quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Através da Bíblia - Números 27

Números 27
Olá amigo é com grande prazer e satisfação que iniciamos mais um programa da série "Através da Bíblia". E, para você que tem nos acompanhado fielmente declaramos a nossa gratidão pela possibilidade que temos de a cada programa conversarmos a respeito das Escrituras Sagradas. Nos sentimos privilegiados quando recebemos a carta dos nossos amigos contando-nos suas experiências com Deus através do nosso programa. Por isso é que compartilhamos agora o email que a irmã AKL do Balneário Camboriu SC nos enviou. São essas as suas palavras: "Quero expressar minha alegria por poder ouvir os ensinamentos da Bíblia.Ouço pela internet, já que aqui no Balneário não temos essa graça ainda. Quando não posso ouvir o Através da Bíblia parece que o meu dia não foi completo. Deus abençoe a todos da rádio". Querida irmã, muito obrigado por suas palavras. Elas são um incentivo para nós e demonstram a comunhão cristã. Por outro lado, reconhecemos que a nossa responsabilidade aumenta porque cada vez mais desejamos que os programas edifiquem a cada um de vocês. Por isso é que contamos com sua parceria, unindo-se a nós em oração. E, é para isso que chamo a sua atenção nesse momento. Quero convidá-la a elevar a Deus a nossa oração: "Pai de amor, somos gratos pela oportunidade que tu nos dás de abrirmos a sua palavra e juntos ouvirmos a sua voz. Senhor, desejamos e necessitamos da iluminação do teu Espírito para podermos compreender a Tua Palavra e capacitados por ele mesmo cumprirmos os teus mandamentos. Senhor obrigado porque tu nos ouves e respondes as nossas orações. Por isso oramos em nome de Jesus, Amém".
Querido amigo, hoje temos como nosso objetivo estudar os caps.27, 28 e 29 de Nm. E você pode se preparar, pois estamos chegando ao final dos estudos nesse livro e, desde já quero avisá-lo que dentro de 4 programas já estaremos estudando João.
Bom, mas vamos dividir o cap.27 em 3 porções para estudar bem o seu conteúdo:
Em 1º lugar, nos vs.1-11 é dada a lei sobre os direitos das filhas herdeiras. Esse episódio a que nos referimos no programa passado é significativo, pois demonstra a justiça que deveria padronizar os relacionamentos dos israelitas em Canaã. Temos então, cf. 26.33 o caso das filhas de um homem que não teve filhos homens. Uma vez que Israel entraria na Palestina e, uma vez que o censo fora realizado e, cada tribo receberia a sua porção do território e cada família receberia parte dessa porção maior, o pedido dessas descendentes de Manassés e de José era completamente justo. Macla, Noa, Hogla, Milca e Tirza filhas de Zelofeade foram até Moisés preocupadas com a sua parte na divisão da terra. Foram reverentes e prostrando-se diante de Moisés, Eleazar e os demais líderes de Israel relataram sua situação a eles. Seu pai que morrera no deserto com conseqüência da incredulidade da 1ª geração não tinha gerado filhos homens e assim não teria o seu nome computado entre os israelitas e elas não teriam a parte que lhes cabia na divisão da terra. Pediram então parte da herança próxima aos seus parentes. Era uma reivindicação justa e por isso Moisés levou o caso diante de Deus. Essa situação demonstra também para nós que as leis divinas não foram dadas todas de uma só vez, mas, nas mais diferentes áreas foram sendo dadas ao povo à medida que as situações as exigissem, cf. vimos em Lv.24.1-23 e Nm 15.32-36. Deus respondeu e orientou a Moisés que o pedido fosse atendido, pois era uma reivindicação justa. E, Deus também aproveitou para estabelecer um princípio regulatório para outros casos semelhantes que poderiam surgir pela falta de um descendente masculino.
Querido amigo, este episódio nos ensina que Deus é justo e deseja que o seu povo seja justo nos seus relacionamentos. E, você... tem sido justo com seus irmãos?
Em 2º lugar, nos vs.12-17 Deus anuncia a morte de Moisés. É... é isso mesmo. Moisés teve uma triste notícia. Estava com 120 anos, e recebeu a notícia que não entraria na Terra Prometida. Deus o conduziu à cordilheira de Abarim e do pico mais alto, o Monte Nebo Moisés, teve a visão de toda a terra de Canaã e de lá ele partiu na sua morte, cf. Dt 32.49-52. Deus mostrou-lhe Canaã, mas disse que lá ele não entraria, pois conf. estudamos em 20.1-13 ele não tinha santificado a Deus diante do povo. Diante desse episódio dois detalhes devem ser destacados: 1)Certamente Moisés foi perdoado por Deus, mas ele experimentou a conseqüência de não usufruir totalmente da benção. Mas, é interessante notar que Moisés ainda teve o privilégio de colocar seus pés sobre a Terra Prometida, pois, cf. Mt 17 esteve com Jesus no monte da Transfiguração. 2)Mesmo sabendo que não iria entrar em Canaã, Moisés demonstrando o seu coração de pastor amoroso pediu a Deus em favor do povo. Moisés pediu que Deus providenciasse um líder que pudesse conduzir o povo corretamente dando-lhe segurança e indicando os caminhos que deveriam seguir. Que atitude! Que exemplo para seguirmos! Que desafio para cada um de nós. Moisés submeteu-se ao julgamento do Senhor, não pediu nada para si. Preocupou-se com o povo, preocupou-se em que o povo conquistasse o seu objetivo. É assim que você trata seus irmãos? É esse o seu interesse pelos outros?
Em 3º lugar, nos vs.18-23 Josué é definido como sucessor de Moisés. Deus responde a Moisés de modo claro e objetivo. Vamos ler nos vs.18-20 as palavras de Deus: “Disse o Senhor a Moisés: Toma Josué, filho de Num, homem em quem há o Espírito, e impõe-lhe as mãos; apresenta-o perante Eleazar, o sacerdote, e perante toda a congregação; e dá-lhe, à vista deles, as tuas ordens. Põe sobre ele da tua autoridade, para que lhe obedeça toda a congregação dos filhos de Israel”. Moisés obedeceu prontamente ao Senhor e assim Josué foi apresentado ao povo como seu sucessor.
Sobre Josué já o conhecemos um pouco, como auxiliar direto de Moisés e também como chefe do exército israelita. Estudamos sobre ele a 1ª vez em Êx 17.9-14, e o vimos em outros textos: Êx 24.13; 32.17; 33.11; Nm 11.18, e ainda o veremos ainda mais em Dt e no livro que leva o seu nome. Mas o que se destaca nessa passagem é a expressão de Deus relativa a Josué: “homem em que há o Espírito”. Quando o Espírito Santo habita, controla e dirige uma pessoa essa pessoa se destaca entre as demais. Josué pelo Espírito Santo que nele habitava tinha qualidades que o habilitavam para exercer uma liderança espiritual, como era necessário para a sua futura tarefa. E em relação a essa tarefa vemos mais uma vez a sabedoria divina fazendo que através de um processo tranqüilo ele fosse sendo reconhecido como o novo líder indicado por Deus. Querido amigo, minha oração é que você possa sempre ser controlado e conduzido pelo Espírito Santo e que você espere com paciência o tempo de Deus para a sua vida. Josué foi servindo e, Deus vendo a sua disponibilidade o chamou para essa importante tarefa. Que você seja usado pelo Senhor como Josué foi usado posteriormente.
Muito bem, passemos agora para o próximo capítulo. No cap. 28 encontramos diversas regulamentações sobre as ofertas que deveriam ser oferecidas ao Senhor. Vamos dividi-lo em 5 porções para percebermos suas lições:
Em 1º lugar, nos vs. 1-8 Deus dá orientações sobre as ofertas contínuas. Na verdade essas regulamentações que veremos nesse cap.28 e no cap.29 nos fazem perceber a intenção de Deus em demonstrar ao povo a necessidade da manutenção da santidade no relacionamento que tinham com Ele. Essas ofertas eram diárias, eram voluntárias, e eram feitas por meio do fogo e da fumaça, possibilitando assim subir ao céu um aroma agradável ao Senhor. Essas ofertas diárias eram constituídas do oferecimento de um cordeiro pela manhã e um cordeiro à tarde, bem no finalzinho do dia, cordeiros de um ano, sem defeito. Deveria ser oferecido também um efa, isso é, um jarro da melhor farinha amassada com um litro de azeite batido e, além disso, havia também a libação, isso é, a oferta de bebida forte fermentada, provavelmente um litro de vinho derramado sobre o holocausto. Essa era uma das tarefas diárias dos sacerdotes: manter viva a lembrança da presença santa de Deus em meio ao seu povo.
Em 2º lugar, nos vs. 9-10 temos as orientações sobre as ofertas do sábado. Essas ofertas aconteceriam a cada sete dias e foram detalhadas, pois além das ofertas diárias normais, que vimos nos versos anteriores, também deveriam ser oferecidas, entre os períodos das ofertas oficiais essas ofertas dos sábados. Essas ofertas eram constituídas também de dois cordeiros de um ano, de dois jarros de farinha da melhor qualidade amassadas com azeite batido e regadas com um litro de vinho como libação. Essas ofertas do sábado eram importantes, pois até os dias de Jesus, conf. Mt 12.5 eram respeitadas e valorizadas dentro do judaísmo.
Em 3º lugar, nos vs. 11-15 temos as orientações sobre as ofertas mensais. Em relação a essas ofertas mensais também alguns detalhes seriam diferentes. Além das ofertas diárias deveriam ser oferecidos mais animais: 2 novilhos, 1 carneiro, 7 cordeiros de um ano e também um bode como oferta pelo pecado. A oferta de cereal também deveria ser aumentada em seu volume. Essas eram celebrações significativas para os israelitas e nessas ocasiões as trombetas de prata além de serem tocadas para convocar o povo, eram tocadas para a adoração, cf. vimos em 10.10. Os meses dos israelitas eram computados através da observância da lua, por isso se diz que eles seguiam o calendário lunar, pois era celebrado a cada lua nova, conf. o v.14. Deve-se destacar também que essas celebrações mensais eram de características bem familiares, como veremos em 1Sm 20.5-6 e 2Rs 4.23, e assim as diversas famílias israelitas se reuniam para celebrar ao Senhor. Querido amigo, creio que vale a pena refletir sobre esses dias especiais aplicando-os aos nossos dias. Como vai a nossa vida de adoração familiar? Em nossos dias em que cada membro da família tem uma agenda carregada, repleta de compromissos, desde os pequenos até os pais, não se consegue mais reunir toda a família para momentos de comunhão e culto ao Senhor, será que essas celebrações não deveriam ser praticadas por nós também? Esse é um desafio para os nossos dias tão corridos!
Em 4º lugar, nos vs. 16-25 encontramos as orientações para a celebração da Páscoa. Essa era outra data tremendamente significativa para Israel. Nessa celebração da Páscoa se recordava o que Deus tinha feito por eles, tirando-os do Egito. A Páscoa era comemorada no 14º dia do 1º mês e a partir do 15º dia e durante sete dias se comemoraria a Festa dos Pães Asmos, isto é, dos Pães sem fermento. O dia da Páscoa e o 7º dia da Festa dos Pães Asmos eram santas assembléias e não se deveria desenvolver qualquer atividade nesses dias. E, sempre o que era oferecido nessas ocasiões especiais eram em acréscimo às ofertas contínuas que eram oferecidas diariamente.
Em 5º lugar, nos vs. 26-31 temos as orientações sobre a Festa das Semanas. Essas festas também eram chamadas como Festa do dia das Primícias. Nesse dia especifico era também uma santa convocação e assim qualquer atividade diária não deveria ser realizada, pois a motivação era usarem esse dia para refletirem sobre o seu relacionamento com Deus. Nessas festas se exigia uma oferta pelo pecado e dez holocaustos com seu devido acompanhamento de ofertas de cereais, além é claro, das ofertas contínuas que diariamente se oferecia ao Senhor. E deve-se destacar que no final do v.31 encontramos as seguintes palavras relativas aos animais oferecidos nessas ofertas. O texto diz literalmente: “Ser-vos-ão eles sem defeitos”. E por que essa exigência? É importante entendermos que essa necessidade do animal ser sem defeito e puro se devia ao fato simbolizarem a própria pureza e santidade que um Deus santo exigia. Qualquer falha nesse particular era uma demonstração de que o adorador e o sacerdote que aceitasse essa oferta incorreta, além de não valorizarem a adoração ao Senhor, não estavam oferecendo o melhor para Deus. Como veremos posteriormente, ao estudarmos Ml 1.6-14 os israelitas, mesmo depois da disciplina do exílio ofereceram animais de 2ª categoria em seus sacrifícios e foram severamente repreendidos por Deus. Ora, diante dessa observação tão clara vale a pena refletirmos sobre como temos oferecido os nossos cultos a Deus. Você tem dado o melhor para Deus ou tem apenas cultuado cumprindo a sua obrigação? Lembre-se de que Deus procura verdadeiros adoradores que o adorem em espírito e em verdade!
Bom, essas são lições importantes para as quais devemos atentar.
E agora, chegando à parte final do nosso programa vamos considerar o conteúdo do cap. 29,que continua tratando sobre o mesmo tema das ofertas ao Senhor nessas datas especiais, e, para melhor aproveitarmos o seu conteúdo vamos dividi-lo em 3 seções:
Em 1º lugar, nos vs.1-6 encontramos as orientações sobre a celebração da Festa das Trombetas. Nesse texto se destaca logo no v.1 a orientação de que nesse dia, isto é, no 1º dia do 7º mês os israelitas deveriam respeitar a santa convocação através das trombetas que conclamariam todo o povo e, nesse dia não se desenvolveria nenhum trabalho. Mas, afinal, o que eram essas “santas convocações”? Quando observamos o hebraico, por trás da palavra “convocação” encontramos o verbo com o significado de proclamar e convidar. O significado era muito claro: quando a data era de santa convocação todo o povo, toda a congregação deveria se apresentar para adoração e celebração coletiva. A referência ao 7º mês era importante também, porque nesse mês nos seus 10 dias iniciais era uma época de penitência que terminava com o dia nacional da expiação.
Em 2º lugar, nos vs. 7-11 temos as orientações para a celebração do Dia Nacional da Expiação. Assim como no 1º dia do 7º mês, também agora no 10º dia deste mesmo 7º mês era também um dia de santa convocação com o propósito de afligir as almas, cf. o v.7. Esse “afligir as almas” significava que deveriam privar-se dos alimentos jejuando em sinal de tristeza pelos seus pecados. O Dia Nacional de Expiação era uma ocasião solene, considerado o dia mais santo do ano. Enquanto nas outras festas havia celebrações e banquetes, neste dia a celebração, a comemoração era com penitência, com quebrantamento, pois se desejava obter o perdão divino. Posteriormente esse dia veio a ser considerado o Yon Kipur, o dia do perdão. Graças a Deus por Ele ser um Deus perdoador. Cf. Sl 130.4 e Mq 7.18Devemos temer a Deus, pois com Ele está o perdão! E temer não é ter medo, mas sim dignificá-lo por tamanha misericórdia.
E, finalmente em 3º lugar, nos vs.12-40 temos a descrição das ofertas que deveriam ser entregues durante a Festa dos Tabernáculos. Nesse restante do capítulo temos a descrição do que deveria ser apresentado em cada um dos 7 dias dessa festa também tão significativa.
Querido amigo, quando analisamos todas essas ordens e regulamentações constatamos mais uma vez que várias dessas ofertas já haviam sido prescritas em textos anteriores, como p.exemplo em Êx 29; Lv1-7; Lv23 e em Nm15. Então surge a pergunta: por que novamente Deus inseriu essas recomendações num texto que se ocupa mais com a narrativa do avanço de Israel em direção a Palestina? A resposta aponta para o fato de que Israel logo estaria de posse da Terra Prometida e assim era necessário que toda a legislação do culto, da adoração fosse definida e ficasse bem nítida para essa 2ª geração saber como se conduzir diante do Senhor; e, certamente também aqui foram registrados esses detalhes, pois, como veremos no próximo programa, os israelitas lutando e derrotando os midianitas, cf. 31.9-11 tiveram uma quantidade enorme de animais como despojo da guerra e poderiam oferecer todos esses sacrifícios ao Senhor mesmo antes de entrar na Palestina. É... é isso mesmo, eram muitos os animais a serem sacrificados. Quando somamos todos os sacrifícios que os israelitas deveriam apresentar ao Senhor durante o ano o total é impressionante. Conforme os cálculos de Gordon J. Wenhan em seu livro Números, Introdução e Comentário “A cada ano os sacerdotes iriam sacrificar 113 novilhos, 32 carneiros e 1.086 ovelhas, e oferecer mais do que uma tonelada de farinha, e mil garrafões de óleo e vinho”. Querido amigo, lembrando que todo o sistema sacrificial era um vislumbre, era uma antevisão do que viria e de fato veio através de Jesus Cristo, podemos constatar mais uma vez a seriedade do relacionamento puro e santo que devemos ter com Deus. Mas, sobretudo, destaca-se a graça que temos hoje de podermos entrar com ousadia na presença de Deus, chamando-o de Pai. Ah! Que bênção maravilhosa nos trouxe a salvação que Jesus Cristo nos oferece. Que possamos aproveitar, que possamos usufruir da liberdade que temos agora diante do Pai, pelo precioso sangue do Cordeiro de Deus que deu sua vida em nosso lugar! Você tem usufruído dessa liberdade? Você tem louvado a Deus por essa tão grande salvação? Você tem usufruído da intimidade que podemos ter com Deus?
Bom, chegamos assim ao final de mais um tempo de estudos no livro de Nm. Como disse, logo terminaremos os estudos em Nm e depois estudaremos o evangelho de João. Prepare-se, vá lendo antecipadamente o evangelho para poder aproveitar ainda mais os estudos e as lições que Deus nos dará.
Querido amigo, agradeço a Deus por sua capacitação na observação, na interpretação, nas correlações e nas aplicações que Ele nos dá no estudo da Sua Palavra. Agradeço também a sua companhia. Escreve para nós!
Que o Senhor te abençoe,
Um abraço.
© 2014 Através da Biblia

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