nos vs. 11-20 os israelitas deveriam saber exatamente quais as aves que poderiam comer.
Também em relação as aves havia essa divisão: limpas e imundas. De toda ave considerada limpa eles poderiam comer. Mas, a águia, o quebrantosso, a águia marinha, o açor, o falcão, o milhano, o corvo, o avestruz, a coruja, a gaivota e o gavião, segundo a sua espécie; o mocho, a íbis, a gralha, o pelicano, o abutre, o corvo marinho, a cegonha, e a garça, segundo a sua espécie, e a poupa, e o morcego. Todas essas aves imundas não deveriam ser comidas, assim também todo inseto que voa vos será imundo; não se comerá. Eram restrições seríssimas que deveriam ser observadas na preservação da santidade ao Senhor.
Em 5º lugar, nos vs. 21 foi proibido totalmente ao israelita comer um animal que morresse naturalmente, nem cozer o cabrito no leite da sua própria mãe.
Um animal que viesse morrer por causa natural não deveria ser ingerido, pois sua carne estava com sangue e diante da proibição de comer sangue esse animal era considerado impróprio para o consumo do israelita, que era parte do povo santo. Porém um estrangeiro que vivesse em meio a congregação israelita poderia comer desse animal, pois ele não estava sob a lei mosaica.
Nesse verso também se proibiu cozinhar o cabrito no leite da própria mãe, conforme a norma já estabelecida em Êx 23.19, pois era uma pratica glutã e impiedosa pagã e nenhuma semelhança com os pagãos seria permitida.
Em 6º lugar, nos vs. 22-27 os israelitas deveriam dedicar os dízimos de suas colheitas e animais ao Senhor para a manutenção do serviço religioso.
Nestes versos encontramos uma prática bem comum no AT. Anualmente a décima parte de toda a produção israelita deveria ser levada ao Tabernáculo. Provavelmente, conf diz o v. 23, havia uma festa e se comeria desses alimentos em celebração ao Senhor, diante do Senhor, sem entretanto esquecer dos levitas de cada cidade que não tinham porção fixa da terra. O restante dos alimentos e do dinheiro arrecadado nas vendas dos animais, dos que vinham de muito longe, todos esses bens deveriam ser entregues no Tabernáculo para o sustento do ministério.
Em 7º lugar, nos vs. 28-29 os israelitas deveriam consagrar o dizimo do terceiro ano para beneficiar os levitas e as pessoas carentes da sociedade: viúvas, órfãos e estrangeiros.
E finalmente nesses dois versos finais os levitas e outros eram o alvo da atenção. A cada três anos o dízimo era arrecadado em cada cidade e era armazenado para distribuir entre os levitas e os que tinham mais necessidades como as viúvas, os órfãos e os estrangeiros. Essa lei divina demonstrava o amor de Deus para com todos, sem acepção de pessoas. Os dizimos tinham então essas finalidades nobres: sustentar o serviço religioso e amparar os mais necessitados. Que possamos, com alegria dizimar ao Senhor, em reconhecimento de tudo o que Ele tem feito em nosso favor.
Bom chegamos ao final de mais um tempo de estudos na palavra de Deus. Foram muitas lições e desafios. Que Deus possa nos ajudar a praticá-los.
Um grande abraço. Deus te abençoe!
© 2014 Através da Biblia

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