Êxodo 15
Olá amigo, estamos iniciando mais um programa da série "Através da Bíblia" e para nós é sempre motivo de muita alegria sabermos da sua companhia conosco. Obrigado por que você tem sintonizado esse programa e tem sido fiel em nos acompanhar no estudo sistemático que fazemos da Palavra de Deus. Estamos estudando nesses programas os eventos que proporcionarão a saída do povo de Israel do Egito. Hoje vamos estudar o capítulo 15 do êxodo onde Moisés e todo os filhos de Israel entoam um cântico de louvor a Deus pela grande libertação que tiveram. Certamente teremos lições importantes para aprender e aplicar em nossas vidas. Por isso sugiro a você abrir a sua Bíblia e acompanhar atentamente o estudo do cap 15. Depois você pode escrever compartilhando como Deus falou ao seu coração. E é exatamente isso que o nosso irmão da cidade de Casa Nova, estado da Bahia, escreveu com essas palavras: "Tenho me fortalecido espiritualmente ouvindo o Através da Bíblia. É um programa que explica os textos bíblicos de maneira clara. Rogo ao nosso Deus eterno e todo poderoso as bênção para os irmãos e para todos os ouvintes da RTM". Querido amigo esse é o nosso objetivo. Desejamos que através desse programa muitos sejam fortalecidos e desafiados a viverem de modo cada vez mais agradável a Deus, demonstrando ao mundo a realidade do reino de Deus. Muito obrigado por suas palavras de incentivo. Agora, quero convidá-lo ao momento importantíssimo do nosso programa, quando buscamos a presença do Senhor. Vamos orar: "Pai amado, somos gratos por tua companhia conosco e por tua misericórdia. Pai diante da tua graça buscamos a iluminação e a capacitação do teu Espírito. Que através do estudo de hoje o Senhor fale a cada coração. Oramos em nome de Jesus. Amém!"
Querido amigo, hoje temos diante de nós os 27 versos de Êx.cap. 15. Um capítulo que nos mostra um dos hinos bíblicos, um dos salmos de louvor da Deus por sua bondade, seu poder e sua soberania na libertação de Israel da escravidão do Egito.
Este capítulo nos mostra uma característica dos filhos de Israel que ainda se vê hoje em muitos cristãos. Embora experimentem a graça e a misericórdia do Senhor, embora experimentem o poder e a soberania de Deus em suas vidas, a tendência de muitos cristãos é a reclamação, é a murmuração e o rápido esquecimento daquilo que Deus fez e faz por nós a cada dia. Infelizmente essa é uma tendência que ataca a todos nós. E, se formos sinceros, eu e você também por vezes agimos da mesma maneira.
Querido amigo, este foi o primeiro verdadeiro cântico de louvor que ouvimos dos filhos de Israel; mas, é triste dizer, que também foi praticamente o último. Sabe por que? Porque a partir desse ponto, os encontraremos sempre a reclamar, a murmurar durante toda a viagem. Nada os satisfazia. A cada passo encontravam algo que não os agradava. Estavam constantemente lembrando do passado, deseja coisas que tinham ficado para trás. Mas, porque eles mudaram tanto desse início tão bonito e tão correto de louvar e agradecer a Deus?
Veja que no início deste capítulo temos uma explosão de ação de graças e louvor, mas antes do seu final, isto é, nos versos 22-27 já encontramos a 1ª de uma série ininterrupta de reclamações e murmuração que durante os 40 anos de caminhada no deserto vão se repetindo a cada etapa. Mas, porque eles mudaram tanto desse início tão bonito e tão correto de louvar e agradecer a Deus? Por pelo menos 5 razões. Acompanhe comigo e se possível anote no seu caderno de estudos: 1)Por causa das dificuldades. Porque uma coisa era ficar junto do mar, finalmente livres do inimigo; mas outra coisa era caminhar dia após dia pelo deserto, suportando as dificuldades e os desconfortos da caminhada. 2)Por causa da falta de visão futura. Porque eles perderam de vista o alvo maior, que era a conquista da Terra Prometida, a conquista de Canaã; 3)Porque se esqueceram de Deus. Eles se esqueceram de que Deus estava sempre presente com eles, suprindo suas necessidades, dirigindo os seus passos e protegendo-os dos perigos, quaisquer que fossem eles; 4)Por causa das circunstâncias. Porque eles fixaram mais os seus olhos nas circunstâncias difíceis do momento do que no futuro de uma vida estável e próspera na Terra Prometida; e finalmente, 5)Porque faltou paciência. Os israelitas não tiveram paciência suficiente para aguardar a concretização da obra do Senhor, no tempo do Senhor. Eles foram precipitados, queriam que tudo acontecesse rapidamente, no tempo deles. Esqueceram-se de que Deus é soberano e sabe o que é melhor para nós!
É isso querido amigo, assim como os israelitas, também nós podemos passar rapidamente de um período de adoração e louvor a Deus para um tempo de murmuração e reclamações. Que Deus nos proteja dessa atitude que desagrada o Seu coração.
Mas, vamos ao texto, vamos analisá-lo para extrairmos ainda mais lições para as nossas vidas. Em 1º lugar nos vs.1-18 temos o salmo de louvor a Deus; em 2º lugar temos o louvor de Miriã e outras mulheres pelas bênçãos divinas nos vs.19-21; e em 3º lugar temos o episódio das águas amargas que se tornaram doces nos vs. 22-27. O salmo de louvor que está registrado nos 1ºs 19 versos é um salmo de triunfo e, embora a maioria dos comentaristas o dividam em duas estofes, vamos dividi-lo em três estrofes: a 1ª, Celebra a vitória do Senhor por salvar Israel do Egito, nos vs.1-12, a 2ª, Celebra a condução divina de Israel pelo deserto, nos vs.13-16; e, a 3ª, Celebra a implantação por Deus de Israel em Canaã, nos vs.17-18.
Na 1ª estrofe, nos versículos 1-12, celebrando a vitória do Senhor por salvar Israel do Egito temos 4 versos sendo que todos eles terminam com expressões das obras poderosas de Deus: v.5 os vagalhões os encobriram; v.8 os vagalhões coalharam-se no coração do mar; v.10 águas impetuosas os afundaram; e v.12 a terra os tragou. Veja que o destaque sempre é para Deus.
No 1º verso, 1-5, no v.2 Moisés reconhece explicitamente que foi o Senhor quem lançou no mar o cavalo e o seu cavaleiro, demonstrando ser o pai cuidadoso para com seu filho Israel e por isso merecia toda a exaltação. Essas palavras foram tão impactantes e verdadeiras que foram usadas muito tempo depois, cerca de 500 anos pelo salmista em Sl 118.14 e cerca de 1.500 anos depois de ditas pela 1ª vez, pelo apóstolo João em Ap 15.2-4. No v.3 Deus é chamado de "homem de guerra" enfatizando-O como o Guerreiro Divino, o Senhor dos Exércitos, cf. Sl 24.8.
No 2º verso, 6-8, no verso 6 a expressão "tua destra", é um símbolo do poder. O símbolo do poder divino era a mão de Moisés segurando o cajado do Senhor. E no v.8 a expressão: "com o resfolgar das tuas narinas, amontoaram-se as águas", significa o sopro das tuas narinas, isto é, Deus agiu para que os ventos viessem e sepultassem os egípcios no fundo do mar.
No 3º verso, 9-10, os verbos: perseguirei, alcançarei, repartirei, e arrancarei demonstram a arrogância do Faraó e o seu povo, e nos lembram Pr. 16.18, pois a soberba precede a ruína. Essa soberba seria rapidamente aniquilada sob as águas.
No 4º verso, os v.11-12 que concluem a 1ª estrofe destacam a tríplice descrição de Deus: Quem é como tu, entre os deuses? Quem é como tu glorificado em santidade? Quem é como tu em feitos gloriosos, que operas maravilhas? O nosso Deus é único, é o verdadeiro Deus. E, ainda no v. 12 a expressão: a terra os tragou, trás a idéia de que os egípcios não tiveram alternativa e foram chamados ao "sheol" ou à "sepultura", isto é, o lugar da habitação dos mortos.
Querido amigo, perceba e sublinhe ai em sua Bíblia que nessa 1ª estrofe, nos versículos 1-12 as palavras Deus e Senhor aparecem 10 vezes, indicando o reconhecimento de que a vitória pertencia e devia ser creditada apenas a Deus! Temos tido esse mesmo sentimento de honrar e glorificar o nosso maravilhoso Deus?
Na 2ª estrofe, nos versículos 13-16, celebrando a condução divina de Israel pelo deserto, encontramos os acontecimentos ocorridos após à saída do Egito e à passagem pelo mar Vermelho, principalmente porque esses eventos não eram um final, mas sim o começo de uma outra etapa da vida dos israelitas. Uma vez libertado da escravidão eles deveriam caminhar em direção do Senhor e da terra Prometida. Aqui também encontramos 4 versos:
No 1º verso, o v.13 é destacado pelo uso da palavra beneficência, ou em outras traduções, amor ou bondade, tradução do hebraico hesed que significa a graça fiel do amor divino para com o seu povo, por causa da Sua aliança. Por isso dizemos "a tua misericórdia dura para sempre", cf.Sl 136.
No 2º verso, os vs.14-15 alistam em ordem os povos que teriam que enfrentar Israel na sua peregrinação para a terra prometida: os filisteus, edomitas e os moabitas, além dos povos que habitavam na própria terra junto com os cananeus, que incluíam também os jebuseus, amorreus, girgaseus, heteus, heveus e fereseus, cf. Êx 3.8, 17; 23.23; 33.2.
No 3º verso, vs. 15-16 destacamos a reação desses povos: estremecimento, agonia, perturbação, temor, esmorecimento, espanto e pavor. São as únicas sete reações possíveis àqueles que não temem a Deus.
No 4º verso, v.17 destaca-se a frase "o povo que adquiriste", reforçando a redenção de Deus ao libertar Israel do Egito, tornando Israel o seu filho primogênito.
Também aqui é possível aplicar essas verdades às nossas vidas, tendo em vista que a bondade, a misericórdia, a graça e o amor de Deus para conosco é motivo de espanto daqueles que se opõe a nós. Sim, querido amigo, quando nos submetemos a Deus, quando reconhecemos nEle toda a nossa força e reconhecemos que as realizações são dele e não nossas, essa atitude causa espanto para aqueles que não crêem, para aqueles que só podem contar consigo mesmo para os projetos de suas vidas. Nós podemos sempre contar com as ações divinas em nosso favor!
Na 3ª estrofe, nos versículos 17-18, celebrando a implantação por Deus de Israel em Canaã, descrevem os acontecimentos que ocorreriam depois da caminhada no deserto ao entrar na Terra Prometida, num tempo gramatical em que os estudiosos identificam nos verbos o tempo "perfeito profético".
No 1º verso, v.17 a frase: "tu os introduzirás" indica que toda a obra, desde a saída de Israel do Egito, até a entrada definitiva na Palestina, seria obra das poderosas mãos de Deus, cf. vemos em Js 6.1-27, quando Jericó caiu pela ação divina.
No 2º verso, v.17 a frase: "plantarás no monte da tua herança, no lugar que aparelhastes", não indica uma referência ao Monte Sião, mas sim a toda região montanhosa de Israel, como território.
No 3º verso, v.18 a frase: "para a tua habitação no santuário, que as tuas mãos estabeleceram", indica, cf. 1Rs 8.13 uma referência a "um lugar santo", um lugar de adoração, um lugar em que o Senhor que realizara tantas maravilhas seria adorado por seu povo, referia-se ao Templo de Salomão.
E, finalmente No 4º verso, v.18 a frase: "o Senhor reinará por todo o sempre" indica certamente a soberania de Deus, o seu reinado eterno, como veremos em Dt 33.5, Sl 29.10; 55.19 e 66.7.
Que salmo lindo, não é mesmo? Que palavras inspiradoras! É ... querido amigo, este salmo de Moisés e de todo o povo liberto é um exemplo para nós. Você percebeu o conteúdo desse primeiro salmo de louvor e adoração? Você consegue perceber o contraste com a maioria das músicas e os louvores de hoje? Veja que não há sequer uma nota a respeito dos próprios filhos de Israel. Todo ele, todo o seu conteúdo destaca a pessoa de Deus. O salmo destaca quem é o Senhor, o que ele fez e o que Ele fará! Será que não necessitamos de rever as nossas músicas e os nossos momentos de louvor em nossas comunidades? Reflita e ore sobre isso e, que Deus nos abençoe a louvá-lo corretamente.
Mas, querido amigo, o texto prossegue, e necessitamos avançar no estudo de todo o capítulo. Em 2º lugar , nos vs.19-21 encontramos um resumo das obras de Deus e o cântico de Miriã. Imagine você presenciando aquele dia memorável. Enquanto os egípcios estavam submersos na mar, sob a poderosa mão de Deus, o povo de Israel redimido e agora simbolicamente batizado, conf. nos diz Paulo em 1Co 10.1-2: ... estiveram todos sob a nuvem e todos passaram pelo mar tendo sido todos batizados assim na nuvem como no mar, com respeito a Moisés, um coral dirigido por Miriã elevava um hino de louvor a Deus. Certamente se pudéssemos contemplar aquele cena ficaríamos emocionados também. Um maravilhoso coral de vozes femininas com tamborins e danças celebravam o Senhor. Como esse costume era normal em ocasiões de vitórias militares e em ocasiões litúrgicas podemos entender que a derrota militar do Egito por Deus, o Senhor dos exércitos estava sendo celebrada como um culto prestado por Israel, cf. exemplos que veremos em 1Sm18.6 e Jz 21.21. Era um coral com um acompanhamento simples, mas certamente movido de grande alegria que contagiava a todo o povo. Miriã, novamente aparece com destaque. Era profetiza e era a irmão de Arão e por dedução era também irmã de Moisés; aquela que tinha cuidado dele, quando o seu bercinho foi colocado nas águas do Nilo, cf. já estudamos em 2.4. Provavelmente esse lindo coral repetia a frase do v.21, bem semelhante ao verso inicial do salmo de Moisés, como um refrão: "Cantai ao Senhor, porque gloriosamente triunfou e precipitou no mar o cavalo e seu cavaleiro".
Mas ainda sobre esse batismo simbólico de Israel é necessário esclarecermos. Qual é o sentido da palavra aqui? O sentido da palavra aqui é identificação. No Novo Testamento um dos sentidos da palavra batismo também é identificação. Então o povo identificou-se com Moisés e com o Senhor que os fez passar pelo Mar, embora a seco, sem molhar os pés, mas de fato eles passaram pelo mar e, assim foram batizados! É esse o nosso Deus!
E, agora, querido amigo, em 3º e último lugar neste capítulo temos o relato dos versos 22-27 em que encontramos o 1º obstáculo que Israel teve na sua jornada pelo deserto depois de passarem pelo Mar Vermelho.
No v. 22-23, lemos que ao iniciarem a jornada pelo deserto, o povo estava caminhando em direção ao Sinai para se encontrar com Deus e adorá-lo. Esse percurso está descrito nos capítulos 15 a 18 e, nesse trajeto teriam experiências marcantes com Deus, que estaremos verificando nesse e nos próximos programas.
Querido amigo, depois de 3 dias de marcha cansativa tiveram o grande desapontamento de encontrar águas, mas águas amargas. Depois de 3 dias o povo ficou sem água e ao continuar caminhando, chegaram a um local chamado Mara, mas as águas que encontraram não podia ser ingerida. Eram águas amargas.
E por olharem para as circunstâncias e não para Deus não podemos nos admirar que tivessem murmurado. Mas, conosco acontece o mesmo. Nossos louvores, nossos cânticos de júbilo se transformam em murmúrios rebeldes.
Descontentamento, afastamento e rejeição são características de uma vida cristã tipificada pelo deserto. A alegria, a paz, a satisfação de uma vida cheia do Espírito Santo são características de uma vida cristã tipifica pela posse de Canaã.
Querido amigo, depois da murmuração do povo contra Moisés e contra Deus, Moisés foi diante do Senhor e perguntou-lhe: o que havemos de beber? E uma outra grande manifestação de Deus aconteceu, conf. o v.25. Deus orientou a Moisés que lançasse uma árvore sobre as águas e Moisés assim procedeu e as águas se tornaram doces e o povo pode beber.
E diante dessa manifestação de Deus, Ele lhes deu estatutos e os provou. Prometeu o Senhor, cf. o v.26, que se obedecessem os seus mandamentos nenhuma praga os atingiria. Que promessa maravilhosa! Deus está sempre pronto a nos abençoar.
E finalmente no v.27 depois da experiência das águas amargas, Deus lhes proporcionou grande bênção: chegaram a Elim, um local onde havia 12 fontes de água e 70 palmeiras e ali puderam acampar.
Deus mais uma vez estava demonstrando e mostra a nós também que pode suprir nossas necessidades, quaisquer que forem elas. Você crê nisso? Depois de Mara, há sempre Elim, providenciado por Deus para o nosso bem estar! Esse é o nosso Deus, podemos esperar as suas providências, pois no tempo certo Ele age em nosso favor!
Bom, querido amigo, chegamos a fim de mais um tempo de estudos. Agradecemos por sua companhia e a Deus que nos capacita.
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Deus te abençoe ricamente!
Um abraço,
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