terça-feira, 5 de agosto de 2014

Através da Bíblia - Tiago 3.1-12

Tiago 3.1-12
Olá amigo, estamos iniciando mais um programa da série "Através da Bíblia" com nossos corações cheios de alegria, aquela alegria que só o Senhor Deus nos dá. Alegramo-nos pela maneira carinhosa que temos sido tratados por você, pois, através das cartas que recebemos percebemos essa comunhão que só existe quando pertencemos a mesma família. Estamos contentes também porque damos seqüência ao nosso estudo na carta de Tiago e hoje iniciamos o estudo do capítulo três. Nesse texto, bem conhecido da maioria dos cristãos estudaremos sobre o uso correto que devemos fazer das nossas palavras. Nessa área tão prática e tão delicada em que muitos têm caído, precisamos saber com segurança qual é a vontade de Deus para nós, seus filhos. Portanto, mantenha a sua Bíblia aberta para o estudo que vamos iniciar dentro de alguns minutos. Como temos feito ao iniciarmos o nosso programa compartilhamos uma das inúmeras correspondências que vocês nos enviam e logo depois oramos pedindo as bênçãos de Deus para o estudo da sua Palavra. Então em primeiro lugar, hoje, eu registro o e-mail que o Carlos nos enviou de Duartina, no estado de São Paulo. Foi essa a sua mensagem: 1010 “Pr. gostaria que me tirasse algumas duvidas, não sou muito estudioso da Bíblia, mas me despertou uma vontade de estudar, mas não sei o modo certo de estudar. Gostaria de saber se o pastor poderia me indicar algumas maneiras para um iniciante tirar boas lições para minha vida e ir crescendo nos meus estudos... E parabéns pelo livro e o estudo de Genesis eu comprei o livro e estou estudando, muito bom, estou aprendendo coisas que minha mente limitada nunca pensou antes sobre Jesus Cristo, com a ajuda do livro estou aprendendo muito, parabéns e obrigado por tudo.” Carlos Monteiro –Duartina – SP – email. Querido amigo, somos gratos por essas palavras tão bondosas. De fato, temos pedido a Deus que use o que aqui é transmitido e o que temos produzido para moldar o nosso caráter ao caráter de Jesus Cristo. Creio que para todo o cristão que quer se aprofundar no conhecimento da Bíblia e da vontade de Deus para a sua vida o principal livro a ser estudado é a própria Bíblia Sagrada, a Palavra de Deus. Comece ler o livro de Salmos, depois o de Provérbios. São livros muito práticos e fáceis de entender. Leia posteriormente os evangelhos, começando por João para você se inteirar bem dos fatos ocorridos com o Senhor Jesus Cristo. Para facilitar a sua compreensão adquira alguma introdução ao Antigo Testamento e uma introdução ao Novo Testamento. Esses livros são bons porque nos ajudam a entender o contexto dos livros bíblicos. Mas, sobretudo, estude orando, pedindo a Deus que ilumine sua mente e te faça compreender a sua vontade. Começando assim, logo você apto para estudos mais profundos. E, agora, Carlos, em segundo lugar, convido você e todos os que estão em sintonia conosco para aquele momento especial em que elevamos os nossos pensamentos para falarmos com Deus. Vamos orar: "Pai querido, chegamos à tua presença agradecidos porque a tua misericórdia se renova constantemente sobre as nossas vidas. Agradecidos porque pela tua misericórdia o Senhor apaga de nós as nossas transgressões. Senhor, conforme a tua vontade, atende a necessidade de cada um de nós que te buscamos nessa hora. Senhor, conceda-nos também a iluminação e a capacitação do teu Santo Espírito para essa hora de estudo. Nós oramos, em nome de Jesus, Amém!".
Querido amigo o alvo no nosso estudo hoje é refletirmos sobre o texto de Tg 3.1-12. Como falamos inicialmente este texto nos faz refletir e entender a maneira pela qual Deus quer que evidenciemos a nossa fé nessa área tão pratica que é o nosso falar, o uso correto da língua.
Temos que reconhecer que tudo o que existe em nosso universo veio a existir pelo poder da palavra. Deus falou, e nosso mundo veio a existir. Quando ele formou o homem, a mais elevada das criaturas terrestres, Deus o abençoou com a capacidade de se comunicar. Podemos falar, e até mesmo escrever, porque Deus nos deu o dom da linguagem. Quando o diabo usou palavras mentirosas para tentar Eva, ela e seu esposo caíram em pecado (Gênesis 3). Quando os homens abusaram da boa dádiva da comunicação para se exaltar e desobedecer a Deus, ele confundiu suas línguas para forçar povos diferentes a se separar e povoar a terra, como ele tinha ordenado anteriormente (Gênesis 11:1-9; veja 9:1).
Mesmo que os homens tenham freqüentemente abusado das suas palavras, a capacidade de se comunicar ainda é uma bênção. Quando o próprio Filho de Deus, o Senhor Jesus Cristo, veio ao mundo, ele foi descrito como o Verbo, como a Palavra (João 1:1, NVI). É pela proclamação de sua mensagem, o evangelho, que chegamos a conhecê-lo e a obedecê-lo. O evangelho ... é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e também do grego (Romanos 1:16). E, assim, a fé vem pela pregação, e a pregação, pela palavra de Cristo (Romanos 10:17).
Os discípulos de Jesus têm a responsabilidade de ensinar o evangelho a outras pessoas. Paulo encorajou Timóteo a cumprir esta missão: Prega a palavra, insta, quer seja oportuno, quer não, corrige, repreende, exorta com toda a longanimidade e doutrina (2 Timóteo 4:2). E o que de minha parte ouviste através de muitas testemunhas, isso mesmo transmite a homens fiéis e também idôneos para instruir a outros (2 Timóteo 2:2). Ora, diante dessas afirmações temos que admitir que o nosso falar, a nossa língua tem uma força poderosa. Pode ser usada para o bem, como Deus pretendia, para exprimir amor e oferecer salvação. Mas, também pode ser usada para o mal, com efeitos desastrosos que conduzem à condenação. Estas duas possibilidades são claramente apresentadas nesse texto que agora estudamos. Assim, o titulo para esse estudo é:
Orientações sobre o uso correto da língua
Tg 3.1-12
Introdução
Meus irmãos, não vos torneis, muitos de vós, mestres, sabendo que havemos de receber maior juízo (3:1). Quando separado de seu contexto, este versículo parece contradizer os mandamentos e exemplos do Novo Testamento que ressaltam a importância da pregação da palavra (Marcos 16:16; Atos 4:31; 8:4; 1 Tessalonicenses 1:8; Hebreus 5:12). Entretanto, no seu contexto, o versículo tem sentido. Os cristãos a quem Tiago escreveu estavam dispersos, sofrendo perseguições de fora e internamente eram afligidos por atitudes carnais que criavam discórdia e divisão entre eles. Alguns praticavam uma religião exterior, que não vinha do coração (1:21-27). Eles tratavam as pessoas de modo diferente, baseado na sua riqueza (2:1-7). Eles eram perturbados por guerras, contendas e cobiça (4:1-4). Alguns estavam falando mal e julgando deslealmente seus irmãos (4:11-12). Qual era o problema? Parece que a raiz destes problemas podia ser encontrada em alguns professores arrogantes, que estavam mais interessados em conquistar seus próprios seguidores do que em serem seguidores de Cristo. Eles seguiam e ensinavam a sabedoria humana, em vez de proclamarem a pura mensagem da sabedoria de Deus (3:13-18). A advertência que Tiago oferece, então, vai até o coração da arrogância interesseira. Quando os homens de tendência carnal procuram ser mestres, na verdade eles levam seus ouvintes a uma condenação maior. Eles são capazes de perverter o evangelho para conseguir seguidores, porque eles são servos de si mesmos e não servos de Cristo.
Diante dessa realidade que também vemos em nossos dias, o princípio que o texto nos oferece e para o qual devemos atentar se vê nessa sentença:
Para o benefício da comunidade cristã, todo cristão deve usar corretamente o seu falar.
Neste texto encontramos três verdades sobre o uso do falar cristão:
A primeira verdade refere-se ao controle do falar dos que ensinam – v. 1-5
1. O desejo de ser mestre deve ser bem avaliado – v.1
2. Os que ensinam enfrentarão juízo mais rigoroso – v.1
3. Todos tropeçamos em muitas coisas – v.2
4. Todos tropeçamos no falar – v. 2
5. A verdade ilustrada – v. 3-5, 7
Cavalos e freios – v.3
Navios e lemes – v.4
Florestas e fagulhas – v.5
Tiago tem preocupação em orientar aqueles que ensinam, por isso ele inicia dizendo: 3.1 Meus irmãos, não vos torneis, muitos de vós, mestres, sabendo que havemos de receber maior juízo. Os que almejam exercer o ensino na comunidade cristã devem pesar bem a responsabilidade que lhes caberá. Assim como At.13.1; Rm.12.7; 1Co.12.28; Ef.4.11 e 1Pe.4.10, que mencionam o dom de mestre ou o dom do ensino, Tiago também dá sua orientação para aqueles que ensinam na comunidade cristã. Mas ao mesmo tempo ele também orienta os demais cristãos: Porque todos tropeçamos em muitas coisas. Se alguém não tropeça no falar, é perfeito varão, capaz de refrear também todo o corpo (3:2). De todas as tentações que enfrentamos, a mais persistente e difícil é a tentação de dizer alguma coisa que não devemos. Algumas pessoas lutam para eliminar palavrões e piadas sujas de seu falar (Efésios 4:29). Outros, despreocupadamente, mostram desrespeito pelo nome do Senhor, proferindo frases como “Meu Deus!”, ou “Meu Deus do Céu!” sem parar para pensar que eles estão tratando o nome do Santo Deus como se não fosse nada mais do que uma expressão comum de surpresa ou desgosto. Deus merece nosso completo respeito (Salmo 111:9-10). Muitos usam a língua para espalhar boatos e fazer acusações sem fundamento (Provérbios 16:28; 1 Timóteo 5:13). Deste modo, eles podem destruir a reputação de pessoas boas, criar discórdia entre irmãos, e até impedir a divulgação do evangelho (1 Coríntios 3:3; 1 Tessalonicenses 2:15-16). Tais pessoas não são seguidoras de Cristo, mas do diabo, o pai das mentiras e o maior acusador de todos (João 8:44; Apocalipse 12:9-10; 22:8). E todos nós batalhamos contra a tentação de falar antes de pensar, talvez uma palavra áspera ou crítica usada desnecessariamente, talvez uma expressão de raiva ou ódio. Uma simples palavra mal empregada pode levar uma nação à beira da guerra, destruir uma amizade de toda a vida, desfazer uma família, arruinar um casamento ou esmagar o auto-respeito de uma criança. Por isso ele tinha ensinado que Todo homem, pois, seja pronto para ouvir, tardio para falar, tardio para se irar" (Tiago 1:19).
A segunda verdade refere-se ao descontrole do falar dos cristãos, vs. 5-8
1. É orgulhoso – v.5
2. É fogo e é colocado em chamas pelo inferno – v.6
3. É mundo de iniqüidade que contamina o todo – v.6
Ilustrações da vida animal: os animais e os domadores – v.7
4. É mal incontido, carregado de veneno mortífero – v.8
5. Todos os homens têm dificuldade de controlar o falar – v.8
3 Ora, se pomos freios na boca dos cavalos, para nos obedecerem, também lhes dirigimos o corpo inteiro. 4. Observai, igualmente, os navios que, sendo tão grandes e batidos de rijos ventos, por um pequeníssimo leme são dirigidos para onde queira o impulso do timoneiro. 5. Assim, também a língua, pequeno órgão, se gaba de grandes cousas. Vede como uma fagulha põe em brasa tão grande selva! 6 Ora, a língua é fogo; é mundo de iniqüidade; a língua está situada entre os membros de nosso corpo, e contamina o corpo inteiro, e não só põe em chamas toda a carreira da existência humana, como também é posta ela mesma em chamas pelo inferno. (3:3-6). A língua é um pequeno membro do corpo, mas exerce um poder destruidor que ultrapassa todos os outros. Como o leme de um navio ou freio na boca de um cavalo, este pequeno membro é incrivelmente poderoso. Como uma faísca pode iniciar um fogo que destruirá uma floresta, assim a língua descontrolada pode destruir uma alma e criar uma miséria terrível para outros.
Em relação ao verso sete ele afirmou: Pois toda espécie de feras, de aves, de répteis e de seres marinhos se doma e tem sido domada pelo gênero humano; (3:7). Os animais podem ser treinados. Um cão pode ser ensinado a sentar-se absolutamente imóvel no meio de uma multidão de pessoas, e não se moverá enquanto seu dono não o chamar. E, em relação ao verso 8 ele adverte ... a língua, porém, nenhum dos homens é capaz de domar; é mal incontido, carregado de veneno mortífero (3.8)
A língua precisa ser sempre mantida sob supervisão. Nunca podemos deixá-la sem a rédea ou abrir sua gaiola e deixá-la livre. Temos que manter domínio constante sobre nossas línguas para evitar o dano terrível que elas são capazes de causar.
A terceira verdade refere-se ao falar equilibrado – v.2, 9–10
1. Indica maturidade (em diversas áreas) – v.2
2. Indica domínio próprio – v. 2
3. Indica coerência: Bendiz a Deus e não maldiz os homens – v.9
4. Abençoa e não amaldiçoa os irmãos – v.10
5. Não se conduz de modo inconveniente – v.10
Se alguém não tropeça no falar, é perfeito varão, capaz de refrear também todo o corpo (3:2). É interessante essa referência que Tiago estabelece. Se alguém consegue se controlar no falar, também será controlado em outras áreas da sua vida. Refletirá o domínio próprio, fruto do Espírito produzido em parceria conosco. Por outro lado, quando encontramos cristãos que tem um comportamento digno, correto, exemplar, podemos observar que ele é alguém que tem controle sobre o seu falar. O nosso falar demonstrará a fé pratica que transformou nossas vidas. Através do falar evidenciamos:
Com ela, bendizemos ao Senhor e Pai; também, com ela, amaldiçoamos os homens, feitos à semelhança de Deus. De uma só boca procede bênção e maldição. Meus irmãos, não é conveniente que estas cousas sejam assim. (3:9-10). Contradições! Estes versículos apontam diversas contradições. Uma fonte de água só pode produzir um tipo de água. Uma planta só pode produzir o fruto que Deus pretendia. A língua, então, deve ser usada somente para adorar a Deus e falar as coisas edificantes que ele nos ensina. Quando é usada para amaldiçoar os homens, que são criados à imagem de Deus, o propósito do Criador está sendo pervertido e esquecido.
Conclusão – v. 11 e 12
Ilustração da fonte de águas – v.11, 12
Ilustração da figueira e da videira – v.12
Acaso, pode a fonte jorrar do mesmo lugar o que é doce e o que é amargoso? Acaso, meus irmãos, pode a figueira produzir azeitonas ou a videira, figos? Tampouco fonte de água salgada pode dar água doce (3.11-12)
Devemos controlar o nosso falar – Tg.1.26
Devemos observar os ensinamentos de Sl.34.13; 39.1; 141.3; Pv.13.3; 18.21 e 21.23.

Usando a Língua como Deus Pretendia
Voltemos ao princípio. A língua não é inerentemente má. Há algumas coisas que podemos e devemos fazer com nossas línguas. Considere alguns exemplos:
- Devemos louvar e adorar a Deus. "Por meio de Jesus, pois, ofereçamos a Deus, sempre, sacrifício de louvor, que é o fruto de lábios que confessam o seu nome" (Hebreus 13:15).
- Devemos orar. "Orai sem cessar" (1 Tessalonicenses 5:17).
- Devemos confessar Cristo na presença dos incrédulos. "Porque qualquer que, nesta geração adúltera e pecadora, se envergonhar de mim e das minhas palavras, também o Filho do homem se envergonhará dele, quando vier na glória de seu Pai com os santos anjos" (Marcos 8:38).
- Devemos confessar nossos pecados e buscar o perdão. "Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel, e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça" (1 João 1:9).
- Devemos edificar nossos irmãos. "Assim, pois, seguimos as cousas da paz e também as da edificação de uns para com os outros" (Romanos 14:19).
- Devemos abençoar os outros, até mesmo nossos inimigos. "Abençoai os que vos perseguem, abençoai e não amaldiçoeis" (Romanos 12:14).
- Devemos sempre falar a verdade. ". . . seja o vosso sim sim e o vosso não não, para não cairdes em juízo" (Tiago 5:12).
Lembremo-nos sempre que nossas línguas são dons de Deus para serem usadas em sua honra e glória.

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