Através da Bíblia - Tiago 2.14-17

Tiago 2.14-17
Olá amigo, estamos iniciando mais um programa da série "Através da Bíblia" com nossos corações cheios de alegria, aquela alegria que só o Senhor Deus nos dá. Alegramo-nos porque o nosso projeto de estudarmos a Bíblia toda segue com segurança e estamos estudando novamente mais um trecho importante do Novo Testamento, especificamente o capítulo dois da carta de Tiago. Hoje estudaremos Tg 2.14-17, um texto que nos faz refletir sobre a importância da fé pratica. Agradecemos a Deus e nos alegramos também pelas correspondências que têm chegado até nós dando-nos o retorno e testemunhando sobre o valor do nosso programa. Somos gratos pelo privilégio de podemos a cada dia compartilharmos a Palavra de Deus com você. Hoje eu registro o e-mail que o Alcimar nos enviou de Curitiba, estado do Paraná. Foi essa a sua mensagem:1008“Olá Pastor, o assunto é sobre o Ministério a ser seguido, programa exibido no dia 25/05/10 as 12:30, através da emissora 92.30FM - Curitiba/PR. Acredito eu, pastor ter sido chamado por DEUS para exercer um ministério, o problema é que a minha experiência divina começou a pouco tempo, digo isso porque não era uma pessoa firme com JESUS. No mês de dezembro/09 eu e a minha família fomos surpreendidos com uma situação grave, de enfermidade. Acabei ficando sem saber o que fazer no primeiro momento, mas logo busquei a DEUS, e o SENHOR atendeu minhas orações (UM MILAGRE). E o mais interessante é que antes de tudo isso acontecer, a programação da BBN em seus ministérios vinham chamando a minha atenção para DEUS. Me tornei fiel ao SENHOR, falo com JESUS nas minhas orações prestando obediência, devoção, adoração e agradecimento. Escutei o final do seu programa falando sobre buscar o ministério para exercê-lo em devoção a DEUS e fiquei interessado. Eu já levo a palavra do SENHOR para as pessoas que conheço.Gostaria de assumir compromisso com DEUS em nome de JESUS.” Alcimar C. Arruda – Curitiba – PR – email Querido amigo obrigado por seu interesse em nosso programa e mais uma vez, parabéns por sua sensibilidade à voz do Senhor. Como lhe respondi pelo e-mail quando sentimos que Deus quer algo mais específico de cada um de nós, conforme minha opinião devemos considerar três aspectos: 1) O desejo pessoal de servir o Senhor; 2) A convicção de que o chamado é de Deus; e 3) Obter o apoio e a recomendação da comunidade. Esses tres aspectos são básicos, e junto com preparo numa faculdade teológica certamente nos tornamos instrumentos úteis nas mãos do Senhor. Que Deus te abençoe nesse seu projeto de vida. Mas, Alcimar, sobretudo coloque os seus sentimentos, suas convicções, seus propósitos e motivações diante do Senhor através da oração. Através da oração podemos falar com Deus e abrir-nos revelando-lhe tudo o que vai em nosso ser interior. E, por falar em oração, chegamos ao momentos em que quero convidar você especificamente, e todos vocês que estão me ouvindo agora para buscarmos a presença de Deus numa palavra de oração. Vamos orar pedindo a direção de Deus para esses momentos em que passaremos juntos estudando a sua Palavra. Vamos orar pedindo as bênçãos divinas para esse projeto e para as nossas vidas: "Pai querido, chegamos à tua presença agradecidos porque a tua misericórdia dura para sempre. Agradecidos porque a tua misericórdia se renova constantemente sobre as nossas vidas e o Senhor apaga de nós as nossas transgressões. Senhor, conforme a tua vontade, atende a necessidade de cada um de nós que te buscamos nessa hora. De maneira específica eu intercedo em favor do Alcimar, lá de Curitiba, esse filho que tu tens despertado para te servir. Oriente-o e dirija os seus passos para cumprir o teu querer. Assim também pedimos para cada um de nós que te buscamos nessa hora. Senhor, conceda-nos também a iluminação do teu Santo Espírito para essa hora de estudo. Nós oramos, em nome de Jesus, Amém!".
Querido amigo hoje o nosso alvo é estudarmos o texto de Tiago 2.14-17. Sendo este o segundo parágrafo do capítulo dois, encontramos nesse texto um dos temas mais importantes para o desenvolvimento da vida cristã. Neste texto começamos a estudar o relacionamento que deve existir entre fé e obras. Como é que somos salvos? Como é que provamos que somos salvos? Essas e outras questões são pertinentes à todo cristão que deseja viver de modo agradável a Deus.
Quando se trata de vivermos agradavelmente a Deus, quando se trata da saúde espiritual que devemos desenvolver e ao tratarmos do estudo da palavra de Deus, precisamos ter cuidado para não exagerar uma verdade ao ponto de contradizer outra. Estudo desequilibrado traz prejuízos espirituais. Vamos considerar alguns exemplos.
A Bíblia claramente mostra que a salvação vem pela graça de Deus: Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie (Efésios 2:8-9). Obtemos o perdão dos nossos pecados ...segundo a riqueza da sua graça, que Deus derramou abundantemente sobre nós... (Efésios 1:7-8). Infelizmente, muitos enfatizam esta verdade ao ponto de excluir a obediência do homem, negando o ensinamento do evangelho sobre a necessidade do arrependimento e da fé para remissão dos pecados (conf. Mc 1.15). Na época da Reforma Protestante, Martinho Lutero corretamente criticou a ênfase demasiada nas obras que buscavam mérito diante de Deus, criticando também a venda das indulgências, etc. Mas ele exagerou tanto na verdade da salvação pela graça que enfrentou um problema insolúvel quando encarou esta carta de Tiago, que nos ensina que a fé sem obras é morta e inútil. Lutero foi a máximo de chamar esta carta uma “epístola de palha” e disse que não era da qualidade das Escrituras. Uma verdade exagerada leva ao ponto de rejeitar um livro da Bíblia! Entretanto, temos que reconhecer que posterior ele não manteve essa idéia.
Mas, há perigos no outro lado da mesma questão. Algumas pessoas entendem que o batismo é necessário para a salvação, mas exageram nesta afirmação ao ponto de negarem os pré-requisitos dados por Deus. É necessário crer (Marcos 16:16) e se arrepender (Atos 2:38) antes de ser batizado. As igrejas que praticam o batismo de recém-nascidos elevam o batismo acima da fé e do arrependimento, batizando crianças ainda incapazes de tomar suas próprias decisões.
Considere mais um exemplo de exageros em relação à salvação. Paulo ensina que a graça de Deus é muito maior do que o pecado do homem: ...onde abundou o pecado, superabundou a graça (Romanos 5:20). Alguém poderia exagerar esta verdade, decidindo pecar mais e mais para receber mais graça de Deus. Paulo temia tal abuso quando perguntou: Que diremos, pois? Permaneceremos no pecado, para que seja a graça mais abundante? E ele mesmo respondeu: De modo nenhum! Como viveremos ainda no pecado, nós os que para ele morremos? (Romanos 6:1-2). Paulo não queria pregar uma verdade exagerada.
Para vivermos a plenitude da doutrina cristã devemos estudar muito a palavra de Deus e equilibrarmos o nosso aprendizado. Devemos agir com discernimento, buscando a iluminação do Senhor para entendermos esses pontos aparentemente antagônicos. Por tratarmos desse tema tão importante sobre o relacionamento entre fé e obras, sugiro como titulo para esses versos a seguinte expressão:
A verdadeira fé
Tg 2.14-17
Introdução
Um bom exemplo sobre o equilíbrio que deve existir entre fé e obras se vê nessas palavras de Jesus dirigidas à igreja de Tiatira: Conheço as tuas obras, o teu amor, a tua fé, o teu serviço, a tua perseverança e as tuas últimas obras, mais numerosas do que as primeiras (conf. Ap 2:19).
Jesus conhecia e elogiava as qualidades boas da igreja em Tiatira:
1) Obras/serviço/últimas obras mais numerosas do que as primeiras – A igreja em Tiatira era uma congregação ativa. Ao invés de esfriar, ela se tornou cada vez mais ativa no serviço a Deus. A fé que agrada a Deus é a fé ativa que se mostra pelas suas obras (Tiago 2:14-17). Os servos de Deus devem ser ... sempre abundantes na obra do Senhor ... (1 Coríntios 15:58), pois Deus nos criou para boas obras (Efésios 2:10).
2) Amor – A segunda qualidade desta igreja era o amor, o princípio fundamental na vida do cristão (Mateus 22:37-40). Faltava amor em Éfeso (2:4), mas Jesus viu esta qualidade boa em Tiatira.
3) Em terceiro lugar, Jesus destacou a qualidade da Fé – Junto com as suas obras, os discípulos em Tiatira mostraram a sua fé. As pessoas podem ser identificadas conforme a sua fé. Há crentes e há incrédulos, e não pode existir comunhão entre os dois (2 Coríntios 6:14-15). Mas que fé estamos demonstrando, que fé estamos evidenciando?
4) Perseverança – O bom solo produz fruto com perseverança (Lucas 8:15), uma qualidade freqüentemente incluída nas características que definem os servos de Deus é a perseverança (conf. Colossenses 1:11; 2 Timóteo 3:10; 2 Pedro 1:6). A tribulação produz a perseverança e a perseverança de ter ação completa para que sejais perfeitos, íntegros, em nada deficientes (conf. Romanos 5:3-4; Tiago 1:3-4,12).
Ora, se temos nesse exemplo da igreja em Tiatira, o equilíbrio entre as duas virtudes, entre as duas práticas: fé e obras, é certo entendermos que essa frase expressa o princípio deste texto para todos nós:
Todo verdadeiro cristão sabe que a fé genuína deve ser evidenciada através das obras.
Neste texto encontramos três evidências da fé genuína
Em 1º lugar a fé genuína evidencia-se por ser salvífica, vs. 14
2.14 Meus irmãos, qual é o proveito, se alguém disser que tem fé, mas não tiver obras? Pode, acaso, semelhante fé salvá-lo?
1. A salvação é o objetivo de Deus para todos os homens
2. A fé verbalizada – é sem obras e apenas uma declaração
3. A fé não proveitosa – é sem obras e apenas uma formalização
4. A fé e a salvação relacionam-se de tal modo que o salvo mostra sua salvação através das obras
Em 2º lugar a fé genuína evidencia-se por ser operante, vs. 15-16
2.15 Se um irmão ou uma irmã estiverem carecidos de roupa e necessitados do alimento cotidiano, 16 e qualquer dentre vós lhes disser: Ide em paz, aquecei-vos e fartai-vos, sem, contudo, lhes dar o necessário para o corpo, qual é o proveito disso?
1. No corpo de Cristo existirão necessitados – roupa e alimento
2. O suprimento do necessitado deve ser realizado por qualquer irmão
3. O suprimento do necessitado não deve ser só verbalizado
4. O benefício da fé prática – o proveito da fé operante é o atendimento ao necessitado
Em 3º lugar a fé genuína evidencia-se por ser coerente, vs. 17
2.17 Assim, também a fé, se não tiver obras, por si só está morta.
1. A fé de ser prática
2. A fé deve agir através das obras
3. A fé exige coerência entre a fala e a ação
4. A fé sem obras é morta
Conclusão
O crer de Paulo implica no fazer de Tiago. O fazer de Tiago pressupõe o crer de Paulo.
Paulo e Tiago são complementares nas suas abordagens
A fé sem obras, a fé não operante não é bíblica.
A fé genuína é aquela que faz algo. Tudo o que fizermos deve estar calcado na fé.