sábado, 25 de outubro de 2014

Através da Bíblia - Efésios 4.7-12

Através da Bíblia - Efésios 4.7-12

Olá amigo é com grande prazer e satisfação que iniciamos mais um programa da série "Através da Bíblia". Somos gratos a você que tem nos acompanhado fielmente pela oportunidade que temos de passarmos esse tempo juntos estudando a Palavra de Deus. Nos sentimos privilegiados quando recebemos as correspondências que vocês nos enviam contando-nos suas experiências com Deus através do nosso programa. Por isso compartilho agora um e-mail que recebi do SRP um irmão da cidade de Feira de Santana, no estado da Bahia. Foram essas as suas palavras: "Pastor Itamir, desejo tudo de bom ao Senhor, toda a sua família e aos integrantes deste programa Através da Bíblia. Ele é uma bênção para todos aqueles que procuram viver em Cristo Jesus. Peço a Deus que o senhor possa ser cada dia mais inspirado pelas palavras do nosso Pai e que tenhamos a condição de nos tornarmos servos mais próximos de Deus, pelos ensinamentos, mandamentos e através da fé". Querido irmão, muito obrigado por suas palavras. Elas são um incentivo para nós e demonstram a comunhão cristã. Por outro lado, reconhecemos que a nossa responsabilidade aumenta porque cada vez mais desejamos que os programas edifiquem a cada um de vocês. Por isso é que contamos com sua parceria, escrevendo para nos contar como o programa tem chegado até você e contamos com você também unindo-se a nós em oração, pedindo as bênçãos de Deus. E, é para isso que chamo a sua atenção nesse momento. Quero convidá-lo a elevar a Deus a nossa oração: "Pai de amor, somos gratos pela oportunidade que tu nos dás de abrirmos a sua palavra e juntos ouvirmos a sua voz. Senhor, desejamos e necessitamos da iluminação do teu Espírito para podermos compreender a Tua Palavra e capacitados por ele mesmo cumprirmos os teus mandamentos. Senhor obrigado porque tu nos ouves e respondes as nossas orações. Por isso oramos em nome de Jesus, Amém".
Querido amigo, hoje o nosso alvo é estudarmos Efésio 4.7-12. Este é o segundo texto do capítulo quatro em que vamos meditar e nesse texto encontramos a maneira tão generosa com que Jesus nos tratou. Esse texto nos mostra que além do seu sacrifício por nós, Deus também concedeu, através de Jesus Cristo, os dons, as pessoas-dons que a igreja deve ter para desenvolver o seu ministério.
Mas, você deve se lembrar das lições que aprendemos nos seis primeiros versos desse quarto capítulo:
1) Aprendemos que a igreja de hoje precisa ser digna do nome que leva: Igreja de Jesus Cristo, corpo de Cristo, novo povo de Deus. Essa nova intitulação está associada, está ligada claramente ao nome do nosso Senhor. Portanto, se cairmos, esse nome que está acima de todo o nome, cai conosco. Se andamos corretamente o nome do Senhor será bendito. É importante, portanto, ter o senso de responsabilidade pelo nome de Jesus que se revela em nossa vida e na vida da igreja.

2) Aprendemos que a igreja deve viver os valores do evangelho, isto é, viver as virtudes e qualidades cristãs. É necessário vivermos as verdades do evangelho e não ficarmos só no discurso. A verdade do evangelho precisa ser prática.

3) Aprendemos que a igreja precisa se esforçar pela preservação da unidade cristã. Mas a igreja só conquistará esse alvo se cada um dos cristãos se envolverem nesse projeto. Não podemos permitir que as divisões prejudiquem o nosso testemunho ao mundo, perturbem a edificação mútua que devemos uns para com os outros ou impeçam a nossa adoração a Deus. Quando mantemos a unidade, quando lutamos para preservá-la estamos honrando o Senhor Jesus e sua obra em nosso favor.
Quando nos esforçamos diligentemente para preservarmos a unidade do Espírito, no vínculo da paz estamos valorizando o que Jesus fez para a igreja.
E, este texto de Efésios 4.7-12 que vem na seqüência do texto considerado no último programa nos mostra, que além da salvação e da nova posição, Jesus nos capacitou com presentes espirituais para possibilitar a nós como igreja vivermos de modo digno da vocação a que fomos chamados. Se você tiver condições gostaria que você me acompanhasse na leitura que farei do texto bíblico. Diz assim a Palavra de Deus:
7 E a graça foi concedida a cada um de nós segundo a proporção do dom de Cristo. 8 Por isso, diz: Quando ele subiu às alturas, levou cativo o cativeiro e concedeu dons aos homens. 9 Ora, que quer dizer subiu, senão que também havia descido até às regiões inferiores da terra? 10 Aquele que desceu é também o mesmo que subiu acima de todos os céus, para encher todas as coisas. 11 E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres, 12 com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo,
Bom, depois dessa leitura, creio que essa frase pode servir como título para o nosso estudo de hoje:

OS RECURSOS DIVINOS CONCEDIDOS À IGREJA -EF. 4.7-12

Ao introduzirmos a nossa reflexão sobre esse texto temos que reconhecer que estamos vivendo dias de uma verdadeira crise de propósitos. A pergunta que surge na mente das pessoas é sobre o propósito da igreja nesses dias atuais. São perguntas pertinentes e tremendamente objetivas.

Para que serve a igreja?

Por que Deus permitiu que a igreja ainda existisse nos dias de hoje, nesses dias da pós modernidade?

Qual é o objetivo de Deus para a igreja num mundo que tem sofrido tantas transformações?

A resposta a essas perguntas será uma resposta não apenas sobre o propósito da igreja, não apenas sobre o nosso propósito como corpo de Criso, mas sobre o propósito de cada cristão individual. Essa resposta tem implicações que me afetam e afetam a você também. A resposta a essas perguntas tem a ver com o nosso próprio propósito como membros do corpo de Cristo.
Ao darmos seqüência aos estudos nesta segunda parte da carta aos Efésios, a parte prática da carta, cujo conteúdo abrange os capítulos quatro a seis vamos constatar o propósito de Deus para cada um de nós como igreja. Mas vamos constatar nesses versículos 7-12 os recursos que o Senhor Jesus concedeu à sua igreja para que possamos realizar o propósito que ele planejou para nós desde a eternidade. Como mencionei anteriormente, a pergunta que se responde nesses capítulos é: Como deve andar a pessoa que foi salva graciosamente pela fé em Jesus Cristo? Agora que é um membro da família de Deus, do corpo de Cristo como esse cristão deve se comportar?
A resposta a essa questão prática vai nos mostrar os recursos que Jesus nos concedeu para cumprirmos o seu propósito para a igreja

Diante dessa compreensão podemos, em resumo, dizer que:  Para a igreja cumprir o seu propósito ela deve usar os recursos que o próprio Senhor lhe concedeu.

Este texto nos mostra cinco aspectos dos recursos que a igreja recebeu para cumpri a sua tarefa.

O 1º aspecto dos recursos concedidos a igreja é que eles são expressões da graça, vs. 7

7 E a graça foi concedida a cada um de nós segundo a proporção do dom de Cristo.
É importante vermos o contraste entre o verso 6 que analisamos anteriormente e o verso 7 que é objeto do nosso estudo. O verso seis mostra que Deus é Pai de todos, está sobre todos e, age por meio de todos. Todos é uma expressão que denota unidade, um só corpo, uma só fé, um só batismo. Neste versos sete lemos que [...a graça foi concedida a cada um de nós segundo a proporção do dom de Cristo.], e essa expressão “a cada um” denota a diversidade que existe na igreja, diversidade que existe no corpo humano, portanto, diversidade que existe no corpo de Cristo.
Temos que lembrar que unidade não quer dizer uniformidade. Não fomos feitos em série, tal qual as máquinas ou os robôs que são todos todalmente iguais. Como diz Stott (2001, p.111): “Pelo contrário, a unidade da igreja, longe de ser enfadonha e monótona, é emocionante na sua diversidade”. E, por isso devemos entender a diferença entre “charis, graça” e “charismata, dons espirituais”. Graça se refere a “graça salvífica” que nos une todos na mesma igreja, no mesma mesma família, no mesmo corpo. Dons espirituais, ou graça dada segundo a proporção do dom de Cristo refere-se aos diferentes dons espirituais que são dados aos cristãos que fazem com que a diversidade seja entendida. O corpo de Cristo é uma união de cristãos que foram salvos pela graça, mas ao mesmo tempo, cada cristão recebe um dom (charismata) para exercer um ministério para o beneficio do corpo de Cristo. Quando perguntamos como é que a igreja cresce, em que condições uma igreja pode crescer? A resposta bem direta e positiva se vê nesse verso sete. A igreja cresce porque a graça de Cristo foi dada a cada participante da igreja. A graça divina é o fator motivador para que cada cristão atue de tal forma que a igreja cresça e alcance os própositos de Deus para ela. Sem a graça divina não é possível termos qualquer tipo de crescimento aceitável a Deus. Mas é bom que se entenda bem isso. Podemos ver um igreja crescer, podemos observar um ministério ter sucesso, podemos ver um movimento ser avaliado com bem sucedido, mas mesmo assim não ser aprovado na avaliação do Senhor da igreja. O verdadeiro crescimento só ocorre fruto da graça de Jesus em cada um de nós e em todos nós, com a cooperação de todos e cada um de nós.

O 2º aspecto dos recursos concedidos a igreja é que eles são dados por um Senhor vitorioso, vs. 8-10

8 Por isso, diz: Quando ele subiu às alturas, levou cativo o cativeiro e concedeu dons aos homens. 9 Ora, que quer dizer subiu, senão que também havia descido até às regiões inferiores da terra? 10 Aquele que desceu é também o mesmo que subiu acima de todos os céus, para encher todas as coisas.

Nestes versos temos três considerações a fazer

1) Na citação do Salmo 68.18, Paulo faz uma inversão muito interessante. No Salmo lemos que “o Senhor subiu as alturas, levou cativo o cativeiro e recebeu homens por dádivas”. Ao fazer a citação desse salmo para mostrar o nosso Senhor vitorioso Paulo inverte uma expressão, mostrando a diferença entre o Antigo e o Novo Testamento. No Antigo Testamento o Senhor, como um rei vitorioso e conquistador, recebeu homens como dádivas. Aqui no Novo Testamento, o Senhor como um rei bondoso, misericordioso e cheio de amor, concedeu dádivas aos homens e essas dádivas são os dons espirituais, as capacitações sobrenaturais que só o Senhor poderia conceder a todos e a cada um de nós, conforme o apóstolo Pedro em sua primeira pregação explicou claramente: [Exaltado, pois, à destra de Deus, tendo recebido do Pai a promessa do Espírito Santo, derramos isto que vedes e ouvis (At 2.33)].

2) Em relação à frase: [levou cativo o cativeiro (8).] podemos entender que Cristo foi ao “paraíso” (Lc 16.19-31; 23.43) e levou ao céu todos aqueles que tinham crido nele antes de Sua morte. Embora a passagem de 1Pe 3.18-22 não forneça grandes detalhes sobre o que ocorreu, a maioria dos estudiosos da Bíblia, concorda que Pedro não disse que Jesus proclamou redenção aos espíritos encarcerados. Não poderia ser uma mensagem de redenção, uma vez que anjos não podem ser salvos (Hebreus 2:16). Porém provavelmente foi uma declaração de vitória sobre Satanás e suas potestades (1Pd 3.22; Cl 2.15), sendo esse então o significado de “levou cativo o cativeiro”.

3) Por fim, o texto afirma também que Jesus subiu às alturas e esse detalhe nos mostra também que ele tinha também descido às regiões inferiores da terra. Conforme Barclay:
Jesus desceu a este mundo quando veio como homem; subiu do mundo quando o deixou para regressar a glória. O grande pensamento de Paulo é que o Cristo que desceu e o Crsito que subiu são a mesma e única pessoa. Mas, o que significa isso? O Cristo da glória é o mesmo Jesus que deixou suas pegadas na terra, isto é, ama a todos os homens, busca ao pecador, sara o que sofre, conforta ao que está sobrecarregado, e é o amigo dos homens e mulheres proscritos. O pensamento mais precioso de Paulo é que Cristo precisamente na sua glória jamais se esquece dos seus amados” (BARCLAY, 1973, P. 151).

E, ainda podemos acrescentar que ao descer às regiões inferiores da terra, na verdade, Jesus experimentou a mais profunda humilhação, esvaziando-se completamente, como o próprio Paulo o descreveu em Fp 2.5-8. E quando Paulo contrastou, dizendo que ele subiu além das alturas, quis dizer que Cristo foi e será completamente exaltado (Fp 2.9-11). E, quando ele disse que ele subiu para encher todas as coisas, quis dizer que Cristo subiu para que todo o universo o conhecesse como o Senhor vitorioso e exaltado. E, conforme Stott (2001, p. 113), Cristo então sendo reconhecido como o Senhor de tudo e de todos, tinha e tem todo o direito de conceder dons espirituais aos homens, à sua igreja, para que cada um e, todos pudessem desenvolver suas tarefas visando o bem da igreja.

O 3º aspecto dos recursos concedidos a igreja é que eles são pessoas-dons para liderá-la, vs. 11

11 E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres,
No próximo programa dedicaremos bastante tempo para refletir sobre esses dois versos, o verso 11 e verso 12. Vamos conhecer os detalhes ministeriais para dois grupos de cristãos. E, é exatamente para um desses grupos que esse verso nos chama a atenção. Nesse verso, o apóstolo Paulo diz que Deus concedeu pessoas especialmente capacitadas pelo dom da graça de Cristo para que pudessem abençoar todos os outros cristãos que juntos compõe o corpo de Cristo. Nesse verso, fica claro que o Senhor concedeu à sua igreja pessoas responsáveis para liderá-la. E um dos aspectos importantes nessa liderança é o treinamento, a capacitação, a edificação de todos os cristãos para que desempenhem os seus ministérios, as suas tarefas previamente preparadas por Deus. Os verdadeiros líderes, não só conduzem dando e mostrando o rumo por onde devem caminhar, mas desenvolvem o potencial de cada membro da igreja para que possa agir com a possibilidade de edificar os outros irmãos.

Esses líderes, são:

1) Os apóstolos, são aqueles que hoje recebem o nome de missionários para campos pioneiros. Os apóstolos tinham essa característica. Organizar novos grupos, novas comunidades onde ainda não existia testemunho do evangelho.

2) Os profetas, são os que chamam a atenção da igreja e a cada membro individualmente para obedecer a Palavra de Deus. Eles chamam a atenção da igreja, com base nos princípios bíblicos que devem ser obedecidos e respeitados.

3) Os evangelistas... são os que tem grande interesse e facilidade em testemunhar do evangelho, trazendo pessoas ao contato savífico com Jesus Cristo.

4) Os pastores... são os apascentadores do rebanho, são aqueles que vão procurar a ovelha perdida, são os que alimentam o rebanho, instruindo-os na Palavra da verdade.

5) Os mestres, são os que tem grande prazer em ensinar as verdades básicas do evangelho, com a finalidade de que todos cresçam em maturidade.

O 4º aspecto dos recursos concedidos a igreja é que eles visam a atuação de cada cristão, vs. 12

12 com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo.
A liderança da igreja é plural: apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e mestre. E, os líderes são capacitadores. Eles devem equipar, aperfeiçoar os santos para o desempenho do serviço deles visando a edificação do corpo. Os santos são os realizadores, e isso quer dizer, que você tem tarefas a realizar. Se você percebe que Deus te chamou à liderança, então gaste-se de modo a ser um marco na edificação dos irmãos. Se você reconhecer que você é um daqueles que se alegram em realizações e não tanto em treinar alguém; se você ao invés de treinar alguém e deixar que ele cumpra a sua tarefa, o seu ministério, se você ao invés de deixar alguém fazer o trabalho, você mesmo sente a maior alegria em execeutar então você é um executor, alguém que foi treinado por um capacitador para se envolver totalmente na execução do ministério que Deus lhe deu para o benefício do corpo de Cristo!.

O 5º aspecto dos recursos concedidos a igreja é que eles visam o ministério de todos os cristãos, vs.12

12 com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo. Alguém poderia pensar: quem trabalha mesmo são os executores, isto é a totalidade dos cristãos, e os capacitadores “não fazem muitos”, pois só estão treinando. Mas esquessem de que o trabalho, o ministerio dos capacitadores é exatamente esse: capacitar. Na verdade, a igreja madura é aquela que usa todos os recursos que Jesus concedeu a ela para que impactasse o mundo, adorasse o Senhor e edifica-se os seus irmãos. Todos trabalham! Esse é o lema!

Conclusão
Quando andamos dignamente nossa vida será um exemplo de transformação e o corpo de Cristo será edificado alcançando assim o seu propósito.
Deus te abençoe

© 2014 Através da Biblia

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