Números 18
Olá amigo, estamos iniciando mais um programa da série “Através da Bíblia”. Quero saudá-lo em nome de Jesus, nosso Senhor desejando que esse tempo juntos possa servir para a sua edificação através dos nossos comentários sobre o livro de Nm. Quero estimular você a nos escrever compartilhando qual o valor dos nossos estudos. Para nós é importante esse retorno, por isso quero registrar logo no início do programa uma carta que o RJAC de Terra Roxa em SP nos enviou dizendo: “É um prazer escrever pra vocês. Sou ouvinte do programa há duas semanas e já me identifiquei com a didática transparente que você usa para ensinar. Por isso estou convencido que devo permanecer na audiência, pois o programa é de fundamental importância para o meu crescimento espiritual”. Querido amigo obrigado por suas palavras. Agradecemos a Deus porque Ele tem usado o nosso programa para a sua edificação. Por isso, oramos pedindo que Ele continue te dando o crescimento para uma vida madura e que Ele também nos abençoe na preparação e apresentação de cada programa para que o Seu nome seja glorificado. Assim, chegamos ao momento de buscarmos a Sua bênção para as nossas vidas e para este programa. Vamos orar: “Pai amado, pedimos a Sua direção e a iluminação do teu Espírito para que aquilo que aqui for comentado sirva para edificação de muitos irmãos e amigos. Pedimos Senhor a tua bênção para a vida familiar, ministerial e social de cada um de nossos ouvintes, e, Senhor ajuda-nos a testemunhar sempre do Seu gracioso amor. Pai, oramos em nome de Jesus, Amém”.
Querido amigo, hoje nosso alvo é estudarmos os capítulos 18-19 de Nm. Nesses capítulos, temos a seqüência dos casos referentes ao sacerdócio, continuamos com mais orientações relativas ao sacerdócio. No cap.18 encontramos, de modo bem distinto, as normas sobre os deveres e direitos dos sacerdotes e levitas, para que não houvesse mais ciúmes e inveja entre eles. Podemos dividir este capítulo em 7 parágrafos:
Em 1º lugar, nos vs.1-7 temos a descrição dos deveres de Arão e família. O trabalho ministerial de Arão e os demais membros da sua família, família sacerdotal era cuidar para que as ofensas ao santuário fossem punidas. Os aronitas, deveriam convocar os demais levitas para essa mesma tarefa, impedindo qualquer outro israelita se aproximar do Tabernáculo e de quem estivesse ministrando. Os sacerdotes teriam o dever de ministrarem no santuário e no altar enquanto os levitas não poderiam sequer se aproximar dos utensílios do santuário nem do altar para que não morressem bem como os sacerdotes que deixaram que eles se aproximassem. Os levitas, segundo a própria palavra de Deus eram um presente que Deus dava à família sacerdotal para que juntos realizassem os trabalhos no Tabernáculo, mas cf. o v.7, literalmente nos diz: “Mas tu e teus filhos contigo atendereis ao vosso sacerdócio em tudo concernente ao altar, e ao que estiver para dentro do véu, isto é do vosso serviço: eu vos tenho entregue o vosso sacerdócio por ofício como dádiva; porém o estranho que se aproximar morrerá”. Querido amigo percebemos diante da rebelião vista no programa passado, por causa da inveja e cobiça pelo ministério sacerdotal, Deus deixou bem claro quais eram as responsabilidades dos aronitas e dos demais levitas. Afinal, é Deus quem determina os nossos ministérios e, conf acabamos de ler, esses ministérios deveriam ser encarados como uma dádiva divina. O próprio sistema sacerdotal era uma dádiva a Israel, pois era o recurso divino para o povo obter perdão pelos seus pecados. É um privilégio sermos designados para o serviço do Senhor. Ao invés de encararmos com algo pesado e obrigatório temos que nos alegrar por participarmos do trabalho ministerial. Espero que seja esse o seu sentimento!
Em 2º lugar, nos vs.8-11 Deus dá aos sacerdotes as ofertas santíssimas. O que é bonito de ver é que Deus separando alguns para o seu trabalho não se esquece de que eles necessitam de sustento tanto quanto os outros adoradores. Nesses versos Deus definiu com clareza a maneira dos sacerdotes serem sustentados. Os sacerdotes poderiam comer as ofertas de cereal, as ofertas pelos pecados, ou ofertas de reparação. Deveriam comer com agradecimento, pois eram santíssimas, isto é, eram consagradas a Deus. As ofertas poderiam ser comidas pelos filhos e filhas, indicando o cuidado divino pelas famílias sacerdotais. Só não poderiam participar desses alimentos quem estivesse impuro, quem estivesse contaminado. Querido amigo, podemos ter certeza do cuidado divino, do seu sustento. Quando buscamos em 1º lugar a Deus, o seu reino e a sua justiça podemos estar certos que todas as outras coisas nos serão acrescentadas. Você tem experimentado esse cuidado divino?
Em 3º lugar, nos vs.12-13 Deus dá aos sacerdotes as ofertas de cereais e libação. A bondade de Deus é percebida também na designação que vemos nestes versos. “Todo o melhor do azeite, do mosto e dos cereais, as suas primícias...”. O fato dos sacerdotes serem designados para o serviço do Senhor fez com que tivessem da parte de Deus o reconhecimento de que entregando suas vidas a Ele para o servirem, ele se ocuparia com o sustento de 1ª qualidade. Essa idéia é desenvolvida por Paulo, nos dias no NT, em 1Co 9.3-10 e Gl 6.6. Querido amigo, podemos confiar que o nosso Deus tem sempre o melhor para cada um de nós.
Em 4º lugar, nos vs.14-19 Deus dá aos sacerdotes os primogênitos oferecidos.
Todos os primogênitos nascidos em Israel, que pertenceriam ao Senhor por direito de tê-los resgatados do Egito, uma vez que Deus tinha escolhido os levitas para servi-lo, esses primogênitos deveriam ser resgatados e o valor do resgate deveria ficar com os sacerdotes para as diversas despesas do Tabernáculo. Quanto aos animais primogênitos os sacerdotes deveriam sacrificá-los de maneira normal e depois eles e suas famílias poderiam alimentar-se deles normalmente. Deve-se destacar a frase do v.19: “aliança perpétua de sal perante o Senhor é esta, para ti e para tua descendência contigo”, pois seu significado é importante. Cf. vimos em Lv 2.13, o sal deveria estar nas ofertas dedicadas ao Senhor a fim de que essas ofertas não se deteriorassem, assim essa expressão provavelmente simbolizava a natureza indestrutível do sal, isso é, esse seria um pacto que não seria quebrado como o sal, um pacto inquebrável e não corrompível, cf. Jr 33.18.22.
Em 5º lugar, no vs.20 Deus revela que Ele é a porção dos sacerdotes. Esse é um verso de grande significado: “Disse também o Senhor a Arão: Na sua terra, herança nenhuma terás e, no meio deles, nenhuma porção terás. Eu sou a tua porção e a tua herança no meio dos filhos de Israel”. Querido amigo o que mais poderia almejar a tribo de Levi, os sacerdotes, enfim os que estavam envolvidos com o trabalho do Senhor? Nada! É... não precisavam almejar mais nada! Deus estava se dando a eles. Deus estava se dando para Arão e seus descendentes e para todos os levitas, para que eles se ocupassem somente em servi-lo fazendo com que a adoração fosse aceita por Ele. Enquanto as outras tribos teriam que possuir a terra, conquistá-la, defende-la e depois cultivá-la, Arão e os seus se dedicariam totalmente ao Senhor! A porção dos levitas era o próprio Deus! Que bênção! O que você prefere? Posses, bens, herança terrena ou não tendo nada terreno querer e ter somente a Deus criador do céu e da terra? Aonde você que colocar o seu tesouro?
Em 6º lugar, nos vs.21-24 temos os deveres e os direitos dos levitas. O foco agora muda de direção. Deus passou de Arão e seus familiares para os levitas. As orientações para os sacerdotes já tínhamos visto em Lv, mas agora Deus dava suas orientações e regulamentações para os demais levitas. Eles ficariam com os dízimos que o povo de Israel daria ao Senhor. O dizimo, ou a décima parte era a oferta de um décimo do produto agrícola. Abraão e Jacó, como vimos em Gn 14 e 18 respectivamente já tinham dizimado, e como veremos posteriormente no cap.27 haveria uma regulamentação mais específica sobre o dízimo, mas aqui ele é estabelecido para os levitas. Certamente olhando para o futuro de Israel em Canaã o dizimo foi estabelecido. O dizimo pode ser considerado como um pagamento pelo serviço prestado no Tabernáculo. O trabalho deles, além de outras atividades era não permitir que algum israelita se aproximasse do Tabernáculo. Embora devamos ressaltar que os levitas depois tiveram da parte de Deus algumas cidades espalhadas por todo o território de Canaã, cf. veremos no cap. 35 e em Js 21, o princípio é que eles não receberiam nenhuma parte maior do território de Canaã, nenhuma porção de terra como herança, pois conf. os vs 23-24: “E não terão eles nenhuma herança no meio dos filhos de Israel, porque os dízimos dos filhos de Israel, que apresentam ao Senhor em oferta, dei-os por herança aos levitas...”. De novo vale a pena perguntarmos; pergunte a si mesmo: onde você tem depositado o seu tesouro?
Mas, permita-me fazer uma aplicação bem prática e necessária aos nossos dias. Esses levitas aqui são os pastores e pregadores de hoje, que vivem integralmente do ministério, pregando o evangelho e ensinando a Palavra de Deus. São homens que foram também separados por Deus para fazer o ministério religioso, espiritual. Então, do quê eles vão viver? Devem viver também das contribuições e dos dízimos dos crentes, dos filhos de Deus. O melhor sistema que as igrejas devem adotar é o sistema bíblico, criado pelo próprio Deus. Mas, os ministros de Deus dos nossos dias estão se secularizando e muitas vezes o fazem porque não têm da igreja que pastoreiam o sustento necessário, o salário digno para si e para a sua família. Assim como resultado, eles vão trabalhar fora. E, aí, secularizam-se. E as igrejas sofrem! Não se desenvolvem e assim não tem condições de os sustentarem dignamente e, assim o circulo se repete. Querido amigo, você tem a consciência de que além de ser um privilégio é nosso dever sustentar a obra de Deus? Avalie sua vida!
E, em 7º lugar, nos vs.25-32 Deus também requer o dízimo dos levitas. É um detalhe significativo essa exigência. Deus, desde o v.1 estava falando com Arão e agora Ele se dirige a Moisés para que Moisés dê essas instruções aos levitas. Por quê? Certamente para deixar claro aos levitas a posição de liderança de Moisés e o devido lugar dos levitas no ministério sagrado. Deus ordenou que Moisés orientasse os levitas que, ao receberem os dízimos dos israelitas, eles também deveriam dizimar como contribuição pertencente ao Senhor. Esses dízimos deveriam os levitas dar ao sacerdote Arão. E como literalmente os vs. 31-32 mencionam, depois de dizimarem o melhor a Arão os levitas poderiam usufruir dos dízimos: “Comê-lo-eis em todo lugar, vós e a vossa casa porque é vossa recompensa pelo vosso serviço na tenda da congregação. Pelo que não levareis sobre vós o pecado, quando deles oferecerdes o melhor; e não profanareis as coisas sagradas dos filhos, para que não morrais”. Querido amigo temos aqui alguns princípios: 1)Assim como o ministério sacerdotal foi o responsável para prover a intermediação entre Deus e o povo, também Cristo é o nosso intermediário diante de Deus! 2)Os nossos ministérios são dados por Deus e devemos recebê-los como um privilégio. 3)A hierarquia deve ser respeitada, pois ela nos mostra que Deus é organizado. 4)A nossa melhor herança é o próprio Deus e não aquilo que Ele pode dar a nós. 5)Os nossos dízimos são uma demonstração de nossa gratidão a Deus, por tudo o que Ele tem dado a nós. Como você tem agido nessas áreas? Esse é o nosso desafio! Que Deus nos ajude a aplicar essas verdades em nossas vidas!
Muito bem, depois de vermos essas verdades no capitulo 18, no cap.19 encontramos outras regulamentações agora sobre a questão das purificações. Essas ordenanças são exclusivas ao livro de Nm e ao período da peregrinação do deserto. É necessário entendermos que essas ordenanças foram dadas por causa do grande contato que os israelitas teriam com os mortos que cairiam no deserto conseqüência da incredulidade do povo. Também este capítulo podemos dividi-lo em 7 seções:
Em 1º lugar, nos vs.1-8 temos a exigência do sacrifício de uma novilha. A purificação sempre foi uma exigência de Deus aos israelitas. Deus então mandou trazer uma novilha vermelha, sobre a qual não tivesse sido colocada qualquer canga e que não tivesse nenhum defeito físico. E por não estar esse animal no padrão dos que eram sacrificados, pois era fêmea, deveria ser sacrificada fora do arraial, não diante do altar. O sacerdote Eleazar deveria supervisionar essa morte e depois pegaria um pouco de sangue para aspergi-lo 7 vezes na direção do Tabernáculo.
Ainda depois essa novilha deveria ser queimada e enquanto isso Eleazar deveria lançar no fogo um pedaço de madeira de cedro, hissopo e lã vermelha. Depois disso ele deveria lavar a sua roupa, se banhar com água, poderia entrar no arraial, mas estaria impuro até a tarde daquele dia. Também o levita que queimasse a ovelha também estaria impuro até a tarde. Todo esse ritual era cheio de simbolismo, pois o propósito do ritual era purificar quem tivesse tocado num morto. A cor vermelha da ovelha e da lã simbolizava o sangue que era o requisito para a purificação. O fato da novilha ser fêmea e jovem simbolizava a dádiva da vida, pois com esse procedimento estava-se devolvendo a vida àquele que tinha se manchado com a morte, por ter tocado num morto. Querido amigo, graças a Deus porque de uma vez por todas Jesus derramou seu sangue para nos purificar os pecados.
Em 2º lugar, nos vs.9-10 temos a exigência para guardar as cinzas da novilha.
Na seqüência desse ritual as cinzas dessa ovelha deveriam ser recolhidas e guardadas num local puro, mas fora do acampamento. Essas cinzas deveriam ser usadas na água da purificação para a purificação dos pecados. O levita que fosse responsável por esses procedimentos ficaria impuro até a tarde. E esse era um decreto perpétuo tanto para os israelitas como para os estrangeiros que estivessem entre eles.
Em 3º lugar, nos vs.11-13 temos o uso da água de purificação para o impuro. Como dissemos, a apresentação de um culto puro ao Senhor era um pré-requisito básico para a nação israelita e aqui vemos como na prática um povo que estava em marcha poderia se purificar dos seus pecados para apresentar sua adoração pura diante do Senhor. No caso de alguém participar de um enterro, ou que tocasse num cadáver ou ainda num animal morto estaria impuro por sete dias e a única maneira dele se purificar era purificar-se com essa água no 3º e no 7º dia.
Em 4º lugar, nos vs.14-15 temos a purificação quando houvesse morte numa tenda. Devemos nos lembrar que por causa da incredulidade toda aquela geração, de 2milhões e meio de pessoas morreria num prazo de aproximadamente 40 anos. Se você fizer os cálculos perceberá que haveria, em média, por volta de 170 mortes por dia no arraial israelita. Então, quando houvesse uma morte dentro da tenda de algum israelita como deveriam proceder essas famílias para com o seu morto? Ora deveria sepultá-lo. Mas esse contato faria com que ficassem impuros. Então qual o procedimento? Purificar-se com essa água purificadora.
Em 5º lugar, no vs. 16 temos a impureza se por tocar em algum cadáver em campo aberto. Em campo aberto, quer dizer, não na tenda ao estarem acampados, mas, estando em marcha, caminhando em suas peregrinações pelo deserto. Também nessas ocasiões ficaria impuro durante 7 dias aqueles que cuidassem do enterro do morto. E, novamente a purificação só ocorreria com essa água purificadora.
Em 6º lugar, no vs.17-20 temos os passos para a purificação do que estivesse impuro. Eram 3 os requisitos para essa purificação: 1)provavelmente um levita puro deveria aspergir essa água sobre os contaminados no 3º e no 7º dia; 2)esses deveriam lavar as suas roupas, e 3)eles deveriam se banhar para então serem declarados puros novamente.
E, finalmente em 7º lugar, nos vs.21-22 temos a purificação daquele que purificou. É interessante percebermos como uma impureza causava outra impureza e, assim aquele que tinha feito a purificação também deveria se purificar, lavando suas vestes para apresentar-se digno na adoração e, haveria um prazo para essa liberação: até a tarde, isto é, estaria limpo cerimonialmente somente no dia seguinte, uma vez que o dia terminava à tarde.
Querido amigo, quando Jesus ressuscitou o filho da viúva de Naim, Ele tocou no esquife, no morto, e sem se importar com essa impureza cerimonial Ele devolveu a vida ao morto! Assim como o homem sem Cristo está morto e sem a aplicação da água viva em sua vida, continuaria morto, essa água simbolizava a vida e salvaria da morte aquele que por ela fosse purificado. Mas, o texto de Hb 9.13-14 é muito significativo nesse aspecto: “...se o sangue de bodes e de touros e a cinza de uma novilha, aspergidos sobre os contaminados, os santificam, quanto a purificação da carne, muito mais o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno, a si mesmo se ofereceu sem mácula a Deus, purificará a nossa consciência de obras mortas, para servirmos ao Deus vivo!” Que maravilhoso Salvador nós temos! Você tem se apropriado desse sangue do Cordeiro de Deus?
Muito bem, chegamos ao final mais um período de estudos no livro de Números. Espero que você tenha aproveitado e tenha de Deus a capacitação para praticar a Sua vontade.
Escreva para nós compartilhando como Deus tem falado ao seu coração. Para nós a sua comunicação é muito importante.
Que o Senhor te abençoe e até o próximo programa.
Um abraço.
© 2014 Através da Biblia
quinta-feira, 14 de agosto de 2014
Através da Bíblia - Números 18
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Muito boa essa reflexão do capitulo 18 do livro do Números, parabéns!
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