sábado, 25 de outubro de 2014

Através da Bíblia - Efésios 4.1-6

Através da Bíblia - Efésios 4.1-6

Olá amigo, estamos iniciando mais um programa da série "Através da Bíblia". Para nós é um motivo de alegria sabermos que você está conosco. Obrigado por que você tem sintonizado esse programa e tem sido fiel em nos acompanhar no estudo sistemático que fazemos da Palavra de Deus. Sempre é bom sabermos que o nosso empenho tem sido reconhecido por muitos de vocês e sabemos isso pelas correspondências que vocês nos enviam. Hoje vamos iniciar o estudo do capítulo 4 de efésios onde Paulo destaca a unidade que temos em Cristo. Certamente teremos lições importantes para aprender e aplicar em nossas vidas. Por isso sugiro a você abrir a sua Bíblia e acompanhar atentamente o estudo que faremos dela. Depois você pode escrever compartilhando como Deus falou ao seu coração. E é exatamente isso que o nosso irmão da cidade de São Paulo, no estado de SP, escreveu com essas palavras: "Olá Pr Itamir, sou um ouvinte assíduo do seu programa. Infelizmente comecei a acompanhar no final do ano passado. Gostaria muito de poder receber a parte que perdi dos estudos bíblicos, por isso gostaria de saber se é possível adquiri-los em CD ou textualizados. Que Deus continue abençoando o irmão para continuar a obra até o seu final. Um abraço ao irmão e Pr. José Carlos dos Santos e a toda equipe da RTM". Querido amigo e irmão, obrigado por suas palavras de apoio. Quanto ao seu pedido, como mencionei no e-mail que lhe enviei, peço a sua compreensão, porque estamos no processo de produzir os nossos comentários, transformando-os em livros. Já temos os livros e os CDs de Genesis, Mateus, Lucas, e Filipenses. Se Deus nos abençoar (e estamos orando por isso) ainda esse ano queremos lançar os comentários de Marcos e João. Mas, continue nos dando o privilegio da sua audiência, pois o nosso objetivo é este: desejamos que através desse programa muitos sejam abençoados e desafiados a viverem de modo cada vez mais agradável a Deus. Muito obrigado por suas palavras de incentivo. Agora, quero convidá-lo à buscamos a presença do Senhor. Vamos orar: "Pai amado, somos gratos por tua companhia conosco e por tua misericórdia. Pai, necessitamos a iluminação do teu Espírito. Que o Senhor fale a cada coração. Pedimos Senhor, que tu nos dê forças para desenvolvermos esse projeto na tua dependência. Oramos em nome de Jesus. Amém!"
Querido amigo, hoje o nosso alvo é estudarmos Efésios 4.1-6. Ao iniciarmos o estudo desse capítulo vamos perceber que há uma mudança bem marcante no conteúdo da carta. Nos três primeiros capítulos Paulo nos apresentou as razões pelas quais podemos nos enxergar como pertencentes à família de Deus, assentados nos lugares celestiais em Cristo Jesus. Os três primeiros capítulos nos dão a teologia, a parte teórica da carta, os conceitos que precisamos saber para podermos entender a razão de ser desse novo procedimento que é requerido de todos nós que somos cristãos. A partir desse capítulo e desse texto 4.1-6 Paulo começa a nos desafiar para a vida prática que Deus espera que apresentemos afim de que o mundo perceba a diferença de uma vida transformada por Cristo.
Antes de iniciarmos as nossas reflexões, detalhando o texto, se você tiver oportunidade acompanhe a leitura que farei da Palavra de Deus:
1 Rogo-vos, pois, eu, o prisioneiro no Senhor, que andeis de modo digno da vocação a que fostes chamados, 2 com toda a humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor, 3 esforçando-vos diligentemente por preservar a unidade do Espírito no vínculo da paz; 4 há somente um corpo e um Espírito, como também fostes chamados numa só esperança da vossa vocação; 5 há um só Senhor, uma só fé, um só batismo; 6 um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, age por meio de todos e está em todos.
Esse é um texto riquíssimo e muito objetivo dentro desta carta. É o início da parte prática da carta. Mas é importante lembrarmos o que vimos nos três primeiros capítulos. Lá vimos e aprendemos algumas verdades eternas e muito significativas para o verdadeiro cristão. Paulo apresentou verdades fundamentais da fé cristã e verdades básicas em relação à igreja nos planos e nos propósitos divinos. Vimos que cada cristão tem sido alvo de bênçãos espirituais planejadas desde a eternidade. Vimos que essas bênçãos envolveram as três pessoas da Trindade que em todos os tempos da nossa história: passado, presente e futuro, nos abençoaram, nos abençoam e nos abençoarão nas regiões celestiais, “em Cristo Jesus”. Estar em Cristo é outra verdade eterna, assim como a salvação preparada para nós, de graça, através da fé, como demonstração da bondade e do beneplácito divino para conosco. Outra verdade significativa é que somos salvos para desenvolvermos boas obras já preparadas desde a eternidade para que através delas a igreja proclame ao mundo presente e visível e ao mundo invisível a multiforme sabedoria divina. E, na última parte do capítulo três, Paulo, inspirado pelo Espírito Santo orou pedindo que compreendêssemos e conhecêssemos a profundidade do amor de Cristo, afirmando ainda que esse pedido certamente poderia e ainda pode ser respondido, pois Deus é total e infinitivamente poderoso para fazer muito mais do que imaginamos. E, exatamente esse poder transformador é que age e agirá em cada cristão e na igreja fazendo-nos viver de uma maneira diferente daquela vivida quando ainda não tínhamos Cristo como nosso Senhor.
Diante disso, sintetizando esses versos iniciais do capítulo quatro podemos intitulá-los dessa maneira:
O VIVER DIGNO NO CORPO DE CRISTO
EF. 4.1-6
Introdução
Iniciamos a segunda parte da carta aos Efésios, a parte prática da carta, cujo conteúdo abrange os capítulos quatro a seis. E nessa segunda parte a pergunta que se responde nesses capítulos é: Como deve andar a pessoa que foi salva graciosamente pela fé em Jesus Cristo, agora que é um membro da família de Deus, do corpo de Cristo? Qual é o papel da igreja nesse mundo? Como a igreja deve se comportar nessa nova posição em que foi colocada pelo Senhor Jesus Cristo?
A resposta a essas questões práticas é apresentada por Paulo através da utilização do verbo andar, em seis ocasiões nesses três capítulos: 4.1; 4.17 (2x); 5.2; 5.8 e 5.15. E, além dessas vezes o verbo andar também foi usado em 2.2 e 2.10, além de ter usado em 2.3 usou o verbo viver, que na passagem é sinônimo de andar.
Nesta carta o verbo andar significa: agir, comportar-se, proceder. O verbo andar indica o modo de viver, a maneira como desenvolvemos nossa carreira cristã. Esse verbo indica o nosso “estilo de vida”. Uma vida de acordo com o que Deus tinha planejado para os homens. Pois, na verdade, quando observamos o mundo, como Paulo o descreveu nos três capítulos iniciais, percebemos que este presente século, que é dominado por Satanás só produz desacordos, desarmonia e desunião. Como dissemos anteriormente as nações agridem-se mutuamente, os homens agridem-se mutuamente, as classes sociais lutam umas contra as outras, os preconceitos dominam o procedimento humano e, como acontecia no passado no relacionamento belicoso entre os judeus e gentios, hoje também vemos isso acontecer nos mais diferentes níveis e relacionamentos.
Para mudar essa realidade, para lutar contra essa tendência da humanidade escravizada por Satanás, é que a partir deste capítulo quatro Paulo começa a mostrar como cada membro da igreja deve se comportar para que a própria igreja cumpra sua parta no plano e no propósito de Deus para a humanidade.
Nos planos eternos, nos desígnios e propósitos eternos de Deus essas divisões, desarmonias e desavenças devem ser resolvidas em Cristo. Todos os homens e todas as nações devem ser unidas em Cristo. Em Cristo as diferenças devem ser desfeitas e as barreiras devem ser derrubadas. O próprio Paulo escrevendo aos gálatas disse que em Cristo tudo isso não faz mais sentido [Dessarte, não pode haver judeu nem grego; nem escravo nem liberto; nem homem nem mulher; porque todos vós sois um em Cristo Jesus (Gl 3.28).] Deus planejou em Cristo a verdadeira humanidade, uma humanidade unida e amável, um único centro ao redor de quem todos possam se reunir harmoniosamente.
Mas, para que se alcance e se consiga essa unidade é necessário que antes disso a mensagem de Cristo, o seu amor, e a misericórdia do coração de Deus que nos busca, em Cristo, essa mensagem deve ser transmitida ao mundo inteiro. E esta é precisamente a função da igreja: comunicar essa mensagem de amor aos homens. A igreja deve ser o corpo por intermédio do qual Cristo age, e ao mesmo tempo a igreja deve ser a voz através da qual Cristo fala. A igreja deve ser o instrumento de Cristo para levar ao mundo esta unidade divina. (BARCLAY, 1973, p. 141).

Mas, para que isso aconteça, cada um dos cristãos deve saber como se conduzir com dignidade. Por isso, a partir desse texto verificaremos qual deve ser o andar de cada cristão. Então, diante dessa compreensão podemos, em resumo, dizer que:
Todo cristão é desafiado a andar dignamente, vivendo e mantendo a unidade, no corpo de Cristo.
Este texto nos mostra cinco maneiras de andarmos dignamente em unidade:
Em 1º lugar, andamos dignamente ao estimular nossos irmãos mesmo passando por privações, vs.1
1 Por isso eu, que estou preso porque sirvo o Senhor Jesus Cristo, peço a vocês...
Mesmo diante das mais difíceis situações, o nosso interesse na vida dos nossos irmãos é fundamental. Pelo que já estudamos na parte introdutória da carta sabemos que Paulo estava preso. Estava impedido de pregar o evangelho viajando de cidade em cidade para abrir novos trabalhos e proclamar as boas novas do evangelho. Como ele escreveu aos filipenses (Fp 1.12-18), alguns dos seus inimigos, por inveja, por discórdia pregavam o evangelho querendo suscitar mais aflições a ele. Porém a sua maneira de entender aquela situação foi inusitada. Para ele o que importava era que Jesus Cristo estava sendo pregado e o evangelho estava sendo anunciado. Essa visão das circunstâncias faz toda diferença. Quando nos interessamos na vida dos nossos irmãos, quando estimulamos nossos irmãos a viverem dignamente, além de vivermos dignamente conforme a chamada do Senhor, estamos vivendo e mantendo a unidade no corpo de Cristo.
Em 2º lugar, andamos dignamente ao reconhecermos que fomos chamados para uma vocação, vs. 1
1 Peço a vocês ... que vivam de uma maneira que esteja de acordo com o que Deus quis quando chamou vocês.
Porque fomos chamados para uma vocação. E parte desse chamado é conviver com os conflitos daqueles que se opõem ao evangelho, que se opõem a vocação que recebemos de mostrar ao mundo as possibilidades que temos em Deus devemos desenvolver esse viver digno dependendo do Senhor. A nossa vocação, a chamada que recebemos é dupla. Devemos mostrar que somos nova criação, membros do corpo de Cristo e isso implica que não há mais diferenças. Judeus e gentios formam um só povo, o novo povo de Deus. Juntos formam a família de Deus. Juntos formamos a igreja que é o seu corpo e representa Jesus a esse mundo perdido e cheio de divisões e ódio. Mas, a nossa chamada, a nossa vocação implica numa vida santa, numa vida diferenciada, implica num viver digno. Como o Deus que nos chamou é santo, a nossa chamada, a nossa vocação é para formarmos um povo santo, uma nação santa que proclama as virtudes daquele que nos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz (1Pe 2.9).
Quando reconhecemos que fomos chamados para uma vocação e, quando desenvolvemos essa vocação de modo a mostrar ao mundo o verdadeiro cristianismo, certamente, estamos lutando em favor da unidade!
Em 3º lugar, andamos dignamente ao desenvolvermos as virtudes cristãs que produzem a unidade cristã, vs 2
2 Sejam sempre humildes, bem educados e pacientes, suportando uns aos outros com amor.
Porque as atitudes cristãs devem ser desenvolvidas e serão desenvolvidas em meio a situações das mais delicadas possíveis. Quando tentamos desenvolver o nosso ministério, a nossa vocação numa comunidade e lá encontramos aqueles irmãos mais idosos, que ao invés de refletir amor e bondade em suas condutas, transpiram a crítica e a censura; quando tentamos propor um culto mais participativo e dinâmico, quando tentamos fazer com que no culto tenhamos verdadeira adoração e recebemos um não da tradição e do tradicionalismo; quando os outros irmãos diante das nossas tentativas de viver com maior liberdade, usufruindo da liberdade para a qual Cristo nos libertou e recebemos julgamentos e juízos dos outros irmãos... Quando tudo isso ocorre é nesse momento que as virtudes cristãs devem ser desenvolvidas. Essas virtudes são: humildade, mansidão, longanimidade, suportar uns aos outros, amor mútuo.
Humildade aqui significa humildade de mente, isto é, o reconhecimento da dignidade e do valor dos outros. É a mentalidade que havia em Cristo, que o levou a esvaziar-se em nosso favor. Veio para servir e não para ser servido. Quando agimos assim estamos desenvolvendo essa virtude cristã. Mansidão é a qualidade do homem ou mulher que se controla, que se domina a si mesmo. Descreve um animal adestrado, um animal domado, dominado. Ele não perdeu a energia nem o seu vigor, mas tem todo o seu potencial controlado e usado para o bem. Longanimidade é definida pela própria palavra; é ter um ânimo longo, é estar sempre animado, esperançoso com alguém, principalmente, com um outro cristão. É ter uma paciência que não é vencida por qualquer circunstância. Suportar os outros é sustentar e não simplesmente ter que “agüentar” aquele ou aquela irmã. Suportar é servir de suporte, é escorar o irmão, mesmo que haja insultos, amargura e rebeldia. Esse apoio é e deve ser feito com amor, deve ser feito sem que haja irritação e reclamação. Amar mutuamente é o padrão cristão dos relacionamentos. Amar mutuamente significa dar-se para os outros sem esperar nada em troca. Mas ao mesmo tempo é receber o favor e a graça imerecida de alguém e recebê-la com alegria. Quando desenvolvemos essas virtudes, essas características, essas facetas do fruto do Espírito certamente estaremos lutando pela unidade. Mas, é bom lembrar que isso só será evidenciado por nós quando deixarmos o Espírito Santo completamente livre para agir em nossas vidas. Só pelo Espírito Santo podemos lutar dessa maneira pela unidade.
Em 4º lugar, andarmos dignamente quando lutamos para preservar a unidade do Espírito, vs. 3
3 Façam tudo para conservar, por meio da paz que une vocês, a união que o Espírito dá.
Deve haver esforço contínuo para manter a unidade do Espírito, no vínculo da paz. E esse esforço deve caracterizar o cristão maduro. Esse cristão aprendeu a restringir a sua liberdade pelo bem dos cristãos mais fracos. Esse cristão maduro, que luta em favor da preservação da unidade, ao invés de ser crítico, quando percebe mudanças no estilo ou direção do ministério, aceita de boa vontade essas mudanças e colabora com todos, tornando-se um apoio e um referencial para a nova geração que observa como a liderança se comporta. Tudo isso é a luta para preservação da unidade.
Quando seguimos o próprio conselho de Paulo, escrito aos filipenses, nessa mesma ocasião, enquanto estava preso em Roma, certamente estamos lutando diligentemente em favor da unidade, no vínculo da paz. Aos filipenses Paulo escreveu: [Nada faças por partidarismo ou vanglória, mas por humildade, considerando cada um os outros superiores a si mesmo. Não tenha cada um em vista o que é propriamente seu, senão também cada qual o que é dos outros. Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus... (Fp 2.3-5)] Jesus é o nosso exemplo maior. E essa é a luta que devemos lutar, para preservar a unidade no vínculo da paz!
Em 5º lugar, andamos dignamente ao nos espelharmos na unidade existente na Trindade, vs. 4-6
Porque temos por base a unidade que existe na Trindade – v.4-6
4 Há um só corpo, e um só Espírito, e uma só esperança, para a qual Deus chamou vocês. 5 Há um só Senhor, uma só fé e um só batismo. 6 E há somente um Deus e Pai de todos, que é o Senhor de todos, que age por meio de todos e está em todos.
São sete elementos que devemos valorizar nesta busca pela unidade. Há um só corpo, um só Espírito, uma só esperança, um só Senhor, uma só fé, um só batismo, um só Deus e Pai. Um só Espírito, um só Senhor e um só Deus e Pai, são os elementos que compõe a Trindade, que é um só Deus. Embora a sua manifestação se deu em três pessoas o relacionamento entre eles é perfeito, pois o próprio Jesus tinha afirmado: [eu e o Pai somos um (Jo 10.30)] e tinha orado em favor da nossa unidade. Ele rogava não apenas por aqueles discípulos, mas também por aqueles que viessem a crer nele [a fim de que todos sejam um; e como és tu, ó Pai, em mim e eu em ti, também sejam eles em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste (Jo 17.21)] Os elementos da Trindade são o padrão para que exista um só corpo, uma só esperança, uma só fé e um só batismo. Quando vivemos dessa maneira refletindo a unidade que existe na Trindade, certamente, estaremos vivendo dignamente e lutando para preservar a unidade.
Conclusão

© 2014 Através da Biblia

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