sábado, 16 de agosto de 2014

Através da Bíblia - Deuteronômio 6.1-25

Deuteronômio 6.1-25
Olá amigo, quero saudá-lo em nome de Jesus Cristo, o nosso salvador. É com grande prazer e satisfação que iniciamos mais um programa da série "Através da Bíblia". E, para você que tem nos acompanhado fielmente declaramos a nossa gratidão por termos a possibilidade de estudarmos com você mais um trecho das Escrituras Sagradas. Sentimos-nos privilegiados quando recebemos a carta dos nossos amigos contando-nos suas experiências com Deus através desse programa. Por isso, incentivamos a você que é nosso ouvinte assíduo a escrever dando-nos suas impressões sobre o programa. Exatamente por isso, compartilhamos o e-mail do LM um querido irmão que nos escreveu essas palavras: "Oi pessoal da RTM, sou um ouvinte que todos os dias escuto o Através da Bíblia. As mensagens são bem edificantes. Que continue assim. Que Deus abençoe todos vocês". Querido irmão, somos gratos por suas palavras. Elas são um incentivo para nós. Mas essas palavras também nos enchem de temor e tremor e por isso pedimos a Deus que tenhamos programas que edifiquem a cada um de vocês. Por isso oramos pedindo as bênçãos de Deus. E, é para isso que chamo a sua atenção agora. Vamos orar: "Pai de amor, somos gratos pela oportunidade que tu nos dás de abrirmos a sua palavra e juntos ouvirmos a sua voz. Senhor desejamos e necessitamos da iluminação do teu Espírito para podermos compreender a Tua Palavra e capacitados por ele mesmo cumprirmos os teus mandamentos. Pai querido, obrigado porque tu nos ouves. Obrigado porque através de Jesus, respondes as nossas orações. Por isso oramos em nome de Jesus, Amém".
Querido amigo hoje temos à nossa frente o capítulo 6 de Deuteronômio. Nos seus 25 versos, certamente encontraremos lições preciosas que irão nos ajudar na intenção de adequarmos cada vez mais nossas vidas à vontade de Deus.
Você deve se recordar que este é o segundo discurso de Moisés, o mais longo, que vai desde o capítulo 5, visto no programa passado até o cap.26 do livro e, este discurso estava sendo proclamado nas planícies de Moabe, dias antes de Israel invadir, conquistar e possuir Canaã, a terra da promessa.
Sugerimos como título para esse capítulo: Características da verdadeira devoção a Deus. A proposição, isto é, o resumo deste texto, o princípio que subjaz deste texto pode ser enunciado através da seguinte frase: Por ser Deus quem Ele é somente através de uma verdadeira devoção é possível honrá-Lo. E ao analisarmos, ao detalharmos esses 25 versos encontramos 5 características de uma verdadeira devoção:
Em 1º lugar, nos vs.1-3 a devoção caracteriza-se pela prática contínua da Palavra de Deus. Uma das boas práticas em se entender a palavra de Deus é separarmos nos seus diversos parágrafos as palavras chaves. Podem ser verbos ou substantivos que se destacam. Essas palavras importantes nos mostram as ações e as atividades dos personagens envolvidos e assim servem como diretrizes para que nós também pratiquemos a vontade de Deus. Nesse parágrafo destacam-se: 1)Os substantivos que identificam a Lei divina: mandamentos, estatutos, juízos. São palavras que já definimos no final do capítulo 4 e que expressam a maneira cuidadosa de Deus para com Israel. Essas expressões mostram como Deus fora minucioso em dar a Israel uma legislação detalhada e adequada para saber se conduzir na sua nova terra. 2)Os verbos que expressaram as ordens diretas de Deus são: ensinar, cumprir, temer, guardar e atentar demonstrando que não eram ações opcionais. Eram ações que Deus requeria do seu povo, fossem eles já adultos ou até jovens. Todos deveriam obedecer o mandamentos divinos. 3)As promessas divinas também devem ser destacadas: [terra a que passas para a possuir]; [que teus dias sejam prolongados]; [para que bem te suceda]; [para que muito te multipliques]; [terra que mana leite e mel]. Essas são expressões que demonstram o desejo e o empenho de Deus em abençoar o Seu povo. 4)A duração dessa obediência também foi destacada através da expressão: [todos os dias da tua vida], pois Israel deveria saber que Deus não esperava nada menos que essa completa obediência. 5)Destaca-se no v.3, nas suas últimas palavras: [como te disse o Senhor, Deus de teus pais], como garantia de que Deus sempre cumpre as suas promessas. Diante dessas afirmações todos nós nos sentimos advertidos e também encorajados a obedecer o nosso Deus, pois Ele está pronto a nos abençoar.
Em 2º lugar, nos vs.6-9 a devoção caracteriza-se pela aceitação Dele como o único Deus. Podemos dar a esse parágrafo o título de:Toda a honra ao nosso verdadeiro e único Deus e Pai. Como o Pai do filho pródigo (Lc 15) Jesus destacou o grande amor de Deus para com todos nós. Nas entrelinhas dessa parábola ficou a mensagem de que devemos honrá-Lo por seu favor. É esse Deus, o nosso pai celeste, um Deus que Jesus nos possibilitou chamá-lo de Pai, de Papai, de Paizinho que deve ser honrado. Por isso, resumindo esses versos é possível dizer:Todo cristão deve honrar a Deus como único verdadeiro Deus transmitindo essa verdade às outras gerações. Neste texto encontramos cinco maneiras de honrarmos a Deus como verdadeiro Deus:
1. Honramos a Deus aceitando-O como o único e verdadeiro Deus – v.4
Essa era uma confissão que todo israelita, crente em Deus deveria fazer. Em meio a povos politeístas e idólatras, Israel deveria crer e confessar o monoteísmo.
As palavras desses versos formavam uma oração chamada “Shemá”, que quer dizer: “ouve”, “dê atenção”. Os judeus piedosos a recitavam duas vezes por dia.
Considerar Deus como único e não três é algo fundamental para nossa fé. Jesus considerou-o como o 1º e grande mandamento, conf. Mt 22.36-38.
2. Honramos a Deus amando-O de modo integral – v.5
Amar de todo o teu coração, alma e força, é amar muito além de um mero sentimento ou uma emoção interior.
Tal como Deus manifestou o seu amor para com Israel livrando-o do Egito, Israel deveria manifestar o seu amor a Deus obedecendo os seus mandamentos.
Amar a Deus com todo o nosso ser é decidir amar sem merecimento. Deus decidiu amar a Israel, sem qualquer merecimento (Os 11.1 e Os 3.1)
3. Honramos a Deus adotando essa verdade no íntimo do nosso ser – v.6
Ter essa verdade no coração é adotar e viver este estilo de vida.
Dt associa esse estilo de vida ao amor (10.12; 30.6); a buscar (4.29); a dar ouvido (30.10); a voltar para o Senhor (30.2) e a cumprir os seus mandamentos (26.16)
Lembrando que amamos a Deus porque ele nos amou primeiro (1Jo 4.10)
4. Honramos a Deus alertando os outros em todas as circunstâncias – v.7
Inculcar é destacar, apontar, demonstrar com insistência, repetir, frisar, recomendar elogiosamente, é aconselhar. Falar é comunicar, expressar-se, discorrer, é influenciar.
A quem? Aos filhos (como pais), às outras gerações (como igreja), aos que convivem conosco (ordem para todos).
Onde? Em que circunstâncias? Assentado em casa, andando pelo caminho, ao deitar-se, ao levantar-se, isto é, em todas as circunstâncias.
5. Honramos a Deus anunciando de todas as maneiras Deus como único e verdadeiro – v.8-9
Em Êx 13.9, logo depois da saída de Israel do Egito, Deus repete essa ordem. Por sinal, nas mãos; por frontal entre os olhos; nos umbrais das casas e nas portas eram proclamações que deveriam ser vistas por todos em todos os lugares.
Hoje, nos colocamos em quadros, em pinturas, nos carros, nos pingentes.
A demonstração exterior do nosso amor a Deus deve ser o reflexo do que vai em nosso coração. Quando amamos, obedecemos e anunciamos.
E, como conclusão: Diante do grande amor de Deus, nosso Pai; diante da possibilidade que Jesus nos abriu de chamar Deus de Pai; diante do fato de sermos filhos de Deus, e Ele ser o nosso Pai; devemos honrar a Deus, amando-O com todo nosso ser; devemos amar a Deus, obedecendo-O integralmente. Devemos obedecer a Deus, proclamando-O à todos, à outras gerações.
Em 3º lugar, nos vs.10-12 a devoção caracteriza-se pela lealdade em tempos prósperos. É exatamente no tempo de prosperidade que corremos o risco de nos esquecermos de Deus. Israel através dessa 2ª geração iria invadir, conquistar e possuir a terra de Canaã, terra que Deus tinha prometido aos seus antepassados. Depois das lutas, quando desse cabo aos seus inimigos, ao entrar na terra os israelitas iriam encontrar cidades bem construídas, casas cheias de tudo o que há de melhor, iriam encontrar cisternas com água, iriam encontrar vinhas e olivais com boas produções. Todos esses itens eram bênçãos de Deus. E a tendência humana era alegrar-se, satisfazer-se com aquelas dádivas e se esquecerem de Deus. Esquecer-se-iam de que Deus lhes tinha proporcionado todas aquelas bênçãos, iriam se esquecer de que Deus tinha lhes libertado do Egito para lhes fazer possuir aquela boa terra. Antecipadamente Deus chama-lhes a atenção pedindo lealdade, pedindo fidelidade no reconhecimento da bondosa e abençoadora mão de Deus. O espírito de gratidão alegra o coração divino. Assim como aquele leproso que voltou para agradecer, enquanto os outros nove nem sequer se lembraram mais de Jesus (Lc 17.11-19) todos nós somos desafiados a agradecer a Deus por todas boas dádivas que nos dispensa.
Em 4º lugar, no vs.13 a devoção caracteriza-se pela compreensão dos mandamentos.
Essa compreensão é essencial na interpretação dessas 3 orientações claras: [O Senhor, teu Deus, temerás, a ele servirás, e pelo seu nome jurarás]. Temer a Deus é reverenciá-lo, é adorá-lo, é entronizá-lo como único e verdadeiro Deus que Ele, de fato, é! Servir a Deus era a razão que Moisés apresentara para o Faraó pedindo-lhe para que deixasse o povo sair do Egito, conf. Êx 7.16; 8.1; 9.1 etc. Servir ao Senhor é prestar-lhe culto e adoração. Servimos a Deus, quando atuamos em favor do nosso irmão, do nosso próximo! E, jurar em nome de Deus não se opõe ao terceiro mandamento, conforme vimos no programa passado. Lá o que se proíbe é o falso juramento. Um juramento em nome de Deus, pode ser feito, conf. veremos em Jz 8.19 e indicava, por parte de quem jurava o reconhecimento de Deus como o Deus verdadeiro. Que cada um de nós que estamos estudando este texto possa reconhecer Deus como o único e verdadeiro Deus e assim, temê-Lo, servi-Lo e dignificá-lo como Deus abençoador!
Em 5º lugar, nos vs.14-19 a devoção caracteriza-se pelo afastamento da idolatria.
O grande problema de Israel, a sua grande prova era vencer a idolatria. Tinha vindo de um país idólatra que adorava todo tipo de deuses. Estava entrando um território cheio de idolatria, cujos moradores estavam sendo expulsos pelo Senhor exatamente porque um dos seus pecados mais grosseiros era a idolatria e a adoração de deuses falsos aos quais tinham até sacrificado seus filhos. Essa, de fato, era uma grande prova para Israel. A referência a Massa, no v.16, relembra-nos a murmuração que Israel levantou contra o Senhor quanto tentaram ao Senhor, conf. Êx 17.7 dizendo: [Está o Senhor no meio de nós, ou não?]. A murmuração, a desconfiança de que Deus estava no meio de Israel dirigindo os seus passos e a idolatria, que simbolizava um desprezo a Yahweh seria punida com destruição total. Mas, por outro lado, se fizessem o que era reto aos olhos do Senhor, além de terem os inimigos lançados de diante de si, pelo próprio Senhor, os israelitas entrariam e possuiriam a terra objeto da promessa divina aos patriarcas.
Precisamos aprender que as bênçãos, em muitas ocasiões, nos são retidas por nossa própria causa. Quando obedecemos demonstrando-lhe amor Deus age em nosso favor!
Em 6º lugar, nos vs.20-24 a devoção caracteriza-se pela transmissão das verdades divinas às novas gerações.
Nos versos 20-21 encontramos orientações muito específicas diante de tantas bênçãos que Deus nos proporciona. Temos um legado a transmitir para as novas gerações. Literalmente o texto diz assim: [Quando teu filho, no futuro, te perguntar, dizendo: Que significam os testemunhos, e estatutos, e juízos que o Senhor, nosso Deus, vos ordenou? Então, dirás a teu filho: Éramos servos de Faraó, no Egito; porém o Senhor de lá nos tirou com poderosa mão]. Sim! Esse é o testemunho, é o legado que devemos transmitir às novas gerações. É nossa responsabilidade instruirmos os nossos filhos sobre as poderosas ações divinas realizadas em nosso favor. É assim que honramos a Deus! É assim que santificamos o Seu santo nome.
No Salmo 78.3-4 lemos: [O que ouvimos e aprendemos, o que nos contaram nossos pais, não o encobriremos a seus filhos; contaremos à vindoura geração os louvores do Senhor, e o seu poder, e as maravilhas que fez]. No judaísmo, a tradição oral foi uma pratica notável. Até nos dias do Novo Testamento essa tradição se manteve. De geração a geração as verdades sobre Deus e as maravilhosas atuações Dele eram transmitidas aos mais novos. Essa era e ainda é uma prática que deve ser desenvolvida por todos nós. Mas, essa prática tem duas implicações: a nossa responsabilidade pela fidelidade do relato e o privilégio de podermos passar aos mais novos as verdades à respeito do Senhor e das Suas ações. Sim! Essa é uma pratica recomendada por Paulo a Timóteo, conf. 2Tm 2.2.
O texto prossegue e então vejamos os versículos 22 a 24: [Aos nossos olhos fez o Senhor sinais e maravilhosas, grandes e terríveis, contra o Egito e contra Faraó e toda a sua casa; e dali nos tirou, para nos levar e nos dar a terra que sob juramento prometeu a nossos pais. O Senhor nos ordenou cumpríssemos todos estes estatutos, e temêssemos o Senhor, nosso Deus, para o nosso perpétuo bem, para nos guardar em vida, como tem feito até hoje]. Conforme já comunicamos essas palavras eram uma lembrança à nova geração daquilo que tinha acontecido com seus pais, que tinham sido escravos no Egito. Moisés estava referindo-se a respeito da libertação do Egito. Deus tirou-os da escravidão e os levou para fora da tirania dos Faraós. Nós sabemos que o Egito é um símbolo do mundo, enquanto que esses Faraós são símbolos do próprio Satanás, o grande inimigo do povo de Deus em todos os tempos. Deus tirou o seu povo do Egito e lhe deu os mandamentos, para que o povo vivesse de acordo com eles. Era segurança para eles. Nós fomos também tirados do mundo, isto é, da vida de pecado, de rebelião contra Deus. Fomos libertados do poder e da tirania do pecado, para vivermos na liberdade do Espírito de Deus. Fomos completamente libertados das imposições e da tirania de Satanás. Quando o povo de Israel sentiu-se livre, o povo celebrou a sua saída do Egito com a instituição da páscoa, em que foram sacrificados os cordeiros, cujo sangue foi espargido nas ombreiras das portas. A nossa redenção do jugo do pecado nos foi possível por meio do sacrifício do cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Foi a morte de Cristo na cruz do Calvário que proporcionou-nos essa maravilhosa redenção. A nossa salvação não quer dizer que nós já estamos no céu. Não! Ainda estamos aqui. Mas, também já estamos eternamente salvos, pois temos vida eterna desde o momento mesmo em que cremos em Cristo. Estamos ainda no mundo, estamos sujeitos as provações e às tentações, porém não à condenação. Conf. Rm 8.1: [Agora, pois, já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus]. E agora, como salvos, devemos ter todo o prazer de cumprir os ensinamentos de Cristo, de anunciar às novas gerações os feitos maravilhosos do Senhor. Assim como os judeus depois de terem saído do Egito deveriam cumprir os mandamentos do Senhor, anunciando-os às novas gerações, o que devemos fazer depois de salvos deve ter como objetivo a glória divina e serve também para o nosso crescimento na fé, na graça e no conhecimento de Jesus Cristo. E conseguimos esse crescimento por meio da leitura e meditação na Palavra de Deus. O Deus que nos salvou pela graça, nos sustenta pela graça. E, podemos gozar aqui e já de todas as bênçãos que acompanham a nossa salvação.
Em 7º lugar, no v.25 a devoção caracteriza-se pela busca da justiça.
Diz assim esse verso: [Será por nós justiça, quando tivermos cuidado de cumprir todos estes mandamentos perante o Senhor, nosso Deus, como nos tem ordenado], ou como lemos em outra versão (NVI): [E, se nós nos aplicarmos a obedecer a toda esta lei perante o Senhor, o nosso Deus, conforme ele nos ordenou, esta será a nossa justiça]. Essa busca de justiça é a busca de todo ser humano. Queremos ser justos, queremos nos apresentar diante do Senhor justos. Queremos a justificação. Sabemos, entretanto, que não é pela mera obediência à lei, aos mandamentos, estatutos e juízos que seremos justificados diante de Deus. Sabemos também por quais razões não podemos nos apresentar justificados diante de Deus. Em 1º lugar isso não é possível, pois não há justo, nem sequer um como disse Paulo em Rm 3.10. Não há justo porque não há nenhum ser humano capaz de cumprir toda a lei. Em 2º lugar, não é possível alguém se apresentar justo diante de Deus porque, mesmo que alguém conseguisse cumprir a lei, a cumpriria apenas exteriormente, de forma superficial. Não conseguiria cumprir o espírito da lei, como Jesus a apresentou em Mt 5.17-48. Israel deveria buscar justificar-se diante de Deus. Mas, sabemos que isso não ocorreu. Infelizmente eles pereceram.
Bom, chegamos ao final de mais um tempo de estudo da Palavra de Deus.
Que o Senhor te abençoe, guarde e te oriente.
Espero sua correspondência.
Um grande abraço.
© 2014 Através da Biblia

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