sábado, 16 de agosto de 2014

Através da Bíblia - Deuteronômio 31.1-30

Deuteronômio 31.1-30
Olá amigo, estamos iniciando mais um programa da série "Através da Bíblia". Para nós é um privilégio poder contar com a sua audiência, sabendo da responsabilidade que temos de proclamar a Palavra de Deus. Ao iniciarmos este programa queremos agradecer a todos vocês que dão o retorno necessário de como tem chegado o nosso programa até vocês. A razão de ser do nosso programa é encorajar e incentivar você que nos sintoniza periodicamente a estudar com profundidade a Palavra de Deus. Por isso, sempre é um momento de muita satisfação quando lemos um trecho de uma carta que vocês nos enviam. Hoje quero registrar o e-mail que o DAFS nos enviou de Chapadão do Céu em Goiás, fazendo-me uma consulta sobre interpretação. Ele fez várias perguntas sobre a questão do divórcio e suas possíveis implicações. Citando o texto de Mt 5 e 19, já lhe respondi e minha oração é que Deus o dirija no tratar dessa questão tão delicada que já temos que administrar em nossas comunidades. Por isso, querido irmão somos gratos a Deus por esse reconhecimento e colocamo-nos sempre à disposição do Senhor para que Ele nos use como canal da sua misericórdia e graça na edificação do Seu corpo. Conte com nossas orações e saiba que muito nos encoraja saber que temos irmãos que tem por objetivo a edificação de outros irmãos em Cristo! Quero estimulá-lo a continuar firme nesse propósito e espero que o nosso programa possa ser usado por Deus para que você conquiste os seus ideais ministeriais. Mas, para que sejamos bênçãos nas mãos de Deus insisto em que você também ore por nós. E é para isso que o convido agora. Vamos orar: "Pai querido, tu conheces e nosso coração e sabe das necessidades desse querido irmão. Pedimos por ele. Abençoa-o Senhor. E, pedimos também a tua bênção: ilumina-nos pelo teu Espírito e faça-nos experimentar a sua presença. Pai, oramos em nome de Jesus, Amém !"
Querido amigo, lembrando que em três programas iniciaremos os estudos no livro de Josué, hoje, estudaremos o capítulo 31 de Deuteronômio. Neste capítulo 31 encontramos depois dos quatro discursos de Moisés as suas palavras de despedida. Foram palavras importantes, pois simbolizavam o fim de uma liderança e as recomendações finais para a entrada em Canaã, a terra prometida a Abraão, Isaque e Jacó.
Diante da importância dessas palavras creio que podemos dar-lhe o seguinte título: A importância das palavras de despedidas. Ao estudarmos todos os 30 versículos deste capítulo, em resumo, podemos extrair esse princípio desafiador e sintetizá-lo através desta frase: Diante da importância das palavras de despedida há necessidade de ouvi-las atentamente. E, quando, ao invés de resumirmos o capítulo nós o detalhamos, encontramos sete razões pelas quais devemos dar importância a essas palavras:
1)Essas palavras são importantes, pois inspiram confiança, vs.1-8.
Depois do término dos quatro discursos de Moisés aparentemente não deveríamos ter mais nenhum relato de suas palavras. Mas, não é isso que acontece. A partir de agora vemos palavras pessoais finais revelando que tinha feito uma retrospectiva de sua própria vida diante do Senhor. Ao mencionar sua idade de 120 anos, certamente se lembrou dos primeiros quarenta anos vividos como príncipe do Egito, onde teve acesso a toda sabedoria existente na época. Não foram em vão aqueles anos. Ali ele aprendeu a arte militar, os direitos sociais e civis e instruiu-se com os melhores mestres da época. Lembrou-se também dos quarenta anos seguintes em que de príncipe tornou-se um mero pastor de ovelhas, cuidando dos rebanhos de Jetro, o seu sogro. Também não foram anos inúteis, pelo contrário, ali aprendeu a ter paciência, ali aprendeu como pastorear uma multidão de aproximadamente dois milhões e meio de pessoas. E, foi nesse período que ele se casou e teve os seus dois filhos. Nesse tempo também aprendeu a geografia e o clima da península do Sinai, que lhe foi extremamente útil na condução de Israel pelo deserto. Certamente ele se lembrou também dos últimos quarenta anos liderando o povo depois da saída do Egito. Quantas experiências frustrantes, mas ao mesmo tempo quantas experiências positivas com o Senhor! Conforme as suas palavras no verso 2 ele já não podia sair e entrar, isto é, já sentia o peso da idade, além de reconhecer que o Senhor mesmo tinha lhe dito que não entraria em Canaã.
Resignadamente aceitou a determinação divina. A desobediência de Moisés se deu quando Deus mandou que ele apenas falasse à rocha para que dela jorrasse água. Porém, ele feriu a rocha duas vezes. Lembre-se de já estudamos que aquela rocha simbolizava Cristo. Já havia sido uma vez ferida, por ordem de Deus. Mas, na segunda vez Deus ordenou que Moisés apenas falasse e da rocha jorraria água. Cristo só foi morto ou ferido na cruz uma única vez. A pedra deveria ser ferida apenas uma vez também. Como alguém submisso admitiu sua falta e recebia a justa sentença divina de não entrar em Canaã sabendo que Deus tinha o melhor para ele e para Israel.
Então, confiante ao ver em sua própria vida a bondosa mão de Deus ele expressou palavras de confiança para o povo (1-6), para Josué (7-8) e para os sacerdotes (9-13). Para o povo Moisés reafirmou que o próprio Senhor iria adiante deles e assim como tinha feito aos amorreus, assim faria com os outros povos entregando-os nas mãos dos israelitas. E no verso 6 Moisés lhes inspirou confiança recomendando-lhes força, coragem e destemor, pois Deus estaria com eles, não os deixaria e nem os desampararia.
Para Josué, nos versos 7-8, Moisés, diante de todo o povo, recomendou-lhe também força e coragem, dizendo que através dele Israel herdaria a terra que sob juramente Deus prometera aos patriarcas. Moisés estimulou a fé de Josué afirmando que o Senhor iria adiante dele, que o Senhor seria com ele e que o Senhor não o deixaria, e por isso então Josué não deveria temer ou se atemorizar. Foram palavras de confiança, palavras de experiência de alguém que tinha vivido totalmente sua vida na dependência do Senhor. Querido amigo, que nossa vida com Deus, que nosso testemunho possa inspirar outros a confiarem no Senhor, a crerem que a bondosa mão de Deus está pronta a nos abençoar.
2)Essas palavras são importantes, pois devem ser preservadas para o futuro, vs.9-13.
As palavras desses versos foram dirigidas aos sacerdotes, isto é, os israelitas responsáveis pelo culto a Deus e, aos anciãos, isto é, os chefes civis da nação, como se vê no verso 9: [Esta lei, escreveu-a Moisés e a deu aos sacerdotes, filhos de Levi, que levavam a arca da Aliança do Senhor, e a todos os anciãos de Israel]. Moisés recomendou-lhes que, no ano sabático, quando o povo não estivesse se ocupando das tarefas agrícolas, a cada sete anos lessem a lei do Senhor para todo o povo. Deveria haver uma cerimônia, no tabernáculo central onde estariam todos com o objetivo de ensinar a todas as futuras gerações as determinações divinas como lemos nos vs. 12-13: [Ajuntai o povo, os homens, as mulheres, os meninos e o estrangeiro que está dentro da vossa cidade, para que ouçam, e aprendam, e temam o SENHOR, vosso Deus, e cuidem de cumprir todas as palavras desta lei; para que seus filhos que não a souberem ouçam e aprendam a temer o SENHOR, vosso Deus, todos os dias que viverdes sobre a terra à qual ides, passando o Jordão, para a possuir]. Como veremos em Malaquias 2.4-9 uma das funções dos sacerdotes e levitas era ensinar a lei ao povo. O objetivo dessa instrução era o temor a Deus para que cumprissem os mandamentos do Senhor. A preservação da lei do Senhor seria feita através de cópias e através do seu ensino, através da sua leitura periódica. Assim como vimos no capítulo 6, em que nas novas gerações deveriam aprender em todos os contextos, haveria cerimônias oficiais com esse mesmo propósito. Espelhando-nos nessa prática, todos nós somos desafiados a anunciar, a ensinar às outras gerações os princípios divinos que trazem suas bênçãos sobre nós.
3)Essas palavras são importantes, pois foram ditas em local consagrado, vs.14.
As palavras desse verso nos mostram a importância dessa ocasião: [Disse o SENHOR a Moisés: Eis que os teus dias são chegados, para que morras; chama Josué, e apresentai-vos na tenda da congregação, para que eu lhe dê ordens. Assim, foram Moisés e Josué e se apresentaram na tenda da congregação]. O fato de Deus convocar Moisés e Josué para a tenda da congregação tinham o propósito de dar um aspecto oficial à liderança de Josué como substituto de Moisés. Embora a cerimônia de transferência de liderança já tivesse ocorrido conforme Nm 27.18-23, nessa ocasião, na Tenda da Congregação estava sendo dada a legitimidade e a autoridade a Josué como novo líder de Israel. A partir dessa mudança Deus passaria a falar diretamente com Josué, conforme veremos no verso 23 e no próprio livro de Josué. Querido amigo, é bom ouvirmos a voz de Deus através dos irmãos, mas é fundamental que ouçamos diretamente Deus falando conosco, ao nosso coração.
4)Essas palavras são importantes, pois apontam para a desobediência, vs. 15-18.
A cerimônia solene continuou e assim o Senhor Deus apareceu na Tenda da Congregação, numa coluna de nuvem. Em ocasiões importantes era esse o local onde Deus falava à Israel (Êx 33.9-10; 40.34-38; Nm 12.5). Deus se dirigiu a Moisés em primeiro lugar confirmando a sua morte, para estar com os seus pais; e, em segundo lugar Deus avisou-o e avisou também a Josué que futuramente o povo de Israel abandonaria o Senhor e adoraria e serviria outros deuses. Mas, além de mostrar essa futura desobediência, Deus deixou bem claro qual seria a sua reação: 1)ficaria irado com Israel; 2)esconderia o seu rosto deles; 3)eles seriam destruídos; 4)muitas desgraças e sofrimentos os atingiriam e, 5)ficariam tão perplexos que perguntariam se tudo o que lhes acontecia era porque Deus não estava mais no meio deles. Deus foi muito específico quanto ao futuro revelando a Josué o cuidado que ele deveria ter na condução de Israel. Esse desvio futuro dos israelitas foi então anunciado na presença de Josué para que ele se conscientizasse do perigo que Israel corria e assim se esforçasse para evitá-lo em seus dias. E como veremos nos próximos estudos, Josué também em seu último discurso fez essa mesma advertência (Js 23.1-16), pois durante o período da sua liderança se esforçou levando Israel a se posicionar diante de Deus (Js 24.31). Deus, sendo fiel requer também um compromisso fiel de nossa parte. Que possamos, na força que o Espírito Santo nos concede sermos fiéis ao nosso Deus auxiliando aqueles que estão do nosso lado a também serem fiéis!
5)Essas palavras são importantes, pois devem ser memorizadas, vs.19-22.
Deus continuou falando aos líderes e instruiu-os a registrarem um cântico. Mas, quando se percebe o conteúdo dessas palavras surge a questão: por quê usar um cântico como testemunho contra um povo? A resposta a essa questão se obtém através do conhecimento do contexto. Na cultura da antiguidade os cânticos eram usados para ensinar e para transmitir os mandamentos para o povo e para as futuras gerações. Assim como hoje, era mais fácil aprender e lembrar a letra de uma música. Esse cântico registrado no capítulo 32, que estudaremos no próximo programa serviria para lembrar aos israelitas que Deus condena a desobediência. Podemos ver essa pratica de contar a história e os feitos do Senhor através de vários salmos como, por exemplo, os salmos 78, 105, 106 e tantos outros. Querido amigo uma aplicação pratica em relação a essa questão acontece conosco. Você já reparou quantos cânticos você conhece, você tem memorizado nos últimos anos? Certamente foram muitos. Por isso, o conteúdo do que ouvimos, e do que cantamos é importantíssimo no desenvolvimento e na solidificação de nossa fé. A teologia dos nossos cânticos, a teologia dos nossos hinos é importantíssima no ensinamento e na concretização da nossa fé. Aquilo que você ouve e canta pouco a pouco começa a fazer da sua crença e das suas praticas religiosas. É necessário que avaliemos o que estamos ouvindo. Portanto, as músicas populares, as músicas seculares devem ser muito bem analisadas para serem ouvidas e cantaroladas por nós que nos chamamos cristãos.
Querido amigo que você tenha da parte de Deus discernimento e maturidade para reter o que é bom e rejeitar o que não serve para sua edificação!
6)Essas palavras são importantes, pois são encorajadoras, vs. 23.
Aparentemente, conforme a seqüência lógica, este texto deveria vir logo após o verso 15 quando Deus falou a Moisés e a Josué na Tenda da Congregação. Porém ele aparece aqui demonstrando que Deus permitia a esses líderes uma plena interação, dialogando com Ele. Nesse verso Deus se dirige especificamente a Josué: [Ordenou o Senhor a Josué, filho de Num, e disse: Sê forte e corajoso, porque tu introduzirás os filhos de Israel na terra que, sob juramento, lhes prometi; e eu serei contigo]. Essas palavras vindas diretamente de Deus garantiam a Josué a presença e a capacitação divina para a realização da sua tarefa. A força e a coragem deveriam ser buscadas no próprio Deus. E, ele, Josué, que era general das tropas de Israel sabia que durante as últimas décadas era o próprio Deus que lhes tinha dado a vitória. Agora, em sua nova posição, como líder de Israel, Josué teve a garantia de que teria êxito em sua missão, pois podia contar com a presença constante de Deus com ele. O que percebemos neste verso é o cuidado divino em orientar, garantir e encorajar cada um dos seus filhos ao assumirem as mais diferentes e difíceis tarefas. Dirigir um povo na conquista de um grande território contra diversas nações que ali habitavam; dirigir e comandar um povo rebelde que se inclinava para a adoração errada, para desagradar a Deus, não seria uma tarefa simples. Deus antecipando-se às dificuldades de Josué, o encorajou: seja forte, seja corajoso, pois você pode contar comigo! Querido amigo, que grande bênção podermos contar com a presença do Senhor em nosso dia a dia! Espero que as palavras de Jesus sejam realidade na sua experiência cristã: [E eis que estou convosco todos os dias até a consumação do século (Mt 28.20].
7)Essas palavras são importantes, pois devem ser registradas, vs.24-30.
Prezado amigo, assim como a leitura da lei e dos mandamentos estava relacionada com a posse e com a continuidade na terra prometida, assim também hoje, a leitura e a meditação na palavra de Deus estão relacionadas com a posse e a continuidade das bençãos espirituais em nossas vidas. O desconhecimento da palavra de Deus é o primeiro passo para perdermos as bençãos que o Senhor nos tem dado. Enquanto isso o nosso estudo cuidadoso e permanente da palavra de Deus representa para nós, não somente a preservação daquilo que já temos conquistado em Cristo pela fé, como também a benção de novas conquistas. Foi em Mateus 22.29, falando a religiosos que Jesus lhes disse: [Errais, não conhecendo as Escrituras, nem o poder de Deus]. É aqui onde muitos erram. É o desconhecimento das Escrituras Sagradas e a ignorância do poder de Deus, a causa dos erros dos homens e em consequência a perda das bênçãos que Ele tem para nós. Por isso consideramos realmente perigoso quando se substitui no púlpito a Bíblia, a palavra de Deus, pela palavra do homem.
Moisés, querendo evitar esses erros que vemos em nossos dias, escreveu, registrou essas palavras num livro e ordenou aos levitas que transportavam a Arca que colocassem esse Livro da Lei junto a Arca para que servisse de testemunha contra o povo quando eles se desviassem dos caminhos do Senhor. No verso 27 Moisés foi bem específico analisando a condição espiritual de Israel logo antes da sua morte. Suas palavras foram bem objetivas: [Porque conheço a tua rebeldia e a tua dura cerviz. Pois, se, vivendo eu, ainda hoje, convosco, sois rebeldes contra o Senhor, quanto mais depois da minha morte?]. Essa foi uma analise bem real da tendência pecaminosa de Israel. E Moisés ainda convocou todos os líderes de Israel (v.28) para que invocando o céu e a terra como testemunhas contra eles ficasse estabelecida a punição que experimentariam ao quebrarem a aliança com Deus. Consciente da sua partida Moisés ainda afirmou nos versos 28 e 29: [Ajuntai perante mim todos os anciãos das vossas tribos e vossos oficiais, para que eu fale aos seus ouvidos estas palavras e contra eles, por testemunhas, tomarei os céus e a terra. Porque sei que, depois da minha morte, por certo, procedereis corruptamente e vos desviareis do caminho que vos tenho ordenado; então, este mal vos alcançará nos últimos dias, porque fareis mal perante o SENHOR, provocando-o à ira com as obras das vossas mãos].
Neste capítulo tivemos três ordens: 1)que a lei fosse lida regularmente para todos os israelitas; 2)que o cântico fosse escrito e ensinado ao povo (v.30) e, 3)que o documento da lei fosse colocado perto da Arca. Demonstrando mais uma vez o cuidado divino pelo seu povo, todas essas ordens foram dadas para que Israel não se esquecesse e quebrasse a aliança com Deus. Que Deus bondoso nós temos! Desfrutemos do seu cuidado e zelo por nós!
Bom, chegamos ao final de mais um tempo de estudos. Consideramos ainda as palavras de despedidas de Moisés e vimos que mesmo faltando poucas semanas para ele partir, como um pastor responsável orientou detalhadamente o seu rebanho até o fim. Que Deus conceda edificação e capacitação a você para praticar essas verdades que você aprendeu.
Agradeço a Deus a sua orientação e a você agradeço a sua companhia.
Escreva-nos compartilhando suas experiências.
Que Deus te abençoe,
Um abraço.
© 2014 Através da Biblia

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