quarta-feira, 30 de julho de 2014

Através da Bíblia Gênesis 11

Gênesis 11
Olá amigo, estamos iniciando mais um programa da série "Através da Bíblia". É com grande prazer que estamos aqui convidando-o para mais um tempo de estudo na preciosa Palavra de Deus. Você que tem nos acompanhado fielmente sabe que estamos estudando o livro de Gênesis extraindo dele lições preciosas para as nossas vidas. O nosso propósito é estudarmos todos os sessenta e seis livros da Bíblia, caminhando passo a passo durante alguns anos, mas, com certeza, crescendo em nossa fé e em nossa intimidade com Deus.
Esse objetivo tem sido alcançado por muitos dos nossos ouvintes e atraavés de suas cartas temos recebido notícias que muito nos alegram. Hoje, quero registrar a carta que vem da cidade de Ouro Preto do Oeste, do estado de Roraima, no norte do Brasil. Essa irmã nos escreve dizendo: "Gosto muito de ouvir o programa Através da Bíblia e tenho orado muito por ele, porque através deste programa aceitei a Jesus como meu Salvador. Agora leio a Bíblia todos os dias, tenho fé no Senhor Jesus que tem me ajudado a cada dia".
Querida irmã, que palavras preciosas. Somos gratos a Deus porque agora podemos chamá-la de irmã, pertencente à família de Deus. Que grande privilégio sermos usados pelo Senhor para conduzir pessoas à fé em Cristo Jesus.
Só nos resta então, orarmos, agradecendo ao Senhor por essa bênção, mas ao mesmo tempo, baseados na bondade e misericórdia dEle, buscarmos a sua direção para esse momento. Vamos orar: "Sim, Senhor! Baseados na tua misericórdia é que chegamos à tua presença confiantes de que tu nos ouve e quer nos abençoar. Pai, pedimos a iluminação e a direção do Seu Santo Espírito para que o que estudarmos hoje sirva de alimento para nossas vidas. Oramos em nome de Jesus. Amém"
Querido amigo, você se recorda do nosso último estudo? Tratamos de um tema muito importante, que se referia a descendência dos filhos de Noé: Sem, Cam e Jafé. Naquele estudo destacamos que a descendência de Sem foi tratada por último porque dele, dos semitas viria a descendência de Abraão o patriarca de Israel.
Hoje, no estudo que agora iniciamos vamos observar detalhadamente o capítulo 11 de Gênesis. Um capítulo importante porque com ele terminamos a primeira grande divisão deste primeiro livro da Bíblia. Você se lembra do esboço de Gênesis com as duas grandes divisões de Gênesis? A primeira parte do esboço abrange o conteúdo dos onze primeiros capítulos de Gênesis e, a denominamos de: "A História primitiva da raça humana". Nessa primeira parte de Gênesis, que vai do capítulo 1 até o capítulo 11 apresentamos 4 subdivisões que nos ajudaram a reter melhor o seu conteúdo.
Vamos a elas: Mostramos quatro narrativas de grandes eventos que deram origem à raça humana: 1o. A narrativa da Criação - capítulos 1 e 2; 2o . A narrativa da Queda - capítulos 3 a 6; 3o . A narrativa do Dilúvio - capítulos 6 a 8; e em 4o lugar A narrativa da Torre de Babel - capítulos 9 a 11. E é exatamente nesse ponto que estamos. A segunda parte de Gênesis, que incluem os capítulos 12 a 50 nós a denominamos de: A história patriarcal da raça humana. Mas, hoje vamos estudar o final dessa quarta subdivisão, todo o capítulo onze de Gênesis, do versículo 1 até o versículo 32. Neste texto encontramos claramente três divisões: do versículo 1 a 9 o evento da torre de Babel, do versículo 10 a 26 a descendência de Sem e nos versículos 27 a 32, vamos conhecer a família de onde se originou Abraão, o grande patriarca de Israel. Então, quero convidá-lo para abrir a sua Bíblia no capítulo onze de Gênesis e acompanhar aquilo que Deus vai nos dar hoje como alimento para as nossas almas.
Em relação ao evento da torre de Babel é importante fazermos algumas observações: Em primeiro lugar o versículo um (1) nos informa que havia apenas uma linguagem e uma só maneira de falar. Em segundo lugar, o versículo três (3) nos informa que não havendo pedras, fizeram tijolos bem queimados e com o betume no lugar de argamassa obtiveram material para a grande construção planejada. Em terceiro lugar, o versículo quatro (4) nos diz que os homens pós diluvianos, literalmente, disseram "Vinde, edifiquemos para nós uma cidade e uma torre cujo topo chegue até aos céus e tornemos celebre o nosso nome, para que não sejamos espalhados por toda a terra".
Amigo você percebeu bem essas observações que destacamos? Agora, quero recordar as palavras de Deus, logo depois do dilúvio. Essas palavras ditas para Noé e seus descendentes, foram registradas no capítulo 9 versículo 1 e 7 que, literalmente, diz assim: "Mas sede fecundos e multiplicai-vos; povoai a terra e multiplicai-vos nela". Percebeu? Deus tinha dado uma ordem expressa: povoai a terra! Mas, de acordo com o que mencionamos, em 11. 4, o desejo humano foi exatamente contrário à ordem divina. Enquanto Deus ordenou que povoassem a terra, os líderes convocaram os seus semelhantes a se ajuntarem para construir uma cidade e uma torre para não serem espalhados por toda a terra. Aproveitando que falavam uma só língua e estavam habitando num só local, na planície da terra de Sinar e com o desejo orgulhoso e desobediente, aqueles homens tomados pela arrogância planejaram algo totalmente contrário aos planos divinos. Alguns dizem que essa liderança foi de Ninrode, sobre quem já conversamos no programa passado. Amigo, como a Bíblia não faz essa afirmação direta, nós também não podemos faze-la com segurança, mas o que nos importa aqui é percebermos como o coração do homem é contrário às ordens de Deus.
O mesmo orgulho arrogante que levou Adão e Eva a se rebelarem contra a ordem divina, preferindo obedecer a voz de Satanás, desejando se tornarem como Deus; a arrogância invejosa de Caim que o levou a assassinar o seu irmão Abel por ter sido rejeitado no sacrifício oferecido a Deus; o desprezo arrogante dos contemporâneos de Noé, que os levou a rejeitar a mensagem do juízo divino através do dilúvio, de fêz com que perecessem; e, o desejo orgulhoso de Ninrode, que o levou a ser um grande e poderoso líder manipulador dos seus semelhantes; todas essas atitudes, agora são percebidas também na desobediência dessa geração à ordem divina, claramente exposta: povoai a terra. Ao invés de povoar, habitando todos os rincões da terra, aquela geração começou a construir uma torre para tornar celebre o seu nome e ajuntou-se para aquela tarefa de desobediência. Esse é o coração humano!
Essa torre construída era um tipo de templo típico da Mesopotâmia, conhecido como "zigurate" que tinha uma base quadrada e as quatro paredes laterais iam sendo construídas em degraus, com cada degrau sendo menor que o inferior. No topo dessa torre se construia um altar para sacrificar aos deuses: o sol, a lua, as estrelas. O desejo daquela geração era construir uma torre que seria uma espécie de escadaria que, conforme supunham, levaria o homem até o ceú para dali dominar toda a criação e se proteger de um futuro dilúvio.
Mas, querido amigo, você sabe que embora possamos ter bons planos e elaborar boas estratégias e realizações, quando não os submetemos a Deus, tudo pode ser desfeito num mommento! E foi isso que aconteceu.
Nos versículos 5 a 9 lemos que: "Então, desceu o Senhor para ver a cidade e a torre, que os filhos dos homens edificavam; e o Senhor disse: eis que o homem é um e todos têm a mesma linguagem. Isto é apenas o começo; agora não haverá restrição para tudo o que intem fazer. Vinde, desçamos e confundamos ali a sua linguagem, para que um não entenda a linguagem de outro. Destarte, o Senhor os dispersou dali pela superfície da terra e cessaram de edificar a cidade. Chamou-se-lhe, por isso, o nome de Babel, porque ali confundiu o Senhor a linguagem de toda a terra e dali o Senhor os dispersou por toda a superfície dela". Quero fazer ainda três destaques em relação a esse episódio.
Querido amigo, com a sua Bíblia aberta e com o seu caderno de anotações, anote ai. Em primeiro lugar percebe-se que Deus viu a intenção do coração humano e agiu soberanamente provocando a divisão dos homens pela variação de línguas que surgiu. É assim que Deus age. Ele é soberano e quando Ele percebe que em nossos planos e nossa vida a sua vontade não está sendo respeitada, Ele mesmo, conforme o seu querer, age soberanamente impedindo-nos de ter outras ações que O desagradem e sejam prejudiciais a nós mesmos. Em segundo lugar é importante destacarmos o uso do plural nos verbos do versículo sete (7): vinde, desçamos e confundamos. A convocação "vinde" que se percebe quando os homens foram desafiados para a construção da torre agora é usada para impedir que o homem cometesse tal desatino. Mas, o interessante é notar que o uso do plural indica a ação das três pessoas da trindade agindo de acordo com o plano divino previamente traçado. Uma segunda obeservação que deve ser feita é que diante da desobedência do homem Deus mesmo os espalhou na terra para que toda a terra fosse povoada. A ordem do Senhor sempre é feita. Por bem, ou por mal; em submissão ou para o quebrantamento do nosso orgulho. A vontade do Senhor é cumprida! E, em terceiro lugar deve-se destacar o nome da cidade construída: Babel, que para os babilônicos significava "portal dos deuses", indicando a idolatria que era praticada contra Deus. E, num jogo de palavras, Babel, no hebraico significava "confundir" indicando a "confusão" das línguas ali ocorrida. Este nome deu origem a Babilônia, uma cidade, um estado, uma sociedade ateísta, mas, ao mesmo tempo idólatra, com grandes pretensões, conforme este capítulo 11 de Genesis; uma nação perseguidora, conforme Daniel 3; um povo que buscava os prazeres, os pecados e as superstições, conforme Isaías 47.8-13 e uma cidade que queria chegar ao céu com sua torre, mas que chegou até o céu por sua enorme quantidade de pecados conforme Ap. 18.5 e que por tudo isso foi derrubada e simboliza a queda do mal, no final dos tempos, conforme o livro de Apocalipse.
Uma lição interessante que este relato ainda aponta é aquela que vê nesse episódio o amor de Deus em dispersar o homem através da confusão das línguas, para que ele habitasse todo o planeta criado por sua causa, e esse ato é constrastado com Atos 2, quando também por amor Deus permitiu que através de uma nova linguagem, a linguagem do evangelho, a linguagem do Espírito, todos os que creêm dentre qualquer povo, tribo, língua, raça e nação possam estar novamente irmanados, na família de Deus, sendo todos participantes do Corpo de Cristo! Quem realiza essa obra é o Espírito Santo que no dia de Pentecoste veio inaugura essa nova etapa no relacionamento de Deus com o homem. Isso é algo maravilhoso. Os planos amorosos de Deus são maravilhosos!
Mas, querido amigo, depois de tantas lições relativas à torre de Babel, temos que seguir adiante e já caminhando para o final do programa temos adiante os versículos 10 a 26, que apresenta nos séculos entre os dias de Sem até os dias de Abraão, os descendentes de Sem. São mencionadas dez gerações, significando a totalidade de todos os semitas, conforme vimos na narrativa dos descendentes de Sete. Percebe-se aqui que vão sendo tirados das genealogias aquilo que os estudiosos chamam de "ramos lateriais", e isso acontece porque Moisés, inspirado pelo Espírito Santo, foi focalizando a sua atenção na família de Abraão, escolhido por Deus como seu instrumento de bênção a todas as nações. Outra observação importante é percebermos que nesta genealogia a duração da vida vai se restringindo constantemente do nível pré-diluviano de 900, 800 e 700 anos para os 175 anos de Abraão e os 110 anos de José e a idade da geração dos filhos chega quase aos limites atuais, como veremos no caso do nascimento de Isaque.
Nos versículos 10 a 26 esses dez nomes mostram as dez gerações: Sem, Arfaxade, Salá, Héber, Pelegue, Reú, Serugue, Naor, Tera, Abrão. Todos esses geraram filhos e filhas e assim foi sendo constituída a linhagem dos hebreus. O nome que se destaca nesta relação é o de Héber, no versículo 16, que já foi mencionado em 10.21 e cujo nome, conforme entendem alguns estudiosos, deu origem a palavra "hebreu".
E, assim, querido amigo, o texto se afunila em direção da origem dos patriarcas hebreus. E é exatamente essa a enfase dos últimos versículos 27 a 32. O texto diz assim: "São estas as gerações de Tera. Tera gerou a Abrão, a Naor e a Harã; e Harã gerou a Ló. Morreu Harã na terra de seu nascimento, em Ur dos caldeus, estando Tera, seu pai, ainda vivo. Abrão e Naor tomaram para si mulheres; a de Abrão chamava-se Sarai, a de Naor, Milca, filha de Harã, que foi pai de Milca e de Iscá. Sarai era estéril, não tinha filhos. Tomou Tera a Abrão, seu filho, e a Sarai, sua nora, mulher do seu filho Abrão, e saiu com eles de Ur dos caldeus, para ir à terra de Canaã; foram até Harã, onde ficaram. E, havendo Tera vivido duzentos e cinco anos ao todo, morreu em Harã".
Uma primeira observação que devemos fazer refere-se a "Ur dos caldeus". Provavelmente uma das mais antigas cidades do sul da Mesopotâmia, próxima da desembocadura do rio Eufrates no golfo Pérsico, no sul do Iraque. Esta cidade é assim chamada porque foi dominada pelos caldeus nos sétimo e sexto séculos antes de Cristo. Nesta cidade a Lua era adorada como deus, tanto como na cidade de Harã para a qual Tera foi com seu filho Abrão e Sarai. Embora a Bíblia não apresente as razões que levaram Tera sair de Ur em direção a Canaã, embora tenha parado em Harã é provável que essa saída foi provocada por sua insatisfação pela adoração da Lua ou por precaução antecipada, pois conforme os relatos históricos, Ur foi destruída pelos elamitas por volta de 1950 aC., ou ainda por prévio aviso divino tendo em vista a preservação da linhagem de Abraão. Mas, o que será que realmente aconteceu?
Quando lemos no capítulo 12, versículo 5 que Abrão depois de chamado por Deus prossegiu e chegou até Canaã, fica a pergunta: Porque Abrão conseguiu chegar onde queria e o mesmo não aconteceu com o seu pai Tera? Teríamos já aqui uma lição como se vê em Hebreus de que somente pela fé é que temos condições de manter o curso? De alcançar os alvos propostos? O texto de Hb 11.9 nos tráz as seguintes palavras: "Pela fé, peregrinou na terra da promessa como em terra alheia, habitando em tendas com Isaque e Jacó, herdeiros com ele da mesma promessa". Querido amigo minha oração é que você viva sempre olhando para Cristo Jesus, o autor e consumador de nossa fé.
Mas, ainda uma outra observação que merece ser destacada refere-se a conseqüência da morte prematura de Harã cujo filho Ló foi praticamente adotado por Abrão, seu tio tornando-se como um filho para o patriarca. Abraão, tempos depois (conforme veremos em Gênesis 13.1 a 13), numa atitude sem igual de amor e despreendimento cedeu o melhor da terra para que Ló se instalasse e desenvolvesse o seu rebanho. Nessa atitude vemos uma demonstração de desapego aos bens materiais que são passageiros diante do valor de um relacionamento que dura até a morte.
Vale a pena fazer uma auto analise para que verifiquemos como vão os nossos valores. O que temos valorizado? São as posses ou objetos que se desfazem ou são os relacionamentos que podem permanecer para sempre? Você deve se lembrar o provérbio que diz que há amigos mais chegados que um irmão (Pv 18.24) não se lembra? Qual tem sido a sua prática? Você teria algum relacionamento para acertar? Creio que essa é a oportunidade. Peça a graça de Deus e tome a iniciativa.
Prezado amigo e querido ouvinte. Com essas palavras estamos concluindo o estudo dessa primeira parte de Gênesis. Quantas informações novas, quantas recordações importantes, quantas lições fundamentais para as nossas vidas, não é mesmo?
Espero que você que tem acompanhado o nosso programa tenha aproveitado bastante e tenha crescido nesse periodo de estudo.
Querido amigo, chegamos assim, ao final de mais um programa. Agradecemos a sua companhia e desejamos que você cresça na sua edificação e na busca da maturidade, assemelhando-se ainda mais com Jesus Cristo.
Anote o nosso endereço e escreva compartilhando conosco suas experiências. Espero por você no próximo programa. Deus te abençoe.

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