quinta-feira, 31 de julho de 2014

Atraves da Bíblia - Êxodo 20A

Êxodo 20
Amigo ouvinte estamos iniciando mais um programa da série de estudos "Através da Bíblia". Nesses programas o nosso objetivo é conhecermos mais profundamente a Palavra de Deus e o Deus da Palavra. A cada encontro desejamos expressar publicamente a nossa gratidão a Deus pela especial oportunidade que Ele nos concede de desvendar os tesouros da Sua Palavra.
Desejamos compartilhar com você as suas necessidades, mas também as suas vitórias e as alegrias da sua vida pessoal com Deus. Fazemos isso através das cartas que chegam até nós. Você já escreveu para nós? Muitos ouvintes têm escrito relatando as experiências que tem tido através do nosso programa. Hoje compartilho com vocês a carta de um amigo que nos escreve da cidade de Piracicaba no estado de São Paulo. Suas palavras são as seguintes: "Prezados amigos escrevo estas palavras para contar como esse programa tem abençoado a minha vida. Sou grato a Deus pela oportunidade de poder estudar a Bíblia com vocês. Tenho usado alguns de seus programas nos estudos que faço com o grupo de jovens da minha igreja". Querido amigo, muito obrigado por compartilhar sobre o nosso programa e como ele tem ajudado você e outros irmãos. A nossa intenção é exatamente essa: Desejamos que esses estudos sirvam para o seu crescimento espiritual. Agradecemos a Deus por Ele nos usar na edificação do corpo de Cristo. Por isso, quero convidá-lo a juntos falarmos com Deus sobre o alvo que temos de estudar toda a Bíblia: "Pai querido, obrigado por tua soberania e pelo teu amoroso plano para conosco. Obrigado pela constante presença de Jesus em nossas vidas. Obrigado porque através da iluminação do Espírito podemos entender a tua Palavra e por tua própria suficiência podemos aplicá-la. Oramos em nome de Jesus, Amém".
Querido amigo, estamos diante do capítulo 20 de Êxodo. Nesse programa vamos estudar até o v.17, pois nestes versos temos o Decálogo, termo grego para os Dez Mandamentos, ou as Dez Palavras, cf. o original hebraico. Esta é uma passagem importantíssima da Palavra de Deus e necessita de um estudo aprofundado. Aqui a lei foi dada por Deus ao seu povo.
Nos vs. 1-2 temos a base para Deus apresentar a sua lei. Deus se apresenta como libertador, portanto “Eu sou o Senhor, teu Deus” significa que Israel é dele porque foi criado por Ele e foi resgatado por Ele.
Antes de estudarmos os dez mandamentos precisamos fazer 2 considerações: 1)Vivemos um tempo em que se diz que há uma nova moralidade. Mas, a nova moralidade que se conhece hoje, já era conhecida antes mesmo dos dez mandamentos. Estamos vivendo num mundo sofisticado cheio de tecnologia, mas nós somos pecadores como eram aqueles que provocaram o dilúvio e outros juízos divinos. Nós somos pecadores, transgressores das leis de Deus. Somos pecadores por natureza. E, os dez mandamentos nos mostram quão pecadores somos.
2)Agora muitos pensam que por pregarmos a graça de Deus, a salvação pela graça, desprezamos a lei. Não. Isto não é verdade. O apóstolo Paulo disse em Rm 6.1: "Que diremos, pois? Permaneceremos no pecado, para que seja a graça mais abundante? De modo nenhum. Como viveremos ainda no pecado, nós os que para ele morremos?" Se a pessoa pensar que pode continuar no pecado, quebrando os dez mandamentos, tal pessoa não demonstra ser cristão. Eu creio que todos que tem sido salvos pela graça de Deus têm um profundo respeito e reverência lei de Deus, pelos dez mandamentos.
Mas, afinal o que é a lei? Vamos defini-la através de 5 verdades:
1)Alguém já definiu a lei como sendo a transcrição da mente de Deus. A lei é a expressão da mente para que saibamos o que Deus deseja e requer de nós. Na lei temos a vontade de Deus para o homem. Temos na lei a natureza e caráter de Deus. Ela é a expressão da vontade santa de Deus. Isto quer dizer que Deus requer a perfeição da parte do homem. Requer obediência perfeita. E isto quer dizer que a nossa vida precisa ser pautada por estes princípios. A nossa noção do que é direito ou errado está completamente deformada e deturpada pelo fato da nossa natureza estar caída. A lei é a revelação de Deus.
2)Só podemos saber o que é certo e o que é errado porque Deus nos mostra na sua Palavra. Muitos perguntam: Por que é errado mentir e furtar? Porque Deus diz que é errado na sua Palavra? É só por isto? Não! Há outra razão. Podemos dizer que é para o bem da humanidade. E como seria maravilhoso se o homem não roubasse, não mentisse e nem furtasse o seu semelhante. Mas, acontece que o homem não guarda os mandamentos. Como temos observado então, a lei é uma expressão do caráter de Deus, mas a lei revela a natureza do ser humano.
3)Podemos dizer também que a lei é uma norma para a conduta do homem. A lei é que diz quando o homem está certo ou errado. As leis têm um poder muito grande, que certamente revelam o poder do seu próprio criador ou doador. Constatamos o poder que têm as leis naturais de Deus. Vejamos, por exemplo, a lei da gravidade. Se alguém quiser experimentar para ver se funciona e subir num prédio, e se jogar de lá, vai perceber que funciona mesmo. Ela opera com muita eficiência. Não podemos desobedece-la e escapar dos efeitos da sua transgressão. Um indivíduo pode saltar do prédio mais alto da sua cidade, e ter por alguns instantes uma sensação de liberdade e até de prazer. Mas, sofrerá logo depois o impacto fatal no solo. Não pode haver ilusão. As devem ser obedecidas. A Bíblia diz: "A alma que pecar, esta morrerá." E aqui está uma lei implacável.
4)Uma 4ª verdade sobre a lei deve ser esclarecida. É aquela em que a lei é comparada com a graça. Se a obedecemos, tudo está bem conosco. Porém, se houver transgressão da lei, então tudo deve ir muito mal. A lei não faz por menos. As necessidades do homem não podem ser satisfeitas pela lei, porque a lei mostra apenas o que o homem deve ser. Porém, a graça apresenta o que Deus é.
A lei revela o que o homem é de fato, e a sua incapacidade para se erguer moral e espiritualmente. Paulo argumenta Rm 3.19 e em Rm 8.3 que não existe nenhum problema com a lei, pois todo o problema está em nós. Devemos nos ajustar com a lei de Deus, e não devemos ser apenas conhecedores dela. Não podemos ser somente ouvintes da palavra, mas praticantes. Tiago diz que o homem que é apenas ouvinte é como uma pessoa que vai se olhar no espelho. Estas pessoas olham para si mesmas, e se vêem na lei, porém, continuam da mesma forma, porque a lei não transforma ninguém, como um espelho também não remove a mancha que está no rosto. A lei também tem essa função. Revelar. Revelar exatamente como a pessoa é por dentro. A lei não pode alterar a nossa natureza, mudar o nosso coração, transformar a nossa mente. Ela apenas acusa as nossas faltas e nos condena. A lei não torna homem pecador. Porém, somente revela o que somos na realidade.
5)E, finalmente, uma outra verdade é que a lei foi dada para trazer o homem a Cristo, como já tivemos a oportunidade de mencionar. A lei é um pedagogo, um aio, que nos toma pela mão e nos leva a Cristo, e nos diz: vocês são pecadores e necessitam de um salvador. E' a lei que nos conduz a Cristo. A lei nos mostra o que na realidade somos, e nos conduz a Cristo, ao Cristo crucificado. Ficar apenas com a lei desejando uma vida melhor, mais limpa, mais pura, mais correta, é mesmo que o mecânico que vem ao espelho esperando que o espelho lhe limpe o rosto sujo de óleo. É impossível. Não devemos procurar a palavra de Deus como espelho, esperando alguma aplicação mágica dela em nossos corações. Não! Temos que ler a Palavra de Deus, conhecermos a nós mesmos, e procuramos a cruz de Cristo. Sem o sangue de Cristo não temos os nossos pecados perdoados! O sangue de Jesus Cristo o seu Filho nos purifica de todo o pecado. A lei nos conduz a Cristo e Cristo nos purifica de todo o pecado.
Querido amigo essas verdades são importantes e devem ser aplicadas em nosso viver. Permita-me fazer uma pergunta direta: Você tem entendido assim a Lei de Deus? Saiba que só quando entendermos claramente a nossa relação com a Lei a nossa vida cristã será desenvolvida de modo satisfatório a nós e ao próprio Senhor!
Agora quero convidá-lo a estudarmos mais diretamente os dez mandamentos. Os dez mandamentos são direcionados a duas relações. Uma é dedicada ao relacionamento do homem com Deus. E a outra é dedicada ao relacionamento do homem com o homem.
Vamos então notar os quatros mandamentos que falam do relacionamento do homem com Deus.
O 1º mandamento: “Não terás outros deuses diante de mim”. Aqui temos uma condenação ao politeísmo. Havia naquele tempo muito politeísmo, isto é, a crença na existência de muitos deuses. Ao invés de adorar o Deus único e o criador, muitos descrentes adoravam todo tipo de deuses. Para eles, existiam deuses da fertilidade, da bebida, das plantações, da natureza, o Sol e a Lua, enfim, uma série interminável de deuses, como vimos ser a crença dos egípcios! O apóstolo Paulo, muito tempo depois, destacou o fato dos atenienses serem muito religiosos, pois além de vários altares dedicados a diversos deuses, eles não querendo desagradar nenhum, tinham um altar dedicado ao “Deus desconhecido”. Querido amigo, você percebe a loucura do politeísmo? Ao invés de adorarem apenas o Deus criador, inventaram e adoravam deuses que nunca foram deuses. Que impressionante vermos a insensatez do homem!
O 2º mandamento: "Não farás para ti imagem de escultura, nem semelhança alguma do que há em cima nos céus, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra ". Essas são as palavras literais dos vs. 4-5. Alguém poderia dizer que isto não nos afeta, porque não adoramos ídolos. Mas, muitos estão fazendo exatamente isso, meu amigo. Muitos estão adorando imagens e outros ídolos. É importante lembrar aqui que muitas coisas são transformadas por nós em ídolos. Por exemplo: a bebida alcoólica, o fumo, as drogas, ou até a comida, podem ser transformadas em ídolos. Muitos transformam o sexo num ídolo. Muitos adoram o dinheiro, adoram a carreira profissional, adoram a família, o cônjuge ou os filhos, enfim uma série de outros ídolos. Estes ídolos se tornam verdadeiros deuses para muitos. Tudo aquilo que ocupa o primeiro lugar em nossas vidas, a tudo que damos um lugar de importância exagerada em nossa vida, se transforma em ídolo. Deus diz: "Não farás para ti imagem de escultura”. Deus rejeita as imagens porque Ele revela a Si mesmo. Ele não quer e nunca quis ficar sujeito à imaginação humana que queria representá-lo de qualquer modo. Deus, no tempo certo iria revelar-se, mostrar a todos como Ele é, e de fato Deus se revelou, Deus mostrou a sua verdadeira imagem. Jesus é a verdadeira imagem do Deus invisível.
O 3º mandamento: "Não tomarás o nome do Senhor, teu Deus, em vão". Cf. v.7 vemos Deus condenando a utilização do seu nome como uma fórmula mágica ou até com um fim perverso, como enganar, blasfemar, ou jurar falsamente usando o seu santo nome. Em nossos dias a blasfêmia tem sido usada sem se dar conta de que se está blasfemando. As piadas de mau gosto envolvendo o nome de Deus tem sido constantes. É errado tomar o nome de Deus em vão, porque Deus é Deus. Ele é santo. Muitos não sabem conversar sem não cometer este pecado, profanando o nome de Deus. O vocabulário de muita gente está cheio de palavras profanas e blasfemas, pois ao mesmo tempo em que falam mal de outros também usam o nome de Deus erroneamente. Jesus nos ensinou a orarmos para que Deus santificasse o seu nome, cf. Mt.6.9 e o próprio Jesus santificou o nome de Deus ao morrer por nós, cf. Jo 12.27-28.
O 4º mandamento: "Lembra-te do dia do sábado, para o santificar”. Cf. os vs. 8-11, agora temos o sábado que foi dado a nação de Israel de um modo incomum. Deus disse que aquele era um concerto entre Ele, Deus, e os filhos de Israel. O dia não é importante. Depois de tantas mudanças de calendários na história, é impossível se saber hoje qual é de fato o sétimo dia, ou o sábado. Mas, eu penso que isto não é o mais importante. Não faz diferença, conquanto que se guarde um dia por semana. Nós reconhecemos o domingo como o primeiro dia da semana, o dia em que Jesus ressuscitou como nosso dia de descanso. A ordem para um dia de descanso está fundamentada na ordem da criação e na ordem da redenção, que traz a imagem de Cristo como Criador e Redentor. A igreja primitiva guardava o domingo como seu dia de descanso, cf. 1Co.16.2.
Agora vamos ver os seis mandamentos relativos às relações entre os homens.
O 5º mandamento: "Honra a teu pai e a tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o Senhor, teu Deus, te dá”. Cf. o v.12 nota-se que o pai e a mãe devem ser as primeiras pessoas que devem ser honradas. As relações interpessoais começam pela família. A honra aos pais é o fundamento da família e a família é a base para a sociedade. A advertência a quebra desse mandamento era entendida como uma desonra ao Senhor. Por isso os filhos nunca devem desprezar seus pais ou desonrá-los de forma alguma. Mas ao mesmo tempo a promessa pelo cumprimento é das mais preciosas: os dias serão prolongados.
O 6º mandamento: "Não matarás". Cf. o v.13, ninguém deve matar, pois ninguém pode dar a vida senão Deus. Não se deve odiar o próximo porque quando o ódio e a ira dominam o coração, então, como diz Jesus, já cometeu o crime de assassinato. A vida humana é sagrada, porquanto o homem é feito segundo a imagem de Deus.
O 7º mandamento: "Não adulterarás". Cf. v.14, este mandamento aplicava-se tanto ao homem quanto a mulher. Estamos vivendo agora no tempo quando se fala muito em revolução sexual, mas esse assunto é algo muito antiga. Não há nada novo a respeito deste velho assunto. Os adúlteros sempre existiram. Adultério é qualquer relação sexual fora do matrimônio. Deus condena isto claramente aqui, e ninguém pode mudar os mandamentos de Deus. Esse mandamento está de pé, em plena vigência, como os demais e, deve ser respeitado, pois é também um pecado contra Deus, cf. Gn 39.9.
O 8º mandamento: “Não furtarás”. Cf. o v.15 esse mandamento objetivava preservar a comunhão na comunidade da aliança. Talvez a proibição original era para se evitar o rapto que conduzisse à escravidão, mas certamente todos os outros tipos de furto estavam incluídos. Há uma clara ligação entre este mandamento e o décimo, que logo veremos.
O 9º mandamento: “Não dirás falso testemunho”.Cf. o v.16, esse mandamento envolvia a linguagem honesta, os juramentos e os votos, pois um falso testemunho bem sucedido seria equivalente ao assassinato. Para evitar tal problema, a testemunha deveria ser também o executor, cf. Dt 17.7, a tal ponto a se tornar culpado do sangue se estivesse mentindo.
O 10º mandamento: "Não cobiçarás a casa do teu próximo”. Cf. o v.17, enquanto os outros se referiam basicamente às ações, esse mandamento referia-se aos pensamentos. O verbo no hebraico é neutro, não se refere somente aos maus desejos, mas refere-se ao impulso interior que leva à ação de apropriar-se da propriedade do alheio indevidamente. É apenas quando esse desejo é mal orientado para aquilo que pertence a outrem é que tal desejo se torna errado. O pecado normalmente se origina de um desejo errado, cf. Tg 1.13-15. O apóstolo Paulo diz que a cobiça é idolatria, conforme lemos em Cl 3.5.
Bem, assim chegamos ao final do estudo do decálogo, das dez palavras, dos dez mandamentos. No próximo programa terminaremos o estudo deste capítulo 20, do v.18-26 e também estudaremos todo o capítulo 21.
Querido amigo chegamos assim ao final de mais um período de estudos e agradeço a Deus pela oportunidade de junto com vocês, meditarmos livremente na Sua Palavra. Pelas ondas do rádio não há quem possa impedir dessa Palavra ser anunciada a cada coração daqueles que se interessam em estudá-la.
Agradeço a você também pela sua companhia e sua audiência.
Nosso desejo e oração é que esse programa tenha servido para sua edificação.
Espero por você em nosso próximo programa.
Que Deus te abençoe.

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