quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Através da Bíblia - Números 30

Números 30
Olá amigo, estamos iniciando mais um programa da série "Através da Bíblia". Você sabe que este programa tem por propósito estudar toda a Palavra de Deus. Um projeto como esse requer muito tempo, perseverança e fidelidade. Somos gratos a Deus por essa possibilidade e por sua companhia conosco. Queremos incentivá-lo a continuar firme nesse propósito e caminhar conosco na conquista desse objetivo. A sua companhia é importante pois através da sua comunicação sabemos como chegamos até você e qual a validade dos estudos. E, você sabe que só conseguimos essas informações quando você nos escreve compartilhando suas experiências e apresentando os seus motivos de oração. Para nós é gratificante podermos dividir com tantos irmãos e amigos as nossas vidas. Hoje, registramos a carta da A.C.S uma irmã de São Miguel do Guaporé, em Rondônia. São essas as suas palavras: "É a 1ª vez que escreve para o Através da Bíblia que é uma bênção no meu lar.Meu esposo, eu e nossos filhos sempre ouvimos a Palavra de Deus através deste programa. Quero saudar a todos vocês, que Deus os abençoe”. Querida irmã, agradecemos as suas palavras. Elas nos incentivam e nos motivam a estudarmos com maior profundidade a Palavra de Deus para transmiti-la de modo cada vez mais fácil de ser entendida. Por isso é que oramos pedindo a bênção de Deus a cada início de programa. Quero convidá-la para esse momento de oração. Vamos orar: “Senhor Deus colocamos as nossas vidas diante do Senhor, dependo da sua misericórdia”. Pedimos a iluminação do teu Espírito para que a Tua palavra seja compreendida por todos nós. Oramos em nome de Jesus. Amém!"
Querido amigo, estamos caminhando para o final dos nossos estudos em Nm. Vá se preparando, pois logo iniciaremos os estudos em João. Mas, hoje o nosso alvo é estudar os cap.s 30 e 31 de Nm.
No capítulo 30 veremos a seriedade em se fazer votos diante do Senhor. Como já vimos em Lv 7, 22, 23 e 27 e em Nm 6 e 15 fazer votos ao Senhor era uma pratica comum, mas que deveria ser corretamente desenvolvida. Como acontece ainda hoje naqueles dias também ocorria, nas horas em que as circunstâncias apertavam, ao orarem pedindo ao Senhor a Sua bênção para determinada situação os israelitas transformavam as suas orações em votos. O que se diz nessas ocasiões, o que se promete é: “se Deus me ajudar a resolver esse problema eu prometo que ...”. Porém quando a resposta vem muitas vezes esquecemos do nosso compromisso e não cumprimos o que acertamos com Deus. Cf. Dt 23.21-23 somos a advertidos a não prometermos e depois não cumprirmos. Naqueles dias os votos eram como que promessas de dar algo a Deus em sacrifício. Se alguém votasse, por exemplo se entregar a Deus para servi-lo, se não fosse levita não poderia cumprir o seu voto e assim essas especificações foram tratadas em Lv 27. Mas, aqui temos outras orientações para os casos em que um pai ou marido não concordassem com um voto feito pela filha ou pela esposa. Vamos então observar o cap.30 dividindo-o em 7 seções para estudar sobre a seriedade dos votos:
Em 1º lugar os vs.1-2 demonstram que o voto de um homem era inviolável. Nesse caso, quando um homem votasse, ou se obrigasse diante de Deus a cumprir uma promessa, esse voto era inviolável, isto é, não poderia ser descumprido de nenhuma maneira.
Em 2º lugar os vs.3-5 mostram que o pai poderia anular o voto de uma filha. Nesses versos temos clara a orientação para as filhas que tendo feito votos ao Senhor tivessem o desacordo por parte do seu pai. Se o pai aceitasse o voto que sua filha fizera, ela deveria cumpri-lo integralmente. Se, porém, o pai não concordasse com aquele voto, essa filha poderia deixar de cumpri-lo, pois quem a tinha desobrigado era o seu pai. Ela não seria culpada e seria perdoada.
Em 3º lugar os vs.6-8 mostram que o marido poderia anular o voto da esposa. Aqui também temos uma situação idêntica. Aqui temos o caso da esposa que ainda quando solteira prometera algo ao Senhor em termos de voto. Se o marido ao casar-se com ela aceitasse o voto e não a recriminasse, ela deveria cumprir o que prometera integralmente. Se, porém o marido não concordasse com aquele voto ele deveria anunciá-lo e assim ela estava desobrigada do voto e também, como a solteira, não seria culpada. Seria perdoada.
Em 4º lugar no vs.9 mostra que o voto de uma viúva ou divorciada é inviolável.
Já no caso de mulheres que não tinham nenhum homem sobre si, com autoridade sobre si, essas que eram viúvas ou divorciadas, mesmo que voltassem para a casa de seu pai, essas deveriam cumprir integralmente o que tinham prometido ao Senhor.
Em 5º lugar os vs.10-12 mostram que o marido poderia anular o voto de sua esposa sem penalidade. Aqui temos o complemento, quase que uma repetição da instrução sobre o marido anular o voto da sua esposa. Mas, aqui trata-se do caso de uma mulher que depois de casada assumisse um voto diante do Senhor. Se o esposo concordasse com o voto e não lhe falasse nada em contrário essa esposa deveria cumprir o seu compromisso com Deus. É confirmado nesse caso o perdão que essa esposa teria em não cumprir o voto, porque fora desobrigada pela palavra do seu esposo.
Em 6º lugar os vs.13-15 mostram que o marido que não for rápido em anular o voto fica responsável pelo que sua esposa prometeu. Aqui temos ainda mais uma faceta desses casos. Se um marido não concordasse com o voto da sua esposa, ao ouvir sobre o voto ele deveria rapidamente discordar e assim a esposa não precisaria cumprir e nem ele teria qualquer responsabilidade. Mas, se depois de ouvir sobre o voto e não discordasse do mesmo, se posteriormente, viesse a discordar do mesmo então ele seria o responsável por ter quebrado o voto da sua esposa. Se esse fosse o caso ele deveria fazer uma oferta pelo pecado para obter o perdão.
Em 7º lugar os vs.16 consolidam essas orientações sobre os votos. Nesse verso lemos que: “São esses os estatutos que o Senhor ordenou a Moisés, entre o marido e sua mulher, entre o pai e sua filha moça se ela estiver em casa de seu pai”.
Essas regulamentações foram dadas para que não se tivesse qualquer dúvida em relação aos votos que poderiam ser feitos, principalmente naqueles dias em que o exército de Israel entraria em grandes confrontos para tomar posse da Terra Prometida. Desejando a volta dos pais ou dos maridos as mulheres faziam votos e ficavam obrigadas a cumprirem suas palavras a Deus. Essas regulamentações davam a direção correta sobre esse assunto. E, quanto a nós, devemos ainda hoje fazer votos a Deus? Conforme as orientações de Jesus no Sermão do Monte o nosso falar deve ser sim, sim e quando não, não. O que temos no NT é o incentivo para nos dedicarmos completamente a Deus entregando-nos como sacrifícios vivos a Deus, conf. Rm 12. Você já se entregou completamente ao Senhor?
Bom, depois dessas lições tão significativas podemos passar para o cap.31 e fazermos as considerações necessárias para descobrirmos os princípios que nos sejam úteis para o nosso dia a dia. Nesse cap. 31 veremos que Israel indo em frente em sua jornada para a Palestina, avança, luta e derrota os midianitas. Essa luta era o último ato oficial de Moisés como líder do povo de Israel, conf. v.1. Essa guerra santa tinha como motivação a clara rejeição da imoralidade e da idolatria, da adoração a Baal, o ídolo dos midianitas. Nessa adoração, por sugestão de Balaão, os israelitas foram envolvidos e pecaram contra Deus. Por isso agora se fazia guerra contra esses idolatras impuros. Essa guerra, porém trouxe algumas conseqüências para os israelitas. Então através desses versos vamos conhecer um pouco mais dessa história e verificar as lições que Deus tem para nós. Vamos dividi-la também em 7 seções:
Em 1º lugar, nos vs.1-6 Deus expõe o propósito da guerra contra Midiã. Nesses versos temos a concretização da palavra que o Senhor tinha pronunciado em Nm 25.17-18. Lá o Senhor, literalmente tinha dito: “Afligireis os midianitas e os ferireis, porque eles vos afligiram no caso de Peor e no caso de Cosbi, filha do príncipe dos midianitas, irmã deles que foi morta no dia da praga no caso de Peor”. Agora, no momento propício, no momento de Deus, Ele mesmo mostrou que o motivo da guerra era dar a recompensa ao engano em que Midiã, que estava associado com Moabe envolveu os israelitas, fazendo-os pecar contra Deus. Já que a idolatria e o adultério eram pecados e deviam ser punidos com a morte, os midianitas agora seriam punidos por Deus, através de Israel. E, o próprio Deus também os instruiu como deveriam formar o exército israelita: 1.000 homens de cada tribo, num total de 12.000 homens armados para a guerra. Também foi dada a ordem para que Finéias, filho de Eleazar os comandasse, levando consigo os utensílios sagrados, a saber as trombetas para o toque de guerra. Aprendemos através desse relato que a retribuição aos pecados pertence ao Senhor e o melhor é esperarmos pelas suas ordens.
Em 2º lugar, nos vs.7-12 vemos a vitória de Israel sobre Midiã e a morte de Baalão. A batalha foi realizada e Israel obteve completo êxito, matando todos os homens adultos. Matou também Evi, Requém, Zur, Hur e Reba que eram cinco reis dos midianitas. Israel também matou Balaão, o profeta pagão filho de Beor, que tentara inutilmente amaldiçoar a Israel. Mas o que estaria Balaão fazendo ainda entre os midianitas? Como sabemos pelo relato do v.16, foi Balaão que orientou Balaque, de Moabe e os midianitas, pois estavam em parceria, a iludirem os israelitas convidando-os para os festivais de fertilidade e assim se prostituírem e adorarem a Baal. Por isso Balaão ainda estava com os midianitas. Mas, por esse pecado Balaão não teve o seu fim como os justos, como era o seu desejo, cf. 23.10, mas foi morto em retribuição por suas más atitudes, sua cobiça e suas mentiras. Terminada a batalha os israelitas levaram cativas como despojo todas as mulheres e as crianças midianitas bem como os animais, todo o seu gado e todos os seus bens, incendiando-lhes todas as cidades.
Em 3º lugar, nos vs.13-18 Moisés ordenou a eliminação de todas as midianitas exceto as virgens. Essa atitude dos capitães de preservar as mulheres e as crianças midianitas deixou Moisés irado. Cf. os vs.15-16 Moisés chamou a atenção dos oficiais de guerra, mostrando-lhes porque deveriam ter matado a todos e todas. Disse Moisés: “Deixastes viver todas as mulheres? Eis que estas, por conselho de Balaão, fizeram prevaricar os filhos de Israel contra o Senhor, no caso de Peor, pelo que houve a praga entre a congregação do Senhor”. Essas mulheres eram culpadas. Então Moisés então deu uma ordem clara: deveriam matar todos os meninos, para terminar com as gerações de midianitas e deveriam também matar todas as mulheres adultas, pois elas tinham iludido a Israel. É interessante notar que mesmo com todas essas mortes, os midianitas apareceram como inimigos de Israel em Jz 6-8 quando foram derrotados por Gideão. Os israelitas deveriam deixar vivas apenas as moças virgens que não tinham participado daquele engano contra os israelitas. Essas ficariam para os soldados, certamente para que as desposassem, conforme veremos a clara legislação em Dt 21.10-14 sobre essas mulheres prisioneiras. Querido amigo, você consegue perceber nesses versos a justiça de Deus? A maneira de Deus punir os culpados e salvar os inocentes? Como é bom pertencer a um Deus justo e imparcial, não é mesmo? É uma grande bênção!
Em 4º lugar, nos vs.19-20 temos a orientação para a purificação dos soldados. Nesses versos, Moisés ordena que Israel acampe para que pudesse haver purificação dos 12.000 homens que foram à guerra, de todas as moças cativas e de todas as vestes e os objetos de peles. Mas, diante dessa ordem pergunta-se: Ora, mesmo tendo obedecido ao Senhor e irem para a guerra e ganharem a batalha, por que os soldados estariam impuros e deveriam ser purificados? Querido amigo temos que nos lembrar que no fim da batalha aqueles soldados teriam suas mãos sujas de sangue. Embora tivessem obedecido a Deus matando todos os midianitas culpados essa obediência não retirava a necessidade de respeitarem a ordem anterior de se manterem puros e incontaminados. Qualquer que fosse a relação com a morte ou com os mortos necessitava de purificação, e por isso aquela água purificadora deveria ser usada. A santidade de Deus o exigia. E ainda hoje temos a ordem clara, cf. 1Pe 1.16: “Sede santos porque eu sou santo”. É assim que você tem se apresentado a Deus? Lembre-se Deus não requer nada menos que a nossa santificação. Sem a santificação ninguém verá o Senhor!
Em 5º lugar, nos vs.21-24 temos a ordem para se purificar os objetos do despojo. Essa ordem foi dada por Eleazar. Sobre a purificação que deveria ocorrer com as pessoas cativas, Eleazar disse aos capitães que eram as ordens dadas por Deus à Moisés, mas quanto ao despojo cujas peças eram de ouro, prata, bronze, ferro, estanho, chumbo e tudo o que fosse resistente ao fogo, todas as peças fabricadas com esses metais deveriam ser passadas pelo fogo, para que assim também ficassem purificadas, mas depois, deveriam passá-las também pela água de purificação. Todo e qualquer objeto deveria passar pela água e eles mesmos, os soldados, ao final dos sete dias, deveriam lavar as suas roupas e assim estariam puros para entrarem no arraial israelita. Como essa era uma “guerra santa”, contra um povo idólatra e impuro, tanto as pessoas, como os objetos, deveriam ser purificados, conf. vimos em 19.11-13
Em 6º lugar, nos vs.25-47 temos a orientação para a divisão dos despojos da guerra. Essa tinha sido uma guerra santa, como punição contra a idolatria e a impureza. Não tinha sido apenas uma guerra do exército israelita, mas em certo sentido era uma guerra de todo o povo contra Midiã e Moabe. Então era justo também que os cativos (pessoas), o despojo (objetos) e a presa (animais) deveriam ser repartidos equitativamente entre os soldados, a congregação e o próprio Senhor que os orientara para a guerra. A divisão seria feita em 2 porções iguais: uma pertenceria aos soldados e a outra metade pertenceria à congregação dos israelitas. Da parte dos soldados eles deveriam dar para o Senhor em sacrifício por meio de Eleazar, uma de cada 500 cabeças, fossem elas de pessoas, cativas ou a presa dos animais de qualquer espécie. Da parte da congregação, se deveria dar também ao Senhor para os levitas, para o serviço no tabernáculo, uma de cada 50 cabeças de pessoas e de animais de qualquer espécie.
O total dessa presa foi muito grande: o total de animais, entre ovelhas, bois, e jumentos foi de 808 mil cabeças e de pessoas o total de cativas foi de 32 mil mulheres virgens.
Desses números todos se destaca o v.40-41 que mostra que 32 mulheres moças virgens foram entregues a Eleazar. Pergunta-se qual o papel dessas moças? Certamente não seriam usadas como sacerdotisas cultuais, pois isso seria uma afronta ao Senhor e a Sua santidade. Então, provavelmente essas moças foram utilizadas para o serviço da tenda da congregação, isto é, o Tabernáculo, conf. nos indica Êx 38.8, mas, além disso haveria uma prescrição em Dt 21.10-14 que já citamos em que se instruía tratar com bondade a estrangeira entre eles.
Em relação a essas divisões creio que podemos aprender duas lições: 1)Deus é justo e galardoa a todos indistintamente. Como a batalha era de Israel, não só os soldados ficaram com o despojo, mas a congregação também participou dele. Deus não fez acepção de pessoas, recompensou a todos segundo a sua justiça. 2)A ordem para se separar das duas partes uma certa porcentagem para dedicarem ao Senhor, através de Eleazar e através dos levitas demonstra que o princípio do dízimo estava sendo reforçado e enfatizado. Essa era uma maneira clara de agradecimento a Deus. E nós, como estamos nessas áreas? Temos tratado a todos com equidade? Temos dizimado ao Senhor demonstrando nosso reconhecimento de suas dádivas?
E, finalmente em 7º lugar, nos vs.48-54 temos a narrativa das ofertas dos capitães dos soldados entregues ao Senhor.
Nesses últimos versos encontramos uma bonita atitude desses oficiais do exército israelita. Reconheceram que Deus lutara por eles, pois com apenas 12.000 homens eles venceram um exército mais numeroso que o deles. Reconheceram a graça divina que não permitiu que nenhum soldado morresse e todos voltassem para suas famílias à salvo. E, reconheceram que eles mesmos, os oficiais não sofreram nenhuma baixa e retornaram com tantos despojos. Diante dessas bênçãos, esses oficiais espontaneamente levaram uma oferta ao Senhor, de tudo o que tinham achado durante a batalha e que lhes pertencia depois da divisão. Trouxeram braceletes, pulseiras, sinetes ou brincos e colares para fazerem propiciação ou expiação, isto é, um resgate por si mesmos. Reconheceram que poderiam ter morrido, mas a preservação das suas vidas era graça de Deus. Será que temos tido esse mesmo reconhecimento para com Deus?
Bom, querido amigo concluímos assim mais um tempo de reflexões sobre a Palavra de Deus. Lembre-se de orar pedindo a capacitação divina para colocar em prática na sua vida as lições que você aprendeu.
Depois escreva para nós, por carta ou por e-mail compartilhando como esse programa foi útil a você.
Prepare-se, pois logo-logo iniciaremos os estudos em João. Leia com antecedência o evangelho e forme um grupo para poderem estudar juntos.
Um abraço.
Que Deus o abençoe,
© 2014 Através da Biblia

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