Levítico 13
Olá amigo, estamos iniciando mais um programa da série "Através da Bíblia". Quero saudá-lo em nome de Jesus. É com grande prazer que mais uma vez estamos juntos para estudarmos a Palavra de Deus. O meu desejo é que o estudo de hoje sirva para a sua edificação e traga, além dos desafios do texto, as mais preciosas bênçãos divinas para a sua vida. Você que tem acompanhado os estudos sabe que logo no início do programa menciono e registro as cartas de cada um de vocês. E, é isso que faço agora, destacando uma carta que vem P. da cidade de Nepomuceno, em Minas Gerais. Essa irmã nos diz o seguinte: "Sou ouvinte da RTM. Tenho o prazer de ser abençoada através dos seus programas. Aqui em Nepomuceno o sinal da RTM é excelente e tem muitos ouvintes. Sou fã do Através da Bíblia, tenho sido poderosamente abençoada e tenho aprendido muito. Continuem sendo bênçãos". Querida amiga, querida irmã, somos gratos por suas palavras. Agradecemos as suas orações em nosso favor e agradecemos a Deus pelo seu interesse em estudar a Palavra. Que Deus te abençoe e que você seja uma bênção entre os seus familiares e amigos nos mais diversos contextos. Agora, quero convidá-la e, a todos que nos sintonizam nesse momento a buscar ao Senhor através da oração: "Pai querido, obrigado pela tua preciosa graça. Diante da tua misericórdia nos enchemos de ousadia e penetramos na tua presença pelo precioso sangue de Cristo para buscar graça nesta ocasião. Pai, te pedimos que a tua companhia seja experimentada por todos nós, nos mais diversos lugares onde estivermos, em todos os momentos. Também te pedimos que nos ilumine nesse momento de estudo. Que a Tua palavra molde o nosso caráter. Oramos em nome de Jesus. Amém!".
Querido amigo hoje em nosso programa temos como alvo terminar as nossas considerações sobre o cap. 13 de Levítico, no texto que abrange os versos 29-59.
Você que nos acompanha sequencialmente sabe que já tratamos dos 1ºs 28 versos desse capítulo onde encontramos 5 divisões que mostraram diversas regulamentações sobre o israelita que apresentava problemas de saúde em sua pele. Tratamos sobre diversas doenças dentre as quais a mais grave é a lepra. Ainda nesta segunda parte do cap.13 vamos tratar ainda mais dessas recomendações e também no próximo programa onde estudaremos o cap.14 trataremos sobre o mesmo assunto.
Você pode entender que é tempo demasiado para tratarmos de um assunto como esse, mas, sabendo que Deus, através do Seu Espírito Santo é quem inspirou Moisés a enfatizar esse assunto, com certeza, podemos nos aquietar, pois a Sabedoria divina é bem maior que a nossa forma mais sábia de pensar, certo?
Pois bem, gostaria também de lembrá-lo que ainda estamos considerando a 3ª parte do livro de Lv que abrange os capítulos 11 a 15 que tem como tema central “As leis sobre a purificação”.
Todo o livro é um manual de santidade e tinha como propósito mostrar a Israel como pode um povo pecador relacionar-se com um Deus santo; como pode uma nação, que embora escolhida, era falha em suas motivações e procedimentos permanecer em comunhão com Deus que é santo.
Ora diante dessa perspectiva geral é que podemos entender os detalhes das regulamentações, das orientações que Deus dava a Israel através de Moisés. E é bom lembrarmos também que todo o conteúdo deste livro o Senhor Deus dera a Moisés quando ele estava na sua presença no Monte Sinai. E eu enfatizo e destaco esse fato para lembrar-nos que todas essas leis e orientações eram novidades também para Moisés. Mas, ele, como um servo obediente anotou tudo e obedientemente fez como o Senhor ordenara! Sabendo que Deus é soberano e conhecedor do passado, presente e futuro Moisés não questionou, apenas anotou e fez acontecer como o Senhor ordenara. Portanto, nossa tarefa é estudarmos e entendermos essas determinações procurando a bênção de Deus para podermos extrair destes versos lições aplicáveis aos nossos dias e as nossas vidas.
Vamos então ao texto de hoje... Aqui também dos versos 29-59 temos cinco parágrafos que devemos considerar separadamente para usufruirmos do seu conteúdo.
Em 1º lugar, nos vs. 29-37, encontramos as determinações para os casos de sarna. O estado de saúde descrito aqui nestes versos pode significar sarna, mas pode ser entendido também como escabiose ou então psoríase. Era uma afecção da pele que causava coceiras e podia se espalhar por todo o corpo causando um grande incomodo. No caso dos homens podia espalhar-se pela barba e cabelos a tal ponto que se penetrasse abaixo da epiderme era, depois de examinada pelo sacerdote, considerada como tinha, uma maneira com que algumas versões bíblicas traduziram o hebraico e identificavam essa doença. Se, entretanto o sacerdote examinasse e constatasse que a doença não atingira a camada subcutânea do infectado, ele poderia ser declarado limpo depois de passar sete dias em quarentena. Se o sacerdote percebesse que a doença não evoluíra e se espalhara o homem deveria rapar os cabelos e ficar mais sete dias de quarentena. Se a sarna tivesse se espalhado pelo corpo do doente ele seria considerado impuro, mas se não tivesse se espalhado, depois de disinfetar as roupas ele seria considerado puro.
Em 2º lugar, nos vs. 38-39, encontramos as determinações para os casos de eczema. A doença aqui destacada pode ser eczema ou impigem ou ainda acne, que na verdade são dermatoses, diversos manifestações das doenças de pele. O sintoma apresentado, a percepção de um caso como esse se dava através do aparecimento de manchas brancas na pele. Se fossem manchas brancas e sem brilho era diagnosticada como eczema ou impigem branca que brotou na pele e por não ser contagiosa o sacerdote declarava o seu portado limpo, estando livre para viver em comunidade e participar da vida religiosa normal.
Em 3º lugar, nos vs. 40-44, encontramos as determinações para os casos de calvície. A calvície comum não era um estado que inspirava maiores cuidados, como ainda hoje, a não ser em relação a estética. Portanto, o seu portador não era considerado imundo. Porém uma suspeita poderia surgir se uma doença mais grave fosse detectada. Se fosse observada uma ferida avermelhada na parte calva, em qualquer lugar da cabeça então o sacerdote, depois de examinar o doente deveria declará-lo impuro.
Em 4º lugar, nos vs. 45-46, encontramos as determinações para o doente se identificar e o local onde deveria morar. Querido amigo veja que os cuidados eram extremos e todos eles visavam, como já dissemos anteriormente, não apenas a saúde da coletividade, não apenas a saúde do portador da doença, mas visavam sobretudo incutir nas mentes dos israelitas que a vida de adoração a Deus, que a vida de serviço a Deus deveria ser padronizada por uma vida de pureza e santidade, física e espiritual. Na verdade a santidade, a pureza física deveria ser o reflexo de uma santidade e pureza interior, consciente.
O israelita consciente, criterioso, que amava a Deus de todo coração, força, e entendimento queria oferecer a Deus sempre o melhor. Por isso eram aceitas pelo indivíduo e pela coletividade essas regulamentações que a nós parecem sem sentido e impiedosas.
Nestes versos 45-46 temos mais alguns detalhes que devem ser bem entendidos: 1)O leproso deveria usar roupas rasgadas; 2)O leproso deveria andar descabelado; 3)O leproso deveria usar um lenço tapando a parte inferior do rosto; 4)O leproso deveria gritar, anunciando-se: Imundo, imundo; e, 5)O leproso deveria viver fora do arraial, certamente, na companhia de outros leprosos. Na verdade, essa aparência desgrenhada do doente servia de alerta para que outras pessoas se mantivessem à distancia, sem o risco de serem contaminadas. Os cabelos despenteados, as vestes rasgadas e o rosto coberto eram sinais de luto, cf. vermos no cap.10.6, simbolizando que o portador da doença permanecia em luto perpétuo e simbolizavam também o quão horrível era o pecado.
Você não sente que essas regulamentações parecem duras e frias? Por que tratar de maneira tão insensível o portador de uma doença tão grave? Não é essa a pergunta que fazemos ao lermos um texto como esse?
Pois bem, pode parecer um tratamento injusto. Os que viviam fora do arraial, com certeza, enfrentavam várias dificuldades porque ficavam totalmente isolados da comunidade. Na verdade sua subsistência era difícil por não terem sempre à disposição tudo o que precisavam. As suas famílias é que forneciam a alimentação e as roupas, deixando-as em lugares determinados.
Embora os israelitas vissem nessas regulamentações dureza, eles também entendiam a necessidade dessa norma para que a habitação de Deus não fosse contaminada, conforme lemos em Nm 5.1-4 que diz entre outras ordens as seguintes palavras: “Disse o Senhor a Moisés: ordena aos filhos de Israel que lancem para fora do arraial todo leproso... tanto homem como mulher os lançareis; para fora do arraial, para que não contaminem o arraial, no meio do qual eu habito. Os filhos de Israel fizeram assim... como o Senhor falara a Moisés...”.
O aspecto positivo dessas exigências é que serviam para proteger a pessoa imunda, mantendo as coisas sagradas distantes deles para que nenhum deles morresse se porventura tocassem nelas, cf. 10.1-7; 2Sm 6.1-11. Essas regras protegiam também o restante do arraial, pondo a enfermidade em quarentena e evitando a disseminação. E, tal procedimento era seguido rigorosamente que até Miriã, irmã de Moisés e de Arão também ficou isolada quando teve lepra, cf.Nm 12.10-15.
Querido amigo, será que temos aplicações que afetam a nossa vida? Certamente!
Em nossa relação com Deus não é possível vivermos sem santidade e pureza interior. Jesus disse no Sermão do Monte: “Bem-aventurados os limpos de coração, porque verão a Deus” Mt 5.8. O pecado é abominável diante de Deus. Somente uma vida pura e santa é aceitável ao Senhor. Afinal, foi essa idéia que Paulo expressou em 1Ts 4.3 e 7: “Pois esta é a vontade de Deus: a vossa santificação...porquanto Deus não nos chamou para a impureza, e sim para a santificação”. Querido amigo, você tem se apresentado santo e limpo diante do Senhor? Como vai sua vida interior? Nada que possamos fazer exteriormente, receberá a aprovação do Senhor se em nosso interior a motivação e o desejo não for honrar e adorar o Deus santo que Ele é.
Em 5º lugar, nos vs. 47-59, encontramos as determinações para os casos de mofo ou fungos. Nesta parte final do capítulo encontramos e conseguimos perceber como a impureza devia ser completamente eliminada do meio de Israel.
O que se pretendia aqui era eliminar uma das causas mais comuns da contaminação. O contágio das doenças da pele muito provavelmente se dava, entre outros meios, através das vestes ou qualquer outro tecido que poderia ser manipulado por diversas pessoas.
Provavelmente você deve estar estranhando essa denominação que vemos no v.47: “Quando também em alguma veste houver praga de lepra...”. Em nossos dias não conhecemos essa expressão, mas, ela era comum nos tempos antigos e os gregos usavam a palavra lepros para descrever os couros com textura áspera que eram utilizados para a fabricação das melhores correias e rédeas. E sendo que, muitas vestes eram feitas com tecidos de origem animal, certamente havia a possibilidade destas vestes serem deformadas por agentes físicos, por pequenas bactérias que poderiam se desenvolver, contaminando assim as roupas e desfigurando a forma das mesmas. Mas, além disso, muitas vestes eram feitas de tecidos com origem vegetal que também estavam propensas a essas mesmas bactérias que poderiam se desenvolver nas próprias vestes.
Por serem os mofos, o desenvolvimento dos fungos em materiais com origem animal e vegetal mortos, certamente eram condutores e transmissores de doenças contagiosas, vindo daí a razão dessas regulamentações. Assim como o crescimento fungoso afetava o artigo, a peça do vestuário inteira em uma comparação simbólica o pecado surgido em uma área da vida humana, certamente afetava a toda a natureza humana e por isso até uma peça do vestuário deveria ser examinada pelos sacerdotes.
Cf. o verso 50 o sacerdote deveria examinar a peça do vestuário e, tendo suspeita sobre o mesmo deveria isolar esse objeto afetado por sete dias. Era a quarentena para os objetos assim como ocorria a quarentena para as pessoas. Se depois de uma semana o objeto fosse reexaminado e constatado que o fungo tinha se espalhado, aquele objeto seria declarado imundo e seria queimado. Se, ao invés, cf. o v.54, o sacerdote percebesse que o fungo não tinha se espalhado, aquela peça deveria ser lavada e isolada por mais sete dias. No final desse período seria mais uma vez examinada e, se fosse constatada a presença do fungo, mesmo que não tivesse se espalhado pela peça, também seria declarada imunda e seria queimada.
Cf. os vs. 56-58 ainda, depois de um novo exame duas medidas poderiam ser tomadas: se a praga ainda aparecesse na veste, a peça de roupa seria queimada ou então, se a mancha tivesse se tornado mais clara, mais opaca, a peça de roupa poderia ser aproveitada, rasgando-se a parte onde havia a mancha, desde que fosse novamente lavada para então ser declarada limpa.
E, o verso 59 encerra essas regulamentações, resumindo e recapitulando o tema de todo o capítulo mostrando a necessidade de se fazer a separação coisas limpas e imundas.
Querido amigo neste capítulo encontramos e conseguimos perceber como a impureza devia ser completamente eliminada do meio de Israel e como a santidade e a purificação eram importantes na celebração do culto a Deus. O culto era caracterizado por uma ênfase na santidade que tinha reflexos na vida prática, na vida ética e na vida espiritual do israelita. A santidade de vida, demonstrada no exterior deveria ser reflexo da vida interior e era tão importante tanto na obediência às regulamentações sobre os animais limpos e impuros, quanto na obediência das regulamentações sobre as vestes, quanto na obediência às regulamentações para os sacrifícios dedicados a Deus. A santidade deveria ser expressa através de uma personalidade íntegra que mantivesse o seu relacionamento com Deus baseado na obediência e na fé
Os israelitas tinham que entender, tinham que se conscientizar que essa triste doença era desencadeada através de um processo paulatino que ia se alastrando sobre a pessoa ou sobre os objetos, tornando a pessoa completamente suscetível aos seus dolorosos efeitos. A maneira dos antigos se referirem aos doentes, aos leprosos demonstrava a dureza da condição do contaminado: falava-se do leproso como alguém que já nascia morto, cf. estudaremos em Nm 12.12 e, falava-se da cura do leproso como devolver-lhe a vida, cf. 2Rs 5.7. Embora na antiguidade não se conhecesse a maneira como a lepra e essas outras doenças contagiavam os outros, o conceito de que a impureza acontecia pelo contato físico servia para excluir todo que manifestasse seus sintomas de toda e qualquer participação na vida coletiva de Israel.
E, assim, por considerar-se essas doenças, comumente chamadas de lepra, como impureza e não só como enfermidade, e por ter de apresentar-se o leproso ao sacerdote para a purificação, sem dúvida, podemos afirmar que o simbolismo do pecado estava presente. O pecado reside no ser humano e pode contaminá-lo totalmente. O paralelismo é evidente e, Deus queria que tanto os israelitas como nós entendêssemos os efeitos do pecado sobre as nossas vidas, assim como esta doença causava todos esses efeitos na vida do seu portador.
A santidade deve ser expressa de duas maneiras claras: 1)negativamente, no evitar tudo o que possa provocar a contaminação; e 2)positivamente, no estabelecer e desenvolver uma vida de íntima comunhão com Deus.
Certamente, Deus queria mostrar que a não ser que essas duas maneiras da santidade estivessem sendo observadas, os israelitas não poderiam esperar que Ele habitasse no meio deles, pois a Sua presença era incompatível com a impureza de qualquer tipo e, por outro lado a Sua presença demonstrava o Seu desejo de comunhão com o Seu povo.
Querido amigo, esta é então a hora de avaliarmos as nossas vidas. É hora de pedirmos a Deus: “Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração, prova-me e conhece os meus pensamentos; vê se há em mim algum caminho mau e guia-me pelo caminho eterno” cf. Sl 139.23-24, mas é a hora também expressar com sinceridade o nosso desejo: “Que as palavras dos meus lábios e o meditar do meu coração sejam agradáveis na tua presença, Senhor, rocha minha e redentor meu!” Sl 19.14.
Mesmo que você perceba que não tem andado corretamente em santificação, Isaías mostra que não há razão para desespero, pois ele diz: "Vinde, pois, e arrazoemos, diz o Senhor; ainda que os vossos pecados sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que sejam vermelhos como carmesim, se tornarão como a lã” Is 1.18.
Bom, terminamos mais um tempo de estudos.
Aproveite essas lições e acerte-se com Deus!
Depois, escreva-nos, por carta ou e-mail compartilhando como Deus falou ao seu coração.
Um abraço.
quinta-feira, 31 de julho de 2014
Através da bíblia - Levítico 13B
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