Êxodo 20
Querido amigo estamos iniciando mais um programa da série Através da Bíblia. Iniciamos mais um encontro com o propósito de estudarmos juntos a Palavra de Deus. O nosso programa "Através da Bíblia" tem por objetivo levar até você a mensagem transformadora que foi registrada nas páginas das Sagradas Escrituras. Para nós é um privilégio podermos compartilharmos aquilo que temos recebido do Senhor. Gostaria então de conversar um pouco com a irmã que nos escreveu da cidade de Londrina no estado do Paraná. Ela diz: "É com alegria que escrevo para dizer que estou ligada no Através da Bíblia. É um programa que fala do amor do Pai e prega o evangelho completo, puro. Estou maravilhada. Tenho aprendido muito e peço a Deus que os abençoe com muita paz". Querida irmã, muito obrigado por seu testemunho e suas palavras de incentivo. Graças a Deus Ele tem usado o nosso programa como instrumento em Suas poderosas mãos. Muitas pessoas gostam de nos escrever, para compartilhar, dando as suas informações e apresentando suas opiniões. Falam da utilidade do programa, apresentam seus problemas, pedem oração ou orientação. Na verdade nós recebemos cartas de todos os tipos. Então, escreva a sua carta ou passe um e-mail para nós, pois teremos prazer em nos comunicar com você. Aguarde até o final do programa e anote o nosso endereço completo. Depois, mãos à obra. Gaste um pouco de tempo e escreva-nos. Querida irmã, agora quero convidá-la, vamos orar, pedindo a benção e a direção do Senhor para o estudo de hoje: "Pai querido, somos gratos por tua misericórdia sempre presente em nossas vidas. Baseados nela, oramos pedindo a tua bênção e a direção do teu Santo Espírito nesta hora de estudo e meditação na tua Palavra. Pai te pedimos essas bênçãos, em nome de Jesus. Amém".
Querido amigo, hoje temos diante de nós a tarefa de estudarmos o restante do capítulo 20 de Êxodo, isto é, do v.18-26 e também os 36 versos do capítulo 21. É um texto longo, mas de muita importância pois, refletiremos sobre alguns tópicos: o ambiente da entrega da lei, as leis sobre os altares, sobre os servos e, as leis sobre a violência.
No último programa, quando iniciamos o estudo sobre os 10 mandamentos, a lei moral, notamos as suas divisões: 1)os 4 primeiros mandamentos referiam-se sobre o nosso dever para com Deus e 2)os 6 últimos mandamentos referiam-se sobre o nosso relacionamento com o nosso semelhante. Nos dias de Jesus, cf Mt 22.37-40, Jesus resumiu toda a lei observando essas duas divisões. O amor certamente é o cumprimento da lei, pois se amássemos ao Senhor de todo nosso coração, alma e mente, não quebraríamos nenhum dos 4 primeiros mandamentos, e se amássemos ao próximo como a nós mesmos certamente não quebraríamos nenhum dos últimos 6 mandamentos.
Algumas pessoas argumentam que estes mandamentos, assim como os que vamos estudar nesse e nos próximos programas, foram mandamentos dados a Israel, e uma vez que não estamos mais sob o regime da lei, mas vivemos sob a dispensação da graça, não temos mais a obrigação de obedecê-los. É verdade que esta lei divina foi dada inicialmente a Israel, e que foi obedecida integralmente pelo Senhor Jesus, cf. Mt 5.17 e Cl 2.14-15, mas é verdade também que cada um desses mandamentos (exceto o 4º) foram confirmados no Novo Testamento como um padrão espiritual que glorificaria a Deus em nossas vidas. Portanto, porque esses mandamentos revelam o caráter divino nós precisamos entender a necessidade que temos de andar segundo os seus princípios, e devemos lembrar também que isso só será possível mediante a capacitação que o Espírito Santo nos conceder.
Por isso, querido amigo, é que o estudo dessas diretrizes tem razão de ser e seremos inteligentes e maduros se nos interessarmos em conhecer e aplicar essas verdades às nossas vidas. Por isso quero convidá-lo a conhecer ainda mais o caráter do nosso Deus. Vamos ao texto de hoje.
Nos versos 18-21, temos o relato do ambiente no qual a lei foi entregue a Israel. Dissemos no último programa que, o ato da doação da lei não foi algo tão bonito como querem alguns. O texto mostra que o ambiente era de grande impacto e causou temor no povo. O texto mostra que houve trovões, relâmpagos, clangor de trombeta e o monte fumegava. Havia por toda a parte um ambiente temível. A presença do poder e da glória do Senhor impactaram o povo e eles temeram e tremeram. O povo reconheceu a seriedade daquele momento e se afastou, ficou de longe. Procuraram a Moisés para dizer que estavam com medo. E disseram que queriam que Moisés falasse a eles, mas não o Senhor. Estavam todos dominados de medo, não queriam morrer.
O verso 20 é muito enfático: a lei apresenta um padrão realmente alto, muito alto. A lei do Senhor é perfeita. Ela foi dada para que não pequemos. Ela exige a perfeição. E nós, pecadores não temos condições de satisfazer essa exigência da lei. Muitos estão procurando outras maneiras para serem salvos. Foi necessário que viesse a graça para que pudéssemos ser salvos, porque pela lei ninguém poderia ou poderá se salvar. A graça revela a bondade e o amor de Deus para com o pecador.
Mas vamos notar também o verso 21: Aqui temos algo realmente importante. Por que Deus apareceu desta forma aos filhos de Israel? Bem, a razão é evidente, é porque Deus quis imprimir neles a idéia ou a verdade de que Ele era um Deus vivo. O povo estava acostumado com os ídolos, com os deuses mortos dos egípcios. Deus então se revelou aos israelitas, como o Deus vivo, como o Deus único e verdadeiro. Moisés como interlocutor entre Deus e o povo, porém se chegou à nuvem onde Deus estava.
Querido amigo agora quero que você me acompanhe na leitura de Jo 1.17: “Porque a lei foi dada por intermédio de Moisés; a graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo”. Você percebeu que contraste maravilhoso temos diante de nós? Além do contraste que mostra a maneira diferente de Deus tratar com o homem, pois enquanto a lei diz: faze e viverás, a graça diz: viva e farás, o próprio ato da doação demonstra esse contraste marcante. Enquanto no recebimento da lei, o povo temeu e estremeceu diante do poder e da glória do Senhor, quando a graça chegou até nós, por meio de Jesus Cristo, o NT nos diz que “o povo que andava em trevas, viu uma grande luz”, e os anjos cantaram: “glória a Deus nas maiores alturas, e paz na terra entre os homens, a quem ele quer bem”. Querido amigo, você consegue perceber que a lei veio causando temor e tremor, mas a graça quando veio, através de um bebe envolto em panos, despertou louvores, alegria e gratidão. Você tem usufruído da graça divina em sua vida? Você tem vivido pela graça? Mas a graça se manifestou ainda mais poderosa e graciosa, quando ouvimos ainda sobre cada um de nós as palavras doces e especiais do Senhor Jesus, quando morrendo na cruz, clamou ao Pai: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem”, “Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito”, “Pai, está consumado”! É ... querido amigo, que grande salvação nós temos, de graça, em Jesus Cristo! Não é possível desprezar tão grandioso amor de Deus por nós. Mas, retornemos ao texto.
As leis que vêm a seguir formam um conjunto especial que vai até 23.33 que são conhecidas como Código da Aliança, cf. lemos em 24.7. Este código continha prescrições religiosas, morais e sociais entregues a um povo de ex-escravos cuja sociedade era bem simples, pois estavam iniciando a sua vida como comunidade auto-independente.
Nos versos 22 a 26, concluindo o cap. 20 encontramos a lei sobre o altar, pois o altar seria utilizado nos momentos de adoração e culto ao Senhor.
Vamos ver 7 detalhes: 1)Cf. v.23, Deus reafirmou a ordem do 1º e do 2º mandamentos para que não tivessem e não se fizessem deuses de prata ou de ouro diante dEle; 2)Cf. v.24 o altar deveria ser feito de terra pois, evitaria que os israelitas usassem os altares que os cananaeus usavam para adorar os seus falsos deuses. Posteriormente o altar, no tabernáculo seria feito de madeira, recoberto de bronze, era oco e cheio de terra, cf. 27.8; 3)Cf. v.24, os holocaustos e as ofertas pacíficas podem ter sido mencionados por serem os tipos mais primitivos ou mais comuns de sacrifícios. No holocausto, a oferta pelos pecados os sacerdotes comiam o sacrifício, e as ofertas pacíficas devem ser entendidas como refeições de comunhão; 4)Cf. v.24 o altar seria móvel pois, em todo lugar pois, o nome de Deus seria celebrado onde Ele quisesse; 5)Cf. v.24 a promessa da presença e da bênção divina foi garantida por Deus ao seu povo; 6)Cf. v.25 as pedras do altar deveriam ser naturais e não lavradas, pois naqueles altares idólatras muitas figuras de falsos deuses eram talhadas pelos seus adoradores; e, 7)Cf. v.26 os altares não deveriam ter degraus para que os sacerdotes que subissem para ministrar não expusessem a sua nudez na presença de Deus. Embora, posteriormente os altares tinham degraus, cf. Lv 9.22 e Ez 43.17, eles receberam ordens para usar roupas de baixo feitas de linho, cf. veremos em 28.42-43; Lv 6.10; 16.3-4.
Querido amigo, você percebe quantos detalhes importantes que devem ser respeitados para a adoração do Senhor? Hoje já não somos obrigados a observar esses detalhes externos. Mas os princípios aqui expostos nos mostram que a adoração ao Senhor, ainda em nossos dias deve ser feita com santidade e integridade de vida e não apenas com beleza, com decoração ou enfeites, pois Deus vê o coração e não o exterior. Nos dias de hoje muitos enfatizam a decoração, o adorno, as cores, as luzes, o bom ambiente nos templos, às vezes o som estridente dos conjuntos musicais ou então a voz aveludada do pregador. Muitos crêem que as roupas devem chamar a atenção e destacar os cantores ou o pregador, não entendendo que todo esse aparato revela ainda uma vida carnal. Eles pensam que como nós humanos valorizamos o exterior, com isso Deus também se impressiona. Novamente repito: Deus vê o coração e não o exterior. Mas, deixe-me esclarecer algo importante: não pense que dizendo isto eu estou totalmente contra estas coisas, não! Eu gosto de uma igreja bonita, um lugar atrativo de adorar. Concordo quando há necessidade de trabalhos até dispendiosos no sentido de melhorar o templo ou investir nos instrumentos, no som, etc. Gosto de luz bonita na igreja, gosto da boa música, gosto das flores. As vestimentas dos que participam mais ativamente na liderança das celebrações são importantes, porém quando essas coisas obscurecem a mensagem da cruz e chamam a atenção para qualquer outra coisa, desviando a mente da pessoa de Cristo, do Cristo crucificado, então com isto eu não concordo. Tais atitudes são uma ofensa à cruz de Cristo, uma ofensa a Cristo. Querido amigo, que o seu coração seja puro na sua adoração ao Senhor. Voltemos ao texto. Iniciando agora o capítulo 21.
Nos versos 1-11 encontramos as leis relativas aos escravos. Podemos subdividir o texto: de 1-6. Essa lei refere-se aos escravos hebreus, pois em relação aos escravos estrangeiros vamos estudá-la em Lv 25.44-46. De uma maneira muito sábia as primeiras leis começaram com as que regulavam a escravidão, pois os israelitas tinham sido escravos no Egito. Um homem podia vender a si mesmo ou sua esposa como escrava por causa da pobreza ou de alguma dívida. como um israelita podia também ser vendido como escravo por seu próprio pai. É importante notar que embora, a legislação mosaica permitisse a prática da servidão por contrato, os abusos eram devidamente limitados. Geralmente os indivíduos eram vendidos como escravos para pagar as dívidas, mas deveriam ser tratados como assalariados. Depois de 6 anos ele sairia forro, de graça, cf. o v.2, isto é, ele receberia liberdade depois de seis anos e sairia da escravidão assim como entrara: se solteiro sairia sozinho; se casado sairia com a esposa; se tivesse se casado durante esse período, a esposa e os filhos ficariam. Mas, ao mesmo tempo essa legislação previa a possibilidade de algum escravo não desejar se separar de sua família em troca da liberdade. Para isso ele deveria assumir essa condição furando a sua orelha em demonstração de uma servidão permanente e essa cerimônia deveria acontecer na porta, isto é num lugar de entrada, diante dos juízes. Os versos 7-11 nos revelam o procedimento quanto a venda de uma jovem para ser esposa escrava. Aqui também havia vários detalhes protetores. Esta jovem escrava não sairia automaticamente depois de 6 anos, como se era o caso de um escravo masculino. Ela nunca poderia ser vendida a um estrangeiro. E, eram 3 as exigências que deveriam ser respeitadas se a dispensassem: deveriam mantê-la com mantimentos, com vestidos e deveriam ser preservados os seus direitos conjugais.
Assim, querido amigo, veja o cuidado divino com todos os detalhes relativos aos relacionamentos entre os israelitas. Um povo que agora tinha a oportunidade de comandar seu destino tinha necessidade de leis de todo o tipo para poder se auto-dirigir. Deus então atento a essa necessidade vai concedendo leis justas para o bem do povo.
Assim, chegamos à parte final do capítulo 21, que abrange os versos 12-36. São diversas leis que tratam a respeito da violência. Estes versos podem ser divididos em 4 porções: 1)Vs. 12-17, a legislação sobre ferimentos que poderiam causar morte indicava que no caso de um assassinato premeditado, a pena de morte era a punição, mesmo que o assassino fosse se refugiar no altar do Senhor; enquanto que uma morte provocada acidentalmente, sem a intenção de matar esse poderia fugir para um lugar determinado, um lugar de refúgio, como veremos depois em Nm 35.11; e, reforçando o 5º e o 8º mandamentos, também seria punidos com a morte quem os violasse. 2)Vs.18-27, a legislação sobre ofensas menores, como no caso de uma briga em que o ferido se recuperasse; no caso de um senhor que ferisse o seu escravo com um cajado; no caso de numa briga entre homens que provocasse o aborto de uma mulher sem maiores conseqüências, o que se previa eram punições menores ou então a libertação do escravo, se fosse vazado o seu olho ou quebrado o seu dente. Entretanto, se num desses casos o agressor provocasse a morte do agredido, haveria punição de olho por olho, dente por dente, mão por mão, pé por pé, queimadura por queimadura, ferimento por ferimento, golpe por golpe, vida por vida. A justiça deveria ser praticada. 3)Vs. 28-32, havia também a legislação sobre os ferimentos causados por animais. Se ocorresse algo ocasional o animal deveria ser morto, o ferido seria recompensado financeiramente mas o dono do animal seria absolvido. Se o dono do animal sabia antecipadamente da violência do mesmo, tanto o animal como o seu dono seriam mortos, pois o dono não tomou providências para impedir a violência do animal. E, 4)Vs 33-36, Finalmente, havia a legislação sobre os ferimentos causados nos animais. Se alguém deixasse uma cova aberta provocando ferimento aos animais, ou se um animal ferisse o outro, sem que o dono do agressor tivesse tomado providências os prejuízos deveriam ser reparados. A justiça deveria ser estabelecida em todos os detalhes. O pagamento justo pela morte ou pelo ferimento em um animal poderia significar a diferença entre a vida e a morte para um fazendeiro israelita. E, assim chegamos ao final do texto.
Querido amigo de todo este texto que estudamos uma figura muito clara podemos guardar, agradecendo o amor de Cristo por todos nós. Nós sabemos que Jesus veio ao mundo e se deu a si mesmo pelos nossos pecados. Ele morreu na cruz pelos nossos pecados. Ele podia escapar da cruz, porém livremente veio a terra, tornou-se servo obediente até a morte e morte de cruz. Assim como o servo que furava a orelha por amor ao seu senhor e à família que tinha constituído, Jesus se deixou ferir, deu a sua vida por nós, e o seu sangue foi derramado em obediência ao Seu Pai e por amor a você a mim, a família que ele constituiu uma família espiritual, a qual pertencem todos os que pela fé e gratuitamente aceitam o seu sacrifício.
Bem, amigo, chegamos assim ao final de mais um tempo de estudos.
Somos gratos a Deus pela oportunidade de refletirmos livremente sobre a Sua Palavra e agradecemos também a sua companhia.
Em breve anunciaremos o nosso endereço. Anote-o. Escreva-nos ou então envie-nos um e-mail.
Espero que os comentários e as lições desse programa sejam úteis para a sua vida.
Um grande abraço.
Que Deus te abençoe. Até o próximo programa.
quinta-feira, 31 de julho de 2014
Através da Bíblia Êxodo 20B
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