quinta-feira, 31 de julho de 2014

Através da Bíblia - Êxodo 27

Êxodo 27
Querido amigo, estamos iniciando mais um programa da série "Através da Bíblia". É com alegria sempre renovada que entramos em contato com você para o estudo detalhado da Palavra de Deus. Estamos contentes com as cartas que recebemos de vocês que tem nos acompanhado na exposição dos princípios bíblicos. As suas impressões são fundamentais para nós. Hoje registramos a carta que vem da cidade de São Luis do estado de Maranhão. As palavras desse irmão são as seguintes: "Amados irmãos do programa Através da Bíblia. Este programa já se tornou uma constante em minha vida, pois me edifica, esclarece e me faz muito bem. Aqui em S. Luis do Maranhão a audiência é muito grande. Tenho orado para que continue muitos anos no ar. Que Deus abençoe a todos". Querido irmão, muito obrigado por sua carta. Agradecemos a Deus por sua vida. E, aproveitamos a ocasião para renovarmos a sugestão de que você reúna um grupo de irmãos para juntos estudarem a Palavra de Deus. No final desse programa anunciaremos o nosso endereço e aguardamos que você, nosso ouvinte enderece a sua carta ou o seu e-mail, com os seus motivos de oração, as suas perguntas, compartilhando as bênçãos que tem recebido ou abordando qualquer outro assunto. Para nós é um privilégio podermos manter esse contato com você. Bom, amigo, agora, quero convidá-lo para um momento sempre especial que temos sempre no início dos nossos programas. É o momento de oração em que pedimos a benção e a direção do Senhor para o estudo de hoje. Vamos orar: "Pai celestial, obrigado porque tu atendes as nossas orações. Diante da tua misericórdia te pedimos: abençoa-nos nesta hora de estudo e meditação na tua Santa Palavra. Senhor, oramos, te pedindo essa bênção, em nome de Jesus, Amém".
Querido amigo hoje estudaremos os 21 versos do capítulo 27. E você que nos acompanha sistematicamente deve se lembrar que este capítulo faz parte da 3ª divisão do Êxodo que trata sobre as orientações para a confecção dos utensílios do tabernáculo e hoje estudaremos mais um dos utensílios dos sete que compunham a mobília do tabernáculo. Vamos estudar sobre o altar dos holocaustos, sobre o átrio e sobre o azeite para o candelabro.
Em 1º lugar, nos versos 1-8 encontramos os detalhes sobre a confecção dessa peça tão importante na mobília do tabernáculo. O altar do holocausto, também era conhecido por “altar de bronze”, pois deveria ser recoberto de bronze. Você deve notar que os utensílios que ficavam no exterior, isto é, no átrio do tabernáculo, a bacia e o altar do holocausto foram feitos de bronze. E, logo saberemos a razão da mudança dos materiais de fabricação. Os utensílios que ficavam dentro do santo lugar e do santo dos santos, continham ouro, eram revestidos de ouro. E este detalhe nos lembra novamente da pessoa de Jesus Cristo. O ouro fala de Cristo. Por isso os utensílios que ficavam dentro da tenda apontavam para a pessoa sublime e gloriosa de nosso Senhor Jesus Cristo. O ouro aponta para a divindade de Jesus e o bronze aponta para o julgamento pelo pecado.
Nesses versos as orientações são minuciosas: o altar seria de madeira de acácia, um quadrado medindo 2,25cm de cada lado por 1,35cm de altura.
Nos 4 cantos deveriam ser construídas 4 pontas no formato de chifres, formando uma só peça com o altar sendo que toda essa peça seria revestida de bronze. Essas pontas que simbolizavam força, no Antigo Oriente, cf. Dt 33.17 eram usadas para amarrar o animal a ser sacrificado.
Deveriam ser fabricados também recipientes para recolher a cinza, e, as pás, as bacias, os garfos, os braseiros, a grelha com as argolas, e os varais, todos esses utensílios deveriam ser feitos ou recobertos de bronze. Além disso, havia também a determinação de que o altar fosse oco, provavelmente para que fosse preenchido de terra enquanto estava sendo usado e fosse leve o suficiente para ser carregado nas deslocações de Israel pelo deserto.
Querido amigo, não temos condições de dar todos os detalhes dos significados de cada peça do altar dos holocaustos pela brevidade do tempo, mas certamente vale a pena considerarmos a questão da mudança dos materiais.
Do ouro para o bronze. No altar de bronze é onde havia o sacrifício pelo pecado. E é exatamente aqui que o homem começa. O bronze fala do pecado, fala do julgamento sobre o pecado.
Antes do homem entrar no lugar santo, que é o lugar de adoração, o homem tem de passar pelo altar de bronze e pela pia de bronze. Tudo dentro do lugar santo fala da comunhão com Deus, da adoração a Deus. Ali não poderia haver pecado. Deus trata com o pecado do homem do lado de fora. E o pecado é removido por meio do sangue. Sem a purificação o homem fica do lado de fora.
E como o homem podia e ainda deve entrar na presença de Deus? A primeira atitude necessária é providenciar um substituto para morrer no seu lugar. O homem com pecado não pode ter contato com Deus a não ser que queira morrer. Ou consegue um substituto para morrer no seu lugar ou então a santidade de Deus o fulmina.
Eis porque um animal substituto tinha que ser trazido para morrer no altar de bronze. Às vezes este altar é chamado o altar dos holocaustos. É ali onde Deus trata com o problema do pecado do homem. É o altar que mostra Cristo, fala da morte de Cristo em nosso lugar. Aqueles sacrifícios todos do altar, do altar de bronze, falavam sobre a morte de Cristo na cruz.
Tudo no altar foi feito pelo homem, porém sob a orientação de Deus. Vemos que tudo foi feito rigorosamente sob medida e de acordo com o modelo que foi dado por Deus. Conforme já mencionamos, em 25.9 e 40; em 26.30 e agora em 27.8 encontramos sempre a expressão: Tudo foi feito de acordo com a Palavra do Senhor.
Muitos acham que o tabernáculo foi feito segundo os modelos dos santuários daquela época, mas não. Não é isso que o texto nos diz. Deus foi revelando a Moisés o modelo, como deveriam ser confeccionadas cada uma das partes do tabernáculo.
Quanto aos sacrifícios eles eram chamados holocaustos, ofertas queimadas, porque tinham que ser queimadas totalmente, cf. estudaremos no início do livro de Levítico. A cruz é chamada o altar de sacrifício.
Jesus foi levado à cruz por determinação de um conselho humano, mas certamente pelo plano eterno, pela vontade e pela permissão de Deus. E até mais do que isto, prezado amigo, pela determinação de Deus. Assim Cristo é mais do que um homem justo, do que um homem bom, Ele era, Ele é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, desde antes da fundação do mundo. Não pode haver aproximação a Deus a não ser que seja primeiramente tratado o pecado no altar de bronze. Alguma vítima tinha que ser sacrificada.
Hoje não há mais nenhuma necessidade de sacrifícios de animais para se adorar a Deus. Todos aqueles sacrifícios de animais eram símbolos de Cristo, e Cristo já veio e se deu por nós e, por isso nenhum sacrifício mais precisa ser feito pelo homem afim de servir a Deus e adorá-lo. Antes de Cristo a vítima tinha que ser trazida e sacrificada. A vítima era oferecida em favor do homem. Era um sacrifício substituto. O precursor de Jesus, João Batista apontando para Cristo disse: "Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo."
Jesus é quem tira o pecado do mundo. Eis porque a sua cruz foi coberta de trevas durante umas 3 horas. Era que ele estava pagando pelos nossos pecados, pelos pecados do mundo. O apóstolo João diz que agora todos aqueles que recebem a Cristo pela fé, que crêem nele recebem o poder ou o direito de serem chamados filhos de Deus. É só pela fé que o homem pode se tornar um filho de Deus. É necessário crer em Cristo. O homem não pode adorar a Deus, não pode servir a Deus a não ser que venha pelo altar de bronze. Todo o sacerdote tinha que passar por ali. Todo o levita tinha que passar por ali. Todos os homens têm que passar por ali. E é o caminho da cruz que nos leva a casa do pai, que nos conduz ao lar. Não existe outro meio para se chegar a Deus. Mas, voltemos ao texto.
Em 2º lugar nos versos 9-19 encontramos as orientações sobre a construção do átrio. O átrio era um retângulo, que rodeava todo o tabernáculo. Ele media 46m por 23m e era cercado por cortinas de linho com 2,30m de altura. O átrio era um pátio ou recinto sagrado ao redor do tabernáculo. Ali ficava o altar dos holocaustos, conforme vimos no texto que estudamos, 27.1-8 e ficava também a bacia de bronze que conheceremos e estudaremos no cap. 30.17-21.
O átrio era um espaço que continha dois quadrados de 23m2. Um desses espaços continha o tabernáculo ou a tenda e o outro quadrado era o átrio propriamente dito. Era um átrio, um espaço à frente da tenda. Era um espaço público para os sacrifícios, no altar de holocaustos e a bacia de bronze era usada para a purificação dos sacerdotes que iriam ministrar, onde as mãos e os pés dos sacerdotes deveriam ser lavados. Ali também era o local para as concentrações dos adoradores.
Esse átrio era formado também por cinqüenta e seis colunas em volta de todo o espaço do átrio, que continha a tenda, isto é, o santo lugar e o lugar santíssimo. Essas colunas eram firmadas no solo e deveriam ter 2,25cm de altura, o suficiente para impedir a visão das pessoas que estavam celebrando e o suficiente para proteger a santidade e a privacidade que ocorria no lado de dentro do pátio. As colunas eram ligadas por ganchos de prata. Deveria haver uma única abertura de mais de 9metros, uma porta coberta por um reposteiro, ou uma cortina, cf. v.16, de linho retorcido nas cores azul, púrpura ou roxo, carmesim ou vermelho e branco, do linho. Na verdade essas eram as cores por todo o tabernáculo. Nos dias de Jesus havia átrios para os israelitas e para os gentios.
Um simbolismo interessante podemos ver nesse espaço externo especial defronte da tenda do tabernáculo. Assim como havia somente uma porta para a entrada no átrio, no local de adoração, Jesus sendo a porta, cf. Jo 10.9 é o único meio pelo qual podemos nos aproximar de Deus para adorá-lo. Jesus é o nosso único acesso a Deus em virtude da sua obra de redenção. Só podemos chegar diante de Deus, por Jesus que nos redimiu, morrendo em nosso lugar. Em Is 54.2 encontramos uma palavra profética da amplitude da salvação proporcionada por Deus através de Jesus Cristo. O texto diz: “Alarga o espaço da tua tenda; estenda-se o toldo da tua habitação, e não o impeças; alonga as tuas cordas e firma bem as tuas estacas”. Nessa profecia antevia-se o futuro glorioso do verdadeiro Israel de Deus. E, por isso essa profecia também nos atinge, como cristãos, demonstrando que a salvação é universal e alcança a todos. Há necessidade de sermos redimidos pelo sangue de Jesus, no altar dos holocaustos, para ficarmos no átrio para adorarmos a Deus. Ali era um lugar de santidade. E uma outra verdade marcante que podemos receber desse elemento importante que era o átrio é possível quando comparamos a estrutura tríplice do tabernáculo a nossa própria estrutura pessoal. O nosso espírito corresponde ao Santo dos Santos, a nossa alma corresponde ao Lugar Santo, e o nosso corpo corresponde ao átrio, onde também deve haver santidade, pois somos o templo do Espírito Santo. Como tem sido a sua vida de santidade e santificação diante do Senhor? Lembre-se sempre da advertência do autor de Hebreus, em 12.14: “segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor”.
Sim querido amigo, sempre que os israelitas entravam nesse pátio público e contemplavam o tabernáculo e os utensílios ali no átrio, o altar de holocaustos e a bacia de bronze, certamente eles se lembravam a presença de Deus entre eles. Deus não precisava habitar no santuário, pois é impossível limitar a Deus a um lugar, mas por ser Deus misericordioso e bondoso como Ele é, Ele assegurou a sua presença ali para o benefício do próprio povo de Israel. E hoje conosco temos a garantia da promessa de Jesus: “Eis que estou convosco todos os dias até a consumação do século”, cf. Mt. 28.20. Você tem experimentado essa companhia constante de Jesus em sua vida?
Mas voltemos ao texto.
Em 3º lugar, nos versos 20-21,na parte final do capítulo temos as instruções sobre o óleo, sobre o azeite puro de oliveira que seria usado para manter as lâmpadas acessas. As palavras literais dos versos 20 e 21 são as seguintes: “Ordenarás aos filhos de Israel que tragam azeite puro de oliveira, batido, para o candelabro, para que haja lâmpada acessa continuamente. Na tenda da congregação fora do véu, que está diante do Testemunho, Arão e seus filhos as conservarão em ordem, deste a tarde até pela manhã, perante o Senhor; estatuto perpétuo será este a favor dos filhos de Israel pelas suas gerações”. Antes de tratarmos com mais detalhes a questão do azeite: sua fabricação, a sua utilização e o seu simbolismo, vale a pena notar o uso da frase: tenda do Testemunho. Também conhecida como tenda da congregação era um dos nomes do tabernáculo e foi chamado assim, pois ali se reuniam Deus e os representantes religiosos de Israel. Ali Deus dava suas ordens sobre como deveria ser o culto prestado a Ele mesmo. Não deve ser confundido com a tenda da congregação, montada fora do acampamento, onde Deus se encontrou com Moisés, cf. veremos em 33.7 e Nm 12.4.
Mas, agora, voltando nossa atenção para o azeite para o candelabro, esse azeite era obtido de azeitonas levemente batidas com pequenas varas, e não de azeitonas amassadas, sendo assim era um azeite de excelente qualidade, fornecendo uma luminosidade mais intensa e produzindo pouca fumaça enquanto era consumido pelo fogo e iluminava ao seu redor.
Deus queria que uma luz perpétua ficasse brilhando a noite inteira na parte exterior do Tabernáculo, em frente da cortina que separava o Santo dos Santos do Santo Lugar. Quando vemos essas determinações, elas pareciam ser bem simples e fáceis de serem obedecidas, mas veja o exemplo no caso de Samuel em Silo, conforme veremos em 1Sm 3.3. Deus chamou Samuel enquanto a luz ainda estava acessa. Significando certamente que não deve haver escuridão completa diante do véu que escondia a presença de Deus, e, nada senão o azeite de oliva batido podia ser usado para servir-se ao Senhor.
Querido amigo, já dissemos anteriormente que o óleo fala do Espírito Santo. A obra do Senhor precisa ser feita pelo poder do Espírito Santo. Já disse com clareza o profeta Zacarias, em 4.6: "Não por força nem por violência, mas pelo meu Espírito, diz o Senhor dos exércitos”.
A luz é o que o Espírito Santo nos dá. E o Espírito de Deus não fala de si mesmo, mas fala de Cristo e de suas obras. A luz produzida pelo óleo, símbolo do Espírito fala de Cristo. Jesus disse que também nós somos a luz do mundo, cf. Mt 5.14, mas esta luz não pode ser produzida por nós.
Não há luz em nós mesmos. Somente o Espírito Santo, o Espírito de Deus pode produzir esta luz em nós.
O livro de Apocalipse, em 1.13-20 nos apresenta Jesus andando em meio à luz dos candeeiros. Sendo que os candeeiros são as igrejas que certamente serão provadas em sua fé e arrependimento diante de Deus. A luz que recebemos vem de Deus. Então Cristo ilumina o mundo por meio dos seus servos. Por isso somos a luz do mundo porque irradiamos os raios luminosos que vêm de Cristo.
Querido amigo, assim concluímos o estudo do capítulo 27 do Êxodo. E, ao concluirmos o programa de hoje vale a pena observarmos uma lição e aplicação dessas verdades espirituais contidas em todos esses detalhes da confecção do tabernáculo. Vimos através dos objetos como podemos chegar e permanecer diante de Deus. E, a minha oração é que você experimente essa verdade em sua vida.
Bom, chegamos ao final de mais um tempo de estudos e sou grato a Deus pelo privilégio de estudar a sua palavra através do rádio, que tem um alcance extraordinário e cujos resultados não podemos medir. Sou grato também por sua companhia sempre fiel.
Meu desejo é que essas lições possam encorajá-lo em sua vida cristã.
Que Deus te abençoe. Aguardo você no próximo programa.

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