sábado, 16 de agosto de 2014

Através da Bíblia - Deuteronômio 19.1-21.23

Deuteronômio 19.1-21.23
Olá amigo, estamos iniciando mais um programa da série "Através da Bíblia". É com grande alegria que mantemos contato com você com o propósito de estudarmos a Palavra de Deus com profundidade e aplicá-la em nossas vidas. Somos gratos a Deus pelo privilégio de podermos investir um tempo diário em conhecer mais a sua vontade. Por isso quero incentivá-lo a continuar nessa prática, pois o alvo desse programa é estudar toda a Bíblia aplicando-a em nossas vidas. Quero aproveitar a oportunidade para agradecer a você que nos escreveu compartilhando sobre o programa e sobre a sua vida pessoal e ministerial. Hoje, por exemplo, registro a carta que a M.A.M. de Timon no Maranhão nos enviou dizendo: "Queridos, soube há algum tempo que lá em São Luis do Maranhão no bairro da Raposa um pescador trocou seu barco por um rádio só para ouvir o Através da Bíblia. Na época não era servo de Cristo mas hoje ele é pastor na Assembléia de Deus. Essa não é uma história de pescador. É verdadeira. Seria maravilhoso se mais cidades e capitais pudessem ouvir a RTM". Querida irmã, muito obrigado por esse relato, por esse testemunho que muito nos encoraja. Quero cumprimentá-la pela disciplina de reservar diariamente um tempo para o estudo da Palavra de Deus. O nosso desejo é ver essa rede de amigos que amam estudar a Palavra de Deus aumentando diariamente. Para isso convido-a nesse momento a elevar nossas orações a Deus: "Pai de amor, obrigado por podermos abrir a Tua Palavra e ouvirmos a Tua voz. Senhor que a prática de estudarmos a Bíblia possa atrair muitos amigos para que desfrutem da comunhão contigo. Que o teu Espírito Santo nos oriente no estudo de hoje. Que haja edificação e glória ao teu nome. Oramos em nome de Jesus, Amém!".
Querido amigo hoje temos como alvo estudar os capítulos 19, 20 e 21 de Deuteronômio. Esses são capítulos em que percebemos o cuidado de Deus expresso através de Moisés dando mais orientações para Israel entrar em Canaã com leis justas, claras e aplicáveis com o objetivo que tivessem uma vida social harmoniosa e abençoada na terra que iriam possuir.
Mantenha a sua Bíblia aberta nestes textos e acompanhe as nossas considerações.
Para o capítulo 19 sugerimos Os princípios divinos para a vida social como seu título. Essa sugestão vem depois de diversas leituras e, em resumo, encontramos como sua proposição, sua proposta: Somente obedecendo os princípios divinos uma sociedade pode ser justa para os seus cidadãos. E ao analisarmos, ao desmembrarmos este capítulo encontramos cinco princípios que promovem a justiça em toda e qualquer sociedade.
O 1º princípio, nos vs.1-10 refere-se a proteção dos que cometeram homicídio doloso.
As cidades de refúgio foram construídas para proteger uma pessoa que sem desejar e sem premeditar mata alguém. Então para escapar da fúria dos parentes, a pessoa que fosse denunciada como culpada, refugiava-se nessa cidade até que a justiça apurasse o caso.
Se ele fosse inocentado, então, estaria salvo. Era uma medida de segurança muito importante, para evitar crimes motivados por vingança ou por sentimento de violência. Do lado leste haveria 3 cidades de refúgio e do lado oeste do Jordão mais três cidades deveriam ter essa destinação, porém se o povo se multiplicasse, ainda outras três cidades deveriam servir para esse mesmo propósito (v.9). Assim procurava-se evitar no meio da sociedade a prática do crime, uma prática tão alarmante e triste em nossos dias. Certamente não é o caso de fundarmos ainda hoje cidades de refúgio para os criminosos ameaçados, mas o que devemos aprender é o princípio, a medida tomada para se evitar o derramamento de sangue inocente.
O 2º principio, nos vs.11-13 refere-se a punição do assassino premeditado.
Embora tenhamos esse princípio para se evitar crimes vingativos, quando se percebia que alguém tinha planejado e armado ciladas contra o seu próximo, mesmo que se refugiasse numa dessas cidades não poderia ter o abrigo do seu crime. Os anciãos destas cidades entregariam o assassino premeditado para que pagasse com a sua vida a vida tirada. O que temos que perceber é que havia três razões principais para a pena de morte: 1)a terra precisava ser purificada da culpa pelo derramamento do sangue inocente; 2)a comunidade não podia ser abençoada por Deus se a culpa não fosse remida; e, 3)desejava-se impedir a aplicação de vinganças injustificadas. É preciso que entendamos que Deus tinha dito que se o povo tolerasse o homicídio, toda a comunidade compartilharia da culpa pelo assassinato e sofreria as conseqüências (Nm 35.33-34; Dt 21.7-9), porque para Deus a vida tinha um valor inestimável (Êx 21.23-25; Lv 24.17-22). Tanto naqueles dias como hoje o assassinato e a impunidade é algo afrontoso a Deus por que destrói a imagem de Deus naquele que morreu.
A pena de morte tem argumentos pró e contra: 1)São favoráveis à pena de morte aqueles que entendem que todo que se recusa viver sob as leis estabelecidas deve sofrer a conseqüência dos seus atos. 2)Os que são contrários à pena de morte argumentam que até a vida de um assassino deve ser respeitada, pois Deus é um Deus de perdão e graça e todos os homens foram criados à imagem e semelhança de Deus. Querido amigo devemos sempre orar por nossas autoridades para que desenvolvam leis justas para que toda a sociedade seja beneficiada por elas.
O 3º princípio, no v.14 refere-se ao respeito aos limites da propriedade privada.
Os direitos de propriedades foram definidos pelo próprio Deus. Foram os marcos divinos que não deveriam ser deslocados. Esses marcos eram montes de pedras levantadas para definir as propriedades de cada família israelita. Mas, a inveja e a cobiça fariam com que alguém mudasse esses marcos. Tal mudança seria um crime a ser penalizado. Na vida espiritual Deus tem posto os seus marcos. São as verdades que cremos baseadas na Bíblia, a Palavra de Deus. Estes marcos são muito importantes. É bom sabermos quem pôs os marcos da nossa fé em nossos corações. Só Deus é que tem o direito de nos oferecer a herança espiritual.
O 4º princípio, no v.15 refere-se a necessidade de testemunhas para haver julgamentos.
Deus cuidou e antecipou todos os detalhes que poderiam promover a injustiça. Deve-se evitar de todos os meios a injustiça, isto é, a verdade dos fatos deve sempre ser estabelecida. A lei deve operar com absoluta prudência e cuidado. E por isso os fatos devem ser apresentados não apenas por meio de uma só, mas diante de duas ou três testemunhas. A lei tem como objetivo revelar a verdade dos fatos e exigir o cumprimento da justiça. Uma sociedade justa obedece os princípios justos deixados pelo Senhor!
O 5º princípio, nos vs. 16-21 refere-se a punição das falsas testemunhas.
A lei é dura e tem que ser assim mesma. Lei é lei. E ainda há quem diga que devemos viver hoje em cumprimento a lei de Moisés para alcançarmos a salvação. A própria Bíblia diz que ninguém é justo diante da lei. A lei foi estabelecida para mostrar os fatos, revelar a verdade dos fatos. Se a lei encontra o homem em falta, ela o condena. Ela é justa. Condena o mal, o erro, a mentira, a falsidade, a injustiça. A lei existe para isto. Esse é o seu papel. Então, se os juízes, pesquisando cuidadosamente, percebessem que a testemunha era falsa ela deveria receber como punição aquilo que o acusado falsamente deveria sofrer (v.19). Tal procedimento deveria servir como exemplo para que toda a comunidade não tivesse falsidade em seu proceder. A natureza humana é pecaminosa e por ciúmes e inveja coloca em risco a vida do seu irmão. Por isso é que deveria ser penalizado.
Querido amigo, o cuidado detalhado de Deus, orientando a convivência de Israel, demonstrava o Seu desejo de que Canaã se tornasse, de fato, uma terra que mana leite e mel, não apenas no aspecto físico ou agrícola, mas principalmente que fosse uma terra de justiça e harmonia para todos os seus habitantes.
Então, na seqüência, no cap.20, para o qual sugerimos como título: Conquistando vitórias, após estudarmos o seu conteúdo verificamos que, em resumo ele nos desafia, nos propõe a seguinte afirmação: As batalhas físicas ou espirituais só serão conquistadas à medida que seguirmos os princípios divinos para a conquista de vitórias. E ao detalharmos o seu conteúdo encontramos cinco princípios que se devidamente obedecidos nos garantem a conquista de vitórias.
O 1º principio, nos vs.1-4 nos mostra que as batalhas devem ser enfrentadas sem temor e com fé em Deus.
Estamos diante de um texto verdadeiramente encorajador, pois vemos que em nossas lutas, não estamos sozinhos. Deus está conosco. Estas guerras e lutas aqui do povo de Israel, são símbolos das nossas lutas no dia a dia. E assim como Deus prometeu lutar por eles, prometeu também lutar por nós. Deus promete estar ao lado do seu povo na luta. Em toda Bíblia esta é a promessa de Deus e tem sido uma realidade em nossas vidas. Paulo dizia: "Se Deus é por nós, quem será contra nós?". Precisamos crer que em tudo somos mais do vencedores por meio daquele que nos amou (Rm 8.37).
O 2º princípio, nos vs. 5-9 nos mostra que as batalhas devem ser enfrentadas somente por aqueles que estão totalmente desimpedidos e concentrados nela.
As palavras destes versos são muito explicitas: Deus não quer na sua obra ninguém com o coração dividido. Por isto que Jesus disse: [Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, dia a dia tome a sua cruz e siga-me] (Lc 9.23). O Evangelho diz que Mateus deixando tudo, seguiu a Jesus. Os que tinham edificado uma casa nova, plantado uma vinha, os que tinham recentemente se casado, os medrosos e os de coração tímido não fariam parte do exército divino. Qualquer um que está dividido entre o serviço do Senhor e as suas ocupações particulares não é um soldado desimpedido e focado na batalha! Foi isto o que Deus fez no tempo de Gideão (Jz 7). Gideão mandou que os medrosos, os covardes, se retirassem. E no final das contas ficaram Gideão e os seus trezentos. Deus só quer lutar com pessoas que ofereçam condições espirituais e morais. Precisamos de coragem para servir a Deus! Que Deus nos ajude a buscá-lo em primeiro lugar, a lutar com Ele e para Ele, sabendo que Ele mesmo nos dará o que necessitarmos (Mt 6.33; Rm 8.32)!
O 3º princípio, nos vs. 10-15 nos mostra que as batalhas devem ser enfrentadas somente quando não houver chance de paz.
Naqueles dias a paz poderia ser estabelecida quando houvesse a rendição dos inimigos. Ao invés de haver mortes, havendo rendição, entrega, haveria a paz. Se, porém, ao contrário, se oferecesse resistência e se insistisse em guerra então os israelitas deveriam lutar e passar ao fio de espada todos os homens prontos para a luta. As mulheres, as crianças e todos os bens seriam levados como desposo e deles poderiam desfrutar como doação de Deus. Em nossas vidas espirituais enfrentamos inimigos sérios que muitas vezes demoram a se render. São pesos que nos assediam, pecados e hábitos que nos impedem de servir plenamente a Deus. Esses inimigos devem ser derrotados totalmente. Os despojos são as experiências pelas quais passamos que depois servem como nossas testemunhas da vitória que Deus nos concedeu!
O 4º princípio, nos vs. 16-18 nos mostra que as batalhas devem ser definitivas contra os inimigos que não servem a Deus.
Quando os inimigos representarem perigo para o povo de Deus esses inimigos deveriam ser completamente eliminados. O cristão verdadeiro não brinca com o inimigo. Não o teme, pois é um inimigo derrotado, mas não brinca com ele, ao invés disso coloca-o na mão do Senhor para que seja enviado para onde ele merece, um lugar ou um estado que só Jesus sabe. Israel deveria eliminar todas as nações pagãs, pois essas nações tinham ultrapassado a medida da tolerância divina, e, elas poderiam ensinar Israel a pecar contra Deus. Aqueles que são inimigos de Deus são os nossos inimigos também!
O 5º princípio, nos vs. 19-20 nos mostra que as batalhas devem ser enfrentadas sem que a criação de Deus seja prejudicada.
Ao ler esses versos muitos perguntam se a vida humana é mais valiosa do que as árvores. E, certamente valemos mais que as árvores e outras obras da criação. Mas essa não era a questão. Embora, Israel estivesse eliminando os seus inimigos, a natureza, as árvores frutíferas não deveriam ser destruídas para que pudessem dar frutos aos israelitas logo que entrassem em Canaã. Então, diferente de outras nações Israel deveria preservar a natureza. Deus se preocupava com todos os detalhes necessário para a boa vida do seu povo!
Querido amigo, esses, são princípios muito práticos e, quando seguidos corretamente, na dependência de Deus, nos possibilitam vitórias que Ele mesmo já preparou para nós. Que possamos praticá-los para usufruir a vida abundante que Deus tem para nós.
Na seqüência desses versos chegamos ao capítulo 21. O tema desse capítulo ainda se refere à vida nova na nova terra. Como título para este capítulo sugerimos: O respeito mútuo honra a Deus. Este é um título que por si só demonstra o respeito que devemos ter uns pelos outros, pois em resumo essa é a sua proposição desafiadora: Honramos a Deus somente quando nos respeitamos mutuamente. Ao estudarmos detalhadamente esse conteúdo encontramos cinco áreas em que devemos nos respeitar mutuamente:
Em 1º lugar devemos ter respeito à vida humana, vs. 1-9.
Deus já tinha declarado que “o sangue profana a terra” (Nm 35.33-34). Algo deveria ser feito para livrar a terra da culpa pela morte de alguém que tinha sido morto. O vale não lavrado, nem semeado simbolizavam a improdutividade da terra por causa da morte (v.4). A purificação simbolicamente viria pela lavagem das mãos na água corrente com a declaração de que não tinham derramado o sangue daquele morto (v.5-7). A oração pedindo perdão a Deus seria ouvida e a culpa daquele sangue seria perdoada e a culpa seria eliminada do meio de Israel (v.8-9).
Hoje em dia se pensa que um crime praticado numa cidade, é um crime contra a sociedade e contra a lei. Mas, antes de tudo é um crime contra Deus. A moral, a ética, a justiça, a retidão, o direito, o dever, a responsabilidade, não existiriam se Deus não existisse. Seríamos como animais irracionais, nos devorando mutuamente sem qualquer conseqüência moral ou espiritual. Uma cidade é responsável pelos crimes que são praticados nos seus limites, quando não procura afastar os fatores e circunstâncias que produzem os criminosos ou favorecem a eles.
Em 2º lugar devemos ter respeito à vida dos que estão em desvantagens, vs. 10-14.
Uma orientação específica em relação às mulheres que tinham sobrevivido aos ataques israelitas foi estabelecida. Se um israelita se enamorasse de alguma prisioneira deveria esperar um mês para que pudesse desposá-la. Ela se purificaria através da raspagem dos cabelos, do corte das unhas e do despojamento dos seus velhos vestidos e, assim poderia se efetuar o casamento. E, mesmo se um dia viesse a abandoná-la deveria deixá-la ir com todo respeito sem mais humilhá-la.
Em 3º lugar devemos ter respeito ao direito dos herdeiros, vs. 15-17.
Com base nesses versos alguns tem perguntado se Deus aprova a poligamia. E a resposta objetiva é: Não! Deus criou um homem e uma mulher e uniu-os. Porém, é inegável que a poligamia surgiu bem cedo na história da humanidade, conf. Gn 4.19. Deus em sua longanimidade suportou-a, embora esse não fosse o seu desejo como Jesus ensinou em Mt 19. O padrão de Deus é a monogamia. Mas, voltando ao texto, além do erro da poligamia, muitos pais erram também ao ter preferência por algum dos filhos em detrimento dos outros. A justiça deveria e deve ser praticada no seio da família. O direito de primogenitura do filho mais velho deveria ser respeitado mesmo que o pai já não tivesse boas relações com a sua mãe. Essa era a lei e deveria e deve ser respeitada! As leis divinas revelam o seu caráter. E Deus é imutável!
Em 4º lugar devemos ter respeito aos nossos pais, vs. 18-21.
Deve-se notar a maneira da lei tratar com o filho rebelde. A morte como castigo tinha a finalidade de desencorajar a rebeldia e desobediência no meio do povo de Israel. Era algo severo e rigoroso. Mas, a lei é assim. Lei é lei. Por isso devemos glorificar a Deus por estarmos vivendo sob a graça. No Novo Testamento a parábola do filho pródigo é um bom exemplo de como a graça nos trata diferente. Não podemos anular a graça de Deus que se manifestou salvadora a todos os homens!
Em 5º lugar devemos ter respeito aos mortos, v.22-23.
E, no final desses versos temos orientação uma específica sobre os mortos. O homem executado pela quebra dos mandamentos divinos era por Deus amaldiçoado. Seu corpo era pendurado num madeiro e exposto publicamente. Era uma demonstração da justiça de Deus. No tempo do Novo Testamento, Jesus, por nos amar, aceitou voluntariamente se fazer maldito em nosso lugar (Gl 3.13). Devemos dar glórias a Deus, porque através dessa atitude veio a graça sobre todos nós!
Querido amigo, uma sociedade bem estabelecida e seguindo os princípios que Deus lhe deu, certamente, será uma sociedade que trata bem os seus cidadãos tornando suas vidas harmoniosas e bem sucedidas. A obediência aos princípios divinos é garantia de agradarmos ao nosso Deus e contarmos com suas bênçãos.
Bom, terminamos assim mais um tempo de estudos no livro de Deuteronômio. Agradeço a Deus por sua capacitação e a você por sua sintonia. Fico aguardando a sua correspondência compartilhando como Deus falou a você.
Que Deus o abençoe,
Um grande abraço.
© 2014 Através da Biblia

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