sábado, 16 de agosto de 2014

Através da Bíblia - Deuteronômio 27.1-28.68

Deuteronômio 27.1-28.68
Olá amigo é com grande prazer e satisfação que iniciamos mais um programa da série "Através da Bíblia". E, para você que tem nos acompanhado fielmente declaramos a nossa gratidão pela possibilidade que temos a cada programa de conversarmos a respeito das Escrituras Sagradas. Nos sentimos privilegiados quando recebemos a carta dos nossos amigos contando-nos suas experiências com Deus através do nosso programa. Por isso é que compartilho agora um e-mail que irmã S.S. da cidade de Colombo PR me enviou com essas palavras: "Sou muito grata a Deus por este programa, peço a Deus que permita, acompanhar toda a série, que Deus abençoe a vida dos irmãos capacitando-os cada vez mais. Quando encontrei o programa fazia 2 ms que tinha aceitado o Senhor Jesus como único e suficiente Salvador, no início muitas dúvidas, pois não entendia nada, até que comprei uma bíblia e com a graça de Deus meus olhos foram se abrindo. peço a Deus que me dê força e que foque meus olhos em Cristo, pois sem Ele sei que não sou nada. Peço aos irmãos que orem por mim e pela minha família para a conversão dos mesmos, louvo a Deus pela vida dos irmãos e que Deus os abençoe é minha oração". Querida irmã, muito obrigado por suas palavras. Elas são um incentivo para nós e demonstram a comunhão cristã. Por outro lado, reconhecemos que a nossa responsabilidade aumenta porque cada vez mais desejamos que os programas edifiquem a cada um de vocês. Por isso é que contamos com sua parceria, escrevendo para nos contar experiências como essa e, contamos com você também unindo-se a nós em oração, pedindo as bênçãos de Deus. E, é para isso que chamo a sua atenção nesse momento. Quero convidá-la a elevar a Deus a nossa oração: "Pai de amor, somos gratos pela oportunidade que tu nos dás de abrirmos a sua palavra e juntos ouvirmos a sua voz. Senhor, necessitamos da iluminação do teu Espírito para podermos compreender a Tua Palavra e capacitados por ele mesmo cumprirmos os teus mandamentos. Senhor obrigado porque tu nos ouves e respondes as nossas orações. Por isso oramos em nome de Jesus, Amém".
Querido amigo, hoje temos diante de nós os capítulos 27-28 de Deuteronômio, capítulos esses que se constituem no 3º discurso de Moisés.
Como você deve se lembrar, Moisés está com a segunda geração de israelitas, acampados nas planícies de Moabe, preparando-se para atravessar o rio Jordão e entrar na Palestina. Moisés como um líder amoroso, sem preocupar-se consigo mesmo, uma vez que já sabia da parte de Deus que não entraria na Palestina, estava totalmente interessado no sucesso do povo de Israel nessa nova terra, a terra da promessa. Assim o conteúdo desse terceiro discurso que Moisés faz parte da preparação de Israel para tomar posse da terra prometida por Deus. Nesses capítulos 27 e 28 vamos estudar esse 3º discurso cujo conteúdo é bem específico: a permanência em Canaã dependeria da obediência de Israel.
Temos que entender que aqui temos uma solene promulgação da lei. Deus fez um pacto com Israel, um pacto relacionado com o povo e com a terra. Através dessas palavras Deus promete bênçãos para o povo e para a terra, mediante à obediência a sua Palavra, mas também promete maldição para o povo e para a terra, se não houvesse obediência aos seus mandamentos. A permanência do povo naquela terra, que foi a terra prometida aos patriarcas, dependia da obediência do povo à lei e aos mandamentos do Senhor. Essa renovação da aliança foi chamada de: Concerto Palestino. E todo o conteúdo que compôs esse discurso de Moisés, tem sido literalmente cumprido. A terra foi dada por Deus ao seu povo, porém a permanência do povo nela dependia da consagração do povo a Deus, dependia da obediência do povo ao Senhor.
Creio que todos sabemos o que significa uma aliança, um concerto, um acordo. Estamos acostumados de ler a respeito de acordos feitos entre as nações, de alianças feitas entre povos, sobre determinadas coisas, em que princípios, leis e normas são votadas e aceitas. Esse é o significado da palavra acordo ou concerto neste texto. Deus sempre fez aliança com os homens. Deus fez um concerto com Adão, com Noé, com Abraão, com Moisés. E naquela ocasião o pacto ou aliança de Deus seria feito com o povo de Israel na Palestina. O acordo incluía o povo, a terra e Deus. O povo ainda não estava de posse da terra quando este acordo foi firmado. O povo estava do lado leste do Jordão. Ainda não acontecera a travessia do rio Jordão. Moisés estava então transmitindo ao povo todas as instruções necessárias para que o pacto fosse firmado entre o povo e Deus. Podemos comparar este concerto aqui com um contrato. Deus, o verdadeiro dono da terra e do mundo estava dando aquela terra ao seu povo, porém era preciso que o povo “assinasse” um contrato e os princípios encontrados neste contrato não poderiam ser quebrados, sob pena de o povo perder o direito de viver naquela boa terra. E foi sempre assim que Deus tratou com o seu povo em relação a essa terra da promessa. Muitas vezes a terra foi tomada das mãos dos israelitas ficando durante vários períodos, alguns curtos, outros, bem longos, sendo pisada pelos gentios e, enquanto isso o povo de Israel ficava cativo numa terra pagã ou ficava disperso por várias nações. Teria Deus se arrependido de haver dado essa terra ao seu povo? Não. Não foi isto. É que na aliança feita entre Deus e o povo, havia a cláusula que dizia que no caso de não haver o cumprimento fiel da aliança, ou do acordo feito, então a terra seria tomada do povo. Prezado amigo, Deus é fiel tanto para cumprir a sua promessa em favor do seu povo, como também para cumprir a sua promessa contra o seu povo, quando houvesse desobediência. E nós sabemos que em certo sentido Deus ainda trata assim os seus filhos, nós os cristãos. Não estou dizendo que o cristão perde a salvação por cometer algum tipo de desobediência ao Senhor. Não! Mas, nós perdemos muitas bênçãos por não seguirmos fielmente a Palavra de Deus, as Sagradas Escrituras.
Assim, diante desse entendimento, sugiro para o capítulo 27 o seguinte título: As recomendações para a renovação da aliança. A frase proposicional, a frase que nos desafia, como resumo desse capítulo é a seguinte: Somente através da obediência às recomendações para a renovação da aliança pode-se usufruir das bênção da aliança. E, por outro lado, quando detalhamos esse conteúdo encontramos cinco recomendações para a renovação da aliança:
A 1ª recomendação refere-se à construção de um memorial, v.1-4.
Nestes versículos Deus através de Moisés e os líderes de Israel promulgaram a ordem para que aqueles mandamentos não fossem esquecidos. Era necessária uma divulgação pública desses mandamentos, por isso deveriam ser escritos em pedras. Naquele tempo a escrita já era feita de várias formas. Aqui a escrita seria feita nas pedras do monte Ebal. Todos as determinações do Senhor deveriam ser escritas nas pedras para que o povo os conhecesse e vivesse de acordo com eles. Embora alguns pensem que o conteúdo do que foi escrito fossem os capítulos 12 a 26 é mais provável que o escrito se refira às maldições que veremos nos vs.15 a 26 deste capítulo. Realmente a maneira mais prática de não transgredirmos a lei, é conhecê-la bem, tê-la sempre diante de nós, diante dos olhos para assim praticá-la.
A 2ª recomendação refere-se à construção de um altar, v.5-8.
Na seqüência dessa ordem foi dito também que depois de atravessarem o Jordão deveriam levantar um altar para celebrar o nome do Senhor, para oferecer sacrifícios ao Senhor por Sua bondade, misericórdia e fidelidade em cumprir a promessa feita há seculos passados aos patriarcas. Deveriam oferecer holocaustos, que era a oferta totalmente consumida pelo fogo dedicada a Deus. Era um ato de adoração, em ação de graças, simbolizando a total consagração do povo e esperando de Deus as suas bênçãos. Deveriam oferecer também ofertas pacíficas, voluntárias, que simbolizavam o desejo de manter comunhão com Deus. Essa oferta era consumida pelo adorador. E por isso previu-se a participação da comunidade comendo e se alegrando diante do Senhor. Entretanto, reforçou-se a necessidade de se registrar as palavras do Senhor nas grandes pedras para que todos conhecessem claramente as leis divinas. Em nosso relacionamento com o Senhor temos que lembrar que a alegria, a gratidão e o contentamento são atitudes que brotarão espontâneamente do nosso interior, pelas bênçãos divinas, e são essas atitudes que agradam a Deus.
A 3ª recomendação refere-se à aceitação da aliança através da obediência, v. 9-10.
Nesses versos encontramos o desafio para cumprirem a aliança. São palavras solenes que colocavam um grande responsabilidade sobre Israel. Literalmente foi dito: [Guarda silêncio e ouve, ó Israel! Hoje, vieste a ser povo do Senhor, teu Deus. Portanto, obedecerás à voz do Senhor, teu Deus, e lhe cumprirás os mandamentos e os estatutos que hoje te ordeno.] Moisés e os sacerdotes levitas, que eram os guardiães das palavras de Moisés estavam declarando a necessidade de fidelidade e de lealdade na obediência à Lei divina. A aliança era estabelecida e depois vinha a obediência. E sempre é bom lembrarmos que a obediência não era a condição para que a aliança fosse pactuada, pelo contrário, a obediência deveria ser o resultado da aliança. A obediência deveria acontecer em gratidão por tudo o que Deus tinha feito a Israel até aquele momento, inclusive por tê-lo escolhido como Seu povo, diante de todas as nações da terra. Quando nos conscientizamos das bênçãos de Deus, da sua boa mão e da sua condução em nossas vidas, a nossa reação deve ser de total dedicação a Ele e a nossa obediência será um resultado do seu amor!
A 4ª recomendação refere-se à participação das tribos nas declarações a serem feitas, v.11-14.
Além de escreverem as leis de Deus nas pedras, depois de entrarem na Palestina atravessando o Jordão, depois de sacrificarem ao Senhor, louvando-O e depois de comerem e se alegrarem na presença de Deus, toda a congregação de Israel deveria ouvir a lei do Senhor. E a participação de cada uma das tribos foi convocada para que toda a comunidade ouvisse a leitura daquelas palavras que dariam o direcionamento de como Israel deveria viver em Canaã. Representantes de seis tribos subiriam ao monte Gerezim e dali, através dos levitas proclamariam as bênçãos prometidas por Deus. Essas bênçãos estão descritas no capítulo 28.1-14, que estudaremos a seguir. Representantes das outras seis tribos subiriam ao monte Ebal e dali, astravés dos levitas proclamariam as maldições, os resultados que os israelitas receberiam se desobedecessem as leis de Deus. Esse dois montes eram localizados bem no centro do território que estavam conquistando, simbolizando que todas as leis, as bênçãos e as maldições ali promulgadas eram as normas para a conduta de Israel na nova terra.
Querido amigo, fica bastante claro o princípio que podemos extrair para os nossos dias: Deus tem prazer em nos abençoar diante da nossa obediência, mas ao mesmo tempo Ele é justo para nos disciplinar se desobedecermos o Seu querer.
A 5ª recomendação refere-se à atenção a ser dada para as maldições resultantes da desobediência, v. 15-26
Sendo que a lista das bênção e maldições vamos encontrar no capítulo 28, a partir do verso 15 até o final do capítulo 27 encontramos uma declaração de maldição para quem cometesse doze crimes: 1)os fabricantes de ídolos (15); 2)os que menosprezassem os pais (16); 3)os que mudassem os marcos das propriedades (17); 4)os que fizessem o cego errar o caminho (18); 5)os que fossem injustos com os necessitados (19); 6)os que desonrassem o leito paterno (20); 7)os que praticassem a bestialidade (21); 8)os que praticassem incesto (22); 9)os que adulterassem com a sogra (23); 10)os assassinos (24); 11)os assassinos pagos (25); e 12)os que não obedecessem as leis divinas (26), declaração citada por Paulo em Gl 3.10 comprovando que por ninguém obedecer a lei de Deus, todos somos malditos e, por isso dependemos da graça divina, concedida à nós em Jesus Cristo!
À medida que esses crimes fossem mencionados toda a congregação expressando a sua concordância diria em alta voz: Amém, isto é, assim seja! Toda essa cerimônia traria o aspecto legal e solene para o momento histórico de entrada na terra da promessa. Por Deus querer que tenhamos vidas tranquilas Ele nos dá instruções e condições de alcançá-las!
Então, na seqüência dessas recomendações, no capítulo 28 Moisés e os sacerdotes levitas expressaram claramente as bênçãos e as maldições que recairíam sobre Israel dependendo da sua postura diante da renovação da aliança. Temos que lembrar que as bençãos embora sejam dádivas da graça de Deus, são muitas vezes condicionais. À medida que obedecemos as palavras do Senhor recebemos suas bondosas bênçãos. É lógico que tal procedimento não invalida a graça, mas traz-nos responsabilidade de não baratearmos a graça de Deus e faz-nos entender que tendo Deus se comprometido conosco Ele requer o nosso compromisso. E como disse Paulo a Timoteo: [se somos infiéis, ele permanece fiel, pois de maneira nenhuma pode negar-se a si mesmo] (2Tm 2.13). Essa é a graça de Deus.
Assim, no cap.28 podemos ter como seu título a seguinte frase: Os resultados do relacionamento com Deus. E, depois de estudá-lo profundamente, podemos ter como resumo do seu extenso conteúdo a seguinte afirmação relevante e desafiadora para todos que tememos a Deus: Todos os que temem a Deus devem estar conscientes de que os resultados são conseqüência do nosso relacionamento com Ele. Por isso, quando detalhamos este capítulo encontramos dois resultados do nosso relacionamento com Deus.
O 1º resultado serão as bênçãos consequentes da obediência a Deus, vs.1-14.
As bênçãos alistadas são em número de doze: 1)bênçãos na cidade (3); 2)bênçãos no campo (3); isto é, bênçãos em todas as atividades urbanas ou rurais; 3)bênçãos na geração de filhos (4); 4)bênçãos na colheita da terra (4); 5)bênçãos nos rebanhos de gado (4); isto é, bênçãos de fertilidade humana, agricola e pastorial; 6)bênçãos sobre o cesto (5); 7)bênçãos sobre a amassadeira (5); isto é, bênçãos no armazenamento e no preparo dos alimentos; 8)bênçãos de vitória contra os inimigos (7) 9)bênçãos de serem o povo santo de Deus (9); 10)bênçãos de serem reconhecidos como povo chamado, trazendo medo sobre as outras nações (10); 11)bênçãos de um clima própício, com sol, chuva e todas as estações (12); 12)bênçãos de prosperidade através da possibilidade de emprestar e não emprestar (12) e através de um lugar de destaque e não um lugar de inferioridade (13).
Todas essas bênçãos eram condicionais; eram sete os requisitos para que essas bênçãos alcançassem Israel: 1)se guardassem os mandamentos e 2andassem nos caminhos do Senhor (9); 3)se obedecessem, guardassem e 4)cumprissem os mandamentos do Senhor 13); 5)se não se desviassem para a direita 6)ou se desviassem para a esquerda, e, 7)se não seguissem outros deuses, para os servirem (14); se todas essas condições fossem cumpridas Deus derramaria suas bênçãos sobre o povo. Deus que nos abençoar, mas ao mesmo tempo Ele quer ver o nosso amor! O amor se demonstra na obediência!
O 2º resultado serão as maldições consequentes da desobediência da Deus, vs.15-68.
Assim como as bênçãos temos a relação de doze maldições que alcançariam Israel se os mandamentos do Senhor fossem desobedecidos (v.15). São essas as 12 maldições:
1)Seriam amaldiçoados pessoalmente, exatamente em oposição às primeiras bênçãos alistadas (16-19);
2)Seriam amaldiçoados com calamidades da natureza. Ferro e bronze indicam que nenhuma chuva atravessaria o céu nem penetraria na terra (20-24);
3)Seriam amaldiçoados com a derrota para os inimigos. Ficariam como cegos ao meio-dia e não prosperariam (25-29);
4)Seriam amaldiçoados com saqueamentos contínuos dos inimigos. Serviriam como despojos desde suas esposas até seus bens (30-35);
5)Seriam amaldiçoados com o desterro e a submissão à idolatria. Se tornariam o comentário jocoso das outras nações (36-37);
6)Seriam amaldiçoados com a improdutividade ao invés de prosperidade. Seriam devastados pela natureza e seus filhos seriam levados cativos (38-42);
7)Seriam amaldiçoados através da economia totalmente debilitada. Pediriam emprestado ao invés de emprestarem aos estrangeiros (43-44);
8)Seriam amaldiçoados com o cativeiro e a escravidão. Jugo de ferro indicava uma escravidão longa (45-48);
9)Seriam amaldiçoados com as guerras, que aconteceram contra muitos povos incluindo os assírios e os babilônios (586 aC), povos de línguas não compreensíveis (49-52);
10)Seriam amaldiçoados com o canibalismo, que ocorreu durante o cerco e a invasão da Síria, conforme 2Rs 6.24-29. (53-57);
11)Seriam amaldiçoados com doenças graves. Experimentariam as pragas lançadas contra o Egito na época do êxodo e a justa e dura justiça do Senhor (58-63); e
12)Seriam amaldiçoados com o desterro, isto é, seriam tirados de Canaã, o que ocorreu nos exílios assírio (722 aC) e babilônico (586 aC).
Querido amigo, como é possível notar, infelizmente, todas essas maldições preditas, que poderiam acontecer se Israel não cumprisse os mandamentos divinos, de fato ocorreram exatamente porque a desobediência foi a prática mais constante da vida israelita. A expressão do v.63 de que Deus se alegraria em lhes destruir demonstra a seriedade da justiça divina.
Certamente Deus não se alegra com o sofrimento do seu povo, mas o que alegra o Seu coração é que a justiça seja feita! E ao quebrar a aliança Israel desprezou as bênçãos e a bondade de Deus e trouxe sobre si a justiça divina. Que Deus nos ajude a andarmos somente sob a sua graça e misericórdia.
Bom, querido amigo, chegamos ao final de mais um tempo de estudos e espero que você tenha sido edificado pela Palavra de Deus.
Agradeço a Deus pela oportunidade de transmitir Sua Palavra. Agradeço também por sua companhia e seu interesse.
Deus te abençoe.
Um abraço.
© 2014 Através da Biblia

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