Efésios 3.20-21 - Através da Bíblia

Efésios 3.20-21
Olá amigo, estamos iniciando mais um programa da série "Através da Bíblia" com nossos corações cheios de alegria, aquela alegria que só o Senhor Deus nos dá. Alegramo-nos pela maneira carinhosa que temos sido tratados por você, pois, através das cartas que recebemos percebemos essa comunhão que só existe quando pertencemos a mesma família. E hoje, eu registro o e-mail que a NM nos enviou da cidade de Curitiba, no estado do Paraná. Essa é parte da sua mensagem: "Pr Itamir, a paz de nosso Senhor Jesus Cristo! Sou ouvinte do Através da Bíblia pela BBN, em Curitiba. Sempre faço menção de vos em minhas orações. O motivo deste e-mail é um pedido para esclarece uma dúvida a respeito do povo de Israel. Gostaria de saber sobre o nome correto desse povo. Sem mais agradeço antecipadamente". Querida irmã, somos gratos por sua audiência e por essas palavras bondosas. De fato, temos pedido a Deus que use o que aqui é transmitido para moldar o nosso caráter ao caráter de Jesus Cristo. Em relação à sua pergunta como já lhe respondi por e-mail vale a pena alguns esclarecimentos importantes: “1) O nome “hebreu” era a maneira pela qual as outras nações chamavam o povo de Deus. 2) Hebreus são os descendentes de Eber, conforme Gn 10.24. 3) Israelitas são os mesmos, porém o significado é mais religioso, pois Deus era conhecido, como Deus de Israel, neto de Abraão. 4) Judeus são também as mesmas pessoas, mas receberam esse nome porque moravam e pertenciam à tribo de Judá, um dos filhos de Israel. E , 5) como na época da divisão das tribos em dois reinos, o reino do Sul, chamado Judá foi o reino que deu origem ao Messias, Jesus, que é judeu, é conhecido como “Leão da tribo de Judá”. E, como estudamos em Salmos ainda vale a recomendação de orarmos pela salvação desse povo. E por falar em oração, agora, te convido para aquele momento especial em que elevamos os nossos pensamentos para falarmos com Deus. Vamos orar: "Pai querido, chegamos à tua presença agradecidos por tua misericórdia. Agradecidos porque a tua misericórdia se renova constantemente sobre as nossas vidas. Agradecidos porque pela tua misericórdia o Senhor apaga de nós as nossas transgressões. Senhor, conforme a tua vontade, atende a necessidade de cada um de nós que te buscamos nessa hora. Senhor, conceda-nos também a iluminação do teu Espírito para essa hora de estudo. Nós oramos, em nome de Jesus, Amém!".
Querido amigo hoje o nosso alvo é estudarmos os versos finais do capítulo três da carta que Paulo escreveu aos efésios. Vamos estudar Efésios 3.20-21. Mas não estranhe não. Você deve se lembrar que no programa passado já nos referimos a esses versos, e, de fato, isso aconteceu. Porém como esses dois versos são muito marcantes entendi que seria muito bom refletirmos somente sobre eles para apreendermos todo o seu conteúdo. Se você tiver condições acompanhe-me na leitura que farei desses versos. Diz assim a Palavra de Deus.
[20 Ora, àquele que é poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedimos ou pensamos, conforme o seu poder que opera em nós, 21 a ele seja a glória, na igreja e em Cristo Jesus, por todas as gerações, para todo o sempre.]
Depois de lermos esse texto, certamente podemos apontar como tema específico para esses dois versos a oração. Como dissemos no programa anterior, todo o texto de 3.14-21 é uma oração de Paulo suplicando as bênçãos espirituais que só Deus pode conceder, oração feita em favor dos seus primeiros leitores, em favor das outras igrejas que leriam esta carta, e, certamente, essa oração foi feita em meu e em seu favor, pois, mesmo depois de vinte séculos, hoje estamos estudando e refletindo sobre essas palavras. O tema da oração é um dos temas mais básicos da vida cristã. E quanto mais pudermos aprender como nos conduzir nessa área, melhores cristãos seremos e ampliaremos a nossa possibilidade de desenvolvermos com mais consistência a nossa relação de intimidade com Deus.
Então, diante dessas colocações, o título que sugiro para este texto bíblico é:
A ORAÇÃO QUE GLORIFICA A DEUS
EF 3.20-21
Introdução
Depois de pedir claramente que Deus conceda aos cristãos a compreensão e o conhecimento da plenitude do amor de Cristo, nesses versos finais do capítulo três podemos perceber algumas implicações importantíssimas em relação a Deus para quem dirigimos as nossas orações.
Com base nos versos anteriores (13-19) podemos dizer que algumas lições ficaram claras para todos nós: 1) O poder de Deus está disponível a todos os cristãos e não somente para uma classe especial de cristãos espirituais. Na verdade, ao objetivarmos a glória de Deus, todos podemos pedir o poder de Deus para as nossas vidas, porque sendo família de Deus, somos tratados de maneira igual por Deus que é nosso Pai. 2) Todos cristãos, individual ou coletivamente devem reconhecer a necessidade de crescer na compreensão e no conhecimento do amor de Cristo. Não podemos permanecer na ignorância e infância espiritual, quase caindo e as vezes até caindo nas ardilosas ciladas do diabo. Quando nos amadurecemos no conhecimento e na compreensão de Deus, de Cristo e do seu amor, que é derramado sobre nós pelo seu Espírito Santo, nos sentimos fortalecidos e podemos resistir as pressões do inimigo. 3) Todos os cristãos devem desenvolver a oração confiante. Temos que confiar que Deus pode fazer tudo muito além do que pedimos, pensamos ou imaginamos com nossas mentes limitadas.
Esse era o desejo de Paulo para todos os cristãos, de todos os tempos. Entretanto alguém poderia estranhar e pensar que Paulo estivesse sendo recorrente em relação ao tema da oração.
Por certo, Paulo responderia essa critica argumentando: Vocês pensam que eu estou pedindo muito a Deus? Pensam que eu exagerei nos pedidos que eu fiz anteriormente? Não! Eu não exagerei de forma alguma. E, querem saber por que? Porque Deus é suficientemente poderoso para fazer muito mais do que acabei de pedir. Deus é capaz de fazer muito mais do que sequer imaginamos. Entendam bem, com nossas mentes limitadas, quando comparadas com a mente ilimitada do Senhor, podemos pensar, imaginar e sonhar com coisas impossíveis para nós. Mas, temos que lembrar que Deus é muito maior do que o sábio mais sábio dos seres humanos. Deus pode agir de todas as formas, pois o seu poder opera eficientemente. Deus age supreendentemente porque o seu poder é único em todo o Universo.
Deus age conforme o seu poder que está operando eficientemente em nós e, por isso, a ele seja a glória, na igreja e em Cristo Jesus, para todas as gerações. Até esta geração de hoje. Não sei quantas gerações já se passaram desde Paulo, mas ele orou por nós e por todas as gerações que ainda virão! (SHEDD, 2005, p.51).

Ao insistir no tema da oração, o apóstolo Paulo, conforme Stott (2001, p. 100) menciona duas vezes o nosso Deus. Nos versos 14-16, Deus é o Pai da família inteira, e possui infinitas riquezas em glória. Nos versos 20-21, Deus é aquele que opera poderosamente dentro de nós. Por isso, podemos dizer: somente um Deus assim pode responder às orações. E, diante dessas verdades, a frase que sintetiza e é a proposta desafiadora do texto para nós pode ser formulada da seguinte maneira:
Somente quando em nossas orações objetivarmos glorificar a Deus podemos ter certeza da sua resposta.
Nesses dois versos encontramos cinco características da oração que glorifica a Deus:
Vamos ler este texto em outra versão para retermos todos os seus detalhes e assim fazermos as nossas considerações. Diz assim o texto sagrado:
20 E agora, que a glória seja dada a Deus, o qual, por meio do seu poder que age em nós, pode fazer muito mais do que nós pedimos ou até pensamos! 21 Glória a Deus por meio da Igreja e por meio de Cristo Jesus, por todos os tempos e para todo o sempre! Amém!
Muito bem, agora vamos analisar as cinco características da oração que glorifica a Deus:
A 1ª característica da oração que glorifica a Deus é reconhecer que ele é poderoso
Glorificamos a Deus porque Ele é poderoso – v. 20. E saber que Deus é poderoso parece ser algo normal e natural. Quando falamos em Deus, já pressupomos um ser poderoso. Como Deus ele demonstra o seu poder sendo o Criador de todas as coisas, de tudo o que existe. É até difícil de imaginarmos como era na eternidade. Não existia nada. Você pode imaginar isso? Nada, absolutamente nada. Só o nosso único e poderoso Deus, vivendo eternamente em três pessoas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Foi nessa ocasião que decidiram aquilo que Moisés registrou para nós, em Gênesis: [No princípio, criou Deus os céus e a terra... (Gn 1.1)] e, depois [Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança... (Gn 1.26).] A grande bênção que temos para usufruir é que sendo esse Deus totalmente poderoso e o Criador de todas as coisas, além dele ser transcendente, isto é, ser elevado demais em relação à sua criação ele é imanente, isto é, ele interage conosco, escreve a nossa história, dirige-nos e ouve a nossa oração. O poder de Deus é o poder da ressurreição, o poder que ressuscitou Cristo dos mortos, fazendo-o assentar nos lugares celestiais, onde também nos coloca em posição de honra e glória por sua infinita graça. Quando oramos e reconhecemos isso, estamos glorificando a Deus!
A 2ª característica da oração que glorifica a Deus é reconhecer que ele age além do esperado
Em seu poder Deus faz infinitamente mais daquilo que pedimos. Porque ele é um Deus poderoso ele age de modo espetacular, maravilhoso e surpreendente. Podemos pensar que o nosso pedido é muito grande, é algo impossível de ser realizado, mas temos que lembrar que estamos pedindo a Deus, o Criador de todas coisas, o Criador do Universo inteiro. Ele age além do esperado. Em seu poder Deus faz infinitamente mais daquilo que pensamos, isto é, ele ultrapassa qualquer pedido, qualquer pensamento, qualquer que seja a nossa imaginação. Ele é o Deus que age superando qualquer expectativa do ser humano.
Ele é poderoso para fazer o que pedimos, pois escuta a nossa oração e a responde. Ele é poderoso para fazer o pedimos ou pensamos, pois lê os nossos pensamentos; às vezes imaginamos coisas que não ousamos pedir e então deixamos de pedi-las. Ele é poderoso para fazer tudo quanto pedimos ou pensamos, porque sabe de tudo e tudo pode realizar. Ele é poderoso para fazer mais do que, além, tudo quanto pedimos, ou pensamos, pois suas expectativas são mais altas do que as nossas. Ele é poderoso para fazer muito mais, ou mais abundantemente, do que tudo quanto pedimos ou pensamos, porque a sua graça não é dada por medidas racionadas. Ele é poderoso para fazer muitíssimo mais, infinitamente mais, do que tudo quanto pedimos ou pensamos, porque é um Deus de superabundância (STOTT, 2001, p.100).

Quando Deus responde as nossas orações, ele nos responde dentro da esfera do seu poder que é infinito. Em resumo, essa afirmação da primeira parte do verso 20 significa que simplesmente não há limites àquilo que Deus pode fazer, e, por isso, a nossa reação só pode ser a de adorá-lo, de glorificá-lo, e exaltá-lo!
A 3ª característica da oração que glorifica a Deus é reconhecer que é o seu poder que age em nós
Glorificamos a Deus porque o Seu poder opera em nós – v. 20. O poder é de Deus e não nosso, para que o usemos conforme a nossa vontade. Não somos nós que temos as prerrogativas sobre esse poder; não somos nós que dispomos desse poder a nosso bel-prazer. Não! O poder é de Deus e ele se manifesta em nós, o seu poder se manifesta em nossas vidas, uma vez que Cristo habita individualmente em nossos corações, pela fé.
Mas, é interessante pensarmos que Paulo está propondo algo que para nós pode parecer estranho. Em outras palavras ele está dizendo que encontramos e experimentamos o poder de Deus na comunidade de Cristo, na sua igreja. Cristo habita em nós, na igreja, que é o seu corpo, que é o templo, o lugar da habitação de Deus mediante o seu Espírito. A igreja pode ter suas falhas, pode ter membros imaturos, mas é na igreja que normalmente Deus se manifesta com poder. E como podemos reconhecer o poder de Deus? Pelos milagres, através das maravilhas e sinais? Reconhecemos esse poder maravilhoso não apenas por meio dessas obras sobrenaturais. O poder de Deus se manifesta no amor, na comunhão, na amizade sincera entre os seus filhos, o poder de Deus se manifesta no perdão mútuo, na oração que fazemos uns pelos outros. Novamente cito o Salmo 130.4 [contigo está o perdão, para que te temam.] Quando nós cristãos nos tratamos amorosamente estamos expressando o amor de Deus, que é uma das evidências do seu poder transformador. Deus age em nós e através de nós conforme o seu querer, segundo a sua vontade, visando em primeiro lugar a sua glória e não somente os nossos benefícios circunstanciais.
A 4ª característica da oração que glorifica a Deus é reconhecer o papel da igreja nesse processo.
Glorificamos a Deus porque Ele merece – v.21. Deus merece que a igreja lhe dedique toda a glória, através de Cristo Jesus. A igreja glorifica a Deus quando cumpre a sua missão de viver em amor que se expressa na mutualidade, mas glorifica a Deus também quando cumpre a sua missão de proclamar.
Este mundo não é o que deveria ser; é um mundo desgarrado por separações, por forças em oposição, pelos atritos, pelo ódio e pelas lutas; nação conta nação; homem contra homem; classe contra classe. Dentro do próprio eu do homem se trava uma luta entre o bem e o mal. O desígnio de Deus é que todos os homens e todas as nações cheguem a ser um em Cristo. Para que esse dia se torne realidade, Cristo necessita que a igreja saia e fale aos homens de seu amor e sua misericórdia. A igreja é o complemento de Cristo, seu corpo, suas mãos, seus pés e sua voz para completar a obra de Cristo (BARCLAY, 1973, p. 140).

A igreja, como corpo de Cristo é o complemento exato da obra de Deus para toda a humanidade. Quando Jesus veio ele proclamou em si mesmo as boas novas de salvação. Depois que ele ressuscitou e enviou o Espírito Santo, ele o enviou com propósito bem definidos. Ele convece o homem do seu pecado, justiça e juízo. Ele testifica com o cristão de que é filho de Deus. Ele capacita os cristãos, individualmente e coletivamente como igreja a viver em amor e proclamar a salvação. Assim a igreja quando ora e pede com insistência para compreender e conhecer experimentalmente o amor de Cristo ela esta participando desse processo de glorificação do Senhor. Quando pedimos que Deus nos dê maior compreensão do seu amor por nós, quando pedimos mais amor uns pelos outros, quando pedimos que Deus nos dê amor para proclamar as boas novas de salvação estamos glorificando o nosso Deus. Essa é a maneira de glorificarmos a Deus através da oração.
A 5ª característica da oração que glorifica a Deus é passar para novas gerações essas verdades.
O Deus que nos transforma de pecadores e inimigos em justificados e amigos, é o Deus que responde a nossa oração. O Deus que de inimigos faz amigos, o Deus que une na igreja os gentios e judeus, é o Deus que responde a nossa oração. O Deus que tem o poder da ressurreição, é o Deus que responde a nossa oração. O Deus que pode concretizar os nossos sonhos e aquilo que imaginamos. é o Deus que responde a nossa oração. Esse Deus deve ser conhecido e proclamado. Deus merece que a igreja lhe dedique toda a glória, em todas as épocas e, essa atitude de em tudo o que fizermos devemos fazer para a glória de Deus, deve passar da nossa geração para as próximas gerações. O legado de glorificarmos continuamente o nosso Deus deve ser transmitido para as futuras gerações.
A Deus devemos devemos glorificar na igreja, isto é, no corpo de Cristo. A Deus devemos glorificar em Cristo Jesus, isto é, na cabeça da igreja. Deus deve ser glorificado na comunidade e naquele que formou a comunidade. Esse Deus deve ser glorificado na história, isto é, por todas as gerações, e na eternidade, isto é, para todo o sempre! Você está disposto a participar desse louvor universal?
Conclusão
Temos sempre que nos lembrar de que somente quando em nossas orações objetivarmos glorificar a Deus podemos ter certeza da sua resposta. Você tem orado dessa maneira? A sua oração tem glorificado a Deus?

© 2014 Através da Biblia