terça-feira, 5 de agosto de 2014

Através da Bíblia - Tiago 4.11-12

Tiago 4.11-12
Olá amigo, estamos iniciando mais um programa da série "Através da Bíblia". Quero saudá-lo em nome de Jesus. É com grande prazer que mais uma vez entro em contato com você com o objetivo de dedicar esse tempo para juntos estudarmos a Palavra de Deus. Desejo que o estudo de hoje sirva para a sua edificação e traga, além dos desafios do texto, as mais preciosas bênçãos divinas para a sua vida. Hoje vamos estudar sobre um tema bem importante e pratico. Vamos refletir novamente sobre o nosso falar. Vamos refletir sobre Tiago 4.11-12, estudando um pouco mais sobre o falar cristão maduro, sobre a tendência que temos de julgar os irmãos. Você que tem acompanhado o programa sabe que logo no início do programa registro as correspondências que vocês enviam. Quero usar esse momento para registrar a carta que o RDL nos enviou da cidade de Martinópolis, no estado de São Paulo, 1014 “Agradeço pelos estudos, pois cada vez mais vem abrindo meus olhos espirituais. Como o cego de Betsaida, também via os homens como arvores, mas pedi a Deus que abrisse meus olhos e vejo hoje com os olhos espirituais, vejo ao longe e distintamente a todos. Graças a Deus hoje me sinto livre das correntes do inimigo de nossas almas, pois foi Deus que me tirou das trevas e da sombra da morte e quebrou minhas cadeias, libertando-me”. RDL –aluno/presidiário – Martinopolis – SP- carta.
Querido amigo, querido irmão somos gratos por suas palavras. Louvamos a Deus pelo seu desejo de se comprometer mais com O Senhor e agradecemos a Deus pelo seu interesse em estudar a Palavra. De fato, somente Deus pode nos mostrar através da visão espiritual as bênçãos que ele tem reservado para nós e, é essa a nossa oração por você: que cada dia mais você perceba o que Deus tem preparado para você. Que Deus te abençoe e que você seja uma bênção no meio onde você está. Agora, quero convidá-lo e, a todos que nos sintonizam nesse momento a buscar ao Senhor através da oração: "Pai querido, obrigado pelo tua preciosa graça. Diante da tua misericórdia nos enchemos de ousadia e penetramos na tua presença pelo precioso sangue de Cristo para buscar graça nesta ocasião. Pai te pedimos que a tua companhia seja experimentada por todos nós, nos mais diversos lugares onde estivermos, em todos os momentos. Também te pedimos que nos ilumine nesse momento de estudo. Que a Tua palavra molde o nosso caráter. Oramos em nome de Jesus. Amém!".
Querido amigo hoje temos como objetivo estudarmos o terceiro parágrafo do capítulo quatro desta carta de Tiago. Vamos estudar Tiago 4.11-12. São apenas dois versos, porém o conteúdo deles é de suma importância para todos nós. Esses dois versos nos chamam a atenção para o julgamento que fazemos uns dos outros, nos chama a atenção para a prática da maledicência, prática que infelizmente vemos em muitas das nossas comunidades e, nos chama a atenção para o perigo de nos colocarmos na posição de juízes, tomando o lugar do único Legislador e Juiz.
Jesus disse: Não julgueis, para que não sejais julgados (Mateus 7:1). Este versículo é citado por muitas pessoas para condenar qualquer pessoa que critica as doutrinas ou práticas religiosas de outros. Ironicamente, as pessoas que assim usam o texto não percebem que elas mesmas estão julgando a outra pessoa por desobedecer esta proibição! Então surge a questão: É pecado julgar? Como é que devemos entender essas palavras de Jesus?
Temos que entender que Jesus condenou o julgamento hipócrita. Ele emprega uma imagem engraçada para ilustrar a sua ordem. Uma pessoa vê um cisco no olho do seu irmão, e se oferece para tirá-lo porque a visão daquele cisco a incomoda. Só que essa pessoa que ter tirar o cisco é o juiz hipócrita, porque tem uma viga no olho dela! Jesus disse que temos que tirar nossas próprias vigas antes de remover os ciscos dos outros. Não devemos condenar os probleminhas dos outros quando praticamos pecados mais maiores, muito mais graves.
Temos que entender também que Jesus condenou a atitude negativa daquele que julga. Algumas pessoas vivem para criticar, sempre procurando e destacando as falhas dos outros. Tais pessoas convidam outros a ser críticos, também. Quando condenamos as pequenas falhas de outros, eles terão motivo para nos condenar (considere o exemplo do servo que não perdoou o outro, Mateus 18:23-35).
Entretanto, temos que entender também que Jesus não condena a avaliação dos outros. Mateus 7 mostra claramente que Jesus não está condenando a avaliação dos outros. Temos que discernir entre o certo e o errado, e entre as pessoas que praticam as coisas de Deus e as que andam no erro. Em Mateus 7.6, Jesus exige a avaliação das pessoas que proclamam o evangelho, e a rejeição dos "porcos" e "cães". Do versículo 15 ao 20, ele ensina sobre a avaliação dos mestres, dos professores. Essa avaliação deve ser feito observando-se os frutos produzidos (conf. Mateus 16:6,11-12).
Portanto, com muita maturidade e discernimento temos que ter controle sobre o nosso falar. Se por um lado não podemos deixar de avaliar e percebermos os frutos produzidos, por outro lado não podemos julgar colocando-nos no papel de juiz. O título para esse texto, então, é:
Um falar controlado
Tg 4. 11-12
Introdução
É digno de nota que Tiago mencione novamente esse tema tão relevante. Em 1.19 ele recomendou que devíamos gastar mais tempo em ouvir do que falar. Em 3.1-12 ele nos alertou sobre o uso correto da língua e, aqui, em 4.11-12 ele novamente trata do assunto. Por ser uma carta extremamente prática ele insiste nessa orientação sabendo que pelo nosso falar podemos edificar pessoas, podemos glorificar a Deus, mas também podemos destruir a vida de alguém. Daí a necessidade de uma falar controlado. Mas, não apenas Tiago nos mostra a seriedade desse princípio, como temos visto, em outras passagens também encontramos orientações claras sobre o tema. Lemos em Jó: Se o ouvirem, e o servirem, acabarão seus dias em bens e seus anos em delicias (conf. Jó 36.11), mostrando que é mais prudente ouvir do que falar. E, na verdade, a Bíblia dá mais valor a quem sabe ouvir do que quem sabe falar. O sábio Salomão nos aconselha: ... chegar-se para ouvir é melhor do que oferecer sacrifícios de tolos ... (Ec.5.1); quando falamos sempre nos arriscamos a errar, e isto é natural. Mas, quando ouvimos sempre podemos aprender com os nossos interlocutores, tanto o que é certo quanto o que é errado. A Bíblia ensina que todo crente seja pronto para ouvir. O profeta Isaias ratifica essa verdade convidando-nos: Inclinai os ouvidos e vinde a mim; ouvi, e a vossa alma viverá ... (Is 55.3). O próprio Jesus advertiu aos crentes das sete igrejas da Ásia menor: Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas ... (Ap. 2.17). Novamente Salomão recomenda: As palavras dos sábios, ouvidas em silêncio, valem mais de quem os gritos de quem governa entre tolos (Ec 9.17); e, além desses textos podemos citar outras recomendações: Jó 42. 4-5; Hc 3.2; Dt 4.10; 5.1; Sl 49.1-4; Is 1.2-3; Ap.1.3). O próprio Deus quando estabeleceu a sua aliança advertiu o povo de Israel: Agora, pois, se diligentemente ouvirdes a minha voz, e guardardes o meu concerto, então sereis a minha propriedade peculiar dentre todos os povos ... (conf. Ex.19.5). Em Eclesiastes 7.5, o sábio nos ensina que é muito melhor ouvir a repreensão da pessoa sábia do que ouvir alguém cantando como tolo. Há um provérbio popular que diz: "Se alguém quer ser um bom juiz, ouve o que o outro diz".
Uma grande necessidade hoje está no cuidado que devemos ter com aquilo que falamos; pois como diz o talmude: "a língua do homem é como abelha; tem mel e tem ferrão".
Devemos estar atentos e orar, para que através do ensino deste estudo o Espírito Santo venha nos ajudar a manter a nossa língua sob freio do temor do Senhor. Que o Senhor nos ajude a viver na pratica da palavra de Deus, como é a ênfase de Tiago, para que não caiamos em descrédito diante daqueles que nos rodeiam. Por isso precisamos vigiar, santificando a língua, para que não venhamos a tropeçar por palavras. O grande pacifista Gandhi disse certa vez a um cristão que tentava evangelizá-lo: Eu conheço e admiro vosso Cristo, mas não aceito o vosso cristianismo.
Será que por causa das nossas palavras não estamos estragando ou retardando a obra que Deus quer realizar na vida daqueles que nos cercam? Deixe-me ler o texto que servirá para nossa meditação:
4.11 Irmãos, não faleis mal uns dos outros. Aquele que fala mal do irmão ou julga a seu irmão fala mal da lei e julga a lei; ora, se julgas a lei, não és observador da lei, mas juiz. 4.12 Um só é Legislador e Juiz, aquele que pode salvar e fazer perecer; tu, porém, quem és, que julgas o próximo?
Muito bem, diante do que já tratamos e diante desses fois versos bem claros, o princípio que esse texto nos fornece podemos ver através dessa frase bem resumida:
O cristão maduro deve caracterizar-se por um falar controlado.
Neste texto encontramos três considerações sobre o falar controlado
A 1ª consideração refere-se a ordem de não falar mal uns dos outros –
O que é falar mal?
1. É criticar, isto é, é pré-julgar
2. É fofocar, isto é, tagarelar, falar aquilo que não edifica
3. É difamar, isto é, tirar a boa fama ou o crédito, é desacreditar publicamente
4. É caluniar, isto é, é mentir, é acusar sem ter provas, é deixar dúvidas no ar
5. É espalhar informações falsas – é a maledicência, conf. Êx 23.1
A 2ª consideração refere-se a razão da ordem pois quem fala mal está julgando –
1. O que é julgar?
1.1. É condenar,
1.2. É achar erros na vida dos outros,
1.3. É fazer distinção, selecionar, preferir, criar panelas,
1.4. É se intrometer na vida dos outros (conf. Pv 26.7)
1.5. É fazer acepção de pessoas (conf. 2.1)
2. Por que não julgar?
2.1. Porque não é sábio (conf. Rm 2.1; Mt 7.1)
2.2. Porque é irrelevante (conf. 1Co 4.3-5)
2.3. Porque não estamos qualificados (conf. Jo 8.7)
2.4. Porque não é de nossa alçada (conf. Rm 14.4)
2.5. Porque não conhecemos a intenção do coração do irmão (conf. Rm 2.16)
3. Qual a diferença entre julgar e avaliar?
3.1. Ao avaliar observamos os fatos (conf. Ex 18.21; 1Tm3; Tt 1)
3.2. Ao avaliar buscamos discernimento (conf. Lc 12.57; Jo 7.24, 8.15)
4. De quem é a função de Juiz?
4.1. Quando alguém julga assume a função de Juiz
4.2. Quando alguém julga assume o lugar de Deus
4.3. Quando alguém julga torna-se o legislador, aquele que faz as regras
4.4. Quando alguém julga torna-se um Juiz, e, portanto, o intérprete da lei
4.5. Quando alguém julga torna-se um legalista
5. Quais as características de um legalista?
5.1. Preocupação excessiva com o exterior
5.2. Estar sempre pronto para definir o que é certo e o que é errado
5.3. Gostar de exigir a obediência às regras
5.4. Riqueza de argumentos para sustentar as regras
5.5. Tornar-se orgulhoso, criticando as ações dos outros (conf. Mt 23.23-26)
A 3ª consideração refere-se as conseqüências de falar mal uns dos outros –
1. O que fala mal ou julga seu irmão ...
2. O que fala mal dos outros fala mal da lei e julga a lei ...
3. O que fala mal dos outros julga a lei e não é praticante (conf. 1.22), mas juiz ...
4. Se é juiz coloca-se no lugar do legislador ...
5. Se é legislador, juiz coloca-se no lugar de quem pode salvar e fazer perecer ...
Conclusão
Tu, porém, quem és, que julgas o próximo? (conf. vs. 12)
Querido amigo a conversa descuidada e a língua desenfreada podem estragar nossa motivação pela retidão, pode nos levar a pecar (Ec 5.6) e afeta o nosso relacionamento com Deus (Ec 5.7). Um crente com total maturidade deve controlar com cuidado as suas palavras (Pv 8.6-8). E, devemos orar para que Deus nos ajude a controlar nossa língua (Pv. 10.14).
Que o Senhor te abençoe nessa decisão. Um abraço. Até o próximo programa.
© 2014 Através da Biblia

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