domingo, 26 de outubro de 2014

Através da Bíblia - Efésios 3.14-21

Efésios 3.14-21
Querido amigo, estamos iniciando mais um programa da série "Através da Bíblia". É com grande alegria que chegamos a esse momento especial em que podemos reservar alguns minutos durante o dia para estudarmos a Palavra de Deus. Você que tem nos acompanhado sabe que o objetivo de estudarmos a Bíblia Sagrada com profundidade é aplicá-la em nossas vidas adequando o nosso viver à vontade de Deus. Somos gratos a Deus pelo privilégio de podermos conhecer mais a sua vontade, que é boa, agradável e perfeita. Por isso quero incentivá-lo a ter em suas mãos a Bíblia aberta para estudarmos mais um capítulo da carta de Paulo aos efésios. Aproveito a oportunidade para agradecer aqueles que têm compartilhado sobre o programa e sobre as suas vidas pessoais e ministeriais. É através das correspondências de vocês que ficamos sabendo do valor do programa. Hoje, registro o e-mail que o ERCF nos enviou da cidade de Três Lagoas no estado de Mato Grosso do Sul. Este irmão nos enviou a seguinte mensagem: "Me congratulo com esta emissora pelo ministério precioso que flui pelas suas ondas. A internet ganha luz com a presença do Reino de Deus, nos sons da Rádio Transmundial on-line. Bendito seja o Senhor por mais este ato de misericórdia e fidelidade no Através da Bíblia". Querido amigo, muito obrigado por suas palavras. Quero cumprimentá-lo pela disciplina de reservar diariamente um tempo para o estudo da Palavra de Deus. Obrigado também pela indicação que tem feito do programa para os seus amigos aumentando assim a rede daqueles que amam estudar a Palavra de Deus. Por isso convido-o a orar a Deus colocando este programa nas mãos do Senhor: "Pai de amor, obrigado por podermos abrir a Tua Palavra e ouvirmos a Tua voz. Senhor que a prática de estudarmos a Bíblia possa atrair muitos amigos para desfrutarem dessa comunhão contigo. Oriente-nos no estudo de hoje. Que haja edificação e glória ao teu nome. Oramos em nome de Jesus, Amém!".
Querido amigo hoje o nosso alvo é estudarmos mais um trecho do capítulo 3 da carta de Paulo aos efésios. Vamos estudar hoje Efésios 3.14 a 21. Se você tiver oportunidade, acompanhe-me na leitura que farei deste texto bíblico:
14 Por esta causa, me ponho de joelhos diante do Pai,
15 de quem toma o nome toda família, tanto no céu como sobre a terra,
16 para que, segundo a riqueza da sua glória, vos conceda que sejais fortalecidos com poder, mediante o seu Espírito no homem interior;
17 e, assim, habite Cristo no vosso coração, pela fé, estando vós arraigados e alicerçados em amor,
18 a fim de poderdes compreender, com todos os santos, qual é a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade
19 e conhecer o amor de Cristo, que excede todo entendimento, para que sejais tomados de toda a plenitude de Deus.
20 Ora, àquele que é poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedimos ou pensamos, conforme o seu poder que opera em nós,
21 a ele seja a glória, na igreja e em Cristo Jesus, por todas as gerações, para todo o sempre.
Depois da leitura deste texto tão especial, sintetizando essas palavras do apóstolo Paulo, creio que podemos considerar como título para essa porção bíblica a seguinte frase:
CONHECENDO O AMOR DE CRISTO
EF. 3.14-21
Introdução
Todo verdadeiro cristão deseja viver uma vida cristã dinâmica em seu testemunho, plena do amor de Deus que flui de si atingindo os outros e ousada em seu poder espiritual. Mas, lá no íntimo de todos nós é possível constatar que todos os cristãos desejam o poder de Deus para viver. A procura pelo poder espiritual, porém, tem se tornado um fim em si mesmo e tem feito os cristãos andarem por caminhos bem diferentes nessa ansiosa busca daquele algo a mais que os farão ser reconhecidos como homens e mulheres espirituais.
Alguns cristãos seguem o caminho dos montes, das matas e dos lugares desertos para terem experiências com manifestações extraordinárias. Outros seguem o caminho dos acampamentos, dos retiros espirituais, dos congressos, dos cultos diferenciados para “carregarem a bateria espiritual” e conseguem um entusiasmo e uma empolgação momentânea, porém, logo depois tudo isso vai perdendo o efeito e precisam de mais retiros, acampamentos e congressos. Ainda outros seguem o caminho dos eventos, dos cultos de milagres e das vigílias de oração. Saem entusiasmados e radiantes desses eventos, mas a vida não foi transformada e no dia-a-dia constata-se um vazio e a insatisfação com a própria vida.
Embora, em si mesmo, essas reuniões, esses cultos e locais especiais, esses congressos e acampamentos não sejam errados, eles não satisfazem, porque é a atitude desses cristãos que está errada. A motivação, a intenção e o desejo que movem esses cristãos para esses diferentes caminhos é que se torna o problema. O desejo, a busca e a ambição por uma vida cristã diferenciada não tem como objetivo principal a glória de Deus, o testemunho do evangelho e a edificação dos irmãos “em Cristo”. O desejo, a busca e a ambição por esse tipo de vida têm como objetivo destacar-se entre os irmãos, ser reconhecido como alguém poderoso, ser considerado pelos demais como um “ungido do Senhor”! Esse é o verdadeiro problema: a nossa motivação. Creio que vale a pena já no inicio dessa reflexão avaliarmos nossas motivações e intenções, os nossos propósitos e objetivos, pois Deus sabe o que se passa lá no secreto de nossos corações!
Entretanto, há um caminho que deve ser trilhado por todo cristão que genuinamente deseja agradar o seu Senhor, deseja edificar os irmãos e deseja proclamar a salvação aos que ainda não crêem. Esse é o caminho da oração, o caminho da comunhão com Deus, o caminho da alegria no relacionamento com outros cristãos, e, em resumo, é o caminho do amor. Quando trilhamos esse caminho encontramos o poder, o discernimento e a possibilidade de sermos instrumentos úteis nas mãos do Senhor.
A característica mais importante na vida do verdadeiro cristão é o amor visto em Cristo. O amor de Cristo torna o cristão distinto dos outros seres humanos. O amor que o cristão recebe de Deus é o amor que ele deve demonstrar aos outros. E, esse não é o amor humano. Esse é o amor ágape – o amor sacrificial.
Como disse Stott (2001, p.93) a oração expressa um desejo, a oração é o desejo sincero da alma, e, assim, uma das melhores maneiras de descobrir as principais ansiedades e ambições do cristão é analisar o conteúdo e a intensidade das suas orações. Normalmente, só oramos sobre o que nos preocupa, sobre o que nos incomoda e sobre aquilo que mais desejamos.
Nesta oração, que iria ser iniciada no verso 1 deste capítulo três, mas depois foi interrompida, nos versos 2-13, quando Paulo destacou o seu ministério, o apóstolo pediu a Deus para que todos os cristãos, por pertencerem à mesma família, conhecessem plenamente o maravilhoso plano salvífico de Deus e, experimentassem esse verdadeiro amor que se concretizou em Cristo!
Em resumo, nessa oração o pedido do apóstolo é para que:
Todo cristão, fortalecido com poder divino deve conhecer experimentalmente o amor de Cristo.
Neste texto Paulo apresenta cinco objetivos da oração que devemos fazer em favor dos cristãos:
Em primeiro lugar objetiva-se a maneira correta de ser do orante, vs. 3.14-16.
14 Por esse motivo, eu me ajoelho diante do Pai, 15 de quem todas as famílias no céu e na terra recebem o seu verdadeiro nome. 16 E peço a Deus que, da riqueza da sua glória, ele, por meio do seu Espírito, dê a vocês poder para que sejam espiritualmente fortes.
1. A razão de ser da oração: [Por esta causa] Veja que é a mesma expressão que vem do verso 1. Mas, qual seria a essa causa, qual seria a razão de ser da oração? Certamente o pedido de Paulo era para que os efésios e todos os seus leitores, inclusive nós, pudessem entender a obra reconciliadora de Cristo a partir de uma revelação especial. Somente pela iluminação do Espírito Santo é possível entendermos o grande propósito divino em nossa redenção, remissão, predestinação, eleição, selo e habitação do Espírito Santo.
2. A posição do orante: [me ponho de joelhos] Embora a postura do judeu ao orar era colocar-se de pé (conf. Lc 18.11, 13), ajoelhar-se indicava uma sincera e profunda intensidade no pedido feito. Assim como Esdras (Ed 9.5), Jesus (Lc 22.41) e Estevão (At 7.59-60) fizeram demonstrando a intensidade dos seus pedidos, Paulo também se colocou de joelhos demonstrando exteriormente o que ia interiormente em seu coração.
3. A direção da oração: [diante do Pai] A oração que fazemos, devemos fazê-la em nome de Jesus Cristo, mas devemos dirigi-la a Deus, nosso Pai. Essa liberdade de chamar Deus de Pai tinha sido dada por Jesus quando nos ensinou a orar dizendo: [Pai nosso (Mt 6.9).] Essa era uma forma nova de se dirigir a Deus, pois até antes de Jesus o judeu se referia e sentia Deus como um Senhor soberano e transcendente. Essa forma de se dirigir a Deus, Paulo mesmo já tinha usado no inicio do seu hino de louvor e na sua primeira oração em favor dos efésios (1.3 e 1.17).
4. A abrangência do orante: [de quem toma o nome toda família, tanto no céu como sobre a terra.] Paulo em todas as suas orações é um modelo a ser seguido. Normalmente, nós não o encontramos pedindo algo para si, embora tenha dito que tinha orado pela retirada do seu “espinho na carne, mensageiro de Satanás” (2Co 12.7). Ele sempre está interessado em seus irmãos e seus pedidos dirigidos a Deus não referem-se às questões circunstanciais e corriqueiras. Os seus pedidos são feitos para que cada vez mais os cristãos ou as igrejas se aprofundem no conhecimento e no relacionamento com toda a Trindade. Aqui também o seu pedido é em favor de toda a família cristã. Certamente aqui ele inclui os judeus e os gentios (2.18-19), mas não podemos deixar de destacar que a sua abrangência é ainda maior, é completa. Paulo ora referindo-se à igreja triunfante, que já está no céu e, ora em favor da igreja militante, que ainda atua aqui na terra.
5. A base da oração: [para que, segundo a riqueza da sua glória] Paulo, então, ora pela melhor compreensão do propósito de Deus; ora reverentemente, de joelhos; ora a Deus, nosso Pai; ora em favor de todos os seus irmãos; mas faz isso baseado nas riquezas da glória de Deus. Assim como em 1.18, essas palavras riqueza e glória estão juntas, demonstrando que a base, que o fundamento da nossa oração e especificamente dos nossos pedidos é que Deus tem recursos totalmente inesgotáveis e, por isso podemos pedir e, pedir, pois, ele sempre tem algo novo e surpreendente para nos atender (3.20-21).
Em segundo lugar objetiva-se o fortalecimento com poder espiritual – 3.16-17
16 E peço a Deus que, da riqueza da sua glória, ele, por meio do seu Espírito, dê a vocês poder para que sejam espiritualmente fortes. 17 Peço também que, por meio da fé, Cristo viva no coração de vocês. E oro para que vocês tenham raízes e alicerces no amor,
Para esse fortalecimento Paulo pede a ação da Trindade na vida de cada cristão.
1. Esse fortalecimento só ocorre através da ação do Espírito Santo em nosso interior (16);
2. Esse fortalecimento só ocorre através da habitação de Cristo, pela fé, em nosso coração (17a), e,
3. Esse fortalecimento só ocorre através do amor do Pai, pois Deus é amor (17b, conf. 1Jo 4.8).
Paulo pede que essa firmeza ou essa estabilidade tenha apenas um fundamento: o amor. O amor é o solo em que raiz da vida cristã pode se aprofundar. O amor é o alicerce em que a vida cristã pode ser cimentada para daí ser edificada tornando-se em um templo habitado por Deus no Espírito (1.22)
Em terceiro lugar objetiva-se a firmeza no amor de Cristo, vs. 17
E oro para que vocês tenham raízes e alicerces no amor.
Paulo queria que os cristãos se fortalecessem com poder, para poder amar. Por que? Porque essa é a característica distintiva do cristão. Poder para poder amar. E por isso ele pediu também usando duas ilustrações que cada um de nós estivéssemos firmados no amor de Cristo. Agricolamente ele queria que os cristãos estivessem enraizados no amor de Cristo, e, arquitetonicamente ele queria que os cristãos estivessem alicerçados no amor de Cristo. Essa firmeza só seria conseguida com o fortalecimento poderoso produzido pela ação do Espírito Santo no homem interior de cada cristão. Só através do agir do Espírito podemos amar rejeitando qualquer preconceito.
Em quarto lugar objetiva-se a compreensão e o conhecimento do amor de Cristo, vs. 3.18-19
18 para que assim, junto com todo o povo de Deus, vocês possam compreender o amor de Cristo em toda a sua largura, comprimento, altura e profundidade. 19 Sim, embora seja impossível conhecê-lo perfeitamente, peço que vocês venham a conhecê-lo, para que assim Deus encha completamente o ser de vocês com a sua natureza.
1. É importante em primeiro lugar compreendermos a abrangência desse amor – v. 18a. Essa compreensão deve ser pessoal, pois cada cristão foi agraciado pelo amor do Pai. Mas, essa compreensão deve ser coletiva e comunitária, pois, somente [com todos os santos], somente como igreja, como família temos desfrutado desse amor que nos une, nos torna um só em Cristo Jesus. E, é por isso não há mais divisões entre gentios e judeus, mulheres e homens, jovens e idosos e outras diferenças que aqueles que não foram alvo desse amor fazem questão de destacar.
2. Depois de compreendermos coletivamente a abrangência e a extensão desse amor, o pedido de Paulo objetiva conhecermos a realidade total do amor de Cristo – v. 18b. Paulo destaca as dimensões nas quais esse amor deve ser experimentado. Devemos conhecer [qual a largura] desse amor, isto é, esse amor alcança a todos os homens; esse amor abrange a totalidade da humanidade sem qualquer diferença racial, social ou intelectual. Devemos conhecer [qual o comprimento] desse amor, isto é, abrange todos os tempos; esse amor é suficientemente comprido para durar por toda a eternidade, que alcança o nosso passado, presente e alcança também o nosso futuro. Devemos conhecer [qual a altura] desse amor, isto é, por amor Jesus veio dos céus trazendo-nos salvação, e tem totais condições para nos fazer subir às mais altas alturas, à presença de Deus. E, por fim devemos conhecer [qual a profundidade] desse imenso amor, isto é, esse amor “desceu” até o inferno nos libertando de Satanás; ao derrotar Satanás Jesus pode livrar o pecador mais degradado, o principal dos pecadores, como o próprio apóstolo Paulo referiu-se a si mesmo (1Tm 1.15).
3. Paulo pede também que esse conhecimento seja um conhecimento experimental e vivencial – v. 19
Por que ele faz esse pedido? Porque esse amor excede a todo entendimento. A finitude do ser humano não lhe dá condições de conhecer, de compreender a grandiosidade do amor de Cristo. Somente com o Espírito Santo agindo em nosso homem interior (16) conseguiremos visualizar e experimentar tão grande amor. Quando compreendemos e conhecemos experimentalmente esse amor ficamos tomados de toda a plenitude de Deus, ou, como diz Stott (2001, p. 99), ficamos enchidos de toda a plenitude de Deus. Esse verbo encher é usado quatro vezes aqui em Efésios (1.23; 3.19; 4.10 e 5.18) e mais cinco vezes em Colossenses (1.9; 1.25; 2.10; 4.12 e 4.17) e, também é traduzido por transbordar, dar pleno cumprimento, estar aperfeiçoado e cumprir. Em Colossenses Paulo fala que toda a plenitude de Deus habita em Cristo, isto é, Cristo está plenamente cheio de Deus e diante disso podemos entender que tendo Cristo em nós, a esperança da glória (Cl 1.27) é possível a cada um dos cristãos sermos cheios da plenitude de Deus. Isso é maravilhoso!
Em quinto lugar objetiva-se glorificar a Deus pelo seu infinito poder, vs. 20-21
20 E agora, que a glória seja dada a Deus, o qual, por meio do seu poder que age em nós, pode fazer muito mais do que nós pedimos ou até pensamos! 21 Glória a Deus por meio da Igreja e por meio de Cristo Jesus, por todos os tempos e para todo o sempre! Amém!
1. Glorificamos a Deus porque Ele é poderoso – v. 20a. Em seu poder Deus faz infinitamente mais daquilo que pedimos. Em seu poder Deus faz infinitamente mais daquilo que pensamos, isto é, ele ultrapassa qualquer pedido, qualquer pensamento, qualquer que seja a nossa imaginação. Ele é o Deus que age superando qualquer expectativa do ser humano. Quando ele nos responde dentro da esfera do seu poder que é infinito, então a nossa reação só pode ser a de adorá-lo, de glorificá-lo, de exaltá-lo!
2. Glorificamos a Deus porque o Seu poder opera em nós – v. 20b. O poder é de Deus e não nosso, conforme a nossa vontade. Não somos nós que temos as prerrogativas sobre esse poder; não somos nós que dispomos desse poder a nosso bel-prazer. Não! O poder é de Deus e ele se manifesta em nós, o seu poder se manifesta em nossas vidas, conforme o seu querer, segundo a sua vontade, visando em primeiro lugar a sua glória e não somente os nossos benefícios circunstanciais.
3. Glorificamos a Deus porque Ele merece – v.21. Deus merece que a igreja lhe dedique toda a glória, através de Cristo Jesus. Deus merece que a igreja lhe dedique toda a glória, em todas as épocas e, essa atitude de em tudo o que fizermos devemos fazer para a glória de Deus deve passar da nossa geração para as próximas gerações. O legado de glorificarmos continuamente o nosso Deus deve ser transmitido para as futuras gerações.
Conclusão
Qual tem sido a sua prática de oração? Você geralmente ora por si mesmo ou normalmente ora em favor dos seus irmãos?
Você tem conhecido e experimentado este maravilhoso amor de Cristo?
Que Deus te abençoe,

© 2014 Através da Biblia

Nenhum comentário:

Postar um comentário