Deuteronômio 5.1-33
Olá amigo, estamos iniciando mais um programa da série “Através da Bíblia”. Quero saúda-lo em nome de Jesus, nosso Senhor desejando que esse tempo juntos possa servir para a sua edificação e para todos que estejam com vocês ouvindo nossos comentários sobre a Bíblia. Quero estimular você a nos escrever compartilhando qual o valor dos nossos estudos. Para nós é importante esse retorno, por isso quero registrar logo no início do programa uma carta que recebemos da MLSF querida ouvinte da cidade de Pontal do Paraná no Pr. Essa irmã se expressou com as seguintes palavras: “Venho por meio desta relatar minha alegria por ter recebido a resposta da minha carta anterior. Quero dizer que a pregação que é feita no Através da Bíblia é uma bênção para minha vida.Toda a oração que é feita no início do programa, oro junto com o pastor e tem sido uma bênção. Fico feliz também porque muitos perto de minha casa também ouvem o programa”. Querida irmã, parabéns pela prática do estudo bíblico e oração. Essa prática tem sustentado muitas vidas. Mas, também agradecemos a Deus porque Ele tem usado os nossos programas para a sua edificação. Por isso, oramos pedindo que Ele nos abençoe na preparação e apresentação de cada programa para que o Seu nome seja glorificado. Assim, chegamos ao momento de buscarmos a bênção de Deus, especificamente para este programa. Convido-a e a todos que nos ouvem, a orar comigo: “Pai amado, pedimos a Sua direção e a iluminação do teu Espírito para que aquilo que aqui for comentado sirva para edificação de muitos irmãos e amigos. Pedimos Senhor a tua bênção para a vida familiar, ministerial e social de cada um de nossos ouvintes, e, Senhor ajuda-nos a testemunhar sempre do Seu gracioso amor. Pai, oramos em nome de Jesus, Amém”.
Querido amigo, hoje temos como propósito estudarmos o capítulo 5 de Deuteronômio. São 33 versículos com um conteúdo muito significativo. Nos primeiros quatro capítulos Moisés fez uma revisão da jornada do povo de Israel pelo deserto, desde a saída do Monte Sinai até aquele momento em que estavam nas planícies de Moabe, tendo já conquistado os territórios à leste do rio Jordão. Como vimos no programa passado esses territórios já tinham sido dados às tribos de Rubem, Gade e meia tribo de Manassés e, uma decisão muito importante foi efetivada. Os israelitas dessas tribos tinham se comprometido e agora se dispunham a lutar junto com as outras tribos na conquista dos territórios que pertenceriam aos demais filhos de Israel. Moisés tinha encerrado o seu primeiro discurso e, agora, iniciava mais uma porção de suas orientações mostrando à 2ª geração a necessidade de manter-se fiel à aliança feita com Yahweh. Essa fidelidade se daria através da obediência aos mandamentos divinos e aqui no capítulo 5 ele apresenta a lei, a sua interpretação e a necessidade da obediência.
Ao estudarmos o conteúdo deste capítulo, através de uma perspectiva geral ele pode receber como título: As provas do amor a Deus. Este mesmo texto de modo resumido pode ser apresentado através da seguinte frase, isto é, através da seguinte proposição desafiadora: Todo homem temente a Deus deve obedece-lo comprovando o seu amor a Ele. Mas, por outro lado, quando analisamos, quando detalhamos este texto encontramos sete provas do nosso amor a Deus. Vamos identificar essas provas analisando-as em detalhes:
1.Provamos nosso amor a Deus sendo fiéis à aliança (v.1-5)
Em relação a essa fidelidade que tanto nós como os israelitas daqueles dias deveriam dispor como prova do amor a Deus necessitamos fazer 5 destaques. 1)As palavras: estatutos, juízos (v.1) e Palavra do Senhor (v.5) demonstram a revelação direta da vontade de Deus para todos nós e a necessidade de obedecermos a essa Palavra. 2)Em relação a palavra “aliança” (v.2-3) ela nos lembra a celebração desse pacto, desse acordo que Deus tinha feito com Israel em Horebe, no Monte Sinai (Êx 19.5) e, essa aliança preconizava a exclusividade, a fidelidade de ambas as partes: de Deus para Israel e de Israel para com Deus. 3)Em relação a expressão: “face a face” (v.4) que não deve ser entendida literalmente, pois Deus é Espírito, indica a intimidade e a comunhão que Deus proporciona àquele que O coloca em 1º lugar. 4)Em relação a frase: “do meio do fogo” (v.4) e “porque temestes o fogo” indica como devemos encarar com seriedade o conteúdo da Lei, pois ela se origina e retrata um Deus zeloso que é fogo consumidor. E, 5)Um outro destaque a ser dado é o relativo a exigência de ouvir, de aprender (ou entender) e de cuidar em cumprir todos os detalhes da Lei divina. Temos uma ordem clara: em primeiro lugar é ouvir; em segundo lugar é aprender e em terceiro lugar é cumprir ou obedecer. Escutar, entender, e obedecer. Essa é a maneira pela qual mantemos nossa fidelidade à aliança demonstrando amor ao Senhor. Necessitamos, portanto, lembrar sempre e continuamente das sábias palavras do Salmista, quando em 119.11 ele diz: [Guardo no coração as tuas palavras, para não pecar contra ti].
2.Provamos nosso amor a Deus obedecendo os mandamentos concernentes ao nosso relacionamento com Ele (v.6-15).
Aqui temos a repetição dos Dez Mandamentos, que foram registrados no livro do Êxodo. Moisés recordou e ensinou à nova geração as palavras que Deus tinha escrito pessoalmente nas tábuas de pedra para que Israel as obedecesse.
Alguns estudiosos e alguns dos ouvintes ter a opinião que aqui se trata de uma duplicata da lei, daquilo que temos no capítulo 20 de Êxodo. E podemos concordar que temos aqui um conteúdo bem semelhante daquele. Mas, há algo distinto para o qual devemos atentar. Moisés repetiu aqui apenas aquilo que era básico, que era fundamental. Em outras palavras, Moisés destacou e enfatizou as leis morais. Elas são princípios eternos que formam a ética judaica e também cristã. No v. 6 Deus se apresenta como Senhor, como Deus e como Aquele que libertou Israel da servidão do Egito. Essa denominação relembra quem firmou a aliança, um pacto que tinha propósitos salvíficos. Nesses versos os quatro mandamentos que padronizam o nosso relacionamento com Deus foram expostos. 1)O 1º mandamento, no v.7, proibia a presença de outros deuses diante do Senhor. O primeiro grande problema religioso do homem não foi o ateísmo, mas o politeísmo: a crença na existência de mais de um Deus. Depois do dilúvio o homem passou a temer as forças da natureza, como o trovão, o relâmpago e outras manifestações da natureza. Então o que Deus estava condenando aqui era o politeísmo. Em nossos dias há aqueles que adoram ídolos, imagens, ou ainda prestam cultos aos demônios, ou a outros ídolos pagãos que eles consideram deuses. Deus condenou claramente, esses tipos de cultos idólatras que eram feitos pelos cananeus, quando disse: [Não terás outros deuses diante de mim]. A frase proibitiva pode ser mudada em uma sentença afirmativa: Eu Yahweh devo ser reconhecido como único Deus, seu soberano Senhor. Sim! Para Israel, Yahweh deveria ser considerado absolutamente único. E, para nós cristãos também Deus, o Pai é o nosso único Deus, o Deus criador. Espero que esse reconhecimento faça parte da sua vida e brote do fundo do seu coração. 2) Nos vs.8-10 encontramos o 2º mandamento relativo a correta adoração que deveria ser feita a Yahweh. Ele não deveria ser representado por imagem de escultura de qualquer espécie. Os povos pagãos tinham esse habito de representar seus deuses através de uma imagem. Israel fora proibido de fazer imagens de qualquer criatura quer dos céus, da terra, ou das águas para representar o Deus criador. Prostrar-se diante de uma imagem era completamente proibido para qualquer israelita, pois conf. o v.9 Deus é zeloso e visita a iniqüidade dos pais nos filhos, mas também age com misericórdia até mil gerações para com os que Lhe obedecem. Séculos mais tarde foi Jesus quem nos orientou em Jo 4.24: [Deus é espírito; e importa que os seus adoradores, o adorem em espírito e verdade]. 3)O v.11 traz o 3º mandamento que mostra a proibição de usar levianamente o nome de Deus ao fazer votos ou pronunciar bênçãos ou maldições. A expressão “em vão” no hebraico tem duas idéias: 1.algo enganador, como o falso testemunho e 2.algo vazio e oco, como o uso do nome de modo rotineiro. Desvalorizar o nome de Deus usando-o de maneira banal e enganosa era totalmente proibido para o israelita que queria honrar a Deus. 4)O 4º mandamento, nos vs. 12-15 é o relativo a guarda do sábado e, ao invés de ser proibitivo como os 3 primeiros aparece de forma positiva. Quando comparado com Êx 20.8-11 percebe-se algumas diferenças e destaca-se os 3 níveis que haviam na sociedade daqueles dias: o israelita de descendência original, os servos e os estrangeiros, que habitavam nas suas cidades ([das tuas portas para dentro] v.14). Todos deveriam respeitar o descanso do sábado, um dia que deveria ser santificado, um dia em que se lembrariam das aflições sofridas no Egito cuja libertação ocorrera pelas poderosas ações de Deus. Certamente, hoje os cristãos reservam o domingo como dia especial para o louvor a Deus, pois foi no domingo, o primeiro dia da semana que Jesus ressuscitou. Assim como no sábado Ele acabou de realizar a obra da criação, o domingo tem sido o sábado cristão, porque foi neste dia que Deus completou a obra da nossa salvação, através da ressurreição de Jesus. E assim, no domingo se comemora a nova aliança, uma vez que a antiga aliança fora substituída. E, na verdade, em termos de princípios eternos, nem só o domingo deve ser o dia de adoração. Depois da vinda do Senhor Jesus, depois do estabelecimento da nova aliança, todos os dias, em todos os lugares, por todos os cristãos, em todos os momentos devemos adorar a Deus em espírito e em verdade!
3.Provamos nosso amor a Deus obedecendo os mandamentos concernentes ao nosso relacionamento com o próximo (v.16-21).
Aqui encontramos os seis outros mandamentos que formam o decálogo. Eram as obrigações do israelita para com os seus semelhantes. 1)No v.16 o 5º mandamento refere-se à relação com os pais. A família sempre foi destacada e valorizada por Deus e isto ficou evidenciado na salvação da família de Noé, quando toda a raça humana foi castigada por seu pecado. A obediência a esse mandamento, a honra, o respeito, e o amor aos pais era tão importante que haveria recompensa para o filho israelita que cumprisse com essa ordenança. Comparando-se o texto de Êxodo com esse se percebe o acréscimo de uma recompensa: [...para que te vá bem na terra que o Senhor teu Deus, te dá]. 2)No v.17 o 6º mandamento impede o desrespeito à vida. Jesus ampliou o seu significado mostrando que o ódio à vida de alguém já seria a quebra desse princípio. 3)No v.18, o 7º mandamento valoriza e estimula a santidade no casamento e destaca os direitos conjugais que não devem ser quebrados. No NT Jesus (Mt 5.28), amplia-o dizendo que um olhar com intenção impura já quebrava essa ordenança divina. 4)No v.19, o 8º mandamento: [Não furtarás], valorizava a propriedade alheia. O furto era um mal que deveria ser banido para que a sociedade israelita, na nova terra, se desenvolvesse de forma equilibrada e justa. 5)No v. 20, o 9º mandamento proibia o falso testemunho contra o próximo. Conf. vimos em Êxodo esse mandamento valorizava a linguagem honesta, os juramentos e os votos verdadeiros. O falso testemunho era proibido, pois se fosse bem sucedido ele equivaleria ao assassinato. Para evitar tal problema, conforme veremos em 17.7 a testemunha deveria ser também a executora, para que se tornasse culpada de sangue se estivesse mentindo. 6)E, no v.21 as palavras, que são diferentes das de Êx 20.17, apresentam o 10º mandamento que proibia a cobiça e o desejo, pela mulher, casa ou propriedade, e qualquer tipo de bens do próximo. Esse mandamento que foi motivador de uma reflexão mais séria do apóstolo Paulo (Rm 7.7) legislava sobre a motivação interior, intrínseca do coração humano pecador, de nunca estar satisfeito com o que tem, desejando sempre mais e o que é dos outros. Para se estabelecer numa terra abençoada por Deus, dada graciosamente por Deus, os israelitas deveriam obedecer essas leis básicas de relacionamento mútuo. Em resumo, esses seis mandamentos foram expressos de forma condensada por Paulo em Rm 13.10, quando, inspirado pelo Espírito Santo, disse-nos: [O amor não pratica o mal contra o próximo; de sorte que o cumprimento da lei é o amor]. Era esse o padrão de convivência que Deus exigia do seu povo ao entrar na terra da promessa!
Mas, a pergunta que alguém pode fazer é se nós cristãos também devemos obedecer esses mandamentos. Como podemos ver por meio das palavras do apóstolo Paulo, ninguém poderá se salvar por meio da observância dos mandamentos. Mas, nós sabemos que a lei teve um papel muito importante na vida do povo judeu, principalmente, por ela ter conduzido o homem a Cristo. Ela teve o seu papel até a chegada de Cristo no mundo (Gl 3.24). Ou mais exatamente, até a morte de Cristo na cruz, onde exclamou: [Tudo está consumado] (Jo 19.30). Falando sobre a função temporária da lei, o apóstolo Paulo também discutiu essa questão na carta aos Gálatas, em 3.19 [Qual, pois, a razão se ser da lei?...]. Para nós cristãos a obediência à lei não é necessária como requisito para a salvação, mas certamente, por ser uma revelação do caráter divino, seus princípios devem ser por todos nós seguidos e obedecidos, lembrando, entretanto que Jesus já a cumpriu em nosso lugar. Que todos nós possamos nos relacionar adequadamente com as leis divinas.
4.Provamos o nosso amor a Deus entendendo a necessidade da obediência (v.22-27).
Diante da manifestação poderosa de Deus, ao lhes dar os Dez Mandamentos, de modo assombroso e sobrenatural, quando sua voz foi ouvida através do fogo (palavra repetida por 5 vezes nesses versos) os israelitas reconhecendo a seriedade, a justiça e a importância daquelas palavras se comprometeram com duas ações assinaladas no v.27: eles ouviriam e cumpririam as ordenanças divinas (Êx 19.8). Mas, como sabemos, infelizmente eles não foram fiéis ao seu compromisso. Em relação a nós cristãos, somos desafiados, mas pela graça de Deus, somos capacitados pelo Espírito Santo a obedecer e cumprir esses mandamentos. Que cada um de nós possa pedir graça e poder de Deus para através do Espírito Santo praticar a Sua Palavra.
5.Provamos o nosso amor a Deus ao termos uma atitude de temor (v.28-29).
Deus aceitou a intenção do coração dos israelitas de ouvir e cumprir ou obedecer a Sua Palavra. Em resposta a esse desejo Deus aprovou essas atitudes e desejou que eles O temessem. Esse desejo de Deus foi expresso através de uma expressão que merece ser bem entendida. No v.29 a palavra “temor” não significa ter medo de Deus, não significa viver com pavor de Deus. Pelo contrário, conf. Pv 1.7 devemos entender que “temer a Deus” é o princípio da sabedoria porque “temor” é sinônimo de reverência ou adoração, é o reconhecimento devido de quem é Deus e de tudo o que Ele merece. Tememos a Deus quando descobrimos que a verdadeira relevância da vida está na comunhão e na intimidade com Deus que devemos desenvolver com humildade e submissão e não com medo, pavor e sobressaltos. Que cada um de nós possa desfrutar dessa vida de temor do Senhor.
6.Provamos o nosso amor a Deus aceitando a presença de um mediador (v.30-31). Essa é uma afirmação interessante. Quando aceitamos a presença de um mediador entre nós e o nosso Deus reconhecemos duas verdades: Em 1º lugar reconhecemos que Deus é grandioso, poderoso, majestoso, puro, justo e tão santo que não podemos entrar e permanecer na Sua presença por nossos méritos. Assim como Isaias temos que exclamar: [Ai de mim! Estou perdido! Porque sou homem de lábios impuros, habito no meio de um povo de impuros lábios, e os meus olhos viram o Rei, o Senhor dos Exércitos!] (Is 6.5). Mas, em 2ºlugar, reconhecemos que por sermos conf. Rm 5.1-11 fracos, ímpios, injustos, pecadores e inimigos somente através de um perfeito e único mediador podemos manter e desenvolver nossa comunhão com Deus. Jesus é o nosso mediador, cf. 1Tm 2.5. Foi Jesus que nos abriu um novo e vivo caminho diretamente a Deus (Hb 10.19-22). Assim como Moisés foi mediador entre Deus e o povo de Israel, nós cristãos temos o privilégio de termos Jesus como um mediador totalmente qualificado para nos fazer entrar e permanecer na presença de Deus, desfrutando da comunhão que só Ele pode nos conceder.
7.Provamos o nosso amor a Deus ao valorizarmos as Suas promessas (v.32-33).
Finalmente, nesses versos finais encontramos o propósito, a razão de ser da obediência a Yahweh. O caminhar com Deus exigia retidão. Nenhum desvio, nem para a direita, nem para a esquerda. O caminhar com Deus exigia completo compromisso. O propósito, a razão e as conseqüências para esse tipo de atitude foram alistados. Seriam 3 as recompensas que Israel obteria por sua obediência: 1)viveriam; 2)seriam bem sucedidos em suas empreitadas; e, 3)prolongariam seus dias na terra da promessa.
As bênçãos para Israel eram relativas à terra e a sua subsistência física nela. As bênçãos para nós, cristãos são bênçãos espirituais que já nos foram dadas, em Cristo Jesus, conf. Ef. 1.3. Temos que almejar essas bênçãos e agradecer a Deus que, em Cristo, já a possuímos!
Bom, querido amigo, chegamos ao final de mais um tempo de estudo e reflexão. Minha expectativa é que você tenha aproveitado essas lições para adequar sua vida à vontade de Deus.
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Que Deus te abençoe. Um grande abraço.
sábado, 16 de agosto de 2014
Através da Bíblia - Deuteronômio 5.1-33
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