domingo, 26 de outubro de 2014

Ef 4.25-32 - Através da Bíblia - O viver pessoal digno(B)

Olá amigo, estamos iniciando mais um programa da série "Através da Bíblia". Quero saudá-lo em nome de Jesus. É com grande prazer que mais uma vez entro em contato com você com o objetivo de dedicar esse tempo para juntos estudarmos a Palavra de Deus. Desejo que o estudo de hoje sirva para a sua edificação e traga, além dos desafios do texto, as mais preciosas bênçãos divinas para a sua vida. Você que tem acompanhado o programa sabe que logo no início do programa registro as correspondências que vocês enviam. Hoje quero registrar o e-mail que o EB, de Londrina, PR nos enviou com a seguinte sugestão:”Graça e paz. Liguei tarde o seu programa. Já havia começado e, fiquei o tempo inteiro sem saber que livro estava estudando. Se você puder falar de vez em quando o livro que estamos estudando é uma boa, pois tem pessoas que gostam de acompanhar pela Bíblia...Com amor.". Querido amigo, como já lhe respondi pelo e-mail agradeço a sua sugestão e mais uma vez obrigado pelo interesse que você tem pelo programa. Agradecemos as suas orações em nosso favor e louvamos a Deus pelo seu interesse bem como o interesse de tantos outros irmãos em estudar a Palavra. Que Deus te abençoe e que você seja uma bênção entre os seus familiares e amigos nos mais diversos contextos. Agora, quero convidá-lo e, a todos que nos sintonizam nesse momento a buscar ao Senhor através da oração: "Pai querido, obrigado por tua preciosa graça. Diante da tua misericórdia nos enchemos de ousadia e penetramos na tua presença pelo precioso sangue de Cristo para buscar graça nesta ocasião. Pai te pedimos que a tua companhia seja experimentada por todos nós, nos mais diversos lugares onde estivermos, em todos os momentos. Também te pedimos que nos ilumine nesse momento de estudo. Que a Tua palavra molde o nosso caráter. Oramos em nome de Jesus. Amém!".
Querido amigo hoje o nosso alvo é concluir os estudos que temos feito no capítulo quatro da carta de Paulo aos efésios. Vamos estudar Efésios 4 25 a 32. Mas, antes, vamos ler o texto bíblico que servirá para nossa reflexão:
[25 Por isso, deixando a mentira, fale cada um a verdade com o seu próximo, porque somos membros uns dos outros. 26 Irai-vos e não pequeis; não se ponha o sol sobre a vossa ira, 27 nem deis lugar ao diabo. 28 Aquele que furtava não furte mais; antes, trabalhe, fazendo com as próprias mãos o que é bom, para que tenha com que acudir ao necessitado. 29 Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, e sim unicamente a que for boa para edificação, conforme a necessidade, e, assim, transmita graça aos que ouvem. 30 E não entristeçais o Espírito de Deus, no qual fostes selados para o dia da redenção. 31 Longe de vós, toda amargura, e cólera, e ira, e gritaria, e blasfêmias, e bem assim toda malícia. 32 Antes, sede uns para com os outros benignos, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus, em Cristo, vos perdoou.]
A partir dessa leitura bíblica, quando analisamos esse conteúdo tão prático podemos ter como título para essa porção das escrituras a seguinte frase:
O VIVER DIFERENCIADO DO CRISTÃO
EF. 4.25 - 32
Introdução
Continuamos naquela seqüência do texto que Paulo iniciou em 4.1 onde ele está rogando para que tenhamos esse viver diferenciado, e, ao mesmo tempo ele nos encoraja a demonstrar essa diferença em nosso comportamento. Paulo esta elaborando um longo trecho que trata da dignidade que o cristão deve evidenciar nas diversas áreas do seu viver pessoal. Então surge um questionamento bem objetivo: Como é que vive do novo homem? Como deve ser a vida do cristão? Ele deve dar demonstrações práticas da sua nova vida?
Para responder essa questão temos que considerar a nossa situação, o contexto em que vivemos. Em nossos dias ser crente tem sido muito fácil. Já ouvi dizer que, hoje em dia, é até status ser chamado de evangélico. Ser ou não ser é a grande questão. Não adianta ter um belo título, “eu sou um crente tradicional, amo a Palavra, conheço os textos e sei quais os argumentos que sustentam a minha fé”, ou “eu sou pentecostal, tenho o Espírito Santo, eu falo em línguas, e, eu tenho visões”. Infelizmente essas afirmações não valem nada se o nosso proceder não refletir o caráter de Cristo em nossa vida. Não me refiro a pertencer a esse ou a aquele grupo ou denominação. Refiro-me ao fato de sermos ou não discípulos, aprendizes de Cristo, testemunhas fiéis, capazes de uma auto negação dos nossos desejos, refletindo um evangelho bíblico através de uma reflexão crítica, autêntica e espiritual. Quando a pessoa começar a colocar a “sabedoria” na frente da vontade de Deus, e as “experiências” no lugar da Palavra, quando os cristãos vivem um evangelho de conveniências, de pecados ocultos e de extremos por falta de estudo e reflexão, temos um quadro preocupante diante de nós. Quando o mundo olha para esse tipo de cristianismo e só ouve palavras, mas não vê transformação, o evangelho de Cristo está sendo desacreditado.
O apóstolo Paulo tinha uma santa preocupação com o estilo de vida dos cristãos. Podemos perceber isto em vários dos seus escritos (Rm 12.1-2; Gl 5.16-26; Fl 2.1-5; Cl 3.1-2, etc.) e, principalmente neste texto de Efésios. Não adiantava estar na comunidade de fé se o proceder na vida diária era o mesmo que o proceder dos “gentios”, isto é, do não cristão. O proceder cristão é um novo estilo de vida que tem como exemplo único e simples, Jesus Cristo. Parece-nos utópico demais? Mas, nunca ninguém disse que o verdadeiro cristianismo é fácil de ser vivido. O verdadeiro cristianismo requer negar-me a mim mesmo, tomar a cruz dia a dia e seguir a Jesus. O verdadeiro cristianismo exige que percamos essa vida por causa de Jesus, para ganhar a verdadeira vida (Lc 9.23-25). É esse tipo de vida e de comportamento que se espera de um cristão. O verdadeiro cristão é alguém corajoso, pois, vive de modo contrário ao viver da sociedade.
Quando pensamos em coragem cristã, temos que reconhecer que o apóstolo Paulo tinha muita coragem de viver assim (1Co 9.26-27) e, recomendar-se a si mesmo: “Sede meus imitadores, como também eu sou de Cristo”. (1Co 11.1). Mas, por outro lado, Paulo também tinha humildade suficiente para reconhecer-se um pecador: “... dos quais sou eu o principal”. (1Tm 1.15), e, reconhecer o papel da graça divina em sua vida (1Co 15.10).
Então, após nos apresentar o comportamento cristão digno no contexto do corpo de Cristo onde todos e cada cristão é estimulado a desenvolver seus dons e relacionamentos que edifiquem a totalidade dos membros desse mesmo corpo, Paulo continua nos mostrando como desenvolver na prática esse novo estilo de viver em nossa vida individual. As orientações deste trecho são extremamente práticas e desafiadoras. Por isso, de maneira sintética, podemos examinar este texto, pois em resumo ele diz que:
Todo cristão é desafiado a contrastar a antiga maneira de viver com a dignidade da nova vida.
Este texto nos mostra sete contrastes entre a antiga maneira de viver com o novo viver digno:
Essa abordagem que nos mostra os sete contrastes pode ser mais facilmente entendida quando lemos novamente o texto, na Linguagem de Hoje. Diz assim a Palavra de Deus:
25 Por isso não mintam mais. Que cada um diga a verdade para o seu irmão na fé, pois todos nós somos membros do corpo de Cristo! 26 Se vocês ficarem com raiva, não deixem que isso faça com que pequem e não fiquem o dia inteiro com raiva. 27 Não dêem ao Diabo oportunidade para tentar vocês. 28 Quem roubava que não roube mais, porém comece a trabalhar a fim de viver honestamente e poder ajudar os pobres. 29 Não digam palavras que fazem mal aos outros, mas usem apenas palavras boas, que ajudam os outros a crescer na fé e a conseguir o que necessitam, para que as coisas que vocês dizem façam bem aos que ouvem. 30 E não façam com que o Espírito Santo de Deus fique triste. Pois o Espírito é a marca de propriedade de Deus colocada em vocês, a qual é a garantia de que chegará o dia em que Deus os libertará. 31 Abandonem toda amargura, todo ódio e toda raiva. Nada de gritarias, insultos e maldades!
32 Pelo contrário, sejam bons e atenciosos uns para com os outros. E perdoem uns aos outros, assim como Deus, por meio de Cristo, perdoou vocês.
Quando lemos esse texto temos que perceber que o que se requer do cristão, não é somente o arrependimento e o abandono do passado (4.17-24). O arrependimento verdadeiro não somente nos leva a nos despojarmos e parar de praticar as coisas erradas, mas exige comportamento novo e diferente. Nós não vivemos num vácuo espiritual. Quando os atos errados são removidos, atos bons têm que tomar o lugar deles. E neste texto Paulo propõe essa mudança, porque esse novo comportamento será a base para os relacionamentos dentro do corpo de Cristo. Tem que haver contrastes nítidos entre a antiga maneira de viver e a nova maneira de viver, a maneira digna de viver. Por isso podemos repetir:
Todo cristão é desafiado a contrastar a antiga maneira de viver com a dignidade da nova vida.
Vamos então alistar e considerar estes sete contrastes entre a antiga maneira de viver com o novo viver digno:
O 1º contraste mostra que ao invés de mentir, devemos falar a verdade, vs. 25
Quando paramos de mentir, temos que falar a verdade. Quando deixamos a mentira temos que substituí-la pela verdade. Não há nada aqui de mentirinha. O servo de Deus segue a verdade e fala a verdade. A mentira nos relacionamentos deve ser deixada, pois somos membros uns dos outros. Esse já era um princípio que vinha desde o Antigo Testamento (Zc 8.16) e, no relacionamento entre os cristãos a verdade deve prevalecer, pois a mentira corrói os relacionamentos e instaura um clina de desconfiança. A palavra "mentira" aqui vem de uma palavra grega pseudos, que quer dizer falsidade. O cristão deve rejeitar todas as formas de falsidade - falsas doutrinas, falsas práticas religiosas, falsidade nos negócios e falsidade na vida particular. O nosso dever é falar a verdade e cumprir a nossa palavra.
O 2º contraste mostra que ao invés de irar-se, não devemos pecar dando lugar ao diabo, vs. 26-27
Quando sentimos ira, temos que procurar a reconciliação e não a vingança. Essa é uma recomendação que também vem do Antigo Testamento, do Sl 4.4. Os cristãos agora são encorajados a evitar os pecados da ira (26-27). A ira descontrolada leva ao pecado. Devemos procurar solucionar os problemas e arrancar a ira pelas raízes no mesmo dia, não deixando brecha para o Diabo. A ira pode até ser um mecanismo de defesa em situações extremas, pode ser uma indignação pela injustiça, porém se for um sentimento de retaliação pode se transformar em pecado. Para irar-se e não pecar é necessário estar com os nossos sentimentos totalmente equilibrados e colocados nas mãos do Senhor. O próprio Senhor tem sua ira destinada a alguns, mas ele é o Deus justo que sabe distinguir claramente aqueles que são filhos da desobediência (2.2 e 5.6) A expressão: “não se ponha o sol sobre a vossa ira”, significa que os nossos relacionamentos devem sempre estar em harmonia. Quando deixamos a mágoa instalar-se em nossos corações estamos dando lugar ao diabo. Quando vacilamos entre a ira justa e injusta temos que saber que o diabo está à nossa espreita querendo nos derrubar, querendo nos fazer pecar, querendo e nos tentando ao ódio, à violência e à quebra de comunhão entre os irmãos.
O 3º contraste mostra que ao invés de furtar, devemos trabalhar para repartir, vs. 28
Quando paramos de furtar, começamos a trabalhar para ajudar aos outros. Essa é a mudança que demonstra que mudamos de vida. Roubar no serviço, nas horas trabalhadas, nos pequenos objetos levados para casa, desviar valores com notas fiscais desonestas são praticas comuns aos não cristãos e por isso devem ser deixadas de lado pelos seguidores de Jesus Cristo. O desafio é ganhar a vida por meios honestos. A pessoa que se converte a Cristo tem de abandonar qualquer prática desonesta e trabalhar honestamente. O trabalho não é somente para o sustento próprio, mas também para poder ajudar outras pessoas. Será que reconhecemos que Deus criou o homem para trabalhar? Antes do pecado, Deus já tinha colocado Adão no jardim “para o cultivar e o guardar” (Gn 2.15; 2Ts 3.10-12). Preguiça não faz parte do caráter cristão. Quando trabalhamos e ganhamos, temos a responsabilidade de administrar os nossos recursos. No seu orçamento pessoal ou familiar, além da sua contribuição sistemática e periodica para sua igreja ou comunidade, você tem costume de separar uma parte para ajudar os necessitados? Minha recomendação é que você, depois de orar e pedir a orientação de Deus deveria tome essa atitude!
O 4º contraste mostra que ao invés de palavras destrutivas, devemos falar para a edificação, vs. 29
Ao invés de usar linguagem obscena, falamos o que edifica e transmite graça. Temos que ter o máximo de cuidado com a nossa linguagem. O cristão não pode ser influenciado pelo mundo, pelos meios de comunicação, principalmente pela televisão e adotar o mesmo linguajar desses que não temem a Deus. Não é possível confundir liberdade de expressão com autorização para falar bobagens, indecências e palavras que desrespeite o próximo. Você deve conhecer crentes que se divertem e sorriem ao contar e ao ouvir piadas imorais e impróprias. Alegam que fazendo assim conquistam a amizade dos que ainda não são cristãos. Será que essa é a maneira certa de nos portarmos, de evangelizarmos? A recomendação clara e simples é controlarmos a nossa língua, falando palavras boas que edificam. Uma palavra torpe é uma comunicação corrupta, e, certamente, não vem do Espírito Santo, que fala através de nós (Mt 10.20).
O 5º contraste mostra que ao invés de entristecer o Espírito Santo, devemos andar nele, vs. 30 Devemos deixar as coisas más que entristecem o Espírito Santo. Mas, por que Paulo coloca essa recomendação em meio a uma lista de pecados a serem abandonados e substituídos? Porque a nossa resposta às tentações pode nos fazer pecar e quando pecamos entristecemos o Espírito Santo. Entristecemos o Espírito porque tomamos as nossas decições e quando isso acontece estamos impedindo-o de nos dirigir e encher. Não devemos usar a língua para entristecer o Espírito Santo. Mas não devemos cometer nenhum outro pecado, pois todos eles entristecem o Espírito Santo. Agora, vale a pena descarmos uma grande verdade que subjaz a orientação de não entristecermos o Espírito Santo. A grande verdade é que o Espírito Santo tem sentimentos. Este fato é uma das evidências que ele é uma pessoa, e não meramente uma força ativa como alguns ensinam. E, sendo uma das três pessoas da Trindade, ele é a garantia da nossa redenção. E, em relação a esse dia da redenção, conforme Rm 8.23, todo cristão vive na expectativa de um dia deixar essa vida para se encontrar para sempre com o Senhor. O Espírito Santo é a garantia que isso um dia acontecerá.
O 6º contraste mostra que ao invés de ciumes e divisões, devemos buscar a unidade, vs. 31
O que produz o ciúme ou as divisões? Paulo alista três pecados. 1) A amargura, isto é, um espírito azedo, que dá origem a uma conversa azeda. Amargura é o ressentimento que temos enquanto não decidimos perdoar. Amargura é a falta de reconciliação. 2) A cólera, isto é, indignação, é a fúria apaixonada, é o ódio. E, 3) A ira, isto é, uma hostilidade mais firmada e sombria; é a raiva com que queremos dar o troco para quem nos ofendeu. Por causa desses três sentimentos Paulo mostra que as divisões e a desunião no corpo de Cristo acontecem. Esses sentimentos ao invés de serem controlados por nós, muitas vezes nos controlam e nos faz viver as obras da carne. Devemos substituir esses sentimentos por bondade, compreensão, e submissão mútua. Só assim preservamos a unidade, do Espírito, no vínculo da paz (4.3).
O 7º contraste mostra que ao invés de blasfêmias e malícia, devemos agir com perdão, vs. 31-32
Paulo agora nos mostra os resultados de uma vida antiga comandada pela amargura, coléra e ira. A conseqüência daqueles pecados interiores se observa no exterior. 1) A gritaria, isto é, a excitação descontrolada, acontece quando as nossas opiniões são questionadas e a nossas idéias sãom rejeitadas. 2) A blasfêmia é a seqüência natural da gritaria, quando xingamos e ofendemos as pessoas que se opõe à nós, só que na maioria das vezes, fazemos isso por trás, pelas costas dos oponentes, para nos vingarmos e sermos vitoriosos em nossos argumentos. E, finalmente, 3) A malícia, isto é, a má vontade, em nos submetermos e além disso, a trama traiçoeira, o planejamento para causar um mal àquele que discordou de nós. Esse é o retrato da vida de alguém dominado pela antiga natureza. Ao contrário do verdadeiro cristão que age com compaixão e perdão, como Deus mesmo nos tratou. Paulo em resumo está dizendo que temos que tirar de nossas vidas as obras da carne (Gl 5.19-21), mas em seu lugar, positivamente, precisamos desenvolver, precisamos dar espaço para que o Espírito Santo produza em parceria conosco o seu fruto, o fruto de uma vida transformada (Gl 5.22-23). E por tratar de relacionamentos, Paulo apresenta o padrão e a razão para esse comportamento nos nossos relacionamentos. O padrão é o perdão com que fomos perdoados por Deus, através de Jesus Cristo! E a razão pela qual devemos proceder assim é que “somos membros uns dos outros” (25).
Você está disposto a viver dessa maneira? Sendo você um verdadeiro cristão peça forças ao Senhor para viver dessa maneira digna da vocação para a qual você foi chamado.
Deus te abençoe,

© 2014 Através da Biblia

Nenhum comentário:

Postar um comentário