terça-feira, 5 de agosto de 2014

Através da Bíblia - Tiago 5.1-6

Tiago 5.1-6
Olá amigo, estamos iniciando mais um programa da série "Através da Bíblia". Você que tem nos acompanhado sabe que este programa tem por propósito estudar toda a Palavra de Deus. Fazemos isso porque entendemos a necessidade cada vez mais urgente de voltarmos à simplicidade e à profundidade dos ensinos bíblicos. Em dias como esses em que através das rádios, das tvs, e até dos púlpitos das igrejas as mais diversas e absurdas interpretações têm sido proclamadas, nos sentimos convocados por Deus para expor com genuinidade os princípios eternos que nos fazem viver conforme a Sua vontade. Hoje iniciamos o estudo do último capítulo de Tiago, mas já antecipamos que daqui a cinco programas estaremos iniciando mais uma série de dez programas, nos quais estudaremos as profecias de Joel. Serão estudos muito proveitosos, pois o profeta Joel é conhecido com “o profeta do Espírito Santo”. Vai valer a pena meditarmos sobre as palavras que Deus concedeu ao seu servo. Somos gratos a Deus pela oportunidade de estudar a sua palavra e pelas correspondências que vocês enviam. Elas demonstram carinho, amizade e comunhão cristã e apontam que estamos no caminho certo. Por isso, quero incentivá-lo a nos escrever sobre as suas boas experiências no estudo da Palavra. Foi sobre essas experiências que recebemos um e-mail do nosso irmão Paulo da cidade de Marília, no estado de São Paulo. Essa foi a sua mensagem: 1016“Boa tarde! A paz de Cristo! Amados, quero parabenizá-los pela ótima programação diária, ouço quase todos os dias à partir das 13:00 hs. Estou na cidade de Marília interior de SP, tenho sido muito abençoado pelo trabalho de todos vocês. Um abraço. Deus vos abençoe.” Paulo Valente- email. Querido irmão, louvamos a Deus por sua vida e por seu interesse em estudar a Sua Palavra. Certamente Deus tem lhe recompensado. Também agradecemos a sua disposição em orar por nós e como o nosso projeto envolve tanto os programas pela rádio como o aconselhamento através das correspondências e, a publicação dos comentários temos convidado a todos vocês, a se unirem em oração em nosso favor. É exatamente para orarmos que te convido agora. Vamos orar: “Pai querido, obrigado pela tua direção e pela misericórdia que tu nos dás. Pedimos a iluminação do Teu Espírito para o programa de hoje. Que ele sirva para edificação de cada um dos nossos ouvintes. Pai pedimos também a tua bênção para que esse projeto seja realizado conforme a tua vontade. Senhor pedimos isso baseados na Tua misericórdia, em nome de Jesus. Amém”.
Querido amigo hoje temos como objetivo iniciarmos os estudos no capítulo cinco, o último capítulo de Tiago. Vamos estudar o texto de Tg 5.1-6. Como temos mencionado, esta carta é extremamente prática e, com tal ela trata dos assuntos mais corriqueiros da vida diária. Hoje vamos refletir sobre um assunto que afeta a todos nós. Vamos refletir sobre a riqueza, sobre a ganância, sobre a injustiça, sobre a exploração do mais fraco pelos poderosos.
Ao lermos essas palavras de Tiago parece que estamos lendo os jornais ou as revistas da nossa cidade. Sempre houve exploração econômica no mundo. Os poderosos sempre oprimiram os mais pobres, os indefesos e, isso acontecia dentro do próprio povo de Deus. O Senhor usou os seus profetas para denunciar esses abusos. Homens como Isaías, Jeremias e Amós foram usados por Deus para proclamarem o desgosto divino para com essas situações de injustiça.
Deus usou Isaias para proclamar essa mensagem: O Senhor entra em juízo contra os anciãos do seu povo e contra os seus príncipes. Vós sois os que consumistes esta vinha; o que roubastes do pobre está em vossa casa. Que há convosco que esmagais o meu povo e moeis a face dos pobres? diz o Senhor, o Senhor dos Exércitos (Is. 3.14-15).
Deus chamou Jeremias para anunciar o seu desprazer: Porque entre o meu povo se acham perversos; cada um anda espiando, como espreitam os passarinheiros; como eles, dispõem armadilhas e prendem os homens. Como a gaiola cheia de pássaros, são as suas casas cheias de fraude; por isso, se tornaram poderosos e enriqueceram (Jr 5.26-27).
Deus também usou Amós para transmitir a sua mensagem: Aborreceis na porta ao que vos repreende e abominais o que fala sinceramente. Portanto, visto que pisais o pobre e dele exigis tributo, não habitareis nas casas de pedras lavradas que tendes edificados; nem bebereis do vinho das vides desejáveis que tendes plantado. Porque sei serem muitas as vossas transgressões e graves os vossos pecados; afligis o justo, tomais suborno e rejeitais os necessitados na porta (Am 5.10-12).
Além desses alertas nos dias do Antigo Testamento, também nos dias do Novo Testamento, através do próprio Jesus temos suas palavras de advertência contra a ansiedade pela vida e pelas riquezas conforme a mensagem do Sermão do Monte (Mt 6.19-34). E, nessa mesma carta, Tiago já tinha mencionado o assunto em 1.10, e 2.6, através dessas palavras: ... o rico na sua insignificância, passará como a flor da erva (1.10) ... entretanto, vós outros menosprezastes o pobre. Não são os ricos que vos oprimem e não são eles que vos arrastam para os tribunais? (2.6).
Por toda a Bíblia temos a clara recomendação para sermos justos no nosso trato com o próximo, seja ele quem for, esteja ele na condição social que estiver. Assim como nosso Deus é justo e generoso, assim nós como seus filhos devemos tratar nossos irmãos e os nossos semelhantes.
Tendo em vista essas advertências e considerando a nossa condição de cristãos, o título para esse texto se vê nessa sintética frase:
O julgamento da injustiça humana
Tiago 5.1 a 6
Introdução
Injustiça, tristeza e calamidade estão ao nosso redor, freqüentemente atingindo as nossas próprias vidas. Pessoas boas e até inocentes sofrem de doenças graves. Acidentes e assaltos tiram vidas de jovens, apagando os planos de suas vidas promissoras. Traições por parte de outros causam danos enormes nas vidas de suas vítimas. Perseguições dificultam e até ameaçam a vida de servos de Deus. Sem dúvida alguma, o mundo está cheio de injustiça.
Devido à dor da vida terrestre, muitas pessoas duvidam da bondade de Deus e até negam a sua existência. Freqüentemente ouvimos o triste comentário: Eu não consigo acreditar num Deus que permitiria acontecer tal coisa. Estas dúvidas, até crises de fé, são comuns, desafiando até os mais dedicados servos de Deus.
Um bom exemplo, e um guia que nos ajuda a lidar com as nossas próprias dúvidas, se encontra no Salmo 73. Recomendo que você pegue a sua Bíblia e leia este Salmo e continue consultando-o depois de ouvir essa reflexão. Antes de examinar a mensagem, observe a estrutura do Salmo. Duas expressões marcam transições importantes nos pensamentos de Asafe, o salmista. As palavras ... com efeito ... iniciam os versículos 1 e 13. E, a expressão ... quanto a mim ... aparece nos verso 2 e 28. Quando estudamos bem esse Salmo percebemos que as injustiças e as dificuldade podem ocorrer e podem até abalar a nossa fé, mas quando olhamos para Deus, confiamos e descansamos.
No livro de Provérbios capítulo 6, do verso 16 ao verso 19 encontramos a descrição de seis coisas que aborrecem o Senhor e a sétima ele abomina. O sábio menciona além de outras, as mãos que derramam sangue inocente.
Deus sempre detestou a violência dos homens. Em Gênesis 6:13, a violência foi citada como motivo para a destruição dos homens no dilúvio. Em Provérbios 24:1-2, aprendemos que o servo de Deus deve procurar ficar longe dos homens violentos: Não tenhas inveja dos homens malignos, nem queiras estar com eles, porque o seu coração maquina violência, e os seus lábios falam para o mal. Poucos anos antes de usar a Babilônia para destruir a cidade de Jerusalém, Deus explicou seus motivos para esse castigo. Ele citou, entre os erros do povo, a terra cheia de violência (Ezequiel 8:17). Na nossa sociedade, a violência tem se alastrado de tal maneira que nem as autoridades conseguem controlá-la. Enquanto políticos prometem segurança nas ruas, a verdadeira solução será outra. Pais precisam ensinar seus filhos e cristãos precisam ensinar um ao outro sobre a necessidade de agir pacificamente num mundo repleto de crueldade.
Quando Deus falou de derramar sangue inocente, ele ajuntou a violência e a injustiça. Deus é perfeitamente justo, e qualquer injustiça é uma rejeição do caráter dele (Deuteronômio 32:4). A pessoa que condena o justo ou justifica o ímpio mostra injustiça e é abominável para o Senhor (Provérbios 17:15; 18:5). Para evitar tal injustiça, o homem justo deve ouvir ambas as partes antes de julgar. Jesus disse: Não julgueis segundo a aparência, e sim pela reta justiça (João 7:24).
Coração que trama projetos iníquos
Mas, o texto de Provérbios 6 continua e há a crítica contra o coração dos ímpios que planejam iniqüidades contra os justos. Há tanta injustiça no mundo que as pessoas boas ficam desesperadas. Mas, este quadro será invertido. Trama o ímpio contra o justo e contra ele ringe os dentes. Rir-se-á dele o Senhor, pois vê estar se aproximando o seu dia. Os ímpios arrancam da espada e distendem o arco para abater o pobre e necessitado, para matar os que trilham o reto caminho. A sua espada, porém, lhes traspassará o próprio coração, e os seus arcos serão despedaçados. Mais vale o pouco do justo que a abundância de muitos ímpios. Pois os braços dos ímpios serão quebrados, mas os justos, o Senhor os sustém (Salmo 37:12-17)
Para entendermos melhor a atitude de Deus sobre o "coração daquele trama projetos iníquos", podemos ler o Salmo 50:16-23. Este trecho mostra que até pessoas que dizem ser servos do Senhor e até as que ensinam a palavra de Deus podem ser culpadas desse pecado. Não adianta pregar a palavra de Deus e usar a mesma boca para difamar irmãos. Não deve condenar os ladrões e adúlteros com a boca enquanto participa dos mesmos pecados.
Muitos desses têm os pés que se apressam para correr para o mal. Deus criou o homem para servir a ele. Devemos dedicar nossos corpos como sacrifícios vivos para fazer a vontade do nosso Criador e Redentor (Romanos 12:1-2). Nessa lista de coisas que Deus aborrece, os primeiros cinco itens descrevem partes do corpo (olhos, língua, mãos, coração e pés). O pecado é como imã que atrai os ímpios. Quando a pessoa cede à tentação e corre para o pecado, ela é rejeitada por Deus (Salmo 34:16). Salomão nos adverte sobre o perigo de entrar no caminho dos malfeitores: Filho meu, não te ponhas a caminho com eles; guarda das suas veredas os pés; porque os seus pés correm para o mal e se apressam a derramar sangue (Provérbios 1:15-16). O verdadeiro discípulo tem que aborrecer o mal e ser amigo do bem (Provérbios 8:13; Tito 1:8). Esses conceitos exigem um novo modo de pensar. Deus não pede meramente que não pratiquemos o mal, mas que o aborreçamos. Ele não quer apenas que façamos o bem, mas que consideremos a prática do bem como o nosso alvo, a nossa meta. É um grande desafio! Por isso mesmo o princípio que este texto de Tiago nos apresenta é também um desafio para nós.
Na verdade, como dissemos, Tiago assemelha-se aos profetas do Antigo Testamento, pois sua palavra é contundente contra a injustiça. Neste texto em que ele compara os injustos e os injustiçados (conf. 1.9-11), dando continuidade às suas exortações, ele se dirige especificamente aos que objetivam riquezas e esquecem-se de Deus. Tiago nos mostra que o Senhor vê e julga estes que agem injustamente. Em síntese ele diz que:
Todos devemos estar conscientes, pois o julgamento da injustiça humana será realizado pelo Senhor dos Exércitos.
Nestes versículos encontramos três aspectos do julgamento divino contra a injustiça humana:
O 1º aspecto do julgamento divino é visto no anuncio de que é inevitável – v. 1-3
5.1 Atendei, agora, ricos, chorai lamentando, por causa das vossas desventuras, que vos sobrevirão. 2 As vossas riquezas estão corruptas, e as vossas roupagens, comidas de traça; 3 o vosso ouro e a vossa prata foram gastos de ferrugens, e a sua ferrugem há de ser por testemunho contra vós mesmos e há de devorar, como fogo, as vossas carnes. Tesouros acumulastes nos últimos dias.
1. O julgamento acontecerá com certeza – v.1
1.1. Deus está atento –
1.2. Desventuras sobrevirão –
2. O julgamento é contra a injustiça – v.2
2.1. Contra as riquezas corruptas –
2.2. Contra as riquezas desgastadas e desprotegidas –
3. O julgamento tem por base o auto-testemunho contrário – v.3
3.1. As riquezas e tesouros acumulados são destrutíveis –
3.2. O auto-testemunho contrário é fogo devorador –
O 2º aspecto do julgamento divino têm por bases razões inquestionáveis – v.4-6
4 Eis que o salário dos trabalhadores que ceifaram os vossos campos e que por vós foi retido com fraude está clamando; e os clamores dos ceifeiros penetraram até aos ouvidos do Senhor dos Exércitos. 5 Tendes vivido regaladamente sobre a terra; tendes vivido nos prazeres; tendes engordado o vosso coração, em dia de matança; 6 tendes condenado e matado o justo, sem que ele vos faça resistência.
1. Vidas com práticas injustas – v.4
1.1. Os trabalhadores com salários retidos com fraude clamam –
1.2. Os trabalhadores (ceifeiros) clamam ao justo Juiz –
2. Vidas centradas em si mesmo – v.5
2.1. Vivem regaladamente em prazeres –
2.2. Vivem auto-enganando-se como animais de “engorda” –
3. Vidas que desconsideram o próximo – v.6
3.1. O poder condena e mata o justo –
3.2. O poder oprime e aniquila qualquer resistência contrária –
O 3º aspecto do julgamento divino é que ele pode ser evitado – v. 1
1. Através da conscientização –
1.1. Atentando para a sua situação (1.10) –
1.2. Atentando para a urgência (agora) –
2. Através do arrependimento –
2.1. Chorando –
2.2. Lamentando –
3. Através da mudança de práticas –
3.1. Depender de Deus e não das riquezas –
3.2. Investir em tesouros eternos (Mt.6.19-21) –
Conclusão
1. Para os injustos –
1.1. Valorizem as justas e verdadeiras riquezas,
1.2. Lembrem-se do justo juízo de Deus contra os que oprimem os necessitados.
2. Para os injustiçados –
2.1. O Senhor vê as injustiças cometidas, julga e condena os injustos,
2.2. Não permitam a amargura brotar e contaminar as suas vidas.
Espero que você avalie a sua própria vida e se coloque dependente do Senhor para praticar a justiça evitando qualquer ato de injustiça, pois o juízo do Senhor é inevitável. Que o Senhor Deus te abençoe e te faça justo em seu caráter.
Um abraço, até o proximo programa.
© 2014 Através da Biblia

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