quinta-feira, 31 de julho de 2014

Através da Bíblia - Êxodo 26

Êxodo 26
Olá amigo, estamos iniciando mais um programa da série "Através da Bíblia". É com grande prazer que mais uma vez entramos em contato com você com o objetivo de estudarmos juntos a Palavra de Deus. Nosso desejo é que o estudo de hoje sirva para a sua edificação e traga bênçãos divinas para a sua vida. Você que nos acompanha sabe que temos uma tarefa especial logo ao iniciarmos o nosso programa. Mencionar e registrar as cartas que recebemos de cada um de vocês. E, é isso que faremos agora, destacando uma carta que vem da cidade de Francisco de Assis, no estado de São Paulo. Esse irmão nos diz o seguinte: "Como é maravilhoso poder estar ouvindo este programa tão sensato. Sempre quis estudar a Bíblia, mas não sabia como começar. Tenho notado com o que tenho ouvido no programa o quanto é simples entender a Bíblia. Minha fome pela Palavra de Deus se tornou insaciável. Que Deus abençoe o Através da Bíblia". Querido amigo somos gratos por suas palavras. Agradecemos a Deus pelo seu interesse em perseverar no estudo da Palavra. Que Deus te abençoe e que você seja uma bênção entre os seus familiares e em outros contextos. Agora, quero convidar a todos que nos sintonizam nesse momento a buscar ao Senhor através da oração: "Pai querido, obrigado por tua preciosa graça. Diante da tua misericórdia e pelo precioso sangue de Cristo buscamos tua bênção nesta ocasião. Pai te pedimos que a tua companhia seja experimentada por todos nós, nos mais diversos lugares onde estivermos. Em casa, no trabalho, no trânsito, nas ruas, nas estradas, enfim, Senhor, que experimentemos a realidade da tua presença conosco em todos os momentos. Também te pedimos que nos ilumine nesse momento de estudo. Que a Tua palavra molde o nosso caráter. Oramos em nome de Jesus. Amém!".
Querido amigo, hoje vamos estudar os 37 versos do cap. 26 do livro. Você que tem nos acompanhado na seqüência sabe que estamos na 3ª parte do livro do Êxodo, que fala sobre o tabernáculo e a sua formação.
Para entendermos bem sobre o tabernáculo devemos observar que depois de pronto ele era uma estrutura portátil com 13m, 72cm de comprimento, 4m, 57cm de largura, e 4m, 57cm de altura, formado por uma armação de tábuas postas de pé em 3 de seus 4 lados, enquanto que na parte da frente, havia colunas, e era coberto com uma cobertura de tecido e de peles. Essa estrutura aparentemente frágil era de grande importância, pois representava a presença de Deus em meio ao seu povo, e, detalhadamente, eram esses os seus 4 aspectos principais:
O 1º aspecto referia-se a estrutura que era composta de 3 partes: o átrio externo, o Santo lugar e O Santo dos Santos.
O 2º aspecto referia-se aos 7 utensílios: a arca, o propiciatório, a mesa, o candelabro (todos eles já estudados no programa passado), mas também: o altar do holocausto, a bacia de bronze, e o altar do incenso. Além desses utensílios haviam as cortinas, a coberta de peles, as tábuas, o véu, o reposteiro e as colunas; e ainda o átrio, o azeite para o candelabro, e o óleo da unção.
O 3º aspecto principal do tabernáculo referia-se ao sacerdócio, isto é, os que foram designados por Deus para isso mas também às vestes sacerdotais, a estola, o peitoral, a coroa sagrada, as túnicas e as roupas íntimas, como veremos no cap.28.
E, por fim, o 4º aspecto principal do tabernáculo referia-se as ofertas dadas para a cerimônia de consagração, que estudaremos no cap.29.
Agora, para entendermos bem o relato, a narrativa deste livro, temos que nos lembrar que esta 3ª parte do livro de Êxodo inclui os capítulos 25-40, e esses capítulos podem também ser divididos em 3 partes: Em 1º lugar: O tabernáculo planejado, cps. 25-31 onde o seu modelo foi passado a Moisés durante os seus 40 dias no monte. Em 2º lugar: O tabernáculo adiado, cps 32-34 em razão do episódio do bezerro de ouro que mostrou a necessidade de se adiar a construção do tabernáculo diante da idolatria do povo. E, em 3º lugar: O tabernáculo completado, cps 35-40 quando finalmente ele foi erguido, exatamente 1 ano depois do êxodo, e a glória da presença divina desceu sobre ele.
Bom, como você deve perceber, hoje vamos estudar o cap.26 que está inserido nesta seção que chamamos de O tabernáculo planejado, onde seu o modelo foi passado para Moisés para que tudo fosse feito exatamente igual aos desenhos que Deus mostrava, pois cada um dos detalhes da estrutura do tabernáculo, dos móveis e dos utensílios tinha um significado espiritual e sinalizavam a futura e gloriosa redenção que hoje temos em Jesus Cristo. Por isso mesmo, temos aqui no livro 4 advertências a Moisés que fizesse tudo de acordo o modelo mostrado, cf. Ex 25.9; 25.40; 26.30; 27.8.
Mas, querido amigo, é importante lembrar também que os israelitas estavam vivendo no deserto, e estavam a caminho para a terra prometida. Portanto, era necessário que o tabernáculo fosse uma construção bem simples e de fácil manejo. Teria que ser um santuário com uma estrutura fácil de ser desmontada, erguida e carregada, quando eles se deslocassem pelo deserto. O conjunto então, era formado de tábuas, cortinas e dos utensílios. Era dividido em 2 cômodos: o menor, que era um quadrado perfeito era o santo dos santos, ou lugar santíssimo e o outro cômodo era o lugar santo, separados um do outro pelo véu, que muito tempo mais tarde seria rasgado de alto abaixo, quando da crucificação do Senhor Jesus. Os sacerdotes ministravam todos os dias no lugar santo ou santo lugar e apenas uma vez ao ano, o sumo sacerdote poderia ministrar no santo dos santos, depois de cumprir uma série de requisitos de purificação, cf. Hb.9.6-7.
Depois de todos esses esclarecimentos vamos agora ao capítulo 26, que demonstra como seria a estrutura do tabernáculo.
Na 1ª divisão do capítulo, do v.1 ao v.14, encontramos a orientação para a confecção das cortinas, que serviriam como cobertura, como teto do tabernáculo. Haveria cortinas de linho retorcido, 10 cortinas ao todo, com querubins bordados. Essa era a 1ª cobertura, eram dois conjuntos de cinco cortinas, todas de linho fino e vinculadas entre si com laçadas de tecido azul e colchetes de ouro. Essa cortina era esticada sobre a estrutura do tabernáculo formando um teto reto e terminavam a um pouco mais de meio metro acima do chão, de cada lado do tabernáculo. A 2ª camada da cobertura que servia como proteção das 1ªs cortinas, consistia de cortinas de pelos de cabras, tecidos, sendo que um dos jogos tinha 5 cortinas e o outro tinha 6 cortinas reunidas da mesma maneira que as cortinas de linho. Os colchetes eram de cobre em lugar dos colchetes de ouro. Eram maiores que as 1ªs cortinas e as ultrapassariam sendo que protegeriam as tábuas até o chão. A cortina extra, a 11ª seria dobrada na parte dianteira da tenda, formando uma espécie de anteparo, enquanto a outra metade formava uma cobertura extra na extremidade posterior. Com o propósito de serem protegidas essas duas coberturas internas, mais duas coberturas seriam feitas, uma feita de peles de carneiros tingidas de vermelho, cf. v.14 e outra de peles de animais marinhos, cf. 35.23. Essas duas ultimas coberturas eram uma espécie de toldos que protegiam as coberturas interiores e que certamente por serem mais resistentes facilitariam o transporte quando se deslocassem.
Na 2ª divisão desse capítulo, do v. 15 ao verso 30 encontramos referências sobre a confecção das tábuas que seriam usadas como as paredes do tabernáculo. Essas tábuas seriam colocadas verticalmente, cf. v.15 e formariam a estrutura sobre a qual as cortinas e as duas coberturas seriam colocadas. Ao todo seriam confeccionadas 48 tábuas e 15 travessas de acácia recobertas de ouro, assim como de ouro também seriam as argolas. As tábuas seriam colocadas 20 de cada lado formando as laterais, na parte do fundo seriam colocadas mais 6 tábuas ficando as 2 restantes para os cantos e ficariam estáveis porque teriam encaixes, travados uns nos outros e também teriam bases feitas de prata colocadas no chão.
Muito bem, chegamos agora a 3ª divisão do capítulo, que abrange os versos 31 a 37. Nesses versos encontramos as instruções para a confecção do véu, do reposteiro e das colunas, completando assim toda a obra do tabernáculo.
O véu interior, também conhecido como véu de cobrir, deveria ser confeccionado com querubins estampados, isto é, bordados. O seu objetivo era fazer separação entre o Lugar Santo e o Lugar Santíssimo, entre o Santo lugar e o Santo dos Santos, onde ficariam somente 2 utensílios: a arca do Testemunho e a sua tampa, que não era apenas uma tampa, como já mencionamos, mas era o propiciatório, o lugar do trono de Deus, entre os querubins. Jesus sendo a nossa propiciação, cf. Rm 3.25, foi quem quebrou o aguilhão da morte, o pecado, cumprindo toda a lei, que estava dentro da arca. Como uma tampa Ele cobriu a Lei, cumpriu-a plenamente livrando-nos das suas ordenanças e mandamentos.
No Santo lugar ficavam 3 utensílios: o altar de incenso, o candelabro e a mesa com os pães da proposição e na parte de fora, no átrio ficavam mais 2 utensílios: a bacia de bronze e o altar do holocausto. Querido amigo, você percebeu quantos utensílios havia no tabernáculo? Somando-se todos os utensílios temos um total de 7, o número da perfeição indicando a maneira pela qual se poderia aproximar de Deus: em perfeição, isto é, em completa santidade!
Conforme Josefo, um historiador judeu dos tempos do Novo Testamento, o véu tinha provavelmente 10 cm de espessura e era trocado a cada ano. Era tão bem tecido e tão forte que dois cavalos, amarrados nas suas extremidades não conseguiriam parti-lo, não conseguiriam dividi-lo. O objetivo desse espesso véu era impossibilitar a quem ministrasse no Lugar Santo entrar no Santo dos Santos, o que aconteceria apenas 1 vez ao ano, através do Sumo sacerdote, em determinado dia, conforme estudaremos posteriormente em Levítico. Mas, querido amigo, a grande bênção é que mesmo com todas essas restrições e obstáculos para se penetrar no Santo dos Santos, na presença de Deus quando veio a plenitude dos tempos, cf. Gl 4.4 tudo mudou. Quando o Senhor Jesus morreu, esse espesso véu foi rasgado de cima para baixo, cf.Mt 27.51 e Mc 15.38 indicando que o próprio Deus eliminava as barreiras que impediam o acesso à Sua santa presença. O autor de Hebreus nos diz em 10.19-22 que temos livre acesso a Deus pelo sangue de Jesus, pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou pelo véu, isto é pela sua carne. Sim, querido amigo, pelo sacrifício amoroso do Senhor Jesus podemos entrar na presença de Deus a qualquer hora, a qualquer instante.
Cf. o v.36 e 37, o reposteiro, era um outro véu. Ele que ficava no exterior, era uma cortina que funcionava como uma porta de entrada da tenda, isto é, do santo lugar. Esse véu seria confeccionado de estofo, isto é, uma cortina de linho fino trançado de fios de tecidos azul, roxo, ou púrpura e vermelho, ou carmesim, com o detalhe de que deveria ser confeccionada por um bordador. Nessa cortina, diferente do véu mais espesso não teria o desenho dos querubins. Para essa cortina, para esse véu de entrada da tenda, deveriam ser confeccionadas cinco colunas de madeira de acácia recobertas de ouro, com os colchetes ou suas argolas também de ouro, porém as bases dessas cinco colunas seriam de bronze e não mais de ouro ou prata como nos casos anteriores. Por que essa diferença de material? Havia um razão. Dentro do tabernáculo o ouro era o metal utilizado, enquanto que na parte exterior era o bronze o metal utilizado. Os móveis ou os utensílios que ficavam mais perto do lugar da habitação de Deus, isto é, mais próximos do propiciatório eram feitos ou revestidos de ouro, enquanto que os mais distantes eram revestidos de prata e ainda mais, os que ficavam no exterior eram revestidos de bronze. Significando esses detalhes que a aproximação a Deus deveria ser feita com os melhores e mais preciosos materiais.
Querido amigo, quanta simbologia temos em todos esses elementos. Não fazendo alegorias, mas percebendo os sinais que apontavam para o futuro, podemos ver nas tábuas de madeira revestidas de ouro um símbolo da natureza singular de Jesus Cristo. O ouro simbolizava a sua divindade e a madeira simbolizava a sua humanidade. O branco do linho das cortinas simbolizava a santidade, a pureza e a perfeição de Cristo; o azul simbolizava a sua origem divina, a sua procedência celeste e o vermelho, logicamente simbolizava o seu sangue derramado por nós. Em cada detalhe desses diversos materiais e utensílios encontramos mensagens simbólicas que apontavam para o futuro, para a pessoa do Senhor Jesus. Quanto mais lermos a Bíblia e a estudarmos com profundidade veremos mais as maravilhas dos tesouros de Deus, da sua Palavra. Sem exageros ou sem dar significação espiritual para aquilo que não é espiritual, podemos ver como a história do ser humano está repleta de manifestações divinas, as mais diversas como essas que estamos observando nesses estudos. Mas, essa percepção só acontecerá se tivermos um olhar espiritual. Nunca devemos esquecer de que só o Espírito Santo de Deus simbolizado aqui no tabernáculo pela luz do candelabro e pelo óleo pode nos iluminar e nos capacitar para vermos as verdades da Palavra de Deus. É ele que nos revela toda a verdade divina. Quando a Bíblia diz que o homem natural não conhece as coisas de Deus, é que o homem natural, isto é, o homem não cristão não tem o Espírito Santo de Deus. Porém, nós cristãos também o perigo de vivermos de tal maneira que o Espírito Santo fique entristecido dentro do nosso coração. E, então esse tipo de vida certamente nos impossibilita de ter a revelação clara da mensagem da Palavra de Deus. É preciso, pois que haja arrependimento sincero para que o coração seja transformado, purificado afim de que possa contemplar a beleza da sabedoria, dos planos eternos e da santidade de Deus. Você se lembra que Jesus disse que só os puros de coração verão a Deus? Minha oração é que você, dando liberdade ao Espírito Santo em sua vida possa contemplar as riquezas da sabedoria e do conhecimento de Deus.
Querido amigo, considerando todas essas peças e todos os detalhes que vimos neste capítulo e ainda veremos nos capítulos posteriores, creio que vale a pena perguntar por que Deus quis que fosse construído o tabernáculo? Era necessário o tabernáculo? Você saberia dizer qual foi a razão da construção desse santuário? Deixe-me responder, com base em 25.8. Deus queria habitar em meio ao seu povo. Na verdade, nem Ele, nem a adoração precisariam dessa construção, mas o tabernáculo, todos os seus utensílios e os detalhes até das cores tornava visível aos israelitas a presença gloriosa de Deus no meio deles. Mas, certamente o tabernáculo também foi construído como um sinal para as futuras gerações como um anúncio da redenção maravilhosa que viria posteriormente na pessoa de Jesus Cristo, o próprio Deus encarnado. Mil e 400 ou mil e 500 mais tarde Deus desceu e habitou não mais numa casa de madeira e ouro. Ele veio e por 33 anos habitou entre nós, numa casa de carne e sangue, no corpo gerado pelo Espírito Santo, quando o “verbo se fez carne e habitou entre nós”, cf. Jo 1.14.
Muitos têm visto o estudo do tabernáculo como algo sem importância para os dias de hoje. Consideram que ele era apenas uma antiguidade judaica, sem voz, sem significado para nós. Mas, por outro lado, muitos outros cristãos sérios encontram no seu estudo símbolos maravilhosos que apontavam para a vinda do Senhor Jesus Cristo e diante disso se sentem motivados a agradecerem ainda mais a Deus pela misericordiosa salvação que temos em Jesus Cristo, planejada e estabelecida desde a eternidade..
Bom, querido amigo, chegamos ao final de mais um tempo de estudo da Palavra viva de Deus. Espero que você seja um dos que vêm valor no estudo de todo o conteúdo bíblico, tanto do NT como do AT. Afinal, é bom estudar a Bíblia, não é mesmo? No próximo programa estudaremos o cap.27 do Êxodo, onde encontraremos as orientações para a confecção do altar de incenso, do átrio do tabernáculo e do azeite para o candelabro.
Bem, obrigado por sua companhia. Obrigado Deus pelas revelações e lições que pudemos aprender no dia de hoje. Capacita-nos pelo teu Espírito a te obedecer.
Querido amigo, dentro de alguns segundos daremos o nosso endereço. Anote-o, escreva para nós ou nos envie um e-mail. Teremos satisfação de registrar a sua correspondência.
Até o próximo programa, que Deus te abençoe.

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