Efésios 1.7-12
Olá amigo estamos iniciando mais um programa da série Através da Bíblia. Você sabe que este programa tem por objetivo estudar a Palavra de Deus, comentando detalhadamente os seus diversos textos, no propósito de proclamar todos os desígnios de Deus para cada um de nós. Querido amigo você sabe que não existe no mundo um livro que possa se comparar à Bíblia. O Deus santo que ainda fala usou homens santos, isto é separados, para registrar a Sua mensagem a todos nós. Tudo quanto Deus tinha a nos dizer, Ele disse por meio da Bíblia, por isso é importante estudá-la. Sobre o estudo da Bíblia recebemos uma e-mail da PMRB de Juiz de Fora, do estado do MG . Essa irmã nos enviou a seguinte mensagem: “Gostaria de agradecer cada programa que me preenche de novos conhecimentos. Tenho 54 anos, meu filho de 22 se entregou a Jesus e pertence a IBatista de Guaratinguetá, e através dele Jesus entrou em nossos corações no meu, no do seu irmão mais novo e no coração do pai dele. Ele era um alcoólatra mas agora tem freqüentado a igreja batista de Caravelas, Bahia. Sinto profunda gratidão a Deus por bênçãos maravilhosas em minha vida e da minha família. Sempre escuto a RTM e o Através da Bíblia antes de dormir. Que a paz do Senhor esteja conosco”. Querida irmã, obrigado por suas palavras. Obrigado pelo seu testemunho. Queremos que você se sinta em unidade conosco. Esse é o nosso propósito, desejamos através desses estudos edificar muitos irmãos e amigos. Muito obrigado por suas orações e pela divulgação que você certamente tem feito do programa. Estaremos orando por você, seus filhos e pelo seu ex-marido. O nosso desejo é que muito mais pessoas possam ter essa mesma satisfação no estudo da Palavra de Deus. Agora, convido-a para aquele momento sempre gratificante do nosso programa. Vamos orar! Junte-se a nós nessa oração, necessitamos da sua intercessão: "Pai celestial, abençoa-nos nesta hora de estudo e meditação da Sua Palavra. Dê a tua benção a essa tua filha lá de Juiz de Fora e a todos os que nos ouvem nesse momento. Senhor, também te pedimos que nos dê a iluminação do teu Santo Espírito para podermos entender a tua Palavra. Mas, dá-nos também a capacitação do teu Espírito Santo para podermos obedecer seus mandamentos. Pai querido, mesmo sem merecermos te pedimos essas bênçãos em nome de Jesus. Amém".
Querido amigo, hoje temos diante de nós a tarefa de estudar os versos 7 a 12 do capítulo um de Efésios.
Nesse trecho vamos encontrar a seqüência da oração de Paulo destacando as bênçãos presentes. Vou ler esses versos em duas versões bíblicas:
[7 no qual temos a redenção, pelo seu sangue, a remissão dos pecados, segundo a riqueza da sua graça, 8 que Deus derramou abundantemente sobre nós em toda a sabedoria e prudência, 9 desvendando-nos o mistério da sua vontade, segundo o seu beneplácito que propusera em Cristo, 10 de fazer convergir nele, na dispensação da plenitude dos tempos, todas as coisas, tanto as do céu como as da terra; 11 nele, digo, no qual fomos também feitos herança, predestinados segundo o propósito daquele que faz todas as coisas conforme o conselho da sua vontade, 12 a fim de sermos para louvor da sua glória, nós, os que de antemão esperamos em Cristo;]
E, ainda ...
7Pois, pela morte de Cristo na cruz, nós somos libertados, isto é, os nossos pecados são perdoados. Como é maravilhosa a graça de Deus, 8que ele nos deu com tanta fartura! Deus, em toda a sua sabedoria e entendimento, 9fez o que havia resolvido e nos revelou o plano secreto que tinha decidido realizar por meio de Cristo. 10Esse plano é unir, no tempo certo, debaixo da autoridade de Cristo, tudo o que existe no céu e na terra.11Todas as coisas são feitas de acordo com o plano e com a decisão de Deus. De acordo com a sua vontade e com aquilo que ele havia resolvido desde o princípio, Deus nos escolheu para sermos o seu povo, por meio da nossa união com Cristo. 12Portanto, digo que nós, que fomos os primeiros a pôr a nossa esperança em Cristo, louvemos a glória de Deus.
Como disse hoje temos como alvo a continuação do estudo do maior parágrafo de toda a Bíblia .Se você tiver condições, abra a sua Bíblia para acompanhar-me em minha reflexão.
No programa passado para esse parágrafo tão especial que abrange os versos 3-14 apresentei essa frase como sugestão para o título que nos ajuda entendê-lo
LOUVOR PELAS BÊNÇÃOS DIVINAS PARA OS CRISTÃOS
EF. 1.7-12 nos conduz a uma parte dessas bênçãos que temos originadas em Cristo.
Introdução
No programa de hoje e no próximo programa nessa parte inicial vou repetir algumas informações que mencionei no programa passado, e, por se tratar de um texto único que estamos estudando vale a pena reforçarmos algumas idéias para usufruirmos de toda a sua riqueza. Lembre-se de que dissemos que no grego original, estes doze versos formam uma única sentença gramatical complexa. Não há pausa nem para tomar fôlego.
E, eu pedi também para você imaginar Paulo em sua prisão na cidade de Roma, algemado a um soldado, que talvez ainda não fosse cristão, ditando essa carta ao seu amanuense. Como mencionei pelos diversos texto bíblicos que encontramos em Atos, e nas quatro cartas escritas nessa época, isto é, nas chamadas “cartas da prisão” ficamos sabendo quem estava com Paulo na sua prisão domiciliar enquanto esperava o julgamento do Cesar, acusado que fora pelos autoridades judaicas.
Estavam com Paulo nessa primeira prisão, em sua casa alugada pelo menos dez outros cristãos: Lucas, Timóteo, Tíquico, Epafrodito, Onésimo, Aristarco, João Marcos, Jesus, Epafras, e Demas. Na verdade estava reunido ali naquela casa-prisão, naquela prisão domiciliar um “pequeno grupo” de cristãos que se amavam, que juntos estudavam a Palavra de Deus, isto é o Antigo Testamento; que juntos estudavam as palavras e os feitos de Jesus, pois nessa época, provavelmente o rascunho, o esboço de Marcos já estava completo e Marcos estava presente, além de Lucas também estar ali escrevendo o seu evangelho e fazendo as anotações finais do livro de Atos. Enfim, era uma comunidade de líderes cristãos da mais alta qualidade! Mas, além disso, em meio a esse clima todo, havia uma igreja nascendo e se desenvolvendo no palácio de Cesar, formada pelos guardas pretorianos, certamente levados a Cristo através do ministério do apóstolo Paulo (Fl 1.13; 4.22).
Nesse ambiente, em meio a essa movimentação sagrada é que Paulo demonstrou seu cuidado para com as igrejas e escreveu essas cartas aos filipenses, aos colossenses, ao hospedeiro da igreja de Colossos, Filemon e, escreveu também essa carta, que poderia ser uma carta circular, levada primeiramente aos efésios, mas que depois seria lida também pelas outras igrejas da Ásia, conforme podemos deduzir de Cl 4.16 em que o próprio apóstolo pede para que as suas cartas circulem entre as várias igrejas.
Nesse ambiente em que se sentia a presença de Deus Paulo ditou esse parágrafo. Esses versos têm sido chamados de "um magnífico portal"; "um maravilhoso hino de louvor"; "um elogio ao nosso grande Deus". Na verdade, um louvor a Deus Pai, a Jesus, o Cristo e ao Espírito Santo, um louvor que brotava de um coração cheio e transbordante de gratidão.
Todo o parágrafo, que inclui os versos 3 a 14 constituem-se num hino cristológico, assim como temos outros hinos em Fl 2.5-11 e Cl 1.13-20. Segundo a maioria dos estudiosos, a igreja primitivas já cantava a sua fé, em expressão de louvor e adoração, bem antes de formular uma confissão por escrito e bem antes de todo o cânon das Escrituras do Novo Testamento ter sido composto e definido. Esse parágrafo é um desses hino cristológicos e, ele é formado em três partes:
Nesse parágrafo encontramos uma referência deliberada à Trindade que, embora ainda não fosse uma doutrina elaborada e estudada, era uma realidade experimentada no cotidiano. Esse hino destaca a obra de Deus (versos 3-6); a obra de Jesus Cristo (versos 7-12); e, a obra do Espírito Santo (versos 13 e 14). Ao mesmo tempo em que este hino descreve o que a Trindade faz, ele mostra também para que a Trindade age dessa maneira.
Temos sempre que lembrar, pois essa é uma verdade irrefutável: as obras de Deus não são frutos do acaso, mas são planejadas, objetivas e propositais.
Nessas ações divinas feitas em favor dos cristãos a origem das bênçãos é de Deus-Pai; a esfera das bênçãos é em Cristo; e, a natureza das bênçãos é do Espírito Santo, pois são bênçãos espirituais. Também podemos ver nesse parágrafo singular, nessa estrutura trinitariana o Pai elegendo (3-6); o Filho redimindo (7-12); e o Espírito Santo selando (13-14). E, ainda nessa divisão percebemos um aspecto cronológico: O Pai agindo no passado, desde a eternidade; o Filho agindo na época presente, desde a sua encarnação; e o Espírito Santo agindo no futuro, conduzindo-nos desde a sua vinda para inaugurar a igreja até o momento em que nos levará à presença do Senhor!
Mas, além de serem planejadas e objetivas, dissemos que todas as ações da Trindade são propositais, isso é, elas tem um propósito, uma razão de ser. A razão de ser dessas bênçãos, o propósito dessas bênção é o louvor da glória de Deus.
Esse detalhe se observa no tom de louvor e adoração: [Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo... (3)] e, ainda [para o louvor de sua glória (6, 12, 14).] Um correto entendimento de quem é Deus, na sua tríplice manifestação nos leva à adoração, mas, uma correta compreensão daquilo que Deus faz por nós nos leva ao louvor. O estudo deste texto deve nos fazer adorar e louvar!
Na verdade, esse parágrafo é uma maravilhosa introdução ao livro de Efésios que revela “A Nova Sociedade de Deus”, e, “O Plano Divino em Relação ao Ser Humano”, pois descrevem o tema destas palavras inspiradas do apóstolo Paulo.
O texto desse parágrafo trata da revelação de um mistério, outrora oculto, para uma nova sociedade, para uma nova criação que Deus estava fazendo, através de Cristo, isto é, "em Cristo"! Este mistério foi revelado e é maravilhoso: [Cristo em vós, a esperança da glória (Cl 1.27).]
Ao estudarmos este texto encontramos, em síntese, a seguinte afirmação:
Diante das bênçãos divinas em todos os tempos cada cristão deve viver para o louvor da glória da graça de Deus
Nestes versos encontramos sete verdades sobre as bênçãos divinas que nos motivam a viver para o louvor da graça de Deus foram concedidas a cada cristão
Em cada um desses programas vamos nos ocupar com cada etapa em que essas bênçãos nos foram concedidas. No programa de hoje vamos refletir sobre as bênçãos localizadas no presente, bênçãos que vêm do Filho, o Senhor Jesus Cristo.
No PRESENTE os cristãos são abençoados pelo Filho - 1.7-12
1. O Filho nos abençoa com a redenção - v.7
1.1. Redenção lembrava que a comunidade era composta de ex-escravos do pecado
1.2. Redenção significa livramento mediante o pagamento de um preço. Redenção lembra a imagem de um escravo sendo resgatado com alto preço no mercado de escravos.
1.3. Redenção tem por alvo aquele que está escravizado. Nós redimidos, formos libertos da condenação à escravidão eterna que o pecado nos conduzia.
1.4. Redenção, é a compra por outro senhor, e, isso implica num chamamento para uma nova posição. É interessante percebermos que somos abençoados “em Cristo” e, isso significa que só quem está “em Cristo” é que desfruta dessa nova posição. 1) “Em Cristo” nós fomos eleitos (4); 2) “em Cristo” nós fomos adotados (5); 3) “em Cristo”, no Amado, recebemos a graça (6) e a partir deste verso outras bênçãos são apresentadas.
Jesus é o meio pelo qual Deus efetiva a salvação, porque 4) “em Cristo” alcançamos a redenção (7); e também, 5) “em Cristo” temos a remissão (7). Observe que esta já é a quinta bênção espiritual que recebemos, nas regiões celestiais, isto é, quando estamos “em Cristo”, pois Cristo habita agora nas regiões celestiais!
2. O Filho nos abençoa com o seu sangue - v. 7
2.1. A expressão "pelo seu sangue" significa a morte redentora de Jesus na cruz do Calvário;
2.2. O sangue de Cristo foi o preço pago a Deus Cl 2.14, e a dívida era as ordenanças Gl 3.13
2.3. O sangue precioso, como de cordeiro, sem defeito e sem mácula; o sangue de Cristo foi a moeda usada para nos comprar do fútil procedimento que herdamos dos nossos pais (1Pe 1.18-19);
2.4. O sangue de Jesus tinha sido oferecido antes da fundação do mundo 1Pe 1.20;
3. O Filho nos abençoa com a remissão dos pecados - v.7
3.1. Jesus nos redimiu, isto é, jogar para longe, arremessar, desprender, soltar, livrar
3.2. Jesus nos dá a remissão que significa escapar do justo juízo de Deus
3.3. Jesus nos dá a remissão que é a libertação da condenação dos nossos pecados
3.4. Em Jesus a remissão é o perdão pelos nossos pecados. Em Cristo temos a remissão que é o recebimento do perdão, é termos a nossa posição de pecadores e a nossa condição de produtores de atos pecaminosos perdoada, cancelada pelo precioso sangue de Cristo.
4. O Filho nos abençoa com o derramamento da graça - v.8
4.1. Jesus perdoa derramando o seu sangue em profusão, abundantemente sobre a nossa vida, fazendo se tornar concreto o plano elaborado na eternidade.
4.2. Jesus é o canal - Deus é rico em perdoar, mensagem que vem do profeta Isaías (Is 55.7). Quando contemplamos a obra de Jesus temos que reconhecer que ele foi e ainda é o agente de Deus na realização dos planos salvíficos elaborados desde a eternidade.
4.3. Jesus é a manifestação da graça – conforme vimos no verso 6, na 3ª benção já alistada. Com Deus está o perdão para que o temamos. Não tememos por medo, mas por amor e alegria pelo perdão, pelas misericórdias – Êx 34.6-7; Sl 130.4; Mq. 7.18
4.4. Jesus é a concretização da graça derramada de forma abundante, isto é, além da conta, além do necessário. Essa graça foi derramada de forma sábia, inteligente e prudente. Aqui sabedoria é o conhecimento conceitual. Prudência é a maneira correta de aplicarmos o conhecimento para a vida prática, para o dia-a-dia
Isto significa que, “em Cristo”, a graça atendeu a um padrão coerente onde não há injustiça. Algo pensado, planejado, organizado. Em termos práticos, 6)“em Cristo” temos sabedoria e prudência e assim podemos viver uma vida plena de significado e não andamos mais nas trevas da ignorância. Por possuirmos a mente de Cristo (1Co 2.16) sabemos como agir.
5. O Filho nos abençoa com a revelação do mistério da sua vontade - v.9-10
5.1. Jesus era o mistério oculto. No tempo presente, isto é, desde que ele veio até nós, esse mistério está plenamente revelado (foi tirado o véu). Esse mistério era a boa vontade, o bom propósito - o desígnio de Deus para com a raça humana, algo que vai além do raciocínio humano - v.9. Foi esse mistério, essa boa vontade de Deus para conosco que os anjos anunciaram (Lc 2.10-14). 7) “Em Cristo” temos a revelação do mistério da sua vontade. “Em Cristo” conhecemos a vontade de Deus.
5.2. Jesus, foi o mistério de Deus. E a vontade de Deus desde a eternidade era fazer convergir (reordenar) em Cristo todas as coisas, fazendo uma nova criação. Jesus Cristo então é a explicação do mistério da vontade de Deus!
Um dos detalhes dessa vontade divina era nos trazer a salvação, em Cristo. Por isso a igreja primitiva pregou: Não há outro nome - At 4.12 - A salvação é em Cristo - v. 9-10
5.3. Jesus, o mistério foi revelado na plenitude dos tempos, cf. Gl 4.4; isto é no tempo certo, no novo tempo, na nova era, nova época, inaugurada por Jesus - afeta o céu e a terra - v.10
5.4. Jesus, o mistério oculto já revelado é: Cristo em nós, a esperança da glória. A igreja é a nova criação, é a nova sociedade - v.10
6. O Filho nos abençoa com a herança - v.11
6.1. Em Jesus fomos feito herança, isto é, pertencemos adotados ao povo de Deus e ao mesmo tempo também temos herança, 8) “Em Cristo” somos herdeiros. Essa idéia vem desde o Antigo Testamento - Êx 19.5; 23.20-31
6.2. Em Jesus a herança nos possibilita ter esperança - esperança da ressurreição 1Co 15.19
6.3. Em Jesus somos predestinados segundo o bom propósito soberano de Deus, conforme o v. 5
6.4. Em Jesus o bom propósito de Deus é a realização dos planos, da vontade de um Deus pessoal que está ativo no mundo, conduzindo o mundo para a realização do que Ele planejou
7. A conseqüência dessa 2a estrofe termina com um duplo propósito:
7.1. Devemos viver para o louvor da sua glória; e,
7.2. Devemos fixar nossa esperança em Cristo - v.12
Conclusão
Esta grande doxologia nos mostra que podemos ter plenamente tudo o que Deus planejou para nós, que estamos “em Cristo”. Por isso, em cada estágio da revelação, Ele deve ser louvado, devemos Lhe render louvor pela glória da Sua infinita graça.
Deus te abençoe.
Até o próximo programa.
© 2014 Através da Biblia
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